Boquiaberta, larguei minha bolsa no chão.
Nesse ponto eu balancei a cabeça para ambos os lados e procurei um resquício de realidade que fosse. Eu não podia acreditar naquilo: um casebre? Ok, caminhar por estradas douradas era efeito de droga. Cair numa armadilha como Alice... era efeito de droga. Ver uma casa dentro de uma caverna? Só poderia ser efeito de droga também. Eu não parecia muito discrepante do enredo de Lewis Carrol. Logo mais eu acharia um bolinho escrito 'Eat Me' e um copo com 'Drink Me'. Por sorte eu já havia lido o livro: sei bem que se tenho o tamanho normal, eu não devo comer nada.
Isso e, claro... a maconha me ensinou bem que eu não deveria consumir coisas de procedência duvidosa.
No mais, tive um pequeno incômodo com a situação que me encontrei. Primeiro de tudo era a irrealidade do cenário - apesar disso eu logo ter dado de ombros -, num certo instante eu me aproximei demais do casebre e me dei o luxo e tocar a campainha. Que imbecilidade, né Winnie? Se houver alguém (o que não parece o caso), você será descoberta. Vai fazer o quê? Pedir gentilmente os itens de volta?
O pior de tudo é que se não tivesse ninguém, aquilo seria inútil. Bem, este era só meu primeiro incômodo... mas vejam bem... coisas inacreditáveis, incompreensíveis e bizarras normalmente nos motiva a ter atitudes tão absurdas quanto possível.
O meu segundo incomodo era completamente ético. Eu não me sentia no direito de invadir a propriedade privada de alguém. Ok, ok, estamos em um Landmark; é provável que este homem não tenha nada disso sequer mapeado. Isso é ilegal, irregular e bastante errado... se for uma fantasia, talvez nem exista de fato. Ainda assim, alguém mora ai, alguém tem uma privacidade ai, alguém guarda cuecas e calcinhas, comidas, livros, fotos... roupas. Alguém vive ai e eu posso invadir isso?!
Acho que posso dizer que isso é a casa de alguém. Certamente é a casa de alguém. Até que ponto isso justifica? Assim, eu não entendia muito bem o processo jurídico que isso significava, mas na minha cabeça isso era completamente >errado<. Eu nunca invadi a casa de ninguém e acho que ninguém deveria fazer isso.
Não é nem por pagar IPTU ou não... é por ta ocupado mesmo. Se fosse um Trailer? Eu não me sentiria autorizada mesmo assim e algo de mui-
Ei, cadê minha mochila?
Olhei para baixo, olhei para a porta semiaberta, olhei para baixo de novo e... sumiu? Um pedaço de casca de ovo estava no chão e um rastro de líquido-gosmento se projetava para dentro da casa. Eu conhecia aquele líquido: era resquício de albumina. Junto dela uma certa membrana malemolente e... arg, nem fudendo que essa porra de Pancham saíra do ovo já causando problemas.
Provável que se enroscara na bolsa com os pés e acabou arrastando-a junto para dentro do casebre. Aqui minha ética foi toda enfiada no cu: felizmente ética não é moral e nós podemos mudar ela de acordo com a situação e do encontro. Tendo uma vida em risco, terminei de abrir a porta-meia boca com os pés, adentrei o espaço e vi um Pancham faminto atrás da tal cozinha...
Mas que merda, até cogitei retirá-lo de lá de imediato, mas não sem antes ver o que ele tinha em suas Tupperwares porque... afinal de contas... eu também to morrendo de fome.
Talvez tivesse algo legal na geladeira.
Alguma coisa embalada? Almoço feito?
Massa que até agora pouco eu estava falando sobre não comer nada de procedência duvidosa... agora pareço a própria cachinhos dourados invadindo a casa dos três ursos.
Nesse ponto eu balancei a cabeça para ambos os lados e procurei um resquício de realidade que fosse. Eu não podia acreditar naquilo: um casebre? Ok, caminhar por estradas douradas era efeito de droga. Cair numa armadilha como Alice... era efeito de droga. Ver uma casa dentro de uma caverna? Só poderia ser efeito de droga também. Eu não parecia muito discrepante do enredo de Lewis Carrol. Logo mais eu acharia um bolinho escrito 'Eat Me' e um copo com 'Drink Me'. Por sorte eu já havia lido o livro: sei bem que se tenho o tamanho normal, eu não devo comer nada.
Isso e, claro... a maconha me ensinou bem que eu não deveria consumir coisas de procedência duvidosa.
No mais, tive um pequeno incômodo com a situação que me encontrei. Primeiro de tudo era a irrealidade do cenário - apesar disso eu logo ter dado de ombros -, num certo instante eu me aproximei demais do casebre e me dei o luxo e tocar a campainha. Que imbecilidade, né Winnie? Se houver alguém (o que não parece o caso), você será descoberta. Vai fazer o quê? Pedir gentilmente os itens de volta?
O pior de tudo é que se não tivesse ninguém, aquilo seria inútil. Bem, este era só meu primeiro incômodo... mas vejam bem... coisas inacreditáveis, incompreensíveis e bizarras normalmente nos motiva a ter atitudes tão absurdas quanto possível.
O meu segundo incomodo era completamente ético. Eu não me sentia no direito de invadir a propriedade privada de alguém. Ok, ok, estamos em um Landmark; é provável que este homem não tenha nada disso sequer mapeado. Isso é ilegal, irregular e bastante errado... se for uma fantasia, talvez nem exista de fato. Ainda assim, alguém mora ai, alguém tem uma privacidade ai, alguém guarda cuecas e calcinhas, comidas, livros, fotos... roupas. Alguém vive ai e eu posso invadir isso?!
Acho que posso dizer que isso é a casa de alguém. Certamente é a casa de alguém. Até que ponto isso justifica? Assim, eu não entendia muito bem o processo jurídico que isso significava, mas na minha cabeça isso era completamente >errado<. Eu nunca invadi a casa de ninguém e acho que ninguém deveria fazer isso.
Não é nem por pagar IPTU ou não... é por ta ocupado mesmo. Se fosse um Trailer? Eu não me sentiria autorizada mesmo assim e algo de mui-
Ei, cadê minha mochila?
Olhei para baixo, olhei para a porta semiaberta, olhei para baixo de novo e... sumiu? Um pedaço de casca de ovo estava no chão e um rastro de líquido-gosmento se projetava para dentro da casa. Eu conhecia aquele líquido: era resquício de albumina. Junto dela uma certa membrana malemolente e... arg, nem fudendo que essa porra de Pancham saíra do ovo já causando problemas.
Provável que se enroscara na bolsa com os pés e acabou arrastando-a junto para dentro do casebre. Aqui minha ética foi toda enfiada no cu: felizmente ética não é moral e nós podemos mudar ela de acordo com a situação e do encontro. Tendo uma vida em risco, terminei de abrir a porta-meia boca com os pés, adentrei o espaço e vi um Pancham faminto atrás da tal cozinha...
Mas que merda, até cogitei retirá-lo de lá de imediato, mas não sem antes ver o que ele tinha em suas Tupperwares porque... afinal de contas... eu também to morrendo de fome.
Talvez tivesse algo legal na geladeira.
Alguma coisa embalada? Almoço feito?
Massa que até agora pouco eu estava falando sobre não comer nada de procedência duvidosa... agora pareço a própria cachinhos dourados invadindo a casa dos três ursos.
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O Mahiro é o melhor do mundo <3