Pokémon Mythology RPG
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Somewhere Only We Know_Glee

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Quando Daisuke começou a dar ideias em voz alta, eu o fuzilei com os olhos sem nem disfarçar. Você vai falar na nossa armadilha, Daisuke?! Sinalizei por silêncio com o dedo indicador sobre os lábios, assoprando de leve sua lateral. Quando terminei o ato, confirmei sua ideia com a cabeça e apontei para as laterais gramíneas, falando para que andássemos "pelas beiras". O plano não era dos melhores, mas poderia dar certo. Para o bem ou para o mal, retornei Loki e Houndoom, deixando apenas Timburr comigo, repousei o patinete em algum canto e fiquei esperando.

Quando Slowpoke apareceu, a primeira coisa que passara na minha cabeça fora tão ridícula que descartei de imediato! Eu pensei no quão rosa aquele pokémon era e, por consequência, o quão parecido comigo ele poderia ser. Rememorei Jellicent, Stufull e outros tantos pokémons rosados e lembrei do quanto a estética deles é linda aos meus olhos.

Será que eu seria agradável aos olhos deles?! Puff, claro que não, Winnie. Um pokémon não vai gostar mais de você só porque você tem a mesma cor que eles.

Pois é, é realmente estúpido, então apenas descartei. A ideia de Daisuke era simplesmente melhor e tinha um plus: estava já montada e encaminhada. Quando Kenma deu um pulinho e foi em direção ao hipopótamo, eu entendi que ainda que o Slowpoke fugisse, aquela perseguição-infantil poderia levar a algum lugar. Deixei que Timburr fosse... apesar do receio do próprio pokémon de seguir sozinho. Olhei-o com certo dó, ofereci minha mão e falei bem baixinho, sussurrando em seu ouvido, enquanto deitava na grama e me escondia pelas restingas:
- Eu guardo sua tora pra ti... pode ir lá, eu cuido de você.

Ainda receoso, o pokémon deu alguns passos em direção ao pokémon (geralmente) territorialista. Por essas e outras, dei graças a Deus por Kenma ir primeiro, em caso de ataque imediato, ao menos é o pokémon de Daisuke que sofrerá primeiro. Cruel da minha parte?! Talvez, mas fazer o que?! Não queria ver Timburr chorando de novo.

Bem, quando ele foi, sinalizei com o dedo para irmos para a frente, mas sem andarmos ou levantarmos. Minha ideia era se arrastar pelo mato, já que Slowpokes são bem 'slows', não seria difícil acompanhar o cenário assim.

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Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 9eyrpIv
O Mahiro é o melhor do mundo <3

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Touché! A estratégia da dupla de treinadores se mostrava muito mais do que uma experimentação amadora. Havia de fato funcionado! Que Pokémon que não resistiria ao aroma de duas belas frutas maduras sendo aquecidas pelo Sol? Certamente não seria o dono daquele penduricalho rosáceo que iria dispensar o alimento. Na verdade, quando os dois deram ordens aos seus Pokémon, a frutinha já estava quase completmente escondida sob a grama alta que cercava o laguinho e pedras... Notando isso, Kenma se apressou e foi seguido de perto por Timburr, que mantinha-se mais desconfiado e na defensiva, apesar de dar apoio ao Torchic.

O Pokémon de Daisuke foi o primeiro a desaparecer no meio do mato, seguido de um guincho indistinguível, que fez o lutador brevemente hesitar em continuar avançando. E bem, ele nem precisava... Retornando do lugar de antes vinha o mesmo Kenma, trocando suas pernas de forma cômica e com metade do seu já pequeno corpo completamente coberto por uma criatura roxa. No calor do momento, o pinto se jogou de corpo e tudo dentro de um Shellder, o dono do "penduricalho" rosa, provavelmente sua língua. Agora os dois Pokémon, quase como um só, corriam em círculos, enquanto Timburr parecia procurar o momento exato de dar um golpe, sem acabar ferindo o outro parceiro de rota.

