Pokémon Mythology RPG
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Ato 02 — Vendeta.

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Chegava até a ser redundância o cenho lamurioso de Jigglypuff. Mesmo com as palavras do loiro, o balão só tinha forças para chorar e soluçar. Nicholas arquejou. Por mais que entendesse tudo aquilo que Jigglypuff passava — afinal, sentia também aquela mesma agonia por ter seu lado mais humano por perto —, não toleraria qualquer tipo de falha ou não colaboração.

Tinha de resgatar Emma. E como dito assim que chegou no terminal, a falha de margens deve ser nula. Possivelmente, uma hora a paciência se esgotaria, e Nico daria voz ao seu lado mais oculto.

Uma aprazível voz rasgou aquele pequeno recinto. Soídos de uma sapatilha achegando-se dos dois, indagando se estava tudo bem. O loiro ergueu suas vistas, percebendo a meiga figura da enfermeira Joy, acompanhada de sua Blissey. Como sempre, prestativa, buscando auxiliar todos que passam pelos centros pokémon; e com Nico não era diferente.

Mesmo com o refeitório fechado, exprimiu que poderia trazer-lhe algo para comer caso estivesse com fome. Já sem delongar, indagou sobre conseguir alguma chave para quartos na recepção. Ora, o estabelecimento era deveras amplo, com quatro andares, e uma estrutura absoluta em relação aos menores. Por maior que a cidade fosse, quiçá tomar alguma chave para algum cômodo — nem que seja para disfarçar seria uma boa saída.

Aquele mesmo sorriso falso adornou seus poucos volumosos lábios. Seu semblante, agora, tornava-se muito mais receptivo. Nico, por mais que odiasse aquela personalidade, buscava fazê-lo com maestria para que tudo ocorresse de acordo com o que planejara ainda no caminho para Rustboro.

— Ah, obrigado, enfermeira. Se possível, um quarto para duas pessoas, por favor — projetou seu corpo para cima, rapidamente se levantando com Jigglypuff em seu colo. Hora ou outra, apertava com ínfima intensidade maior, não para machucá-la, mas que fizesse conforme ele estava fazendo. — A propósito, aconteceu alguma coisa na cidade recentemente? Uma amiga minha está para chegar na cidade, é com ela que vou dividir o quarto. Fico preocupado, vai que ocorreu alguma coisa no caminho.

Provavelmente, Emma já estava na cidade, todavia, nas mãos dos Rockets. Nicholas tentava parecer o mais simpático possível, e aquele puxão de orelha na rechonchuda a fizesse agir conforme ele estava fazendo. A ideia de não falhar estava sempre ressoando na mente de Nico, buscando fazer tudo perfeitamente.

Tudo para recuperar o seu lado mais humano. Sua aventura era uma cruzada para se redescobrir como pessoa, e até então, somente uma pessoa foi capaz de despertar sua empatia mais profunda. Era necessário tê-la ao seu lado para que dosasse seu mais enevoado ego.

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Quarta, 01h05min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  


Joy encarava o menino de cima até embaixo e fitou por alguns segundos o rosto inchado de Jigglypuff.. Mas ao invés da Pokémon seguir com as suas lamúrias pela perda da sua treinadora, ela mesma deu um sorriso e o que parecia ser um olho inchado, era apenas um grande sorriso para Jigglypuff. A enfermeira sorria em resposta! - Temos sim!- dizia a enfermeira conduzindo o rapaz de volta para o hall de entrada, onde as duas meninas esperavam uma resposta ainda do que parecia ser seus Pokémons.

A enfermeira de cabelos rosados ia para detrás do balcão, onde procurava uma chave. O que parecia ser uma chave, era na verdade um cartão-chave, talvez as portas tivessem sensor que se abriam com o uso do objeto eletromagnético. Ela entregava ao rapaz e registrava a sua estadia ali através da Pokédex do treinador. - Aconteceu?! Bem, Rutsboro é uma cidade grande e como toda cidade grande sempre acontece alguma coisa. Agora mesmo acabei de internar um treecko com queimaduras graves de água quente que derrubou sobre si em um apartamento, mas fora isso, tudo normal... Tem dia que é mais agitado, tem dia que é mais calmo. Hoje é um dia calmo.- concluíra a enfermeira.

