Pokémon Mythology RPG
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Capítulo 15 - Escuridão [Tielo]

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Mt. Mortar



Tielo jogava seu corpo ao chão assim que chegava a dupla. O enfermeiro estava com uma cara mais simpática que o outro. Não que tivesse tido muito tempo para analisar suas feições... Seus olhos miravam as mãos dele para manusear o homem, e preocupar-se com a sobrevivência dele. Ainda que interiormente estava seguro de que ele estava bem. Não era otimismo, Tielo sempre foi de realista à pessimista. Otimismo em raros momentos. Talvez otimismo naquela ocasião em especial fosse um escape de seu cérebro para não pirar. Não queria montar um ode à morte daquele homem.

— Eu particularmente não tenho queixas! - Comentou num tom rápido, mas só depois pensou que poderia ter soado sarcástico. Mas tanto não tinha tempo para se explicar ou voltar atrás, quanto o enfermeiro talvez tivesse tido tempo para ouvir ou se aborrecer, então fez-se o silêncio enquanto o homem trabalhava. Também não falou mais nada sobre o incidente. Tinha dado as informações mais importante pelo telefone, e a atendente já devia ter repassado para ele. Até vir a pergunta, onde Tielo ponderou o que responder, e o que omitir. - Eu estava na caverna também, e estava próximo no momento da explosão. Acabei usando um movimento Surf para apagar o fogo, por isso estamos úmidos... Resgatei ele de lá com a ajuda dos Pokémons dele. - Foi tudo o que passou, porque era tecnicamente o que lhe foi perguntado. Também não respondeu sobre a espera do médico. Não queria ficar muito preso ali, e nem sair dali sem suas metas, entretanto, não queria arriscar sua saúde...

Beautifly acariciava Rapidash enquanto tentava desviar o foco, inutilmente, de Rapidash para ele. Pobrezinho só queria ajudar. Mas outra coisa incomodava à Pokémon, e era nítido o olhar de desprezo dela vendo um desconhecido remexer a bolsa de seu mestre. Por um momento pensou em dizer algo para à Pokémon, que seria necessário saber mais informações dele. Mas estava até demais triste a cena. Como Tielo não sentia muitas dores, tomou a liberdade de ir até o Ranger.

— Olha, vamos entregar novos equipamentos para esta pobre alma? - Disse enquanto recolhia algumas coisas rolando pelo gramado, e agrupavam no chão. - Já que você não está com medo de quebrar nada, é porque irá custear novos itens para ele não? - Se possível, "afanaria" as Pokébolas com os outros Pokémons. Não que realmente quisesse roubar. Bom, não tinha problema em de vez em quando praticar pequenos furtos, era a sobrevivência da selva. Mas, roubar de alguém naquela situação não lhe renderia uma benção divina. Pra resumo, o cuidado que tinham com os itens de Vector era tão descaso, que sentia que estaria mais seguro com ele, para enfim devolvê-lo. Se bem que Pokémons era a última coisa que iria querer roubar. Já que evitava até receber Pokémons de outros treinadores, até mesmo os de sua sociedade. - Após quase morrer, ter os seus pertences tratado com cuidado é o mínimo. E mesmo que seja um criminoso, você teria perdido a maior parte das provas nessa bagunça que está fazendo. Você deve ter acabado de se formar, não é?


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A ligação, o rádio e o comportamento do Guarda Florestal já deixavam meio claro que mais pessoas chegariam ali logo mais. Sorte de Tielo! Que fora confrontar o policial segundos antes disso acontecer. O pior é que o protagonista estava extremamente certo; um policial que age contra os regulamentos para ser "mais rápido" ou por "não acreditar que o criminoso mereça" mais atrapalhar que ajuda. Um caso desorganizado é um caso perdido!

Apesar do próprio homem saber que Tielo estava certo, ele não pretendia baixar a cabeça; muito pelo contrário, a levantou! Abriu a boca, encheu os pulmões e já tratou de estufar o peito e perguntar:
- Como é que é?! - Indagou em voz alta. No mesmo momento, o enfermeiro virara para os dois e mirara a briga - Quer me ensinar a fazer o meu trabalho?! - Continuou, dando um passo mais perto em direção ao bardo.

