Talvez, a pior viagem da vida de qualquer pessoa. O corpo de Nicholas bramia por descanso, enquanto seu emocional não o deixava sequer cochilar até chegar na maior cidade de Hoenn. Hora ou outra, o loiro cerrava seus olhos, cedendo a exaustão; mas, logo as suas memórias lhe assaltavam, fazendo com que acordasse repentinamente. Jigglypuff já repousava sobre seu colo. Sua energia se esvaiu completamente não apenas pela fuga dos Rockets, todavia, sua lamúria deu uma trégua enquanto sentia o calor oriundo do colo de Nico, um porto seguro — ainda longe de ser tão terno como o de sua treinadora.
O loiro encostava sua testa na janela, observando a paisagem, completamente aéreo. Ao fitar o firmamento estrelado, pintado caprichosamente de azul, harmonizando com calmaria instaurada nas noites do novo continente. Em contraste ao mundo externo, o intrínseco do loiro sofria diversos ataques de todos os lados. Lamúria, culpa e uma mescla de dezenas de sentimentos danosos à alma de qualquer ser vivo. Em um caso extremo, era como se Nicholas estivesse em uma UTI, tentando enfrentar seu eu interior a cada respiração que dava.
A carta deixada por Emma fora como um tiro em sua cabeça. A cada palavra que seus olhos percorreram naquele pequeno pedaço de papel — mas que tinham uma imensidão emocional que não se pode falar —, sentiu seu âmago se esfacelar. A silhueta da treinadora ainda era tão presente para sua mente, que hora ou outra, seus pensamentos a colocavam ao seu lado, naquele banco vago no fim do ônibus. Sua mão, feérica, tal qual toda a sua imagem afagava a rechonchuda fada.
Nicholas sentia o destino galhofando de toda a sua agonia. Questionava, segundo após segundo, o porquê de ela ser escolhida pelo destino a ter uma tramontana tão impiedosa.
O loiro esmorecia a cada metro que o transporte percorria. Respirava fundo, tentando ainda digerir aqueles acontecimentos tão atrozes em seu primeiro dia de jornada. Sabia que a jornada seria penosa, todavia, qual o motivo de reservar toda aquela barbaridade? E, sobretudo: por que justo quando ele, sempre fechado, envolto de uma murada emocional consistente em todos seus dezessete anos, resolvera quebrar com os próprios punhos aquela parede tão concreta. Emma conseguiu um espaço especial de Nico, que o fez questionar todos os fundamentos — duvidar de toda e qualquer funcionalidade do emocional.
Mesmo com infindáveis elucubrações, Nico ainda havia saído de Oldale alguns metros. Na verdade, entrara no transporte há poucos minutos — cerca de dez. Sua alma estava em um universo completamente a parte da realidade, maltratando seu cérebro e sua razão durante todo aquele ínfimo trajeto. Seus olhos, melancólicos, mantinham-se fixos na paisagem à sua direita. Não conseguia ao menos expressar alguma emoção sequer: em sentido figurado, Nicholas tornara-se um zumbi.
As palavras de Vanyo faziam-se presente em suas memórias. Era fato: dificilmente, teria chance alguma contra os Rockets sozinho. Todavia, seu coração, já nublado pela negra aura da vingança não aceitaria ajuda alguma das autoridades. Iria resgatar Emma sozinho, para livrar seu âmago do imenso pesar que sentia. Talvez, não apenas resgatá-la. No fundo, Nicholas queria devolver tudo àquele maldito trio: física e psicologicamente.
Em apenas um dia, à sorte no mundo — que sempre temeu em ser hostil daquele modo —, mudara toda a sua postura e quiçá sua maneira de pensar.
Tinha um plano arquitetado para resgatar Emma. Agora, já em Petalburg, começava a desenhar tudo o que ocorreria daqui para a frente. Em uma situação desesperadora e crítica como aquela, não cogitava falha alguma. Teria de ser perfeito do começo ao final. Caso contrário... Respirava fundo a cada segundo que se passava em sua mente, imaginando do começo ao final como tinha de ser.
Em determinado momento, de tanto sua mente ser torturada por seu emaranhado sombrio, seu corpo cedeu não apenas à exaustão mental, como também a física. Serenamente, sua cabeça tombou, recostando-se sobre o vidro. A dor em suas costas, pouco a pouco, começava a cessar. Sua visão se tornava turva e suas janelas anis cerravam em resposta aos bramidos de seu exaurido corpo. Depois de tanto tempo, suas emoções deram uma trégua.