Daisuke e Winnie, provavelmente focados na confusão diante de seus olhos, talvez não notariam uma segunda e terceira aproximação, mas no lugar onde havia uma Lum Berry, agora também haviam dois Slowpokes de tamanhos diferentes, mesmo que semelhantes. Eles encaravam a fruta com cara de bobos e alternavam entre si questionamentos constantes, algo como "Slow? ... Slow. Perguntas e respostas, quem sabe? Seriam eles criaturas tão educadas que não conseguiam definir quem comeria primeiro a fruta ou apenas estúpidas mesmo? Bem... O importante é que os jovens agora tinham três Pokémon selvagens diante de si, tendo um deles parcialmente engolido o Pinto de Fogo de Daisuke. O que fariam?  Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 LrpOMIF

Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Slowpoke Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Shellder Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Slowpoke


Progresso da Rota - Winnie :

Progresso da Rota - Daisuke :




descriptionSomewhere Only We Know_Glee - Página 8 EmptyRe: Somewhere Only We Know_Glee

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Assim que os Pokémon iam atrás do Slowpoke, eu e Winnie começávamos a nos arrastar mata adentro, logo atrás dos Pokémon, até um guincho esquisito me chamou a atenção. Timburr, que estava logo atrás do ígneo, hesitou, o que me deixou me tenso. Será que aquele guincho era de Kenma? Apesar de inquieto, me mantive no mesmo lugar. Não queria deixar Freda impaciente uma vez mais. Mas aí, a causa do guincho foi revelada. Completamente assustado e desajeitado, o Torchic mostrava ter ficado com metade do seu corpo abocanhado por um Shellder, e saía correndo na direção da praia, e ao chegar lá, começava a correr em círculos, gritando. Maru, que estava nas minhas costas, imediatamente pulou nos dois, fazendo Kenma cair.

Tentando ser o mais rápido possível, eu levantei e o retornei para sua Pokéball, com o laser batendo em seu corpo tombado. Em seguida, o liberava, e o pegava no colo, mas por ser muito mimado, ele imediatamente começava a chorar, guinchar, e a merda toda. Maru imediatamente ficava com raiva de mim, me culpando com o olhar pelo ocorrido. - EI! Eu não tenho culpa, eu não fiz nada! - E só então que eu percebia: a armadilha havia dado certo, na praia, dois Slowpokes conversavam, sobre quem ficaria com as frutas, e Kenma continuava a chorar. Oh, inferno, como que eu vou lutar e cuidar de um bebê chorão?! Eu definitivamente não nasci pra ser pai. - Winnie, a armadilha deu certo! - Falava para a garota. - Maru, foca na batalha, eu dou jeito no Kenma! - Falava, tentando passar a ideia de serenidade para a Pokémon, que num primeiro momento, não ficou muito contente, mas entendeu.

Enquanto balançava o Torchic para acalmá-lo, sem muito sucesso, aliás, Maru se colocava de prontidão. Tínhamos um Shellder e dois Slowpokes. Assumindo que Winnie me ajudaria na luta, estaria tudo bem... eu acho. - Certo, Maru, comece com Toxic em um Slowpoke e depois use o Poison Jab no mesmo alvo. - Dava os comandos, com voz amena, tentando acalmar Kenma, e por fim, eu, finalmente, podia me concentrar em acalmá-lo. - Calma, calma, já passou, já passou... - Dizia, enquanto balançava-o de leve no meu colo, atitude que não surtia muito efeito. - Doeu né? Mas não precisa ficar assim t- - Sim, eu ia dizer que tem coisa muito pior. Pelo amor de deus, Daisuke, cadê seu tato com crianças. - Já doeu, mas agora já passou também, calma... - E eu começava a ficar impaciente, porque absolutamente merda NENHUMA dava certo. Com a expressão de súplica, eu lançava um olhar de pedido de socorro para Winnie, que com certeza já estaria rindo da minha cara a essa altura, até que, finalmente, eu pensei em algo para acalmá-lo.

