A Primeira Missão Ranger

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Embora Sckar questionasse a similaridade dos casos, pelo seu ponto de vista, uma coisa ambos concordavam: a família estaria no topo da lista dos suspeitos, depois viriam os desconhecidos e consideraria a família Blake como azarados pelo destino. O menino seguia calado atrás de Bill, que revelou o mundo sendo mais cruel. Diferente do passado de Sckar, em que outras pessoas tentaram preservar a inocência do menino, Bill não seria isso. Havia situações na vida que pokémons poderosos não resolviam e seus títulos como grande treinador pouco iria funcionar. Resolver aquele crime tinha disso: mais de cabeça, menos de força bruta!

Enquanto deixavam a delegacia, o rapaz ia para o estacionamento ali do lado, onde Bill entrava em um carro, deixando o espaço de tempo suficiente para que o ranger entrasse no veículo também. O impala ano 70 era o veículo que combinava com o jeito truculento e antigo do detetive. Não era carro do ano, mas era óbvio que ele tinha um apego ao veículo, pois o mesmo era extremamente limpo e organizado (Diferente da sala), tendo um cheiro agradável de couro. Ele até tirava um paninho do porta-luvas e limpava a tela do veículo e usava óculos escuros para não ser atrapalhado pelo sol, que ao longe era ameaçado de ser bloqueado por nuvens negras que se aproximavam...

- Não se esqueça dos cintos.- ok, pelo menos ele se importava com o mínimo das leis de um policial.

Deixando o centro de Rutsboro naquela tarde, a cidade permanecia bem movimentada, com pessoas indo de um lado para o outro, aproveitando-se do comercio e de seus afazeres do dia. O trânsito era lento, com vários semáforos/sinaleiras pelo caminho, várias passagens de pedestres. Quando conseguiram se afastar do centro da cidade, eles agora estavam mais perto de um bairro residencial, de casas de pessoas de nível médio. Grande parte das casas era murada, e as que não eram, haviam placas dizendo que era área monitorada por uma equipe de segurança.

A casa dos Blakes era um sobrado entre duas casas muradas. A placa de monitoramento continuava. Havia câmeras na rua, que pelo o que poderia se observar, tinha visão para a frente da casa. As portas do lado exterior eram de ferros e as janelas tinham grande. De fato, seria difícil entrar pela frente e sair livremente. Em frente, uma viatura da polícia, com um policial dentro, mexendo no celular. Bill estacionava logo atrás, enquanto saia do carro e batia no capô do carro do colega, conversando algo com ele, possivelmente um relatório... Nada digno de nota!

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As câmeras seriam uma boa fonte, mas claro que Bill com uma boa experiência sabia disso. - Sim, temos todas as gravações... Depois eu te mostro algo estranho que vi... - dizia o homem, tocando a campainha da casa ali. Sckar ao lado parecia realmente filho de Bill, até o policial no carro rio da cena, mesmo o detetive tendo informado que era um ranger. A porta era aberta por uma moça loira, tinha os seus quase 30 anos, cabelo atrás da tiara e olhos azuis.

Bill se apresentava e entrava. A casa estava um pouco movimentada. Um homem no sofá se levantava, com idade próxima dos 40 anos, mas que era visivelmente jovem. Sckar sabia disso porque ele era o enfermeiro Blake, um homem alto de olhos claros, cabelos loiros escuros ondulados, uma barba mal feita e por fazer, indo até o homem da delegacia, pois já o conhecia. - Detetive!- apertava a mão do homem;

- Este é o recruta ...- ficou em silêncio, porque o nome de Sckarzinho era difícil mesmo. - Recruta Akuma, Ranger designado para auxiliar no caso.- informava o homem. Claro que Antonio Blake ficou surpreso com a idade do jovem Sckar. Não tem como não ficar!!! - Ela está disponível pra uma conversa rápida?- perguntava o homem.