- Fique à vontade! As refeições são servidas às 6h, às 11h e às 19h. Temos um campo de treino aqui atrás e no terraço uma área de voo para Pokémons. Mas acho que deve tá cansado, não é? Melhor dormir mesmo... Deve ser mais um treinador que vai enfrentar Roxanne, a nossa líder do ginásio, não é?- mais afirmava do que questionava...





Progresso da Rota - Nico :

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Nicholas tentou plantar verde para colher maduro. O direcionamento de sua indagação era nitidamente para saber sobre acontecimentos recentes, como possivelmente uma outra invasão dos Rockets — o loiro sabia que eram atrozes, em contraste com a ridícula capacidade mental dos mesmos. Joy retorquiu falando sobre o dia a dia. Disfarçou ao máximo possível sua decepção ao ouvir aquelas respostas da moça de cabelos róseos.

Os relatos sobre um Treecko se queimar com água quente. Um acidente doméstico muito comum, mas a ponto de levar a um centro pokémon? Pensou em dizer em voz alta “retardado”, todavia, preferiu reprimir — sua possível falta de empatia? — seus pensamentos negativos. Conforme avançavam, seus olhos ziguezagueavam o recinto, na esperança de encontrar qualquer coisa que lhe fosse útil em sua investigação. Seu ouvido também estaria atento para caso ouvisse algo relacionado aos Rockets.

Chegando ao balcão, recebeu o cartão responsável pela abertura de seu cômodo. Ouvira atentamente as instruções de Joy a respeito das refeições, apenas assentindo simpaticamente — por mais que, em seu interior, dava de ombros para aquilo. Suas perguntas lançadas posteriormente pareciam até mesmo retóricas: tanto quanto enfrentar Roxanne como ir descansar. Nico apenas colocou o cartão em sua carteira, tornando a guardá-la.

— Planejo enfrentá-la mais para frente, sim — sorrira. — Irei procurar essa amiga minha pela cidade, às vezes, ela está perdida. Com licença.

Em um movimento vertical de sua cabeça, ao final curvando seu pescoço suavemente, deu mais um sorriso — dissimulado — para a gentil enfermeira de madeixas rosadas. Sem titubear, pressionou Jigglypuff contra seu peido e dirigiu-se então para a saída do centro pokémon. Iria, então, para fora, finalmente tentar iniciar suas investigações.

Torcia, do fundo de sua alma, para que tudo ocorresse bem.

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Quarta, 01h15min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  



Joy se surpreendia com a decisão do garoto... Era madrugada, as ruas eram perigosas e ela meio que olhou mais uma vez para o menino surpreso por vê-lo sair dali sozinho em busca de sua amiga, UMA HORA DA MANHÃ! Não que ela soubesse toda a história do rapaz e como ele agia, mas naquele momento estava ficando cada vez mais complicando ajudar o garoto... Tanto que Joy achou que ele ia para o quarto. Antes dele sair, ela saia de detrás do balcão apressada, sendo acompanhada por Blissey.

- A chave fica na recepção enquanto o treinador sai... - dizia em uma voz doce e simpática, apenas explicando ao menino como funcionava aquele local. Era comum jovens treinadores passarem por isso. Ela meio que quis também acompanha-lo, preocupada com o que o menino ia fazer lá fora, sem contar a sua amiga “Perdida” - A sua amiga está perdida a essa hora? Já tentou ligar para ela?- claro que não, Joy, ela foi RAPITADA - Acha que não é um caso de ligar para a delegacia e informar o desaparecimento?- várias ideias da enfermeira preocupada se saiam dali para poder ajudar o garoto. Não era por mal que Joy era assim tão prestativa, era o jeito dela...

Enquanto isso, a porta detrás do palcão, automática, abria-se enquanto outra Joy (idêntica àquela que conversava com Nico) saia, dessa vez, acompanhada de um Wigglytuff. A forma evoluída de Jigglypuff ajudava a outra Joy em algum procedimento mais sério dentro da ala de internação. A outra Joy precisava do auxilia de sua colega.

- Só um minuto...- respondia ao garoto, sabendo que a sua colega precisava de ajuda apenas pela troca de olhar. - Tenho que resolver uma situação, mas eu já volto para poder lhe ajudar com sua amiga...- afastava-se do garoto, deixando-o livre para prosseguir, no entanto, os sentimentos da enfermeira eram verdadeiros...




