Steel Yourself

Journey through the depths

Eu finalmente chegava no gigante complexo de cavernas conhecido como Meteor Falls. A Kathryne do passado estaria morrendo de medo e provavelmente nem entraria lá dentro, por causa dos vários rumores de aventureiros desaparecidos, que nunca mais foram vistos e eu admito que esses rumores ainda me deixam com um pé atrás, mas, eu tinha que ir lá. Até porque, um hospital não mandaria uma garotinha para um lugar onde ela pudesse facilmente morrer. Não é? Eles confiam nas minhas habilidades e eu devo confiar também, inclusive melhorei bastante desde aquela época. Quando eu estou sozinha, gosto de ter companhia de meus pokémon e era isso que eu faria, liberaria dois deles.

Um desses sendo o meu fiel Alakazam, Zen e outro sendo uma pokémon que eu estou querendo dar atenção, Eldritch, a Inkay. O psíquico dourado, diligentemente se colocava a minha frente e me "escoltaria", enquanto a outra, apesar de um tempo considerável de vida, ainda agia infantilmente e ia até os meus braços, só que era algo estranho, ela ficava flutuando, logo não ficava no meu abraço, mas ela sentia como se estivesse. Não vou mentir, essa situação me fez esboçar um risinho.

- Queridos, queremos ir até o Valley of Steel, mas temo que não sei como chegar lá, hehe. Mas posso confiar em vocês. - Meu deus Kathryne, como você consegue parecer tão, mas tão estúpida? Francamente, eu pesquisei sobre Meteor Falls e Valley of Steel antes, porém, é muito mais fácil ter o conhecimento do que colocá-lo em prática. Se orientar por cavernas não é algo exatamente fácil de se fazer e meu senso de direção sempre foi ruim. Ah, agora eu estava começando a me sentir mal e ficar preocupada, mas não, não vou voltar atrás.

E Meteor Falls tinha um tom até que nostálgico pra mim, porque veja bem, mesmo quando eu era uma garotinha de sete ou oito anos, minha mãe me levou pra cá, duas vezes. Um local de férias nada convencional e que ela pediu para que eu guardasse segredo do meu pai, se não ele surtaria de preocupação. E claro, não abri minha boca sobre isso, até hoje ele não sabe. Ah mas quando eu ver as cachoeiras, aí que eu fico nostálgica mesmo, talvez eu as use de local pra descansar, não nego que apesar de parecer perigoso, essa montanha era um dos lugares mais lindos de Hoenn, diria que está no meu top 3.

Porém, meu destino não é o Meteor Falls em si, mas sim o que vem depois dele, o Valley of Steel. Aí já são terras desconhecidas, onde os famosos, porém raros Beldum habitam. Sei que é pra eu só observá-los, mas cara, eu amaria ter um pra mim. Não é daqueles pokémon que você consegue facilmente, creio que ele é o sonho de todo especialista em psíquicos. O termo pseudo-lendário não quer dizer pouca coisa né? Ok, mas agora vou parar de boiar em meus pensamentos e pensar em um jeito de navegar por ali, e tinha algo bem óbvio.

- Tenho o pokémon perfeito pra isso, Venger, venha. Oi querido, quem melhor pra navegar por cavernas do que você? - Não preciso dizer que o Swoobat amou o fato da primeira coisa que ele viu ao sair da pokébola não ser o sol, mas sim uma escura caverna. - Faça o seu melhor, use o seu sonar pra poder me escoltar com segurança até o Valley of Steel. - Claro que ele não saberia o que é um Valley of Steel, mas ele sabe navegar por cavernas, para isso peguei meu Rotom Phone: -Eldritch, por favor. - Tive que tirar a Inkay do meu "abraço" e ela aceitava, não estava mais tão infantil quanto eu pensava: - Espero que isso me ajude. - O que eu tentava procurar era literalmente guias de viagem que cobrissem a área de Meteor Falls.