Com dificuldade, eu pegava meu celular da mochila e abria uma foto de Karinna. Me contorcia inteiro para dizer aquilo, mas respirava fundo e começava. - Ei, Kenma, olha a Karinna, acha que ela ia gostar de te ver chorando? - Perguntava com voz amena. Que chantagenzinha emocional de merda, eu nunca mais vou fazer isso de novo... mas antes vou terminar. Ao ver a foto da loira, o pequeno parava momentaneamente de chorar. - Isso... ela não ia gostar de te ver chorando. Então... fica feliz... - Em seguida, eu ficava completamente vermelho. Trazia o pequeno pra mais perto e sussurrava para ele.. - ...pela mamãe.

E não adiantou de nada. Por um instante ele parava de chorar, mas logo ele abria o bico de novo para lacrimejar incansavelmente. AH QUE DESGRAÇADO! Praguejei mentalmente um milhão de palavrões, até finalmente decidir fazer do meu jeito. Se não pelo amor, vai pela dor. Coloquei o Pokémon no chão, que instantaneamente começava a chorar mais alto ainda, eu coçava a garganta, engrossava a voz, e começava. - Kenma! Para com isso! - Falava firme, e o Pokémon instantaneamente parava de chorar, tomando um susto. - Escuta, é natural que você vá se machucar quando estiver lutando ou... explorando, eu sei lá! Mas não pra ficar chorando sempre que acontecer! - Falava, dando um esporro, na minha mente, muito bem dado. - Vem cá, deixa eu dar uma olhada nisso. MAS SEM CHORAR! Se você ficar gritando no meu ouvido, vai ser pior porquê eu não vou ter cuidado. - Falava, enquanto o Pokémon caminhava timidamente até mim e eu me agachava, buscando por algum machucado ou inchaço pelo corpo dele, tomando o maior cuidado possível.

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Eu não sei te dizer se eu fiz certo ou errado em deixar Torchic ir na frente. Meu pensamento fora acordado com a realidade; ele de fato foi abocanhado no lugar de Timburr, mas o choro de Kenma fazia bem mais auê do que o de Timburr, que ficava aguado mas não abria tanto o bocão. Isso por si só era uma dor de cabeça: se Timburr ficasse com muito medo, ele poderia surtar também.

Tirei da minha mochila meu pequeno "baldinho de doces" (item interpretativo) que outrora ganhei, para guardar os doces cozinhados por Jellicent. Abri a tampinha improvisada, peguei dois ou três balas vermelhas, estendi para Kenma (que agora estava no chão) e dei-lhe os doces. Antes disso não agi: eu simplesmente não tinha cabeça para isso. Timburr viera correndo até a mim e eu precisei levantar para fazer algo.

Ok, o plano de fato deu certo, Daisuke, mas se continuarmos alheios assim, eles vão embora. Ao menos Maru se ocupava de prender um Slowpoke, o que me fazia achar que eu deveria fazer o mesmo. Dei mais um tapinha em Timburr, indicando para que fosse na frente. O pokémon avançou com certo receio, mas quando liberei Hati, ele entendeu que tinha uma orientadora que lhe protegeria e ajudaria naquele desafio:
- Ok vamos batalhar de novo. Timburr, Protect e Brick Break no Shellder. Hati, Dark Pulse no Slowpoke. Se necessário, use mais um, caso contrário, mude o alvo para o Shellder.

Só agora que eu percebi... eu to meio quieta hoje, né?! Normalmente eu não passaria por essa situação toda quieta, mas certamente minha última aventura me afetou. Engoli a seco, olhei em volta e procurei os olhares de Daisuke, tentando ser um pouco mais simpática do que eu vinha sendo:
- Desculpa, depois de ontem eu to meio fechada... - Eu não sei se deveria me desculpar por isso, mas acho que sim - Deve ser muito legal quando seus pokémons gostam da sua namorada - Apontei para Torchic - Os meus odeiam o meu. Na verdade meus amigos também não gostam muito dele... mas a gente se da bem. É isso que importa, né?!

