Diferente de Luch, Margo só tinha duas perguntazinhas, que ela faria depois da metralhadora de Luch. Antes disso, deixe-me me solidarizar com sua narcolepsia foto fóbica... se é que é isso mesmo. Espero que nosso personagem Luch nunca precise ler um texto escrito por Katakuri Dawn, porque ele adora por letras claras ao meio de fundos escuros; o que mancha minha vista inteirinha.
Enfim, enfim, isso não importa... apesar de ser ele o "narrador" de uma missão muito parecida, que um tal de Rafael Luck está investigando em Goldenrod. No mais, o delegado palanqueiro (para a felicidade de Luch) pediu que o estagiário desligasse completamente a máquina por um instante, tentando olhá-lo no olho para responder:
- Vamos como Jack Estripador... por partes - Deu uma gaitada curta, logo reparando que aquela piada em uma delegacia era algo um tanto quanto sádico e sem noção - Ok, ok... a primeira pergunta é simples, apesar de inconclusiva. Não, ninguém havia sido atacado até então, só Milton foi vítima naquela região e nem temos tanta certeza assim se o vulto e a pessoa que o atacou estão conectados. A única coisa que nos faz conectar a isso são duas coisas... primeiro o local, segundo que a pessoa "sumiu", o que parece um pouco semelhante com o relato do vulto, né?! Antes disso nem sequer tínhamos dado muita atenção as denúncias, porque era só um "vulto" que sim... ficava apenas na região da lanchonete e do ginásio. Até Green falou que isso parecia mais uma lenda urbana do que de fato um crime. Inclusive foi por isso que chamamos detetives particulares e sociedade, porque até então não havia índices de criminalidade na região, e se fosse só um fantasma ou um pokémon qualquer, era mais fácil deixar para vocês - Deu de ombros. Esse homem era um pouco sádico e não media palavras... - Ou seja, não sabemos o interesse dele ainda. Por enquanto estamos trabalhando com a ideia de que Milton foi um ataque planejado ou necessário, talvez porque ele estava "atrapalhando" os planos do ladrão. Talvez Milton não seja tão inocente assim, mas como não tínhamos nem vítima nem crimes, não pudemos deter ele por muito tempo e ele seguiu com a história de "fui atacado"... o que faz com que a gente não possa fazer nada quanto a isso.
Fora ai que o homem parou. Ele não queria dar ideia de Luch fazer algo ilegal, mas se ele quisesse, não iria lhe impedir. Afinal de contas a Virtuum não era a Delegacia, o que não a obrigava a "seguir regras". Claro que isso lhe tiraria o privilégio de prender o bandido, mas prova adquirida por civil e dada por livre-e-espontânea-vontade não era, de modo algum, ilegalidades...
... não é?! Bem, a pausa do delegado fora para que Luch pensasse um pouco sobre isso. Aproveitou o intervalo e pediu para que seu assistente ligasse novamente a máquina. Quando o objeto "esquentou", o próprio palanqueiro colocou nas transparências o Slide do uniforme.
- Bem... como posso dizer? Eu penso um pouco diferente de você. Eu já não acho que esse agressor seja do bairro, nem ao menos da cidade. As aparições repentinas podem ter a ver com teleport. E bem... não da para carregar muitas coisas consigo quando você "teleporta", não é?! Então acho que o ladrão deve carregar consigo seu uniforme e outra muda de roupa. Como não é daqui, não tem muito onde se trocar, então deve se trocar ali mesmo... minha teoria é que ele enterra a roupa para, quando voltar, vestir de novo e voltar para o local de onde teleportou. Acho que um pokémon não conseguiria fazer teleportes com distâncias muito grande, então talvez esse "local" seja uma sala... ou alguma coisa do tipo. Mas é claro, isso é só uma suposição... - Parara um pouco com uma das mãos moldando o queixo; no fundo ele espelhara a postura que Luch fez outrora - Então eu concordo, esse uniforme deve ser bem importante para ele. Na verdade é por isso que apostamos em "pegá-lo", porque deve fazer falta. Acho que ele enterrou e não queimou justamente porque tinha a intenção de pegar de volta. Eu discordo um pouco quando você fala que é importante ele parecer Rocket. Ok, talvez seja, quando está na organização... mas na rua, ele deve usar roupas comuns. Isso faz eu pensar que Milton deve ter chegado bem na hora desse "sumiço"...
Fora ai que o delegado, mais uma vez, ergueu sua vareta e apontou para o quadro. Ainda com o bastão em mãos, desenhou a letra R no uniforme e pontuou:
- Só que isso aqui me incomoda - Continuou pontilhando a tal da letra - Esse R não é vermelho, ele é colorido. Eu não sei se isso é um braço da Equipe Rocket ou se ele só botou na máquina junto com roupas diferentes, mas isso ta estranho... - Uma pausa grotesta se deu - ... Esqueci de algo?
Esquecendo ou não, Margo ia se inserir ai. A moçoila arranhou a garganta, levantou o dedo e indicou que queria falar. Descruzou as pernas, deu uma breve levantada e entonou:
- Você pode falar um pouco mais dessa... pegada?! Porque eu não entendi se ela é da vítima, do vilão... qual a importância dela? - Indagou - Além disso, você tem algum palpite de porque diabos eles se teleportam ao invés de simplesmente andarem disfarçados?!
- Começarei pelo final: não. Não faço ideia. Talvez estejam só testando uma tecnologia... o que faz sentido, já que não atacam ninguém. Além disso, não sei como te responder isso. Sobre a primeira pergunta, também não sei. Devo admitir que é estranho, a pegada estava atrás das do Quagsire, junto com mais um bocado de marcas-de-movimento. Pelo relato de Milton, ele não pisou ali, então a pegada não deveria ser dele. Apesar disso, as pegadas batem até com o desgaste do sapato dele...