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Não da pra se dizer que Meteor Falls é lugar pra qualquer um. Kathryne conhecia até que bem o local, de suas lembranças das viagens com sua mãe e do mapa que poderia ver em seu Rotom Phone; ainda assim, era uma caverna traiçoeira. Diziam por aí que as cachoeiras deste complexo de túneis conhecia as verdades de todo o mundo, ja que foram abençoadas com a queda de um meteoro, bem como o nome diz, próximo delas. Outras pessoas gostam de falar que vivem seres vindos de outro planeta ai dentro, que até mesmo as Clefairys que inundam os corredores sombrios e se reúnem para adorar a lua, são na verdade vindas do satélite natural da Terra. Nada disso poderia ser provado como verdade, mas também, não como mentira.

Contudo, o objetivo de nossa protagonista, hoje, não era explorar essa caverna, mas sim passar por ela e acessar o grande vale do mental, lar de Pokémon tão misteriosos quanto os presentes em Meteor Falls; os Beldum. Esses robozinhos criados por sabe-se lá quem, viviam desde os tempos antigos nesse vale, de uma forma estranha eles se reproduziam e inundavam o local como seu habitat próprio; claro, isso antigamente. Hoje em dia eles são extremamente raros, e outros tipos de Pokémon passaram a tomar seu espaço, deixando-os assim quase extintos; era um monstrinho cobiçado, desejado por muitos humanos por sua natureza de evolução forte, e inteligência abismal.

Objeto de desejo de Keyron, sem dúvida, mas para isso, ela teria de enfrentar as quedas de meteoros das quedas de meteoros.

A entrada da caverna era pouco adornada, parecia bem menos mexida por humanos do que o caminho que saía de Mountrock para cá; acompanhada por Alakazam e Inkay, a garota percebeu cedo que teria dificuldades de se guiar ali dentro. Principalmente porquê, ao buscar por mapas em seu Rotom Phone, percebeu que não havia sinal algum para fazer isso; a natureza a chamava, e ela estava bem próxima... Fato esse que ocasionou na liberação do Swoobat da garota; abusar do sonar desse tipo de Pokémon era bastante comum, e por estarem num lugar que era o habitat natural desses monstrinhos, fazia sentido, até. Venger parecia animado por não ter o sol se chocando contra seu rosto, e começou a voar para frente, seguindo por um caminho reto, sem muita escapatória.

As paredes da caverna eram de uma rocha-matriz azulada, que se misturava ao cinza natural das rochas e criava um azul-metálico belíssimo; era um efeito visual, as pedras dali não eram valiosas, mas certamente serviam para enganar trouxas. Não havia iluminação quase que nenhuma, com exceção de uma ou duas tochas posicionadas estrategicamente para cobrir a falta excessiva de luz do lugar, mas fora isso, era um grande vazio. Pra onde quer que ela fosse, encontraria rochas e escuridão, pelo menos por enquanto...

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Ah, eu teria que andar com todo o cuidado do mundo nesse lugar. Por mais críptica e intrigante que seja essa caverna, não posso me distrair muito, as chances de eu me perder são enormes e se eu me perder eu diria que é o fim pra mim. Não sei como meus pokémon conseguiriam me tirar de algo do tipo, ainda mais que Zen não tem mais o poder de teleporte, se ele ainda tivesse, eu poderia pedir para ele me mandar de volta para a entrada da caverna caso algo der errado. E também, creio que sou a única alma humana nesse lugar aqui, honestamente, eu esperava Rangers fiscalizando o lugar, não só para evitar que gente boba se perca, mas não duvido que Meteor Falls atraía pessoas mal intencionadas, explorando o lugar de maneira ilegal.

Mas, reitero, não tenho nada para fazer em Meteor Falls, a não ser revisitar memórias nostálgicas ao ver as cachoeiras. Valley of Steel era onde estava meu objetivo, mas o problema real era chegar lá. Ah, o que eu estava esperando em tentar me guiar com o Rotom Phone? Eu estava no meio do nada, era de se esperar que não tivesse sinal. Pelo menos eu tinha Venger, ele seria mais do que o suficiente, quer dizer, apenas seria. Veja, ele não deve ter problemas em se orientar por essa caverna, mas o problema real é que ele não sabe para onde estamos indo. Então, creio que para isso eu vou ter que criar um ponto de partida usando a minha cabeça.