Num instante, Matthew veio na minha cabeça. Eu não tenho uma foto dele... eu deveria?! Peguei o balde de doce mais uma vez, peguei um novo doce e coloquei na boca, ofereci a Daisuke e depois ofereci mais um para Kenma:
- Você não deveria ter muito medo de mimar um pokémon. A vida de um pokémon não é muito agradável, eles apanham muito. Dificilmente eles vão evoluir e continuarem mimados. Pokémons crescem mais rápido que a gente... talvez por batalharem mais que nós, humanos... literalmente e metaforicamente falando. Mesmo se você der colo pra ele todos os dias, eles não tem o conforto de um humano. Eles ficam presos em depósitos, batalham, ficam distantes de quem amam e não podem fazer nada. Sabe?! Não se preocupa em mimar um pokémon - Loki viera na minha cabeça. Talvez Teddiursa fosse meu pokémon mais sofrido, ainda assim era o mais convencido - ... sem contar que mesmo se você não mimar, você nunca sabe o que vai acontecer com a personalidade deles. Ursaring era ridículo de medroso, e hoje é esse monstro insuportável ai... mas carinhoso que dói.

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O Mahiro é o melhor do mundo <3

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O Pinto de Daisuke havia sido preso, lacrado, encapsulado e logo pela cabecinha! Coitado! Certamente Daisuke deveria estar pensando em como iria mostrar para Karinna a cabeça amassada depois dessa confusão... Ela iria matá-lo se visse o estado de Kenma, talvez por isso fez questão de trazer o Torchic novamente para a sua esfera, deixando-o de fora da batalha. Em seu lugar, enviou Maru para manter pelo menos um dos Slowpoke no lugar, caso quisesse fugir. Bem, será que ele conseguiria sendo tão lento?

Enfim... Ainda haviam dois Pokémon à solta e foi preciso Winnie interferir para que também não escapassem, enviando Timburr e Hati para dividirem-se no ataque. Enquanto isso, Daisuke tentava fazer de Kenma um pinto obediente, sem mimá-lo... O que foi retrucado pela Treinadora, afirmando que aquele pinto, assim como vários Pokémon, ainda iria levar muita coça. E, por isso, talvez fosse melhor deixá-lo chorar enquanto ainda era uma mera "criança". Se isso faria sentido para o Ranger ou não, eu não sei... O que eu sei é que a batalha ocorria velozmente logo ali na frente. Hati e Timburr formavam uma rápida dupla que nocauteou de vez um dos Slowpoke e também o Shellder, logo na primeira rodada, apesar do Shellder ter reagido contra a Houndoom, mal fazendo um leve arranhão. Por fim, deixavam apenas Maru para lidar com o último dos Pokémon.

A Skorupi, sob as ordens de Daisuke, iniciou o combate envenenando o alvo, acertando-o em seguida com um poderoso Jab na região das costelas. Apesar do impacto forte, nenhuma reação imediata foi sentida pelo Slowpoke, que alguns segundos depois fez uma lenta careta, quase imperceptível. Faltava pouco para ele ser nocauteado e, assim que tudo se resolvesse, a dupla de treinadores poderia decidir quem realizaria a captura de que antes de partirem para seus próximos objetivos... Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 LrpOMIF

Slowpoke:
Badly Poisoned (1) (-3)
+1 Attack
+1 Defense

Shellder:
Fainted
Slowpoke:
Fainted
Hold Item:
~x~
Hold Item:
~x~
Hold Item:
~x~
Trait:
Own Tempo
Trait:
Skill Link
Trait:
Oblivious

Lv. 11 Slowpoke


15/41
Lv. 3 Shellder


0/15
Lv. 20 Slowpoke


0/66
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Slowpoke
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Shellder
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Slowpoke
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Skorupi
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Timburr
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Houndoom
Lv. 31 Maru


40/66
Lv. 19 Timburr


57/57
Lv. 40 Hati


81/110
Trait 1:
Battle Armor
Trait 2:
Guts
Trait 3:
Flash Fire
Hold Item 1:
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Luckyegg
Lucky Egg

Hold Item 1:
~x~
Hold Item 1:
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Powerlens
Power Lens

Skorupi:
-1 Attack
Timburr:
Normal
Houndoom:
Normal

Campo: Píer na Rota 10. Espaço com chão tábuas, um pequeno jardim circular e alguns objetos de Playground.