Mas como já dito antes: salvo pelo congo. Não era um helicóptero, mas três pequenos quadriciclos motorizados chegavam na cena, escalando o pé do morro e indo até lá. O caminho era um bocado íngreme; mas nada que um 4x4 não conseguisse fazer. Sobre as doze rodas, havia um segundo Guarda Florestal, e dois médicos.

Os dois médicos, não preciso nem dizer que correram para analisar o quase cadáver. O helicóptero já parecia estar por perto; era possível ouvir seu som. Posicionaram o homem no solo de forma anatomicamente agradável, lhe pressionando alguns pontos e certificando algumas coisas. Após corrigirem sua postura, colocaram em uma maca trazida e o ergueram. Ali esperariam o helicóptero, prenderiam a maca nos devidos ganchos e subiriam a pessoa... isso não importa tanto assim.

Vamos ao que de fato importa: a situação de Tielo.

Ao entrar no meio do dramalhão, o garoto da saia-justa fora salvo pelo segundo guarda, que parecia ser o "policial bom". Logo que chegou na cena, o homem mais baixo, mais gordinho e mais cabeludo fizera um "tsk" irritado com a boca e já anunciara o desgosto com e cena:
- É assim que você trata a cena de um crime? - Praguejou, andando em direção a Tielo e estendendo a mão para um aperto - Boa Tarde, eu sou Rafael, você pode nos tirar umas dúvidas e nos contar sua versão da história? - Questionou o homem, já dando um leve empurrão no policial pioneiro, indicando que ele "chegue para lá". Depois disso, olhou para ele e deu uma ordem - Junte tudo da bolsa do rapaz e dê aos médicos. Não temos direito de ficar com pertences dos outros sem mandatos, veremos isso no hospital quando ele acordar.

Estranhamente, o doido baixou a cabeça; provavelmente era de patente menor.

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Mt. Mortar



Uma pontada de alivio aparecia com o segundo policial. Não que Tielo estivesse com medo ou se importasse de confrontar mais o primeiro, entretanto isso com certeza tirava a possível prisão por desacato do caminho. O que Tielo nunca concordava, afinal, porque eu tenho que acatar uma "autoridade", mesmo ela estando errada? Essa história não era pra ele.

— Oh graças. Um policial competente. - Nesta altura, acreditava que Rapidash já poderia se sentir vingada. - Foi um caso de explosão aqui na caverna. Acredito que pelo excesso de enxofre que tem nessas paredes. Pokémons de fogo e bem... Enxofre é altamente inflamável. - Precisava contar uma história, rica em detalhes para ser crível. Entretanto, omitiria algumas partes que pudessem incriminá-lo. Assim, não precisaria mentir. E não mentindo, não cairia em contradição. - Eu estava próximo, explorando, atrás de Pokémons. Sou treinador. Aí, após a explosão, acabei batendo a cabeça forte nos impactos. Mas consegui resgatá-los dali.


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- Hmmm, ok, eu preciso saber como você achou esse buraco e que pokémon você tem procurado... - O novo policial tinha sim um problema com o Tielo; mas definitivamente não lhe tratava em mesmo nível que o anterior. Isso porque Tielo era um possível suspeito, além de ter uma fala muito vaga sobre o que aconteceu. Normal? Talvez; mas ao menos esperava alguma empolgação e angústia na sua fala, o que não encontrou - Eu realmente gostaria que me contasse um pouco mais. Se puder me dar seu nome completo e seus dados... dizer de onde é. Um documento serviria... - Dera uma pausa enorme. Ele sabia que não podia obrigá-lo a nada e, se quisesse algo, teria que pedir no por favor - Faremos assim, se me ajudar, prometo te ajudar com o pokémon que você está procurando, ninguém conhece melhor que ninguém esse lugar do que nós. Pode ser?!

