- Muito prazer, Sonia. - estendi a mão em gesto educado de saudação para a noiva e para cada amiga que ia apresentando.
Eu meio que entendia a situação: muitas vezes, evitamos nos comprometer com os outros por querer tanto agradar a todos e manter o ambiente harmônico. Eu mesmo já fui bastante assim! Morria de medo de incomodar meus amigos, e por isso acabava "engolindo Froakies" para não chatear ninguém... O problema de ficar em cima do muro é que uma hora ele despenca, e eu já era crescidinho o bastante para saber que em algum momento devemos nos posicionar e impor o que queremos. Conhecia bem as amarras de Sonia.
Pensava nisso sem parar quando, do nada, um silêncio brutal se instaurou no mundo. Como se a humanidade hesitasse um instante, os sons foram ficando cada vez mais distantes e abafados. Cheguei a cogitar estar sonhando, já que é essa a atmosfera do meu mundo onírico, mas não: era real e acontecia. Foi quando aquarelas azuladas tingiram os arredores da noiva, começando pela sua cabeça e se espalhando gradativamente, pintando de azul sua aura.
Eu já tinha tido minha parcela de experiências mediúnicas antes, desde lidar com fantasmas na minha cidade antiga, Ecruteak, até interagir com o espírito da minha falecida irmã Violet na rota 102 e em Petalburg Woods também. Mas aquilo me era estranho: nunca vi cores de auras se manifestarem em frente aos meus olhos. Será que desenvolvia novos poderes psíquicos? Só se...
Foi quando percebi algo. Apesar de ter prometido evitar pensar tanto e entrar em maior contato com meus sentimentos, fazia o exato oposto! Agora mesmo, já estava julgando Sonia com minhas racionalizações e processos mentais antes mesmo de usar de empatia e sentimento. Como eu poderia ter a honra de orientar uma Ralts, que é o pokémon sentimento, sendo que eu mesmo não ligava para os meus? E pior: para o dos outros? Tinha de entrar em conexão com o mundo sentimental, e talvez por isso agora vivia um sonho, vendo aquele azul profundo se manifestar da noiva. Dentro de mim, percebi que sentia a tristeza dela. Não sabia o porquê de tamanha melancolia, mas sentia. E sentia muito...
- Desculpa perguntar, Sonia, mas tá tudo bem? Eu... tô achando você... aliás... sinto que está triste. Sei que não é da minha conta, mas quero te ajudar nisso também. Tá tudo bem contigo?
Não queria ser intrusivo ou incisivo demais, mas precisava ajudar aquela moça. Sentia isso.
Eu meio que entendia a situação: muitas vezes, evitamos nos comprometer com os outros por querer tanto agradar a todos e manter o ambiente harmônico. Eu mesmo já fui bastante assim! Morria de medo de incomodar meus amigos, e por isso acabava "engolindo Froakies" para não chatear ninguém... O problema de ficar em cima do muro é que uma hora ele despenca, e eu já era crescidinho o bastante para saber que em algum momento devemos nos posicionar e impor o que queremos. Conhecia bem as amarras de Sonia.
Pensava nisso sem parar quando, do nada, um silêncio brutal se instaurou no mundo. Como se a humanidade hesitasse um instante, os sons foram ficando cada vez mais distantes e abafados. Cheguei a cogitar estar sonhando, já que é essa a atmosfera do meu mundo onírico, mas não: era real e acontecia. Foi quando aquarelas azuladas tingiram os arredores da noiva, começando pela sua cabeça e se espalhando gradativamente, pintando de azul sua aura.
Eu já tinha tido minha parcela de experiências mediúnicas antes, desde lidar com fantasmas na minha cidade antiga, Ecruteak, até interagir com o espírito da minha falecida irmã Violet na rota 102 e em Petalburg Woods também. Mas aquilo me era estranho: nunca vi cores de auras se manifestarem em frente aos meus olhos. Será que desenvolvia novos poderes psíquicos? Só se...
Foi quando percebi algo. Apesar de ter prometido evitar pensar tanto e entrar em maior contato com meus sentimentos, fazia o exato oposto! Agora mesmo, já estava julgando Sonia com minhas racionalizações e processos mentais antes mesmo de usar de empatia e sentimento. Como eu poderia ter a honra de orientar uma Ralts, que é o pokémon sentimento, sendo que eu mesmo não ligava para os meus? E pior: para o dos outros? Tinha de entrar em conexão com o mundo sentimental, e talvez por isso agora vivia um sonho, vendo aquele azul profundo se manifestar da noiva. Dentro de mim, percebi que sentia a tristeza dela. Não sabia o porquê de tamanha melancolia, mas sentia. E sentia muito...
- Desculpa perguntar, Sonia, mas tá tudo bem? Eu... tô achando você... aliás... sinto que está triste. Sei que não é da minha conta, mas quero te ajudar nisso também. Tá tudo bem contigo?
Não queria ser intrusivo ou incisivo demais, mas precisava ajudar aquela moça. Sentia isso.