Progresso da Rota - Winnie :

Progresso da Rota - Daisuke :




descriptionSomewhere Only We Know_Glee - Página 8 EmptyRe: Somewhere Only We Know_Glee

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Enquanto eu ainda tentava acalmar o pequeno Torchic em meu colo com a foto, a treinadora ás fazia um comentário sobre Karinna, assumindo que namorávamos, e eu ficava meio sem jeito. - Eu... não to namorando com ela ainda, na verdade. É muito cedo pra isso. Mas a gente se gosta... - E em seguida, ouvia o desabafo dela. - Ah bem... eu acho que o importante é sim você gostar. Mas as vezes pode ser bom tentar olhar pela ótica deles também...? - Falava, com o pequeno ainda mais quieto no colo. - Quer dizer, eu não to dizendo que ele é ruim, não! É só que as vezes as pessoas de fora tem críticas construtivas pra gente lidar com o outro, e até pra entender. Acho que nesse caminho a gente, bem, fica sempre com o pé no chão e longe de idealizar o outro, né? - Falava com ela e bem... foi nesse ponto que Kenma voltava a chorar.

Inferno.

...

Depois do comentário sobre mimar o Torchic, eu instantaneamente me senti um imbecil. Enquanto eu dava uma olhada nos ferimentos de Kenma, ele ficava constrangido pela forma como tudo aconteceu, e bem... eu ficava cabisbaixo. Aceitava os doces para Kenma e os desembrulhava, assim que terminava de olhar seu corpo. Ele não aparentava ter se machucado, foi só dolorido mesmo. Desembrulhei um dos doces e o dei para o ígneo, que o aceitava de bom grado. - Isso, muito bem. - Falava, fazendo um carinho na cabeça dele, enquanto comentava com Winnie sobre a minha visão das coisas. - Eu nunca tinha parado pra pensar nisso, sendo bem honesto com você. É a minha primeira experiência com um Pokémon que sai de um ovo e ele é tão... diferente. - Dizia com um sorriso, enquanto o Pokémon devorava seu doce.

- O Kenma age como se eu fosse seu pai, e eu não sei dizer se tem algo de errado nisso, mas é só que... eu nunca achei que pensar neles como filhos definia a relação de treinador e Pokémon por completo. - Falava meio sem graça. - Os Pokémon podem ser seus filhos, mas na maior parte das vezes, são seus amigos, seus pais, seus irmãos, seus colegas, seus mestres e seus aprendizes. Você da e recebe de tantas formas diferentes que se torna impossível limitar exatamente como enxergar essa relação. - Em seguida, desviava o olhar para a batalha, e assistia Hati e Timburr derrubarem seus alvos. - E em todas essas relações, eu nunca fui exatamente do tipo de ser mimado. Acho que tem certo mérito nas coisas que faço, mas muito envolvia lutar e receber por isso. Eu nunca consegui ver as coisas, o mundo num geral, de forma diferente disso. Mas acho que você ta certa... ele merece. - Me virava para o Pokémon, que a essa altura, já esquecia tudo o que havia acontecido e se sentava no meu colo, feliz da vida. Peguei mais um doce do balde Winnie, agradecia o gesto e tirava mais um para dar ao pequeno ígneo, enquanto lhe dava mais um doce na boca, ficando sorridente.

Quando finalmente eu pude prestar mais atenção na batalha, a rodada já havia acabado. Com apenas um oponente em campo, eu dava as ordens para Maru uma vez mais. - Muito bem, Maru! Termina com duplo Poison Jab. - Bradava a ordem, e em seguida, me virava para Winnie. - Mas sabe de uma coisa, eu não sei exatamente como... bem... mudar um pouco dessa ótica que eu já coloquei nos meus Pokémon. - Falava meio sem jeito. - Tem algum conselho?