Era um trato justo? Talvez não. O homem poderia lhe ajudar sem pedir nada em troca; essa seria a maior gentileza de sua parte. Ainda assim ele precisava saber mais daquele buraco no Monte Mortar, e sua menor preocupação parecia ser Vector; ele estava muito mais empenhado em descobrir sobre aquele buraco do que sobre o fogo que tomara conta do local:
- ... você está receoso de falar por causa do incêndio? Eu já vou te adiantar, não há como o poder público te culpar por isso. É um túnel de enxofre; seria a mesma coisa que culpar alguém por acender um isqueiro. Nós sabemos do risco que essa região da montanha tem, e é justamente que queremos saber quem diabos abriu esse túnel.

O lógico (ao menos para o policial novo) era que Tielo não era um escavador. Primeiro que, se fosse, não teria salvado um homem e saído correndo, segundo que, por mais estranho que Tielo parecesse, não havia razão alguma para que este parecesse suspeito: não se queimou, o que lhe obrigava a não estar a fundo no túnel, prestou socorro e explorou sem equipamento de segurança nenhuma, reforçando a teoria de que ele era um completo leigo.

O garoto botara sua vida em risco ao entrar naquele túnel; era muito provável que ele não saberia de nada sobre aquilo. O que interessava os policiais era, em suma, o que ele poderia ter visto e, de quebra, o que Vector pode vir a ter a ver com isso. No mais, os dois Guards Florestais sabiam de mais informações; só não compartilhariam com o Bardo a priori.

Enquanto isso tudo ocorria, o helicóptero chegou. O barulho obrigou Rafael a chamar Tielo para outro canto, visando continuar a entrevista. Em uma ação rápida e coordenada, Vector foi posto no veículo aéreo e, antes de partirem, o enfermeiro interrompeu o interrogatório apenas para se certificar:
- Tem certeza que ta bem? - Perguntou o enfermeiro - Se quiser podemos te levar para a cidade, para um hospital...

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Mt. Mortar



Era óbvio que não conseguiria responder tudo no mesmo instante, precisava pensar no que dizer. E estava um tanto cauteloso com tudo. Bem... Pra responder com precisão, precisava encontrar um padrão na fala do homem, que pudesse identificar o que ele queria com Tielo. Incriminá-lo pela explosão, apenas preocupado com o bem estar do ferido ou havia algo muito além disso que ele não sabia? E era completamente comprometedor dizer a verdade nua e crua. "Ora seu policial, eu explodi a caverna e ateei fogo num inocente por ali." Seria um bom argumento para ir pra cadeia. E por mais que tudo fosse sem querer, sem intenção, com o argumento do "ser leigo"... A justiça nem sempre é justa. E como dizer quando ela é justa? Parecia tão variável e mutável conforme a visão de alguns. E o bardo sabia que pegar um policial de não-tão-bom-humor, lhe renderia muito mal. Então, mentiria com tempero de honestidade, pensava se isso seria suficiente. Não ia dizer toda a verdade. Mas seria honesto ao mesmo tempo, com o que pudesse provar seu ponto.