Adormeceu, enfim.
Estava escuro quando o ônibus chegou ao seu destino: Rustboro. Gradualmente, Nico abria seus cansados olhos, fitando o céu. Percebera a penumbra e algumas luzes acesas; provavelmente, ainda era madrugada. Sua consciência despertava aos poucos. Ergueu sua mão direita, esfregando os seus olhos para que seu corpo entendesse que era hora de acordar. Tomou a fada em seu colo, que também desadormecia com os movimentos de Nicholas fazia ao espertar. Confusa, fitou as janelas cerúleas do treinador, que apenas encarou-a de volta, sem dizer uma única palavra. Taciturno, Nico dirigiu-se à porta dos fundos do transporte, desembarcando em uma plataforma que dava vista para as ruas da metrópole.
Já alerta, seus olhos percorriam o recinto, até encontrar um banco vago. Lentamente, projetou seus pés na direção daquele canto do terminal — um local mais reservado. Jigglypuff massageava sua cabeça, tentando desvencilhar-se daquela terrível dor — psicológica e palpável — após tanto chorar, enquanto encarava Nicholas ora esperançosa, ora receosa.
Sentou-se no banco, colocando a rechonchuda fada ao seu lado. Suas mãos foram de encontro ao seu pálido e inexpressivo semblante, friccionando violentamente o mesmo. Mandava a mensagem para seu dormente corto que havia despertado enfim. Ainda com os membros tapando seu cenho, respirou fundo, repassando o seu plano ao seu cérebro ainda vagaroso.
Ao final de todo o processo, inspirava novamente. Agora, seu corpo era jogado para trás violentamente, batendo e voltando contra o encosto do banco. Sem delongar, puxou a esfera bicolor de suas três criaturas, liberando-as através do corriqueiro feixe alvo de energia. Todos eram materializados. Vislumbravam o local de relance, e não tardaram para perceber que já estavam longe da rota 101. Olharam para Nicholas, ainda confusos.
— Pessoal, estamos em Rustboro, e é aqui que tudo vai se passar — murmurou aos pokémons presentes. — Temos de resgatar Emma, e nenhuma margem de falha vai ser permitida. Então, quero que todos me ouçam atentamente. Nada de choro, tristeza ou misericórdia para aquele bando de filhos da puta, entenderam?
Apesar de confusos, os monstrinhos assentiram, com exceção de Nincada, que ainda estava receosa com as palavras do loiro. Percebendo isso, Nicholas arqueou o seu corpo para frente, entrelaçando seus pálidos dedos, fitando os olhos da formiga. Em momento algum, suas vistas se desviaram do trajeto. Buscava penetrar o âmago da pequena criatura apenas ao encará-la.
Queria apenas uma conversa sincera no fim das contas.
— Antes de começarmos, preciso conversar com você, Nincada — suas janelas jaziam intactas na direção dos olhos do inseto. — Devo inúmeras explicações e desculpas a você por tudo que aconteceu ontem, e queria fazer isso agora. Quando tudo isso acabar, explicarei para você tudo o que aconteceu. Mas antes de tudo, perdão — respirou fundo, cerrando os olhos, mas retornando a fitá-la logo em seguida. — Não sou desses treinadores que obriga você a ficar comigo, portanto, caso não queira ficar comigo, avise-me, que retornarei você ao seu habitat. Gostaria de sua ajuda nesse momento crítico, já que há algo muito importante em jogo: a vida de alguém que gosto muito — permitiu relaxar sua postura um pouco. — Não se isso fará você confiar um pouco mais em mim, mas foi eu, juntamente com esses dois que expulsamos os Zangooses próximos de você.
Seus olhos olharam de relance para a hiena e o lagarto. Os monstrinhos do loiro olhavam para Nincada, sorrindo receptivamente ao inseto, tentando transmitir segurança e aprazibilidade em suas janelas.
Mais uma vez, Nicholas tornou a dirigir-se ao inseto:
— Posso contar com você, pelo menos dessa vez? Se quiser ficar, preciso que confie em mim e em minhas ordens. Garanto que não quero te fazer mal algum.