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A afabilidade de Joy sobressaía em sua personalidade. Apesar de chamar a atenção do garoto, não era ríspida em momento algum. Nicholas então surpreendeu-se ao ouvir o aviso da mesma sobre deixar os cartões na recepção. Tentando reproduzir o mesmo sorriso simpático da enfermeira, o loiro apenas arqueou o cartão, deixando nas mãos da mulher antes de um riso mais largo. Buscava passar uma inocência que não existia em seu interior para que não ocorresse nada contra os seus planos.

Tal uma rajada de um fuzil de assalto, Joy disparou inúmeras soluções — óbvias e simplórias, o que provavelmente qualquer pessoa comum faria — na forma de indagações. Nico cerrou seus olhos enquanto sua mão esquerda se dirigia à sua nuca. Coçando-a suavemente, simultâneo a um riso “singelo”, o treinador se dirigiu à enfermeira:

— Não é necessário. Não vou muito longe, é que ela só é um pouco tontinha, sabe?

Ao término de suas palavras, a porta detrás do balcão entreabriu-se. A silhueta de outra moça idêntica à que estava junto a Nicholas apresentou-se junto de uma Wigglytuff. Em uma curta troca de olhares, fora possível perceber que a segunda necessitava da ajuda daquela Joy no balcão. O loiro apenas vislumbrou-a, dando de ombros levemente — sempre com um sucinto riso ingênuo e falso. Notando que o dever lhe chamava, pediu um minuto para Nicholas, dizendo que a ajudaria o garoto em encontrar sua amiga sumida.

Ausentou-se, deixando espaço — quiçá tempo — suficiente para que o loiro saísse do edifício hospitalar.

No momento em que a porta atrás do balcão se cerrou por completo, Nicholas apenas dava as costas. Seu cenho inexpressivo mais uma vez podia respirar depois de tanto tempo sufocado. Seus olhos chamuscavam, clamando para que aquele desejo tão obscuro fosse alcançado. Sem delongas, o loiro arqueou a esfera bicolor metálica de seu canídeo ainda dentro do prédio. Libertara, então, Mightyena.

A hiena prontamente sabia da situação, conforme conversado anteriormente. Apressou o seu passo para a saída, querendo aproveitar essa brecha deixada pela enfermeira. Suas intenções eram das melhores, de fato, mas Nico não queria envolver ninguém: apenas ele e seu eu mais oculto era quem participariam daquele resgate. Era a sua redenção, a sua cruzada, resgatar aquela treinadora que conseguiu fazer alguns buracos naquele muro tão concreto que o próprio treinador construiu em volta de si próprio.

Já fora do centro pokémon, ainda andou mais um pouco para sair das vistas por detrás da porta para que Joy não viesse em seguida. Tomou a bandana carmim que Emma usava, agachou seu corpo e aproximou-a de Mightyena.

Naquela ocasião, era a única ferramenta que tinha em sua disposição: confiar no olfato aguçado de seu canídeo para que tentasse reconhecer rastros do cheiro de Emma. Torcia, sem externar, para que seu pokémon fosse capaz de fazê-lo. Ter de pedir para autoridades — seja informação ou para que o auxiliassem, isso é, se não monopolizassem tudo — era a última coisa que Nico queria.

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Quarta, 01h15min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  


Despistando-se da enfermeira Joy, simpática, dedicada, Nico corria atrás do peso em seu coração que só seria aliviado após concluísse aquela investigação e resgatasse a sua mulher amada. O treinador já estava nas ruas de Rutsboro e talvez demorasse um pouco para Joy notar a ausência dele, que contrariou a “ordem” de espera-la. Andou um pouco até pedir ao seu Dark que procurasse os rastros de Emma, usando a bandana dela... Obediente, Mightyena começava farejar as ruas e assim começou a caminhar com o focinho rente ao chão, procurando qualquer traço, nas desertas ruas da cidade cinzenta.

Ora, Rutsboro fazia frio naquela madrugada. O Pokémon balão rosado virava a sua face para o corpo do garoto, tentando furtar ainda um pouco de calor dele, enquanto a pelagem do Dark deixava-o mais quentinho por dentro. O céu de poucas nuvens e estrelas assistia o avançar do cachorro naquela rua. Bem, a cidade era enorme e passava várias pessoas durante o dia... Encontrar o cheiro de Emma no meio de tantos outros odores era como se fosse um alfinete no meio do palheiro. Mesmo assim, Mightyena não desviava a sua atenção, avançando cada vez mais para longe do Centro Pokémons.