A casa estava cheia de pessoas, parentes e amigos que estavam ali pra dá apoio, mesmo não sabendo como fazer isso. Antonio ia até o quarto, pedindo Bill e Sckarzinho que o acompanhasse, abrindo a porta do quarto, onde a mulher estava na cama. Era uma mulher bonita, de cabelos ruivos longos e cacheados, o rosto cheio de olheiras, com um tom melancólico. Os olhos verdes de Gizele prendiam qualquer um em seu ritual de desespero. Mesmo com o rosto aparentemente abativo, Gizele se sentia fraca e era possível perceber isso. Ela tentava sentar na cama, mas parecia estar fraca, no entanto, agora, qualquer um julgava estar dopada.

- Querida, detetive Bill e seu parceiro estão aqui para poder fazer algumas perguntas...- dizia o homem, ajoelhando-se ao lado da cama e segurando ambas as mãos de sua esposa, em um afeto conivente. Antonio tentava dar o suporte a sua esposa...

- Senhora Blake, queremos fazer só algumas perguntas...

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Aquilo estava sendo uma escola pra o jovem Sckar. Ser ranger era uma tarefa difícil e era possível dominar várias habilidades, mas nem sempre ser bom em todas elas. Ter Bill do seu lado era um caso em que o jovem Sckarzinho poderia usar como modelo, pegando o que era bom, claro. Bill manteve-se em pé, enquanto Antonio sentava-se na cama e abraçava Gizele. A mulher estava bem abalada, bem abalada demais. Parecia que para a ruiva não tinha esperanças. Era algo até demais, considerando que deveriam ter mais esperanças, como Antonio, que embora triste, mantinha a convicção que encontrariam o responsável.

- A gente pegou testemunho do seu marido, que não estava aqui, familiares e vizinhos... Mas precisamos ouvir da senhora, talvez tenha algum detalhe que nos direcione a um suspeito pra poder procurar...- dizia o homem, olhando para a mulher... Ele começava a falar mais baixo, calmo, nem parecia o Bill que menosprezou o jovem Scarkzinho. O cara era bom!

- Foi na terça feira, de noite... Eu deixei no chiqueirinho dela na sala... Estava muito quente e eu deixei a porta que dá para o quintal aberta... Eu me descuidei por um minuto... Um minuto... e quando voltei, ela não estava mais lá...- a voz de Gizele trazia o tom de incredulidade, enquanto ela comunicava acerca do relato rápido. Rápido porque era possível ver os olhos marejando e o estado dela piorando. Era delicado.

- Viu algum detalhe, ou som que pudesse significar algo? – insistia o detetive, até porque ele pensou que poderia não ter mais um tempo como aquilo.

- Um riso!- a voz de Gizele tremeu. Ela começou a olhar para um ponto fixo no quarto, enquanto Antonio, o esposo mostrou espanto... Foi um relato que até Bill estava por fora. - Um riso?!- questionou o oficial, que não sabia daquela informação. - Que riso?!

- O dia todo eu estava escutando uma risada... Sim! Eu fui ver na porta da rua, não tinha ninguém, mas não fui no quintal... Ele estava aqui... Eu sei... Esperou eu deixar minha bebê sozinha e foi ai que ela roubou... Corri para ver, mas acho que só vi um vulto, pulando o muro...- informava... As câmeras da frente não seriam úteis... Bem, talvez fosse o tempo de Sckar perguntar algo, se quisesse...

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O caso era de Sckarzinho também e sabidamente ele procurava alguma pista sobre o paradeiro do bebê e do responsável. Gizele ouvia a pergunta. Seu estado dopado parecia impossibilitar qualquer novo detalhe, mas ela tentava. Antonio sempre ao lado, envolvendo seus braços em torno de sua esposa, tentando ser o mais forte possível.

