A Primeira Missão Ranger

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O corredor extenso era palco de várias teorias, onde cada uma parecia na mente de Sckar e Bill ia escutando com paciência... Bem, ele já não discriminava tanto o menino como no começo do dia, o que era um avanço enorme. Não tinha como negar!

- Experimentos... Faz sentido na primeira morte do bebê, não no desaparecimento do segundo caso... Segunda hipótese faz sentido, mas considerando que o Marido tem o álibi de ter batido o ponto no hospital, faz sentido também.. Terceira, hipótese, bem, não faz sentido ter escondido e mentido para a polícia, só para a esposa...- Bill encontrava com facilidade brechas nas três hipóteses de Sckarzinho... Não que isso fosse uma implicância, não! Como criminalista, era o objetivo dele mesmo. O fato poderia ser uma das hipóteses lapidadas, ou as três juntas consolidadas... Apenas o final desta rota esclarecerá!

- Vou tentar um mandato judicial... Vai ser difícil, ainda mais com o tempo.. A criança tá desaparecida... Enfim, vou atrás do mandato, amanhã, com mandato ou sem, iremos colocar as mãos naquele prontuário. - dizia o homem, calando-se após passar pela cadete e assim indo pro estacionamento dentro daquele posto avançado.

No carro, Bill mais uma vez olhava o celular com seus olhos semi cerrados de míope e assim ligava. - Amanhã, oito horas, no Hospital St. Germany, garoto... Onde que eu te deixo? – questionava o homem.

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Embora as ideias fossem similares, mas com vários pontos de divergência, os dois tinham um só objetivo: Desmascarar aquela situação. Enquanto Sckar despedia-se de seu parceiro temporário, o Pokémon de fogo era invocado. - Você vai voar por ai com isso?- antes de ter oportunidade para responder, Sckar abria as suas asas e voava com Sckarzinho em suas costas, enquanto o homem deixava marcado aquele encontro no próximo dia, 08h no Hospital St. Germany.

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Após as suas organizações nos correios, o menino retornava ao Centro Pokémon para poder pesquisar mais. Sckarzinho tirava a noite para pesquisas e mais pesquisas e diante do ocorrido ele vinha como informações, não tão novas. O Google só retornava o edital em que Amanda Maya tinha entrado para a lista de Rangers Enfermeiros, através de concurso público. Nada demais para ela. Antonio tinha notícias demais, especulações de blogs, e votos de força e fé para o casal. Gisele, a mesma coisa. Se tinha algo muito do passado, a informação se perdeu nas redes sociais.

A noite transcorreu bem, com Sckar Fire recebendo novas habilidades e não tardou para todos pegarem no sono. Dia seguinte, as rotinas diárias de qualquer um seguiam na normalidade. Sckar descia para o café da manhã e após isso deixava a chave do quarto na recepção e voava para o Hospital... Charizard parecia seguir o caminho correto, baseado no Pokénav do garoto e não tardou para pousar na frente do hospital.

Era um prédio enorme, muitos andares, e um espaço tremendo. O menino esperava li de frente, próximo do estacionamento. Bill não era uma pessoa pontual. 8h22min e o carro do detetive aparecia no estacionamento, sendo possível ver de longe. A roupa amarrotada e desbotada, cabelo desgrenhado. Ou a noite foi muito boa ou muito ruim! O homem saia puxando o blazer para o seu corpo, enquanto jogava o cigarro na lixeira. O céu negro e nublado corroborava para o humor negro naquele sábado de manhã.

- A gente vai ter que improvisar, se não, vai fechar uma semana e sem sinal do bebê.... A juíza não liberou a liminar para termos acesso... - dizia o homem.

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Era muito pouco tempo para poder conseguir uma liminar, ainda mais com suspeitas tão fracas e complexas de se provar. Mesmo assim, a dupla estava disposta a dar vários passos para desvendar aquele mistério, seguindo o hospital com a ideia de cometer um crime pra resolver outro crime (?). Por conta disso, Bill e Sckar iam para a ala onde Amanda havia dito no dia anterior que ficava reservada. Romper segredos clínicos de pacientes poderia dar problemas, mas pior ainda seria se tivessem oportunidade de resolver aquilo e não poder.