Os prédios comerciais eram deixados cada vez mais para trás, assim como um Colégio enorme que ficava ali... O jovem conseguia caminhando pelas calçadas e passando pelos sinais de trânsito, todos piscando amarelo, pois já não funcionavam mais até que fosse dia. O canino bufava um ar quente de suas narinas, como se fosse necessário para tentar se concentrar de novo. Já tinham se passado alguns minutos em que o jovem decidiu caminhar por ali com o seu Pokémon, afastando-se das construções comerciais e indo mais para as construções residenciais. Mightyena não parava!

O que parecia ser um caminho direcionado até Emma, naquele momento era apenas um susto: um grito! Era feminino e por mais improvável que fosse, era impossível não ligar ao grito de Emma. Mightyena parava de farejar e encarava o seu treinador, em um fronte surpresa, esperando informações, ordens, qualquer coisa... Talvez a sorte estivesse ao seu lado, ou o simples acaso...



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A paisagem mudara conforme o trio andava pelas desertas ruas de Rustboro. O faro do canídeo do loiro era, de fato, muito aguçado. Mesmo com o emaranhado de odores que pairava pela cidade central de Hoenn, ainda assim era capaz de guiar a todos apenas com um rastro do cheiro de Emma. Os olhos de Nicholas sempre corriam o ambiente, de um lado para o outro. Atento como sempre, estava pronto para agir para qualquer imprevisto.

O vento sibilava, roubando todo o calor do corpo dos três que andavam pela cidade. A fada pressionava sem rosto contra o peito do treinador, que apenas a fitava com pesar. Por mais que a protegesse, imaginava que seu colo jamais seria tão terno quanto a de sua treinadora. Jigglypuff engatilhava as poucas e recentes lembranças afetivas que tinha da loira, mesmo que não quisesse. Conforme seu cérebro disparasse a todo instante o tão cintilante sorriso quanto uma estrela cadente da jovem, Nicholas apenas afagava a pequena. Ela o tinha como refúgio, e não podia falhar naquele momento.

A imagem do amplo colégio — famoso na região — chamou a atenção do garoto em meio aos seus devaneios. Na rua, apenas aqueles três davam as caras, e o único ruído era o do sapato do treinador atritando contra a calçada, força esta que o fazia andar. Mesmo divagando, suas janelas ainda ziguezagueavam por todo aquele inóspito recinto. Sabe-se o que tem nas ruas. Por mais que sua cidade natal era interiorana, ainda assim, sabia como deveria ser cauteloso, ainda mais em uma situação como essa.

Conforme andavam, um bramido feminino rasgou os ventos até chegar em Nicholas e os demais. Todos os presentes se entreolharam assim que seus sistemas auditivos processavam aquele som, ainda de autor desconhecido. Nicholas engoliu em seco. Seus sentidos traíam sua razão conforme pressionava a fada contra seu peito. Segurou, como muitas vezes, um urro abafado de sua alma, quase partindo para cima de onde viera o grito como um soldado de linha de frente. Fora necessário inspirar mais uma vez.

Estar em uma jornada era muito mais difícil do que havia previsto. Nico jamais premeditaria que o destino lhe faria conhecer alguém que fosse capaz de iniciar a demolição de um muro tão maciço que nem ele mesmo era capaz de sair. Por mais racional que muitas vezes fosse, sentia, cada vez mais, sua emoção reprimida urrar para que não a sufocasse tanto; achava a emoção uma fraqueza, e nessa situação, não poderia recorrer a ela.

Sem titubear, olhou para os dois monstrinhos. Colocou seu indicador direito entre seus lábios, pedindo o silêncio dos dois. Mesmo entre inúmeros conflitos internos, ainda assim memorizou de onde o grito viera. Taciturno e cauteloso, avançava, gradualmente. Tentava abafar ao máximo todo e qualquer soído que viesse dele ou das criaturas que o acompanhavam.

Dizem que quem não arrisca, não petisca. Nicholas não sabia ao certo se tinha a chance de ser a garota estar sofrendo com as ações ardilosas do Rockets, ou apenas um cidadão comum gritando por ver algum Rattatta perambulando pela casa. Sem relutar, apenas seguiu, silenciosamente.