Vamos lá, entrei por Mountrock, cidade que está em um alto nível de altitude, logo estou nos níveis superiores da cordilheira. O Valley of Steel é um enorme depósito de minerais, logo um lugar desse tipo não estaria em tamanha altitude, ou seja, temos que descer. Isso era algo bem óbvio, mas é um ponto de partida, melhor do que nada. E creio que ao descer, eu vou conseguir ver as cachoeiras. Pois é, eu disse que não tinha muito para fazer em Meteor Falls, mas realmente queria vê-las.

- Venger, já sei para onde vamos ir. Tente nos guiar até descidas, vamos descer e descer até acharmos o Valley of Steel. - Havia um problema que eu podia descer demais e acabar no nível do sopé da montanha nos arredores de Fallarbor, logo isso me faria ficar completamente perdida. E para consertar tal erro, eu precisaria subir, que obviamente deve ser mais difícil do que descer. Enquanto isso, apesar de não ter conexão, o Rotom Phone me seria útil para outras coisas, como iluminar o local, então eu usava como lanterna e então esperava a deixa de Venger para eu e meus outros pokémon que me acompanhavam prosseguirem.

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Kathryne era inteligente, e rapidamente traçava um plano para descobrir o caminho para o Valley of Steel mesmo sem sua internet; diferente de literalmente qualquer outro jovem que provavelmente desistiria ali mesmo por não ter a internet para ajuda-lo. Sua hipótese fazia total sentido, depósitos de sedimentos como metais geralmente ficavam em menores altitudes do que uma montanha, o que significava ter ir de para baixo; mas não tão para baixo, como a própria citou. Afinal, ainda fazia parte da montanha, e não do pé dela; pra lá, a garota só acabaria voltando para a cidade, e tendo feito toda a aventura dela não valer a pena.

Seria uma perda de tempo, huh? Venger sabia disso, e entendeu muito bem o que ela queria; era fácil para o morcego se movimentar ali e encontrar a diferença de terreno, de arredores e temperatura. Suas orelhas eram como um grande sonar, e seu focinho, mais potente que um Arcanine, uma verdadeira máquina de rastreamento, que seria muito bem utilizada por sua treinadora; quando ouviu o que Keyron tinha a comandar, Venger então assentiu, grunhindo seu nome e começando a se movimentar. O azulado bateu suas asas com força, voando reto até chegarem em uma bifurcação, para então tomar o caminho da esquerda, e sair a frente da equipe; se ela tivesse tempo pra analisar, Kath veria que os outros dois caminhos realmente estavam diferentes do que ela precisava.

O da direita levava para um relevo mais alto, e o do meio só continuava a frente; quando voltasse a andar, poderia notar o barulho baixo, mas forte, de queda d'água. Era esse o trajeto correto, sem dúvidas, até o relevo respondia com a diminuição da altitude clara ao caminhar pelo túnel da esquerda; alguns pequenos sons pareciam atrair Venger, já que ele parou uma ou duas vezes, procurou algo ao redor, mas sem sucesso, apenas continuou. Não era possível identificar ainda do que se tratava, mas parecia mais longe do que as cachoeiras...

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Minha intuição parecia estar me levando a algum lugar, pois Venger assentia e seguia, bastante confiante de si mesmo. Eu também estava confiante de que logo chegaríamos ao tal Valley of Steel por mais que Meteor Falls seja complexo. Com o Rotom Phone iluminando o caminho e meus outros dois pokémon em Zen e Eldritch de olho no caso de um ataque surpresa, até porque nunca se sabe. Se bem que a última, só flutuava despreocupadamente, porém, não chegava a se perder, mas eu ficava de olho na Inkay.

E o caminho se ramificava, mais especificamente três vias, porém não era nenhuma escolha difícil, muito pelo contrário, uma escolha bem fácil. Se eu seguisse pelo centro, apenas continuaria indo em frente, o caminho da direita era o contrário do que eu precisava, ficando apenas o caminho da esquerda, que era justamente uma descida. Me virei para os meus pokémon, exceto Venger, esse que ia convencido por aquele caminho.