— Bom, seu policial. Vou ser totalmente sincero com o senhor. - Respirou fundo e preparou a história em sua cabeça. - Me chamo Akshan Mulduum, e gostaria de lhe dizer de onde eu sou e entregar um documento que comprove isso, mas a verdade é que sou um andarilho. Não tenho local de nascimento e nem um lar. - Tecnicamente essa parte era verdade. Tielo era cigano, nasceu na rua e viveu nela. E bem, era melhor dar um contexto ao homem. - Como pode ver pelas minhas coisas, espalhafatosas e um tanto quanto excêntricas. Sou um artista! Tenho alguns instrumentos musicais, como esse violão e alguns menores em minha mochila como gaitas, flautas e etc. - O violão estava a mostra. A mochila de Tielo embora simples tinha muito cacareco pendurado, como talismãs e artesanatos em geral. Já o seu instrumento musical maior, ele carregava sem qualquer proteção, para empunhar a qualquer momento. - Entre a jornada da arte e os destinos da vida, decidi também ser um treinador Pokémon, além de treiná-los para arte e bem... Vim até aqui pegar Tyrogues, e posso lhe comprovar isso já que a minha última captura foi um dessa espécie, embora eu queira mais um. Eu entrei na caverna por outra entrada, em algum estudo de expedição que tenha por aqui, porém estou andando por ela, no escuro por um bom tempo, tanto que não sei precisar. - Outra parte que era verdade, e que o policial poderia facilmente conferir. - Quanto a explosão, não sei precisar o que aconteceu. Você acertou quando me chamou de leigo, bem... Tudo aconteceu muito rápido, eu não estava perto desse homem suficiente para ser machucado pela explosão, mas perto o suficiente para poder resgatá-lo e ver a explosão. Eu tenho um Pokémon aquático que, no desespero ordenei para apagar as chamas, que aliás esqueci de dizer mas pode estar em combustão lá dentro. - Sequer havia lembrado desse detalhe que poderia ser muito importante. - Tomei conhecimento do nome ou de quem era esse homem, quando aquele policial começou a espalhar e se embananar todo arremessando os pertences dele por aí. - Não sabia se era suficiente, mas torcia para que sim.


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Olhou o homem de cima a baixo e depois olhou para sua mochila. Por fim, deu uma boa olhada em seu instrumento e começou a confirmar com a cabeça a história. Não caia naquela balela; sentia que Tielo tinha um 'quê' bonachão que soava até um pouco falso, mas fazer o que? Olhou-o de cima a baixo, ouviu com os dois ouvidos e se certificou de duas das coisas mais importantes: (1) ele de fato era um andarilho musicista e (2) não lhe seria útil.

Percebendo isso, deixou que seus ombros caíssem em um suspiro único e foi sincero:
- Ok, "artesão"... ta liberado - Ele não disse isso em um tom pejorativo; só deixou claro que não confiava de graça no rapaz - Só trate de andar pelo menos com um comprovante de passagem da próxima vez. Desse jeito, se você cair na justiça não tem nem como comprovar se é imigrante ou não é...

"Tsk, ele quer que eu acredite que ele vive como treinador sem um registro sequer?". É, de fato isso soava estranho; mas não havia muito porque se aprofundar. A conclusão de Rafael foi firme: mentindo ou não, ele não era útil para a investigação. O próprio "medo de ser pego" já dizia muito sobre o caso: ele não sabia da verdade, e muito menos imaginava que haveria algo mais interessante por trás de seus pequeno delitos.

Provavelmente escondera seu nome por ter cometido pequenos furtos; como um bom ladino andarilho faz. Ok, preciso admitir que Rafael tem seus preconceitos com essa galera; e desta vez, isso pode ter sido útil para Tielo. Seu ar bonachão falseta deixara claro para Rafael - quase que em um outdoor - que ele não seria capaz de cometer crimes maiores que um ladrão de galinha, lhe dando os ombros.

Cumprindo parte do acordo, fez como tielo:
- Se quer mesmo achar Tyrogues, se aconselho a subir o morro. O interior do monte, onde fica o enxofre e a parte mais quente, ficam mais os pokémons de fogo. Lutadores como Tyrogue tendem a subir o morro, atrás de lutadores que estão usando o pico como local de treino de resistência e força física.

Era até uma resposta "completa demais" para quem não havia sequer recebido uma resposta que lhe ajudasse. Porém Rafael foi pragmático: "darei o que prometi; mas deixarei Akshan no escuro quanto ao caso; afinal de contas, não lhe diz a respeito".

Ao fim da fala, o homem logo dera as costas e chamou seu subalterno para ir embora da cena. Sobre o "fogo" que ainda estava lá, Tielo pode ter julgado como uma informação pertinente, porém para Rafael, não era nada além de óbvio; ele não achava que as chamas da parede do local sumiriam tão cedo. Não era o primeiro túnel clandestino que pega fogo, apesar dele esperar que fosse o último.