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- Ah... eu não sei, se nem eu conheço os defeitos dele direito, como meus amigos vão conhecer?! - Indaguei, mas apesar de falar ao Daisuke, eu estava falando mais para mim mesma - Mas sei lá... acho que entendi o que disse.

Na verdade, eu tava mentindo. Entendi quase nada do que Daisuke falou dali para frente... talvez o problema estivesse em quem escuta, e não em quem fala. Independente de onde era o momento da confusão, certamente havia algo que me incomodava muito: Daisuke está realmente generalizando a relação com um pokémon?! Matutei um pouco sua fala na minha cabeça e eu precisei me compadecer.

Em certo ponto eu já fui 'mãe' dos meus pokémons. Por essas e outras, ser treinadora foi insustentável para mim por MUITO tempo. Quando você cresce como treinadora, você entende que pokémons, infelizmente, não são seus filhos. Você abra mão deles em prol da felicidade de ambos, ninguém abre mão de filhos. Você deixa ele sob tutela de pesquisadores por meses ou anos... ninguém faz isso com filhos. Você pode ter 30, mas só pode andar com 6 por vez. Nenhuma mãe escolhe "com que filho vai andar hoje".

No fim, família é bem diferente de equipe, convenhamos.

E talvez por já ter pensado assim que eu entendi um pouco do que Daisuke dizia. Um pouco só: eu me via nele, mas não conseguia mais concordar.
- Você não joga filho no Storage. Você não prende filho em PokeBall quando não os quer por perto fazendo "auê". Você não manda seu filho batalhar até desmaiar... Pokémons não são filhos - Fui bem, bem, bem franca. Acho que ser mais literal que isso era impossível - Pokémons não são humanos, Daisuke. Na verdade, é justamente por não serem, que a gente faz isso com eles. Porque se fossem, eles iriam se importar... não ia existir carinho ou uma relação saudável. Se pokémons fossem humanos, eles nos odiariam, porque eles teriam ódio a nossa dominação... e alguns tem, inclusive. Mas convenhamos que só é possível ser treinador porque pokémons não são nossos parentes. Se fossem, provavelmente toda a batalha terminaria com dedo no cu e gritaria na Ceia de Natal.


Dei uma pausa longa e respirei fundo. Prendi o ar no pulmão, forçando o diafragma para baixo. Quando soltei, mais um suspiro longo saiu e eu movi minha cabeça para um lado e para o outro, alongando meu pescoço:
- Deixa eu te ajudar?! Hati, Dark Pulse em Slowpoke - Comandei. Uma PremierBall já estava em uma das minhas mão, para capturar o Slowpoke menor - Fica com o meu Slowpoke e o Shellder, apesar de gostar muito de Kathryne, talvez um pokémon já forte e treinado te seja útil. Ele certamente já tem algum tipo de opinião e personagem formada...

Bem, se eu não conseguisse de primeira, tentaria de novo. Depois de capturado, chamaria Daisuke para terminar de cruzar o Píer; a gente não deveria estar tão longe assim da Rota 12.

OFF: Capturando Slowpoke de Own Tempo.

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Eu realmente não queria meter muito o dedo na relação da Winnie, então me abstive de ser invasivo. Eu provavelmente sequer tinha intimidade pra dizer pra ela 'talvez seus amigos não gostem dele porque veem falhas no comportamento dele que você não consiga ver'. Eu já havia tomado muito esporro de algumas pessoas por meter o dedo nessas questões. Não queria engatilhar a menina ou ser inconveniente, então fiz o que era melhor de ser fazer naquele momento sobre o que ela mencionava: ficar quieto e deixar o bonde andar. Nem sempre falar para as pessoas sobre seus relacionamentos recém citados e pouco abordados pode ser inteligente!