- Queridos, é por aqui. Zen, Eldritch, fiquem de olho caso vocês verem alguma coisa anormal também, vindo de trás, principalmente. - Isso era paranoia? Talvez, mas nem tanto. Se bem que o máximo que podia acontecer era eu ser assustada por uns Golbat ou algum outro pokémon nativo de Meteor Falls. Tá, não devia me preocupar tanto, mas ainda assim, Alakazam e Inkay seguiam atrás de mim, enquanto Venger liderava.

Já me sentia animada, pois apesar de baixo e sutil, eu conseguia ouvir o som das cachoeiras, o que indicava que era o caminho certo. Era só seguir e ver como essa trilha se desenvolveria, porém, eu notava algo que se destacava. Meu Swoobat parecia intrigado com algo, olhando ao seu redor, eu mesma olhei para trás, apenas para ver Zen acenando, em modo de dizer que estamos seguros. O próprio Venger apenas continuou depois de não saber o que era. Fiquei curiosa e até mesmo um pouco preocupada, mas, se Venger se via seguro em continuar, eu devia confiar nele. Então, apenas continuei.

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A intuição era uma brincalhona, devo dizer. Por mais que Kathryne estivesse desconfiada de que algo pudesse estar circundando seu pequeno grupo de aventuras, estava bem claro que era só coisa de sua cabeça. Mesmo Venger cogitando por algum momento, escutando um ou outro som estranho em meio a caverna, o próprio descartava a ideia, e apenas seguia em frente; talvez isso servisse para deixar a garota menos preocupada com tudo, e a fizessse acreditar um pouco mais no seu próprio poder. Quer dizer, porque diabos o próprio Swoobat ignoraria algum sinal de perigo? Só não fazia sentido.

Pois bem, o caminho era para baixo e era para baixo que a garota ia; em alguns minutos de caminhada, o suficiente para deixar o pequeno Inkay impaciente, eles avistavam uma abertura no túnel, levando para uma área mais aberta. O som das cachoeiras aumentava gradativamente, e ela finalmente veria as tão sonhadas quedas de meteoros quando se aproximasse o suficiente do salão natural; era lindo. Como se fossem poças gigantes de água, as cachoeiras refletiam a cor das pedras, deixando a água num misto de azul e dourado, um caleidoscópio de pequenas quedas d'água, e que tiravam o fôlego de qualquer pessoa.

Quando Keyron olhasse para frente, contudo, veria que seu voador tinha parado, agora voando no mesmo lugar, observando algo que estava a frente; era quase como um acampamento montado perfeitamente para que humanos passassem bastante tempo sem precisar sair dali. Havia um Voltorb ligado a um gerador, provavelmente o recarregando, e alguns humanos vivendo pelo lugar normalmente; se tratavam de duas mulheres, altas, com cabelos curtos em sua média. A que estava sentada lendo um livro tinha um tom avermelhado nas mechas e o chanel de bico típico; a outra, que comia alguma coisa sentada numa "mesa" feita puramente de pedras era loira e seu corte passava dos ombros, mas ainda curto.

As duas só notaram a presença da garota quando viram o Swoobat ali parado, e foi quase que instantaneamente que a ruiva sorriu, se levantando e revelando uma roupa comum de exploradora. - Ah, olá querida! Não tinha te visto aí. - Ela comentou se aproximando, mas ainda mantendo uma distância segura de Venger. - O que te trás ao Meteor Falls? - Questionou, encarando a mais baixa, com um olhar de serpente pronta para dar o bote.

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Eldritch ficava impaciente durante todo aquele caminho e eu também ficava, mas provavelmente por um motivo diferente da Inkay, essa que deve estar apenas incomodada com a demora. Eu no caso, me incomodava com algo de estranho que possa estar na minha frente, já que Venger manifestou inquietação, provavelmente ouvindo algo estranho. Mas devo confiar nele, ele continuou o caminho, ele não me mandaria para o perigo. Pra baixo eu ia e aquele som, a última vez que eu o ouvi foi a oito anos atrás, mas é como se fosse ontem.

