A Primeira Missão Ranger

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- Meu primeiro filho?- Antonio achava estranho o questionamento do primeiro filho do casal, que naquele momento parecia irrelevante. Aconteceu há 05 anos, mas para Sckar era importante. O homem de olhos claros fitava Bill, como quem questionasse a relevância da pergunta. O mais velho apenas assentia com a cabeça, como quem pedisse para responder, mesmo diante de tantos casos. Alguns familiares e amigos, de longe, tentavam ouvir, por curiosidade o que estava acontecendo, até porque, os gritos de Gizele despertaram a empatia de todos.

- Bem, ele nasceu no Hospital onde trabalho, o St. Germany. E não houve investigação criminal... Decidimos também não pesquisar a causa da morte, por demorar pra velar o corpo e por ter desencadeado as crises em minha esposa... Por que a pergunta? Meu filho morreu de casos naturais, como pode ser relevante hoje?- o homem questionou o que queria, afinal, ele se sentiu preocupado. Uma coisa é uma morte por causas naturais, pelo menos, naturais para ele, mas seria mesmo? Nenhum bebê morre sem saber a causa ou o homem não tinha sido informado a verdadeira causa da morte! Impossível estabelecer um laço. - Acredito que as coisas acontecem por um acaso, só quero saber onde está minha filha!

- Antonio, estamos apenas tentando ajudar... Você trabalhava no hospital na época, mas claro, todo este processo é bem trabalhoso, eu sei. Tinha alguém que pode se lembrar do caso?- Bill perguntava.

- Bem, tem doutora Carla, a ginecologista da minha mulher e, claro, a Amanda trabalhava na época no hospital, isso foi antes de passar no concurso pra trabalhar com os rangers. Sem a Gizele saber, ela me ajudou pegando alguns plantões meus, para eu poder ficar com minha esposa.

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Sckarzinho era bem direto. Certo ponto, a imaturidade proveniente da idade era escondida, enquanto a maturidade, de alguém que queria ser responsável, crescia. Antonio se sentia ainda confuso perante as alegações do menino, mas respondia e não achava mal, pelo menos, aparentemente. A realidade apenas alguém que lia mentes saberia... Bill falava algumas coisas para o homem, talvez algumas palavras de como a Delegacia de Rutsboro e a Corporação Ranger do local estavam dando duro naquele caso, claro, sem prometer nada, além do empenho que estava sendo entregado.

No fim, ele apertava a mão de Antonio e saia da casa, com Sckar na frente. Bill foi falar com seu colega na viatura de frente da casa. Parecia que o serviço dele não seria mais necessário e Antonio ligaria caso houvesse alguma eventualidade. Se resgate não foi pedido nestes três dias, talvez, não seria pedido mais. Com dois pequenos murros no capô da viatura, o outro oficial se despedia e saia e Bill voltava para o carro.

- É você até que é um garoto esperto...- admitia o homem, depois de ver como Sckar reagia naquelas perguntas e como traçava o pensamento. Talvez para um enfermeiro como Antonio, perceber a linha de raciocínio fosse difícil, mas Bill, bem, o cara era mais velho. - Poucas informações, mas vou te mandar... Aparentemente o vulto saiu de detrás da casa dela e foi pego parcialmente por uma câmera, mas não deixou rastros... Nem um! Pelo menos a visualização por terra não mostrou... Visualização aérea raramente é eficiente pra traçar rotas, aumenta a efetividade e especificidade em perseguição... Mas fique livre, garoto!- mais uma vez, um conselho da experiência, que não era tão fácil de se provar assim...

Bill ligava o carro, após passar alguns minutos olhando o celular, tentando acessar o email. Ele mais uma vez colocou seus óculos, e estava na cara que ele não tinha acostumado de usar e era bem relapso com isso, mas no fim ele pediu o email de Sckarzinho e mandou as gravações para o rapaz ver... - Bem, como você sabe, vamos então falar com a Amanda... Não é de bom tom ter uma pista, mesmo que fraca, e deixar sair por si só... Parece que vamos ver mais laranjinhas hoje... - dizia o policial, se referindo ao uniforme laranja dos rangers, local onde Amanda trabalhava...

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- Teleport?!- bem, Bill pareceu curioso com esta possibilidade. Ninguém desaparece sem deixar rastros, exceto por meios sobrenaturais ou paranormais. Antes de começar a dirigir, o homem tirava a sua caderneta própria, como Sckar fazia, e escrevia com letra de forma o nome teleport, passando um traço abaixo. Era uma ideia! No fim, o homem passou a dirigir pela metrópole, enquanto Sckar abria seu Pokénav e acessava os vídeos que eram compartilhados.

No caminho, Bill falou qual era a gravação que tinha que vê assim Sckarzinho passou a assistir diversas vezes, quase que decorando: a imagem era turva, má qualidade, câmera barata, mas se via a esquina da rua da casa dos Blakes. Ele viu um vulto negro passando pela lateral, bem no canto do vídeo, bem difícil de enxergar e assim sumia. Sckar repetiu a cena várias vezes, era o único ângulo que mostrava o vulto, que parecia ter um tamanho médio, difícil de dizer o tamanho, pois estava curvado e a qualidade com a iluminação não favorecia nada. Abrindo no Rangerpad, a imagem ficava melhor e usava vários app Rangers para esta situação.