Seus olhos continuavam estáticos na direção da formiga. Restava, portanto, a resposta da mesma.
O loiro encostava sua testa na janela, observando a paisagem, completamente aéreo. Ao fitar o firmamento estrelado, pintado caprichosamente de azul, harmonizando com calmaria instaurada nas noites do novo continente. Em contraste ao mundo externo, o intrínseco do loiro sofria diversos ataques de todos os lados. Lamúria, culpa e uma mescla de dezenas de sentimentos danosos à alma de qualquer ser vivo. Em um caso extremo, era como se Nicholas estivesse em uma UTI, tentando enfrentar seu eu interior a cada respiração que dava.
A carta deixada por Emma fora como um tiro em sua cabeça. A cada palavra que seus olhos percorreram naquele pequeno pedaço de papel — mas que tinham uma imensidão emocional que não se pode falar —, sentiu seu âmago se esfacelar. A silhueta da treinadora ainda era tão presente para sua mente, que hora ou outra, seus pensamentos a colocavam ao seu lado, naquele banco vago no fim do ônibus. Sua mão, feérica, tal qual toda a sua imagem afagava a rechonchuda fada.
Nicholas sentia o destino galhofando de toda a sua agonia. Questionava, segundo após segundo, o porquê de ela ser escolhida pelo destino a ter uma tramontana tão impiedosa.
O loiro esmorecia a cada metro que o transporte percorria. Respirava fundo, tentando ainda digerir aqueles acontecimentos tão atrozes em seu primeiro dia de jornada. Sabia que a jornada seria penosa, todavia, qual o motivo de reservar toda aquela barbaridade? E, sobretudo: por que justo quando ele, sempre fechado, envolto de uma murada emocional consistente em todos seus dezessete anos, resolvera quebrar com os próprios punhos aquela parede tão concreta. Emma conseguiu um espaço especial de Nico, que o fez questionar todos os fundamentos — duvidar de toda e qualquer funcionalidade do emocional.
Mesmo com infindáveis elucubrações, Nico ainda havia saído de Oldale alguns metros. Na verdade, entrara no transporte há poucos minutos — cerca de dez. Sua alma estava em um universo completamente a parte da realidade, maltratando seu cérebro e sua razão durante todo aquele ínfimo trajeto. Seus olhos, melancólicos, mantinham-se fixos na paisagem à sua direita. Não conseguia ao menos expressar alguma emoção sequer: em sentido figurado, Nicholas tornara-se um zumbi.
As palavras de Vanyo faziam-se presente em suas memórias. Era fato: dificilmente, teria chance alguma contra os Rockets sozinho. Todavia, seu coração, já nublado pela negra aura da vingança não aceitaria ajuda alguma das autoridades. Iria resgatar Emma sozinho, para livrar seu âmago do imenso pesar que sentia. Talvez, não apenas resgatá-la. No fundo, Nicholas queria devolver tudo àquele maldito trio: física e psicologicamente.
Em apenas um dia, à sorte no mundo — que sempre temeu em ser hostil daquele modo —, mudara toda a sua postura e quiçá sua maneira de pensar.
Tinha um plano arquitetado para resgatar Emma. Agora, já em Petalburg, começava a desenhar tudo o que ocorreria daqui para a frente. Em uma situação desesperadora e crítica como aquela, não cogitava falha alguma. Teria de ser perfeito do começo ao final. Caso contrário... Respirava fundo a cada segundo que se passava em sua mente, imaginando do começo ao final como tinha de ser.
Em determinado momento, de tanto sua mente ser torturada por seu emaranhado sombrio, seu corpo cedeu não apenas à exaustão mental, como também a física. Serenamente, sua cabeça tombou, recostando-se sobre o vidro. A dor em suas costas, pouco a pouco, começava a cessar. Sua visão se tornava turva e suas janelas anis cerravam em resposta aos bramidos de seu exaurido corpo. Depois de tanto tempo, suas emoções deram uma trégua.
Adormeceu, enfim.
Estava escuro quando o ônibus chegou ao seu destino: Rustboro. Gradualmente, Nico abria seus cansados olhos, fitando o céu. Percebera a penumbra e algumas luzes acesas; provavelmente, ainda era madrugada. Sua consciência despertava aos poucos. Ergueu sua mão direita, esfregando os seus olhos para que seu corpo entendesse que era hora de acordar. Tomou a fada em seu colo, que também desadormecia com os movimentos de Nicholas fazia ao espertar. Confusa, fitou as janelas cerúleas do treinador, que apenas encarou-a de volta, sem dizer uma única palavra. Taciturno, Nico dirigiu-se à porta dos fundos do transporte, desembarcando em uma plataforma que dava vista para as ruas da metrópole.