Sim, as cachoeiras. Eram lindas, meus olhos estariam brilhando se eu fosse uma personagem de anime. Ah doces memórias, eu queria ficar parando, contemplando aquele lugar. Me lembro de minha mãe, ela era a liberdade em pessoa, me trouxe para cá simplesmente como se fosse qualquer outro lugar onde se tira férias. Honestamente, eu só queria sentar por aqui um pouco e relaxar, até porque não sei o que está por vir no Valley of Steel. Mas eu mesma voltava para a realidade e saía desse transe, apenas para ver meu Swoobat olhando um cenário nada convencional.

E eu acho que estava errada quando pensei que eu era a única alma humana por aqui, tão errada, que as outras pessoas que aqui estavam já montaram um belo de um acampamento. Já sei, posso perguntar para as duas moças que ali estavam como eu chego no Valley of Steel. A julgar pela vestimenta delas, eu diria que eram exploradoras, logo elas devem ter experiência o suficiente para me guiar até lá. Não custa tentar, embora eu não devia confiar em estranhos sem mais nem menos. Porém, a estúpida e ingênua Kathryne não pensou nisso no momento.

- O-oi. Umm... eu na verdade estou de passagem, quero ir até o Valley of Steel. Inclusive, vocês sabem me dizer como chego lá? Eu tenho uma ideia, mas não sei dizer exatamente. Então, podem me ajudar? - Sem nenhum sinal de desconfiança, eu lançava a pergunta para a moça ruiva. Eu até perguntaria o que elas estavam fazendo ali, que precisaram arrumar um acampamento desse nível, mas a vontade de ter um caminho certo para o meu destino é maior, além do que, eu realmente me distraía olhando para as cachoeiras.

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A dupla se entreolhava com a resposta da garota invasora de seu habitat; um sorriso permeou em seus lábios e a ruiva tratou de virar um pouco a cabeça para o lado. - Por acaso, nós sabemos sim, onde fica esse vale aí; o que você acha, Misty? Devemos contar pra ela onde fica? - Ela questionou a loira, rindo levemente e dando de ombros. Misty guardou o que estava fazendo e se aproximou das duas, dando mais atenção a Kathryne. - Você não acha que é muito jovem pra andar por aí sozinha não? Valley of Steel é barra pesada, não é pra qualquer um.

A voz da loira era mais rouca, típica de alguém que consumia muita nicotina; e não demorou muito para que ela comprovasse a teoria, acendendo um cigarro. - A gente pode te falar, mas vai ter um preço. - A fumaça foi soprada na cara de Kath, e ela apoiou o braço no próprio corpo, aquela pose comum de fumante. - Uhhh, achei interessante. Podemos ficar com esse morceguinho em troca da localização. - A ruiva bateu duas palminhas, e foi nesse momento que Misty assoviou; das sombras surgia um ser quadrúpede, com corpo arroxeado e dourado, com aspectos felinos. As palmas da outra chamaram, contudo, um ser tubaresco e coloração azulada, que surgiu de um buraco ali perto.

- A não ser que você esteja pensando em passar por nós. - A essa altura, a loira já tinha acabado seu cigarro, o jogando no chão, pisando na bituca e cruzando os braços. É, parecia que Keyron não teria vida fácil para chegar ao lugar que tanto queira, e nem mesmo teria tempo para apreciar as cachoeiras...

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E tudo mudava de tom do nada. Aquelas mulheres fizeram vários rodeios quando eu perguntei algo simples. É algo simples, certo? Não é como se o Valley of Steel fosse uma localização extremamente protegida e de acesso bem restrito. A cada palavra que saía da boca delas eu começava a achar que fiz a escolha errada e depois de mais algumas palavras eu tinha certeza. Eu começaria me fazendo de boba, a princípio.

- O que? Eu só perguntei como eu chego no Valley of Steel. Não pedi pra vocês me escoltarem até lá e nem nada. Ah, se não querem me ajudar tudo bem. - Daí quando elas falaram sobre o meu Swoobat, eu me irritei, mas pra valer, não conseguiria agir de maneira sensata a partir dali: - Do que vocês pensam que estão falando? É algum tipo de piada? - Eu dizia enquanto tossia por causa da fumaça do cigarro. Sigh, como conseguem fumar? Só dói de respirar essa fumaça.

