Vincent
Sendo obra ou não de um deus, Serena estava mesmo ali, próxima daquela mesma árvore, salva sobretudo por sua ingenuidade e doçura, como Vincent logo viria a descobrir. Pois ao contornar a grossa árvore ele encontrou a pequena e na verdade ela nem mesmo estava sozinha, cercada de outras daquelas criaturinhas gramíneas que viviam naquela floresta, além de um outro bebê um pouco maior do que ela e azul, exceto pelas orelhas bege. [imagem ilustrativa]
Todos os pequenos se encontravam aninhados em algo similar a um altar, sob os pés da árvore, cheio de cestas de oferendas com flores e frutas, até alguns tocos de cera que marcavam onde antes houveram velas acesas, agora completamente desgastadas e apagadas. Antes mesmo de Vincent e Link chegarem lá, Serena veio ao encontro deles, com a boca toda melecada de rosa, por uma fruta doce que andou devorando.
Diferente dos outros bichinhos que fugiram ao som da voz dos visitantes, estes outros nem fizeram menção de sair dali, mais atraídos pelas frutas do que outra coisa. O único que não comia era o filhotão azulado, que se manteve deitado e só levantou a cabeça, esperançoso quando ouviu Vincent se aproximar, mas depois a baixou, triste, por algum motivo ainda não aparente.
Agora, o que preciso realmente ressaltar é o porquê de as oferendas estarem só daquele lado da árvore anciã, pois tinha um motivo. Era daquele lado que a luz do luar mais uma vez penetrava a vegetação e agora atingia o grosso tronco, iluminando algo peculiar que havia nele. Seus muitos contornos formavam uma figura que lembrava um rosto, com um nariz protuberante e um sorriso largo. A face na árvore parecia contemplar os Pokémon logo abaixo dela, como se os cuidasse como uma gentil avó. [imagem ilustrativa]
Igneel
Sun veio na melhor hora possível pra auxiliar o treinador, pois só a chama de sua cauda já seria um grande ganho de luz naquele ambiente tenso e escuro. Depois, em questão de segundos o símio já trazia seus instintos selvagens para se locomover nos troncos e galhos da floresta, obedecendo ao mesmo tempo que se divertia ao se deliciar com a liberdade fora da Pokébola.
Claro que ele precisou de pelo menos uns cinco minutos vasculhando, ouvindo e farejando, antes de encontrar o mínimo sinal que pudesse usar para orientar Igneel. Agitado ele ficava indo do chão até galhos de altura mediana pra executar o seu rastreio e, por sorte, Sun não poderia ser mais preciso.
Com uma caminhada ligeira de longos minutos mata adentro, logo a dupla chegaria ao ponto exato onde Vincent esteve por mais tempo, antes. Havia uma área que cabia pelo menos umas três pessoas, com a grama bastante amassada, vários galhos partidos; sinais claros da batalha que o garoto enfrentou na procura de sua Serena...