When the bonds are good, the rest don't matter

when the bonds are good
the rest don't matter

É, em um local como Dreamy Lake ficava constatado que sem dúvidas a calmaria estava só de passagem. Os poucos e serenos minutos entre confrontar memórias e levar impacto de um lagartinho desgovernado eram logo postos à prova com um lutador arteiro. Laylah, sob as ordens de Ren, protegia o pequeno coala com sua barreira, enquanto Sapphire lançava um simples Ice Beam que fazia Croagunk cair lá de cima, sendo salvo pela vulpina, que gentilmente colocava o monstrinho no chão. O timing era perfeito, com o galho que quebrava ficando pendurado, sem cair.

Não era preciso dizer que o Pokémon se aborreceu, não é? Talvez em misto de susto e irritação, o venenoso partiu para cima de Mudkip, acertando-o com um fraco Poison Sting. Aliás, seria bom mencionar que o aquático talvez tenha escolhido errado o movimento a se utilizar em uma ilha como aquela. Em milésimos de segundos toda ilhota começou a tremer, o que fazia dezenas e mais dezenas de monstrinhos voadores fugirem pelo céu em uma alta comoção assustadora; a água começou a subir pela ilha, até formar uma gigante poça embaixo dos pés de nossos heróis, com Sapphire utilizando-a para atacar com seu Surf. Crítico, o movimento fora suficiente para derrubar o lutador em um único ataque, que jazia desmaiado no chão, talvez agora em um sono tão profundo quanto o que Komala estava. Inclusive, o dorminhoco brevemente soltava seu travesseirinho, abraçando a perna direita posterior de Laylah como se estivesse sonhando. Uma gracinha.

Como nem tudo são flores, o Surf descuidado de Sapphire chamava atenção de algo à distância que aos poucos se aproximava com passos bem pesados. Por sorte, talvez desse tempo de nossos heróis correrem na direção contrária, exatamente mais para dentro da ilha. No caminho, encontrariam mais uma caixa como a que Croagunk jogava para acordar Komala, só que dessa vez intacta, com mais dois embrulhos semelhantes aos que pegaram anteriormente dentro. Chegariam, então, a uma espécie de brejo, quase completamente coberto pelas folhas das árvores, mas cintilante graças aos Volbeat e Illumise que ali voavam. Ao perceberem a presença de nossos heróis, mais especificamente a de Sapphire, todos fugiam, provavelmente assustados e acoados pelo ataque que Mudkip utilizou anteriormente; ou quiçá do que se aproximava. Aliás, o que pareciam ser passos ficavam cada vez mais próximos, mas com a quantidade de folhas, arbustos e árvores, se esconder não seria lá um grande problema para aquela situação. Poderiam, também, fugir ou enfrentar o desconhecido e alto barulho.

Ficaria a critério dos treinadores.

when the bonds are good
the rest don't matter

Necessário dizer que, uma vez mais, estaria diante das oito orbes curiosas outra situação extremamente anti-climática. Depois de se depararem com um Pokémon lendário, era de se esperar que o dono daquele estrondoso barulho seria outro, certo? Talvez maior, mais imponente, bravo, com o poder de dizimar a floresta em um único ataque. Infelizmente, nenhuma das suposições se tornava realidade: veriam, escondidos atrás dos inúmeros arbustos, dois pequenos monstrinhos se revelarem pelo caminho que tanto percorreram às pressas. O primeiro, um fantasma bastante conhecido na região de Hoenn; o outro, uma mini-versão da esplêndida Hatterene que encontraram meditando alguns minutos atrás (ou seriam horas?). Sableye carregava uma pedra gigantesca acima de sua própria cabeça, deixando-a cair a cada dois ou três passos trêmulos que dava -- estava aí a origem de toda aquela comoção sonora, diga-se de passagem. Hatenna, por outro lado, acompanhava o Pokémon, brigando com ele em seu idioma ininteligível toda vez que o fantasma perdia força nos braços e deixava a rocha cair. Estava claro que, pelo tom e rumo da discussão, se tratar de um casal já adulto de selvagens.

Passaram por nossos escondidos heróis, desviando do brejo e parando em uma outra árvore que rodeava o micro-habitat, com a fada tirando algumas vinhas do que parecia uma abertura no caule do grande vegetal. Aliás, não só parecia, como era! Assim que arrancava a folhagem já seca, diversas e pequeninas Hatenna saíam de lá, como se estivessem esperando a chegada de seus pais. Era quase como uma escadinha de crianças, com uma menor que a outra, que era menor que a outra e por assim em diante. Sableye, então, abria sua bocarra e tirava de lá diversas flores amarelas, dando uma para cada uma das pequenas — um compartimento um tanto quanto esquisito, mas, ah, essa era a graça de descobrir novas coisas observando o mundo selvagem, não?

A pedra, que antes o fantasma carregava, era gentilmente posta ao lado da árvore, talvez a nova "porta" para o seu lar. Interessante mencionar também que, apesar do dimorfismo sexual não ser tão grande assim na espécie do fantasma, era notável se tratar de uma fêmea, assim como Hatenna.

Ao lado oposto de onde a jovem família se divertia, um pouco mais distante do brejo e mais para dentro da ilha, um leve canto suave começava a ecoar, quase que hipnotizante, ressoando dentre as árvores -- algo que imediatamente fazia as orelhas de Laylah se atiçarem, balançando uma única vez enquanto a vulpina voltava sua atenção para lá. A recém-evoluída abriu um sorriso e consentiu com a cabeça, voltando seu olhar para Ren e consentindo mais uma vez. Sabe-se lá sobre o que se tratava aquilo, mas Laylah parecia plena, com uma expressão extremamente orgulhosa estampada em seu rosto enquanto fitava o seu treinador.