Ah, e elas não estavam para brincadeira não. Já queriam partir pra briga, com dois pokémon que eu nunca vi, quer dizer, o segundo é parecido com aquele pokémon que Katakuri tanto ama, enfim. Eu mesma sacava uma pokébola, mesmo tendo Zen, Venger e até mesmo Eldritch por ali, foi meio que um impulso. A pokébola em questão era de Prudence, a Medicham. Como foi uma atitude bem impulsiva, eu realmente não precisava chamar a lutadora, eu logo depois arrumei uma desculpa para ela estar ali.

- Escuta aqui, não vou dar pra vocês nem o gosto de perderem para o meu Swoobat, imagina vocês roubarem ele de mim. Prudence, Eldritch, vamos a luta. - E eu mandava a bebê Inkay para o confronto mesmo tendo os meus pokémon mais forte, mas dessa vez não foi impulsivo. Eu quero tentar fazer a pequena lulinha experimentar mais algumas batalhas: - Ok, queridas, vamos cuidar rápido delas. Prudence, Ice Punch no uhh... Gabite, duas vezes se for necessário, se ele cair em um só, ataque o outro com o High Jump Kick. Eldritch use o Reflect e ataque o gato com o Superpower.

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Ficou bem claro para as duas mulheres o quanto Kathryne ficou emputecida só de pensar em ter seu precioso Swoobat caindo nas mãos dessas duas aproveitadoras, e foi exatamente isso que arrancou dois sorrisos, tanto da loira quanto da ruiva, que ouviram os comandos impensados da garota com um semblante de deboche claro. - Hohoho, você deveria ter usado seu Alakazam garotinha, essa lulinha ai não da nem pro cheiro. Gabite, use Slash na de calçolas, e depois ataque o pequenuxo com seu Bulldoze! - A ordem veio da mais baixa, e a loira logo tratou de seguir. - Vá filha. Fake Out e Sucker Punch, primeiro na Medicham, depois no Inkay. - Estava bem clara a estratégia de ambas, mas isso não suficiente para intimidar os protagonistas.

Com os comandos dados, os quatro Pokémon se preparavam para a batalha, com Prudence atenta como sempre, e Eldritch um pouco nervosa e com medo daquele dragão estranho. De qualquer forma, a Liepard era a primeira a agir, rápida como um raio, ela batia com as duas patas no rosto de Prudence, e a deixava completamente tonta; isso impediu que ela atacasse nesse turno, e abriu espaço para o Gabite atacá-la de guarda aberta, com um poderoso corte de sua garra maior. Como forma de recuo, Inkay lançou uma barreira invisível que a partir desse momento, diminuiria consideravelmente o dano vindo por parte da dupla adversária.

No segundo turno, antes que a lulinha pudesse usar seu golpe, o leopardo roxo desferiu um golpe desleal na cara dela, rindo em seguida e recebendo o empurrão do molusco, que tirou certo dano, e também aumentou seu dano e defesa, graças a habilidade da pequena. Do outro lado, Prudence atacava o dragão com um golpe duplamente efetivo, um soco poderoso imbuído em poder congelante, e que fazia muito bem seu papel ao tirar grande parte da saúde do monstrinho, e ainda o manter congelado, impedindo-o de atacar, provavelmente por um bom tempo. - Droga! Gabite, se livre disso, use suas garras e um duplo Slash no bichinho feioso. - Bradou a ruiva. - Tsc, parece que você está encrencada. Liepard, Assurance duplo no Inkay, não dê tempo para que ele se recupere. - Comandou a loira. Claramente elas queriam focar em Eldtrich agora, restava Kath bolar uma estratégia para defender a pequena.


Log da batalha: Reflect 1/3 (Kathryne side).
Liepard usou Fake Out em Medicham (-6 HP | Flinched).
Medicham não atacou (Flinched).
Gabite usou Slash em Medicham (-11 HP).
Inkay usou Reflect.

Liepard usou Sucker Punch em Inkay (-10 HP | Reflect).
Medicham usou Ice Punch em Gabite (-43 HP | Frozen).
Gabite não atacou (Frozen).
Inkay usou Superpower em Liepard (-19 HP| +1 Atk | +1 Def).