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Quarta, 01h15min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  


O som outrora audível, agora era abafado. O jovem treinador não tinha tempo para atitudes emocionais. Muito pelo contrário! Nicholas pensava bem e tentava raciocinar de onde viera aquele fatídico grito. Ele não estava sonhando, embora pudesse estar cansado da longa viagem de ônibus. Talvez ele estivesse até alerta demais, mesmo horas sem comer, afinal, quem é que não sente fome de madrugada quando acordado? Jigglypuff parecia ficar sem ar... Antes o treinador conseguia ouvir a respiração dela com facilidade, enquanto agora, o grito fez com que a Fairy se perdesse em seus pensamentos. Talvez pensasse como Nico: Emma com os rockets ou um cidadão fugindo de um roedor?

Seja qual foi, a decisão do menino fora astuta. Nico se espreitava entre as calçadas, seguindo junto de Mightyena para o local onde pensara ter ouvido o barulho. Cada vez que se aproximava, ele conseguia ouvir barulhos, que não eram facilmente distinguíveis, mas ainda assim vinham de um beco daquelas ruas... Ainda estava no centro comercial, o que significa, que se poderia encontrar ali algum carro de polícia vistoriando as ruas, pois só um doido de andar nas ruas naquela madrugada. Um doido ou Nicholas, mas quem disse que o garoto era 100% certo?!

O loiro aproximava-se do seu local como um predador que está visualizando o seu caminho. Nicholas encarava na esquina o beco sujo e úmido, com dois contêineres cheio de lixos, cujo fedor já era possível sentir. No fundo do beco, cujo chão era esburacado e acumulava poças de água, um homem alto e magro, usando um camisa sem manga branca (em um frio desses? Sim!), calças jeans. A visão do homem de cabelos negros e longos até o fim do pescoço fora a primeira coisa que Nico viu, porque a segunda foi um pouco... Bem... precisava de estômago... Ele estava com a mão na boca de uma mulher de cabelos bem curtos, com de cobre, e abraçava ela com força por trás, impedindo-a de gritar, mas ainda assim ela fazia um som abafado, querendo afastar o homem, visivelmente mais forte, dela.

A mão do sujeito avançava de forma furtiva aos seios da moça, que embora não conseguisse chorar, seus olhos enchiam de lágrimas... O homem encostava sua pelve mais próxima do traseiro da moça, esfregando de forma asquerosa e tendenciosa. Ele parecia ter a satisfação de querer ver a agonia da moça. Enquanto uma mão tampava a boca dela, a outra segurava um braço, mas se aproveitou de um momento para soltar e passar a mão por frente dela, abaixando até debaixo do vestido, tipicamente de um uniforme de alguma cafeteria ou algo assim. Jigglypuff ficava em choque no colo do menino...





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A cena mais horripilante que poderia ver. De primeiro momento, ainda relutara de início, sempre se indagando se era possível uma criatura dita racional chegar a tal ponto. O grito da garota abafado pela mão porca do homem que, gradualmente, seguia com suas mãos para as partes íntimas da garota. Sua reação instintiva foi tapar os olhos da fada; não queria que a mesma visse aquilo, afinal, poderia abalar ainda mais seu frágil âmago.

E foi nesse momento em que Nicholas apenas se deixou ser envolvido por todo o ódio que já espreitava a sua alma.

As trevas em seu interior já clamavam pelo seu nome, e pouco a pouco, avançavam, dominando cada milímetro do coração do jovem treinador. A adrenalina disparava em suas veias sanguíneas; seu corpo, antes relaxado, agora tremelicava com aquela sensação de cólera que nunca dantes deixara extravasar. Em seu âmago, seu furor gargalhava sadicamente enquanto seu dominava o loiro por completo.

Cerrou seu punho livre com força máxima. Rangeu seus dentes, como uma besta ao avistar um inimigo. Seu instinto animal uivava para o escuro e pouco estrelado firmamento; avistava aquele asqueroso homem apenas como potencial de liberar todo o seu ódio guardado até aquele momento. Seus lábios pincelavam um sorriso nunca antes estampado no rosto de Nicholas: sádico. O bramido abafado das sombras irrompeu justamente naquele instante, já que aquele riso silencioso era o mais claro sinal de que o treinador já fora corrompido por seus sentimentos mais sombrios.

Conforme as mãos do homem avançavam, a cabeça do garoto já começava a maquinar como acabar com ele, aproveitando-se da vantagem. Possivelmente, diante daquele cenho tão malicioso, Nico até mesmo estaria planejando matá-lo, ou quiçá apenas torturá-lo. Estupro é, com toda certeza, o mais hediondo crime. As lágrimas interrompidas pelos orbes da garota com cabelos cor de cobre denunciavam seu sofrimento e a gravidade da situação; por outro lado, a expressão maníaca do homem de camisa branca selava o seu destino na frágil cabeça de Nicholas.