Uma nova informação surgia. Sckar, como jovem e muito bom em tecnologia, como todos de sua geração, ampliava a imagem e assim ele conseguiu identificar um segundo vulto. Este vulto era de tamanho, talvez maior do que o primeiro, que era curvo e difícil de mensurar tamanho, medindo pouco mais de 1,6m. Mas o curioso é que este segundo vulto não apareceu caminhando, mas, apenas apareceu! Quando o vulto suspeito se aproximou deste segundo vulto, a impressão que dava era que eles caminhavam juntos para fora da tela, sumindo da imagem, mas, passando bem devagar, na verdade eles apenas sumiam!

Sim! Sckarzinho era jovem, despreparado, mas uma coisa era certa: Foram três anos de treinamento pokémon, com vários tipos de pokémons e um volume enorme de Pokémons! Ele estava vendo um Teleport ali na tela! Com certeza! O carro ainda dirigia pelas ruas de Rutsboro, nubladas e que ameaçavam a chuva a qualquer momento. Tiveram que passar pelo centro, a fim de irem pra o norte, onde ficava o Posto Avançado Ranger de Rutsboro. Claro que de Charizard era mais rápido, mas Bill não parecia ser o tipo de cara que voaria em um lagarto por ai ...

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Sckarzinho sabia de uma coisa: Pokémon! Ele não era um pesquisador inveterado na área das pesquisas, mas suas aventuras com Pokémon davam informações valiosas para alguém como Bill, que sequer havia um histórico de jornadas, pois ele parecia ter dedicado boa parte da sua vida ao ramo investigativo. Enquanto o carro parava no semáforo, o homem, usando os seus óculos pequenos, enxergava a imagem borrada, mas que claramente trazia um humanoide teleportador. - Hummmm...- era o único som que era produzido pelo homem.

As informações do mundo Pokékmon de Sckar eram usadas com sabedoria. Bill não poderia negar que fazia sentido, mais ainda que fazia sentido uma ranger ter acesso a isso, ainda mais sendo Amanda. - Vamos falar com a enfermeira.- dizia em um tom sério. - Nada de acusações, porque não sabemos de nada. São todos inocentes, mas, também, culpados, ao mesmo tempo. E se lembre, garoto, nesta profissão, todo mundo mente! Esta Amanda, se for culpada ou não, vai criar algo para nos distrair, acredite...

O carro avançava pelas ruas até que um complexo enorme aparecia na frente. Havia um muro alto e cobria todo o quadrante daquele quarteirão. A única passagem era através de uma guarita, com um oficial ranger, devidamente uniformizado, que estava atento a todos. Ele estava dentro da guarita, mas era possível ver de longe, através do vidro. Bill parava o carro ao lado de uma câmera, cuja auto falante ficava próximo.

- Identificação e motivo de visita, por favor.

Bill olhou para Sckar, extremamente desgostoso pelo fato de que talvez eles não receberiam. - William James Puman e Recruta Akuma. Estamos em uma investigação que talvez possam nos ajudar.

- Identificação, recruta!- solicitava a “câmera”

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Enquanto o ranger da guarita registrava a presença dos dois ali, Sckar pensava em usar um Pokémon para investigar. - Investigar a própria organização, garoto? Não estamos investigando os rangers, mas uma enfermeira que trabalha aqui... Quem não sabe o que procura, não reconhece quando acha... Deixe estes tipos de investigação para depois que sabermos o que está acontecendo aqui... - dizia o homem em tom pensativo, com lógica, claro. Soltar Pokémons na base ranger poderia ser visto como indisciplina, até porque, o que Sckar pensava em achar?

Bill sabia que após três dias, a base ranger seria o último lugar que alguém usaria para esconder uma criança, ou o corpo dela, ou alguma coisa que ligasse ao crime. No entanto, não era impossível, só, menos provável! Ao lado, o ranger liberava a passagem dos dois e assim os portais se abriam, fazendo o carro passar e usar o estacionamento interno. O Posto Avançado Ranger não era grande quanto a Base de Riyado, muito pelo contrário. Enquanto a base central ocupava campos e mais campos, com uma estrutura de quilômetros, ali era um complexo menor, uma área muitas vezes mais burocrata, do que com todo o amparo da central.

A dupla de investigadores entrava no complexo. Primeiro momento em que estavam ali e eram recebidos por uma Ranger de cabelos amarrados em um coque, uma jaqueta alaranjada sobre uma blusa preta. Uniforme padrão. - Boa tarde, senhores. O que podemos ajudar?- a pose ríspida da mulher de pele negra e lábios grossos tinha um tom ameaçador. No peito, um símbolo de que aquela mulher era uma cadete, um nível a cima do jovem Sckar.

O detetive de Rutsboro foi direto ao ponto: - Precisamos de informações clínicas de uma enfermeira que hoje trabalha aqui, mas já trabalhou no Hospital St. Germany. É uma investigação em conjunto entre Rutsboro e Rangers. - bem, com isso sendo dito, nada mais impedia a passagem dos dois.

O complexo de talvez três andares era dividido em subáreas, onde os dois tinham que seguir sempre um quadro que ficava entre as escadas e o elevador e demonstrava um desenho do Posto avançado. Era ainda o térreo que ficava o ambulatório médico, em que rangers usavam também para poder estabilizar seus colegas ou pessoas que se envolviam em missões, assim como Pokémons.

A ala médica era regida pelo dr. Collins, que estava ocupado demais para falar com outros oficiais. A Ranger indicou quem era a Amanda, a mesma que Bill estava procurando após dizer o nome. Era uma mulher de mesma idade de Gizele, cabelos negros longos, amarrados em rabo de cavalo, vestida de um pijama cirúrgico/scrub azul-claro e estetoscópio no pescoço. Tinha acabado de sair de um curativo e estava descartando o material que usou. Bill se sentia um pouco cercado, já que não era a área dele ali, mas de Sckarzinho....