Arranhou a garganta e foi-se embora:
- Não se preocupa com o túnel, os bombeiros já devem chegar. Se preocupa consigo mesmo e fica longe de túneis sem sinalizações... - É isso. Ao menos agora Rafael sabia que os 'novos túneis' estavam ganhando conexões com túneis velhos ou turísticos, e iria investigar isso quando pudesse.

Logo mais foram embora; sem mais nada a oferecer. Vector estava em boas mãos, seu Rapidash e seu Zebstrika voltaram com ele, os enfermeiros estavam cuidando da vítima e agora nada daquilo dizia respeito a Tielo. Se outrora dissesse que conhecesse Vector, talvez lhe pediriam um número e lhe dariam informação; como não era, nem ao menos isto se preocuparam em fazer.

Agora era Tielo e a paisagem, e nada mais além disso. Pois gastarei um instante para narrá-la.

Antes de tudo, adianto-lhes que o homem estava em um planalto. O piso não era tão forme; provavelmente fora um aterro simples que fizeram, em um relevo já quase-plano. Dali veria que conseguiu subir um bocado e afastar-se do nível do mar. Mais exatamente? 500m acima do nível do mar! Como sabíamos disso? Bem... havia uma placa bem ao lado delimitando isso e tudo mais.

Agora fica a cargo do bardo: olhar para baixo ou para cima?! Se erguesse suas vistas, veria um céu azul, sombreado pela fumaça que saia do túnel clandestino, nuvens escassas e um pico bem no topo do morro. O pico não cortava nuvens, não bloqueava o sol e muito menos causava lá muito impacto; ele só era um pico... daqueles bem inclinados, bem pontudos e bem altos! Se vista, diremos que Tielo está a poucos milhares de metros daquele ponto mais alto, mas ele nem sequer deveria se preocupar em alcançar aquilo ali a pé, né?!

... bem, espero que sim.

Agora, se olhasse para baixo, veria um chão lamacento, com marcas de roda e caminhos onde a Guarda Florestal costuma passar. Veria também um ou outro ser vivo se desafiando a subir aquele Monte, além de uma vegetação rasteira que, a medida que o nível do mar chegava mais próximo, ganhava um pouco mais de altura. No pé do morro? Arvores. No torso do morro? Arbustos. Dos seios à cabeça? Gramas, bromélias e moitas escassas.

Ok, ok, mas e ao redor?! Bem, é aquilo que te falei: um planalto artificial, que não dava a lugar algum. Se quisesse sair dali, não veria trilha! O túnel de fato fora feito para ser escondido; não sendo conectado a caminho algum. Poderia sim escalar algumas pedras e contornar o monte, chegando a algum lugar menos "aleatório", podia também descer tudo de vez. Uma terceira via era voltar para aquele túnel e caçar a saída por onde veio; mas esta seria um pouco 'quente demais'...

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Mt. Mortar



"Você finge que me engana, e eu finjo que acredito." Essa frase nunca fez tão sentido na vida do bardo. Era até cômico se alguém notasse a troca de encenação ali. Mas parecia que nenhuma das partes estava afim de se estender muito. O policial, muito competente parecia ter entendido completamente Tielo, enquanto ele parecia ter se livrado do que queria.

Após a tão aguardada liberação, parecia que seu pulmão tinha finalmente solto. Ajudou a colocar as Pokébolas do treinador dentro da mochila dele, e recolheu seus pertences.

O homem estava certo. Não tinha problema algum de cometer pequenos furtos, e não faria isso nos olhares vigilantes de todos ali. E não o teria feito agora se não houvesse um bom motivo. Ele era interesseiro...? Bom, não tinha nenhum problema em negar para si mesmo. Era uma pessoa com diversas facetas e a personalidade não tão perfeita, assim como todo mundo. Mas não era mal, tanto que resgatou alguém sem pretensão alguma de troca. Mas... Será que teria feito se não houvesse uma culpa nisso? Não dava pra saber agora.