Agachou-se abruptamente, chegando muito próximo aos ouvidos de seu noturno ainda com aquele sorriso sádico. Murmurou, inaudível até mesmo para Jigglypuff, quais seriam as ordens ao seu canídeo.

— Vá, e imobilize-o, para que eu apareça. Não tem problema se for fazer uns machucadinhos, aliás, pode feri-lo à vontade.

Projetara, então, seu corpo para cima lentamente. Observava aquele homem como uma frágil presa, vítima de todo aquele seu furor acumulado desde a rota 101 até o seu pico ao ver aquela cena escabrosa. Apenas observaria, enfim, o que seu ágil canídeo faria antes de sua personalidade sombria aparecer diante de todos.

off. :

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Off escreveu:
Pra mim tá coerente Wink




Quarta, 01h15min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  


O beco se tornava pequeno demais para tamanha aura que se acumulava. Embora os Pokémons não deduzissem aquela barbaridade humana, algo parecia fluir do abusador que era extremamente cruel... Era uma mistura de nojo com desgosto, mas que parecia ser tão perverso quanto o ódio que exalava do moreno, que se transformava como se um demônio que outrora dormisse dentro dele agora estava desperto... O sussurro ao ouvido do seu canino aparentemente o influenciava conforme o seu coração. Era comum Pokémon puxarem traços de personalidade dos seus treinadores... Naquele momento, Mightyena incorporava um verdadeiro cão do inferno comando pelo próprio diabo...

Rosnando enquanto corria naquele beco, o Dark avançava contra o seu alvo... A saliva da hiena percorria o chão, fazendo uma pequena trilha de respingos até a jugular do assassino. Este, que ouviu o rosnado e perdera a sua atenção de sua vítima se virava em segundos antes de Mightyena cair sobre ele. A menina caia para o lado desesperada, com as mãos no chão e joelhos tocavam aquele chão grotesco e áspero. O moreno caia de costas no chão, usando o seu antebraço esquerdo para proteger o seu pescoço. As presas de Mightyena perfuravam a carne viva do homem, que ainda excitado, detinha da maior quantidade de sangue em outro lugar, mais abaixo, e menos nos músculos, o que não evitou de escorrer o líquido rubro pelo membro superior.

Enquanto o loiro protegia o pudor da feérica, a mulher olhava horrorizada para o canino latindo e mordendo braço do seu alvo. Ela não queria esperar para interpretar que fora salva, até porque, a aura emanada de Nico igualmente tenebrosa, embora as razões fossem um pouco mais nobres... Ela se erguia do chão, ainda cambaleando de um lado para o outro, enquanto seu coração acelerado bombeava sangue para que ela pudesse fugir dali... Sim, fugir! Ela não queira, em hipótese alguma, saber o que estava acontecendo, queria a sua casa... Encostou-se na parede do lugar, ainda com ânsia de vômito e saiu correndo, tentando ficar em uma distância segura entre o homem e o menino...

O estuprador tentava socar em desespero o rosto do canino, que permanecia moendo o braço de sua vítima... Já sem o que fazer, sua mão livre avançava no bolso retirando duas esferas bicolores de longe. O flash de luz específico da pokébola iluminou parcialmente o beco escuro, enquanto um Ekans envolvia o corpo de Mightyena, fazendo o Pokémon soltar o homem e lutar contra a cobra de forma ofensiva. Da segunda esfera, saia um Pokémon esverdeado, pequeno, parecendo uma bolsa verde... Abria a sua boca (que parecia ter uma boca maior do que o normal para aquele tipo de situação) e assim soltava uma fumaça roxeada e curta, que envolvia rapidamente o rosto do canino negro e dissipava, deixando-o envenenado... Era possível ver o focinho do pokémon levemente roxeado e hora ou outra uma estática roxa cobria o corpo dele.

- Que p*rra é essa?!- questionava o homem que se colocava agora de pé com seu braço escorrendo sangue e encarava o mandante do “crime”, enquanto Mightyena conseguia finalmente se desvencilhar da ofídia que caia no chão...


Ato 02 — Vendeta. - Página 2 Gulpin Ato 02 — Vendeta. - Página 2 Ekans

Progresso da Rota - Nico :

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