No tardar daquilo, ela acabava por retrucar o meu ponto. Comigo sentado no chão e com Kenma no meu colo, ela falava sobre não deixar os Pokémon no Storage e sobre cuidar somente de seis de uma vez. Como se a gente pudesse carregar mais de seis, né? As Pokéball ficam travadas! Não era nossa culpa, mas... acho que eu até entendia o que ela dizia. - Sim... eu sei. Eu concordo com o que você disse, mas eu só quis dizer que vejo certa semelhança entre as que citei. Porém, elas não são definidas da mesma maneira. Como você disse, é diferente. Eu não sei se os Pokémon tem o hábito ou prazer em lutar, mas sei que mesmos se não estivessemos aqui, eles continuariam lutando. Seja pra sobreviver, como a gente faz, ou, sei lá, pra competir entre si? Pode parecer idiota, mas eu tenho quase certeza que alguns dos meus lutariam por prazer mesmo que não estivessem sob a tutela de um humano. - Suspirava. - Ou eu posso só ser louco de acreditar nisso... - Comentava, meio sem graça.

Talvez pela demora que eu levava pra nocautear o Slowpoke, mesmo com um Pokémon de grama comigo, Winnie resolvia que queria me ajudar. Acho que ela estava realmente apressada em ir encontrar a tal tora de seu Timburr. - Ah, tudo bem. - Quanto ao comentário de Winnie, ela fazia um apontamento, na verdade, acho que lançou uma farpa bem cruelzinha, pegando bem no meu âmago e me deixando vermelho sobre... bem, a minha falta de jeito com os bebês. Kenma, ao ver a minha cara, instantaneamente começou a rir, mas acho que ela só se aproveitou pra fazer a piada mesmo. Levei do melhor jeito possível. - Muito obrigado. - Falava com ela, apesar de tudo. Me levantava e aprontava uma Premier Ball para jogar no Slowpoke, e jogaria quantas fossem necessárias, e uma Pokéball comum para arremessar no Shellder.

No fim, aceitaria seu convite para atravessar o píer e levaria Maru e Kenma comigo. Acho que era melhor nos encaminharmos logo até a Rota 12 e achar uma tora nova para o Timburr.

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OFF :



Enquanto a batalha se desenrolava, uma conversa entre os dois treinadores fluía. Era notável que Daisuke e Winnie tinham visões distintas sobre "criação" de Pokémon. Seriam eles como crianças? Como parentes? Como pets? Ou algo completamente diferente disso, uma vez que os lançamos para o perigo sem pestanejar? Uma espécie de arma com a qual se constrói um relacionamento? Seria isso saudável? São muitas perguntas para poucas respostas, principalmente porque cada um costuma ter sua própria visão sobre o assunto. Certamente algum Professor já havia abordado o assunto em teses e livros, mas nem todos realmente paravam para lê-los. Talvez o mundo tivesse necessidade de mais acadêmicos para compreender os laços entre humanos e Pokémon. Não é mesmo?

Mas enfim. A porradaria comia solta no campo de batalha e sobrou para o último Slowpoke levar o duro golpe de Hati que encerrava o conflito de uma vez. Se Maru ficava feliz de ter se livrado ou incomodada por terem se intrometido em seu combate corpo-a-corpo, isso eu não sei. O que de fato sabemos é que Winnie lançou uma Premier Ball para capturar o último dos hipopótamos e Daisuke lançou tanto uma Premier como uma Ball comum para capturar os outros dois. Todos com sucesso....

Chegando ao fim a batalha e também o debate quase filosófico sobre personalidade e cuidado de Pokémon, restava pouco a se fazer além de seguir em frente. A Rota 12 abria-se ao final do Píer e era para lá que a dupla, e seus Pokémon, seguiam confiantes. Na encruzilhada uma placa explicava a divisão da estrada em Rota 10, 11, 12 e o Cais, cheios de catamarãs para viagens rápidas até Sienna, a Cidade Flutuante que surgia no horizonte daquele mar. Entretanto, os serviços estavam temporariamente suspensos, além de haver um bloqueio na Rota 11 que restringia a movimentação em direção à 12. Muitos números, confuso né?