Já alerta, seus olhos percorriam o recinto, até encontrar um banco vago. Lentamente, projetou seus pés na direção daquele canto do terminal — um local mais reservado. Jigglypuff massageava sua cabeça, tentando desvencilhar-se daquela terrível dor — psicológica e palpável — após tanto chorar, enquanto encarava Nicholas ora esperançosa, ora receosa.
Sentou-se no banco, colocando a rechonchuda fada ao seu lado. Suas mãos foram de encontro ao seu pálido e inexpressivo semblante, friccionando violentamente o mesmo. Mandava a mensagem para seu dormente corto que havia despertado enfim. Ainda com os membros tapando seu cenho, respirou fundo, repassando o seu plano ao seu cérebro ainda vagaroso.
Ao final de todo o processo, inspirava novamente. Agora, seu corpo era jogado para trás violentamente, batendo e voltando contra o encosto do banco. Sem delongar, puxou a esfera bicolor de suas três criaturas, liberando-as através do corriqueiro feixe alvo de energia. Todos eram materializados. Vislumbravam o local de relance, e não tardaram para perceber que já estavam longe da rota 101. Olharam para Nicholas, ainda confusos.
— Pessoal, estamos em Rustboro, e é aqui que tudo vai se passar — murmurou aos pokémons presentes. — Temos de resgatar Emma, e nenhuma margem de falha vai ser permitida. Então, quero que todos me ouçam atentamente. Nada de choro, tristeza ou misericórdia para aquele bando de filhos da puta, entenderam?
Apesar de confusos, os monstrinhos assentiram, com exceção de Nincada, que ainda estava receosa com as palavras do loiro. Percebendo isso, Nicholas arqueou o seu corpo para frente, entrelaçando seus pálidos dedos, fitando os olhos da formiga. Em momento algum, suas vistas se desviaram do trajeto. Buscava penetrar o âmago da pequena criatura apenas ao encará-la.
Queria apenas uma conversa sincera no fim das contas.
— Antes de começarmos, preciso conversar com você, Nincada — suas janelas jaziam intactas na direção dos olhos do inseto. — Devo inúmeras explicações e desculpas a você por tudo que aconteceu ontem, e queria fazer isso agora. Quando tudo isso acabar, explicarei para você tudo o que aconteceu. Mas antes de tudo, perdão — respirou fundo, cerrando os olhos, mas retornando a fitá-la logo em seguida. — Não sou desses treinadores que obriga você a ficar comigo, portanto, caso não queira ficar comigo, avise-me, que retornarei você ao seu habitat. Gostaria de sua ajuda nesse momento crítico, já que há algo muito importante em jogo: a vida de alguém que gosto muito — permitiu relaxar sua postura um pouco. — Não se isso fará você confiar um pouco mais em mim, mas foi eu, juntamente com esses dois que expulsamos os Zangooses próximos de você.
Seus olhos olharam de relance para a hiena e o lagarto. Os monstrinhos do loiro olhavam para Nincada, sorrindo receptivamente ao inseto, tentando transmitir segurança e aprazibilidade em suas janelas.
Mais uma vez, Nicholas tornou a dirigir-se ao inseto:
— Posso contar com você, pelo menos dessa vez? Se quiser ficar, preciso que confie em mim e em minhas ordens. Garanto que não quero te fazer mal algum.
Seus olhos continuavam estáticos na direção da formiga. Restava, portanto, a resposta da mesma.
off. :
Olá, meu caro narrador! E eis aqui a segunda parte da minha primeira rota. Os objetivos dela são — além da história — treino dos meus pokémons, especialmente do Nincada (qro um Ninjask logo q) e quem sabe, uma captura. Caso tenha alguma dúvida do que ocorreu na última rota, só falar com a KB ou comigo mesmo, que eu ajudo a te inteirar na história. Ou, caso queira lê-la, fique à vontade! O link é esse aqui.
No mais, uma ótima rota para nós! o/
No mais, uma ótima rota para nós! o/