Pensou em perguntar se ele ficaria bem. Mas achou que poderia ofender a integridade e profissionalismo do enfermeiro. Guardou o nome dele em mente. Uma simples pesquisa futuramente conseguiria encontrá-lo, visto que parecia alguém de certa notoriedade pelo menos no mundo de desafiantes de ginásios.

De resto, ficou a pontada de curiosidade. Não era um simples acidente que o policial estava esperando. Pro bardo, ficou claro o desapontamento em não ter o que achou que encontraria por ali. Sendo assim, a sua mente pensou em vasculhar aquela caverna novamente. Entrar e desbravar em busca de algum tesouro perdido? Mas talvez nem fosse isso. Se por em risco novamente para uma possível chance de algo valioso era tão entediante...

— Subir o monte... - Só de pensar, sua voz saía com um arfar cansado... - Embora esse corpinho sedutor que Deus me abençoou, preciso não ser tão sedentário. É por isso que vou subir essa montanha íngreme que toca os céus, na raça, assim como os grandes heróis dos mitos que eu espalho. - Assim, então, liberou o pássaro que levava consigo. - Quero carona. - Bom, se o pássara atravessava o continente de ponta a ponta. Porque não subi-lo até a montanha em seu topo?


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Alívio! Sem mais policiais na cola de Tielo - ou Akshan -. ele estaria livre para fazer o que quiser. E sabe o que é mais maluco? Voltar para aquela caverna piromaníaca passou pela sua cabeça! Só que além de perigoso, aquilo poderia retornar com a corja de policiais; o que era algo que o bardo queria passar longe.

Pois então seguiu o conselho... não o de subir o Monte Mortar a pé, ou de se mostrar um bom lutador para que um Tyrogue lhe procure; mas o de chegar até o pico. Bem, isso era fácil, né?! Um Swellow - apesar de não ser um pássaro das montanhas - podia fazer tranquilamente. Eu não sei dizer se o bardo decidiu vestir sua Jaqueta de Vôo para isso ou não; mas independente do "como" foi sua viagem, o objetivo fora findado: ele chegou ao topo.

Ok, não o topo-topo; ele era íngreme demais para pousar um humano sem equipamentos, então Swellow teve receio de deixá-lo lá! Apesar de corajoso e encrenqueiro, nas aulas de voo aprendeu muito sobre segurança de seu próprio humano; não lhe botando em perigo atoa. Além disso, o pequeno planalto que botou Tielo era de ótimo tamanho e altura! Dali via o pico como seu vizinho; além de ver quase todo o vale.

Estava no alto, quase no topo! Subira dois mil metros de altitude com alguns minutos e passara todos os outros malucos que foram escalar aquilo lá. Agora se via numa paisagem mais árida, muito ventada, extremamente arejada (eu já falei isso, mas vale reforçar) e com o sol mais próximo de sua cabeça... ou seja? Mais ensolarada.

Uma combinação um bocado desconfortável, mas é melhor que chuvas e raios, né?! No mais, via duas almas (quase) vivas vindo em sua direção. Ambas arfando; ambas trajando roupões de arte maciais e faixas pretas...

... ambas sem pokémons e... ambas carecas?! É, ambas carecas; um homem e uma mulher carecas. Os dois alcançaram a altura de Tielo e o olharam intacto, depois olharam para sua ave e deram um sorriso meio sem graça, como quem pensava: "eu devo cumprimentar este homem que roubou apenas porque passei por ele?"

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Mt. Mortar



Oh sim! Os ventos fortes das grandes altitudes. Um poucos acostumado com isso já que sobrevoava muito os céus com seu Pokémon. Swellow parecia bastante curioso com o redor. Não estava cansado pois era bastante forte, mas arfava um pouco por ter feito um voo para cima, mais íngrime do que o de geralmente. Então, estava parado apenas analisando o campo e o treinador, caso houvesse alguma ordem nova.

— Não me julgue... - Disse para o Pokémon, pedindo não julgamento mas julgando o olhar dele, que não tinha nada relacionado ao pensamento de Tielo. - Eu jamais conseguiria subir esse monte por força própria. A não ser que tivesse um bom motivo, como um pai ou esposo de uma donzela atrás de mim... - Caminhou mais um pouco analisando o terreno.