A Rota 12 era bem diferente da anterior, pois esta contava com uma estrada toda feita de blocos de paralelpípedo. Eles eram encaixados na diagonal, formando um belo mosaico na trilha, que seguia por montes e planícies, costas e bosques, até onde o olho podia ver. O caminho todo era protegido, vez ou outra, por cercas de madeira castanho-escuro, além de serem marcados por postes de luz na porção mais á direita do caminho. Haviam árvores e muito arbusto e grama alta logo depois dessas cercas e os treinadores poderiam escolher seguir pelo mais seguro ou o mais emocionante. O que seria afinal? Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 LrpOMIF

Resumo escreveu:

Maru ganhou 927 EXP da batlha, 632 EXP do Lucky Egg e +1 de felicidade!

Hati ganhou 1.372 EXP e +1 de Sp. Attack!

Timburr ganhou 1.372 EXP, +3 de felicidade e subiu para o Nível 20!
Timburr pode aprender Rock Slide. Deseja esquecer algum movimento?


Slowpoke:
Fainted
Shellder:
Fainted
Slowpoke:
Fainted
Hold Item:
~x~
Hold Item:
~x~
Hold Item:
~x~
Trait:
Own Tempo
Trait:
Skill Link
Trait:
Oblivious

Lv. 11 Slowpoke


0/41
Lv. 3 Shellder


0/15
Lv. 20 Slowpoke


0/66
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Slowpoke
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Shellder
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Slowpoke
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Skorupi
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Timburr
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Houndoom
Lv. 31 Maru


40/66
Lv. 19 Timburr


57/57
Lv. 40 Hati


81/110
Trait 1:
Battle Armor
Trait 2:
Guts
Trait 3:
Flash Fire
Hold Item 1:
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Luckyegg
Lucky Egg

Hold Item 1:
~x~
Hold Item 1:
Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 Powerlens
Power Lens

Skorupi:
-1 Attack
Timburr:
Normal
Houndoom:
Normal

Campo: Píer na Rota 10. Espaço com chão tábuas, um pequeno jardim circular e alguns objetos de Playground.


Progresso da Rota - Winnie :

Progresso da Rota - Daisuke :




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Eu deixei que Daisuke falasse até o fim. Quando ele finalizou, eu não falei nada a priori, apenas capturei o Slowpoke mais fraco e segui em direção a rota. Tomei um dos patinetes tombados, liguei o motor e o esperei. O que eu não esperava, era que minha frase fosse causar um impacto tão forte. Quando ele corou, eu entendi exatamente o que aconteceu:

Eu estou jogando minhas frustrações em Daisuke. Ele não merece isso... mas eu não conseguia ser menos franca do que isso. Apesar de achar que eu não deveria estragar o dia de alguém... eu realmente não gostava de fingir que estava tudo bem para mim lidar com pokémons como se lida com a maternidade.

Afinal de contas... a maternidade é bem complexa, né?! Mas não era só por isso, era porquê...
- Me desculpa. Acho que to jogando em você algumas coisas que não são suas... são minhas. Mas é que eu to a muito tempo nesse caminho e eu já bati muita cabeça em prego... - Dei uma assobiada ao fim da frase, revirando os olhos e botando o patinete pra andar mais rápido. Dessa vez eu botei Timburr no guidão e voltei Hati para a esfera - Mas você tem razão. Ursaring estaria morto se eu não tivesse capturado. Animais e Pokémons domésticos vivem mais quando a gente usa eles assim... mas a que custo, né?! O custo é a liberdade. Felizmente, eles parecem felizes com esses tratos na maioria das vezes... é isso que me tranquiliza.

Quando eu terminei a última frase, meu ombro desabou. Eu dei uma boa "esvaziada" e também uma relaxada. Talvez seja a primeira vez que concordei com Daisuke nesse dia todo, mas certamente era alguma.
- Apesar de eu odiar me por em risco atoa, acho melhor irmos pela floresta, né?! Ainda não escureceu, e eu realmente queria encontrar uma Tora para Timburr.

OFF: Ei Luch, eu to querendo evoluir o Timburr, podemos construir essa ideia? Sinta-se livre pra meter o dedo porque eu to sem muitas ideias de 'como' e não queria que fosse uma evolução bobinha.

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Somewhere Only We Know_Glee - Página 8 9eyrpIv
O Mahiro é o melhor do mundo <3

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