Chocar Cufant >> +2BC
Enfim, o alívio veio instantâneo quando, ao finalmente ter a felicidade de parar pra descansar, pôde ter a garantia de que, sim, estava tudo bem não só consigo, como também com o companheiro fazendeiro. O coração apertado relaxou, a respiração indo e vindo e os ombros perdendo a tensão que os suprimia em agonia amarga, um riso manso escapando da garganta diante da clara perdição do amante - suaves, os dedos da mão agora livre se estenderam para acariciar com gentileza a bochecha do moreno, afastando-se somente quando ele próprio o fez para verificar a mochila em busca de sabe-se lá o quê.
Foi só nesse momento que a treinadora se deu ao luxo de olhar ao redor, a calmaria vindo em ondas gentis ao se dar conta de que, pelo menos aparentemente, aquela era uma área em que estaria livre de problemas e, acima de tudo, sem mais desabamentos rolando por cima de sua cabeça. Permitiu-se, nem que por um só momento, esquecer os milhares de problemas que a atordoavam e/ou atordoariam e, então, cerrando as pálpebras, respirou fundo, em conforto singelo e tranquilidade interior.
— ...Tudo bem por aí? — Quis saber, então, ao volver a atenção mais uma vez ao unoviano, aproximando-se para se certificar de que ele não tinha se machucado ou perdido alguma coisa, considerando o projeto de rapto que havia encenado com o dito cujo. Os dedos brincaram com alguns fios escuros do rapaz, enrolando-os nos dedos, mas o foco logo se dispersou quando sentiu a mochila... Pesada... Um pouco mais do que deveria. Quer dizer, talvez não realmente um pouco, visto que os ombros começaram a doer, mas... Enfim, o fato é que se viu obrigada a tirar as alças e colocar o acessório apoiado no chão, franzindo o cenho de leve ao abrir o zíper e... ...
E se deparar com uma tromba enorme que escapou dali de dentro, curiosa e fuxiqueira, balançando de um lado pro outro, seguido da carinha alegre de um elefantinho alaranjado. A ruiva recuou um pouco o tronco em surpresa, e o espaço foi suficiente para que uma bolinha pesada e enxerida saísse rolando para fora, quase arrebentando o fecho de sua mochila e pisando com as patas gorduchas no chão, abanando o rabinho com agitação.
— ...Ah! — Ela riu, balançando a cabeça com suavidade e sentando sobre os tornozelos, espiando enquanto a elefanta saía pisando firme na direção do seu companheiro, puxando sua calça com a tromba e se metendo entre suas pernas em uma caminhada que ia de um lado para o outro; Não só isso, mas ela também enfiou a cara pela mochila do rapaz, curiosa, espiando o que é que tinha lá dentro e roubando para si uma pelúcia de minhoca que... Tentou... Comer? — Ei! Parada aí, mocinha! — Apontou, rastejando de joelhos para agarrar a gorducha com os dois braços, sentando no chão e a puxando para a vertical. — Que é que você tá aprontando aí, hein? Nada de mexer nas coisas dos outros! — Bronqueou, mas a metálica sequer ligou. — Vê se pode... — Balançou a cabeça, apertando de leve a cara da quadrúpede e devolvendo o bonequinho furtado para dentro da mochila do unoviano - não se preocupou que ele se incomodaria porque, sinceramente, não acreditou que ele ficaria bravo só por causa disso.
— Os seus também nasceram? — Perguntou, espiando os filhotes que se remexiam, erguendo as sobrancelhas e volvendo a atenção ao rapaz, mais uma vez. — Mwn... Quer uma batalha rápida, pra gente dar chance deles aprenderem um pouquinho? Eu preciso treinar um pouquinho meu Pineco e a Pumpkaboo, e tudo o mais... — Comentou, encolhendo os ombros com suavidade. Não era uma... Má ideia...
Era?