- Não sei... É tudo tão escuro... Mas acho que é de uma mulher... Risada feminina... Eu não lembro de ter ouvido antes risada... Mas é familiar o tom, mas não sei...- a mulher parecia bem confusa, seja pela falta de precisão das cenas, ou porque estava ainda sob efeito de drogas muito fortes para se acalmar, mas Sckar continuou. As perguntas eram importantes para a investigação. - Não... Não percebi nada... Só uma... Bem, nada de importante.- Gizele parecia ter lembrado de algo e hesitou em falar. A voz dela pareceu travar, com uma negação. Ela olhou para o esposo. Bill interviu.

- Qualquer coisa que acha não valer a pena, vale a pena pra a gente.

O marido suspirava. - Há quase um mês, Gizele teve uma briga no mercado com uma amiga de ensino médio, nada demais... Mas ela chegou em casa bem agitada... Ela já é ansiosa por natureza, a briga deu alguns picos de ansiedade nela.- relatava o homem.

- Ela não é minha amiga... Desde o ensino médio ela ficava de olho em você...- bem, uma briga recente, reflexo de um passado conturbado aparecia na história. Gizele estava ainda mais nervosa. Inclinava-se pra frente e pra trás. - Não acha que foi a Amanda quem fez isso, acha?- a pergunta de Gizele veio com força. A mulher precisava de cuidados. Gizele começava a se agitar e as lágrimas escaparam. - Eu quero o meu filho... Eu quero o meu filho...- o choro começava a cair com força agora. Ela ficava mais agoniada. Antonio tentou contê-la, mas Gizele pareceu querer bater nela... As perguntas estavam mais no ar ainda...

- Amor, fique calma.. Eles vão achar nossos filhos... Fique calma!- o marido tentava estabelecer a calma na mãe que perdera a cria, enquanto pedia ajuda dos presentes. - Detetives, abram a gaveta da cômoda, tem um frasco e um seringa, pra poder aplicar nela. - bem, parecia que Gizele precisava ser dopada de novo, dessa vez com uma injeção. Enquanto Bill foi ajudar o Antonio a conter Gizele, sobrava para Akuma assumir pegar o remédio.

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Gizele estava atordoada com os acontecimentos. Relembrar a fazia se agitar ainda mais. Da gaveta, um frasco de Haldol era retirado e entregue pra Antonio. Sckarzinho sentia a força da mulher, que se não fosse Bill, teria arremessado o garoto longe. Os dois tinham dificuldades de manter Gizele estável, enquanto Antonio preparou o medicamento. - Não, não, não...- pobre mulher, começava a ficar forçadamente calma, porém, catatónica, encolhendo-se na cama, não que o remédio tivesse feito efeito, mas tinha liberado um gatinho na mulher, que sabia o que viria.

Já agora com a mulher contida, a porta o quarto era fechada e Sckarzinho olhava para a única fonte de testemunha que tinha ali. - Amanda? É Amanda Collin. Foi colega nossa no ensino médio, fez faculdade de enfermagem comigo, trabalha até no posto de operações rangers aqui de Rutsboro. - tinha um posto de operações rangers em rutsboro? Sim! - Ela nunca deu bem com a Gizele. Ou a Gizele com ela... Desde muito tempo Gizele dizia que a Amanda gostava de mim e queria “me roubar dela”, mas a Gi sempre foi bem temperamental e ciumenta... Mas sim, elas tiveram uma briga no mercado há 1 mês. – finalizava.

Bem, Sckar tinha uma suspeita, porém, ainda uma interrogação. Primeiro, Gizele falou “meu filho”, e não “Minha filha”. Antonio falou “nossos filhos”. Sckar captou a interrogação. - Ana Paula não é nossa primeira filha...- dizia o homem, com um pouco de pesar na voz. - Há 5 anos tivemos um filho e por algo inexplicável ele faleceu com 3 dias de vida. Uma infecção neonatal, os médicos não conseguiram definir o porquê. Desde então, Gizele passou por momentos difíceis e a alegria dela foi ter a Ana Paula... – os olhos do homem ficavam marejados e até a voz ficava trêmula. - Por isso que ela tá tão transtornada... É um peso muito grande para ela, como mãe... E para mim, como pai!