Os passos firmes do homem alto e mais velho, seguidos pelos passos leves de Sckarzinho, não chamavam muita atenção. Segurança perguntava e uma distintivada na cara era recebia. Ninguém ia deter um policial ali dentro. - Não demore. Ache as informações que achar plausível, tire foto e saia, antes que alguém nos encontre. - dizia o homem em tom sério e incisivo.

Dessa forma, eles iam até o local dos arquivos e Sckar ficava olhando, enquanto Bill ia até a janela que separava o corredor, da sala de arquivos. A porta do lado estava aberta. O homem fez questão de empurrar e ser advertido pela enfermeira-secretária responsável pelo local: uma mulher baixinha, mas robusta, com um coque no alto que prendia seus cabelos dourados, mas com cara de poucos amigos.

Uma conversa começou entre os dois, mas não era possível ver ou ouvir muita coisa. Depois de poucos minutos, a enfermeira saia pela porta em que Bill tinha empurrado, mas a mulher trancava e acompanhava o detetive para outro lugar. Enquanto saia com a enfermeira, o policial olhou para trás, dando sinal ao garoto para que invadisse a sala!

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Assim que Bill se afastou com a enfermeira, Sckarzinho logo foi para a porta entrar na sala de arquivos. Bem, a porta estava trancada, mas, a janela aberta, fazendo o menino saltar lá pra dentro e deixado Brave de guarda para qualquer sinal ser o suficiente para que ele avisasse seu treinador. Ali dentro era uma sala maior do que pensara. Havia vários arquivos, caixas metálicas grandes, com várias gavetas grandes onde guardavam prontuários. Demorou um pouco, mas ele entendeu que era guardado por ordem alfabética, mas os armários não ficavam em ordem certa.

Com um pouco de esforço, achou a gaveta da letra “G” e depois foi nas Gizeles... Era fácil porque todos tinham fotos, com raras exceções. “Gizele Colb”. Era o nome de solteira de Gizele e embaixo tinha o nome de casa, Blake. O prontuário era enorme! Parecia que o Hospital St. Germany tinha atendido a menina desde criança, com distúrbios de comportamento, irritabilidade, sem diagnóstico na época. Seguindo o histórico, ela começou a ter estágios de mania e alguns de depressão, mais depressão do que mania. Na adolescência, houve uma internação ali de longo período, que foi a de tentativa de suicídio, saindo com diagnóstico de Transtorno Bipolar, Transtorno de Personalidade, Pensamento suicida, usando na época uso de Haldol, um anti psicótico, por longos períodos.

Toda a ficha psiquiátrica era maior do que o resto. Teve poucas infecções ou outras doenças durante a vida. O problema maior da mulher era mental. Parece ter sido uma paciente que deu muito trabalho, principalmente para acobertar aquilo tudo. Para sorte de Sckar, não só tinha a ficha dela, como do bebê, quem mesmo com um dia de vida, teve ficha aberta. Ali, os dados da gestação, complicada, com mãe ansiosa e estressada. Teve hemorragia pré natal, mas controlada. Criança nasceu com Apgar 9 (sabe-se lá o que era aquilo), estável, alimentou bem ao nascer.

E... Sim! Tinha um relatório de causa da morte. Muitos termos médicos, mas no final tinha “Causa provável da morte”:
1) Insuficiência respiratória por Abaulamento de traqueia
1.1Mal formação congênita?
1.2 Trauma? Agressão? Marcas roxas ao redor do pescoço
1.3 Risco social?

Ok! O relatório tinha mais perguntas do que respostas.. Mas no momento, Brave estava ronronando, querendo atenção.. .Talvez o tempo de Sckar tinha acabado.