Era árido, e o sol forte explicava isso, provavelmente o tempo aqui castigava a vegetação, já que era possível ver um pouco de grama aqui ou lá, mas em geral ou era seco, ou era pisado. Muito provavelmente não encontraria aqui Pokémons que se alimentassem do verde. Seria o caso de Tyrogue?

"Daqui posso ir pra onde?" Pensou olhando as possibilidades, mas logo dois personagens intrigariam seu caminho. As vestes confundiam um pouco, não conheciam muito. Mas o curioso era a combinação com o penteado, ou a falta dele. Homens carecas era até comum, mas mulheres era bem raro. Bom, Tielo achava um charme gigantesco mulheres careca de pele negra. Era uma combinação tão firme, exótica, excêntrica, encaixava perfeito. Apaixonante. Mas ainda de longe não conseguia analisar tais detalhes já que o sol deixava tudo turvo no horizonte. Mas pelo traje, pensava talvez serem monges? Bem, se estavam a pé, conheciam o terreno muito bem. E como diz o ditado, "quem tem boca vai à..." onde mesmo?

— OOOOI! Estou perdido, preciso de ajuda! - Gritou ao vê-los de longe subindo em sua direção. O policial já havia dado uma dica, talvez aqueles dois pudessem complementá-la.


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Quem tem boca vai a algum lugar! Seja Roma, seja santalume, seja... sei lá, ao pico do Monte Mortar. O problema é; quem tem boca vai a alguém?! Talvez esse seja o questionamento mais pragmático, visto que Tielo tinha boca, e dois alguéns vinham caminhando em sua direção.

Quer dizer, na verdade não vinham caminhando em sua direção. Ao ver o homem alvoroçado logo em frente, eles decidiram desviar dele e passar ao seu redor, evitando qualquer tipo de contato óbvio. O problema é que Tielo viu aquela dupla e decidiu imediatamente chamá-la, o que tornou impossível 'fingir que não viu'... o que já não era muito possível antes, né?!

Teriam a cara de pau de ignorar o garoto e manter o caminho desviado? Pior que não. O grito do garoto fez com que as dois parassem, se entreolhassem e discutissem o próximo passo a fazer. Depois de alguns instantes de discussão, concluíram que não seria muito legal negar ajuda a um homem que - talvez - esteja precisando. Deram meia volta, caminharam em direção a Tielo e pararam em frente a ele, a dois ou três metros de distância.

Não iriam se aproximar mais - não queriam se aproximar mais -. O motivo? Deles. Não cabe a mim julgar ou explicitar as verdades do âmago daqueles dois NPCs. Por hora, me atenho a descrevê-los: a mulher era alva, misturando-se com o roupão branco - e pouco encardido -, tinha seu nariz rebitado e ossos finos, parecendo delicada demais para subir aquele morro por conta própria. Tinha lábios diminutos; quase inexistentes, além de um olhar bem caído e profundas olheiras, que emolduravam seus olhos pretos comuns. Sobrancelha rala; pouco pelo de modo geral. Já o homem era um bocadinho encorpado; para não dizer "rechonchudinho". Sua pele era fruto de um amor inter-racial; dando a ele um tom negro-claro. Ele não era alto, estava ali nos seus 1,65 e estava satisfeito com isso; era poucos centímetros maior que sua companheira, o que não lhe incomodava nem um pouco. Tinha nariz fino e arredondado na ponta; bocas bem delineadas, porém não tão volumosas. Olhar pequeno e cílios enooormes. Não havia olheiras em seu rosto, e seu sorriso era emoldurado por um cavanhaque perfeito.

No mais, o homem sorriu - falsamente - para Tielo, enquanto a moça deixava seus braços caírem e arfava mais um pouco:
- Não somos daqui - Falou o óbvio; não havia moradores no Monte Mortar - Mas posso tentar te ajudar...

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