Pokémon Mythology RPG
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A floresta verdejante tem sombras sob o carvalho.

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Após sair de Rishin me movo diretamente para Tohjo, meu time agora com meus parceiros antigos e dois novos. Lanço Eevee para andar comigo enquanto adentro a Ilex Florest. O clima parecia agradável levemente frio, era uma missão que eu havia recebido. Tony meu antigo parceiro contra o regirock não pode participar da missão comigo, porém me indicou um novado da The wolfs. Na mensagem ele dizia:

—Oi príncipe, pode fazer um favor para mim? Em nome dos nossos velhos tempos no deserto... Tem uma missão que o novato precisa fazer na Ilex Florest, mas ele ainda não está pronto para ir sozinho. Poderia ir com ele? Ele vai te encontrar na entrada.

Sendo assim, aqui estou eu e eevee esperando o novato chegar.

OFF: Oi narrador, essa rota será feita com Galvannis

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Off fofinho pr@ narrador@ lind@ que assumir a rota :



Cidade de Azalea. Lá estava eu, depois de 8 anos, de volta para minha região natal. Já estive outras vezes em Johto, mas sempre com atividades tão específicas e peculiares que ocupavam minha mente de modo a não pensar tanto “fora do foco”. Mas cá estamos. Talvez pelos acontecimentos recentes meu foco esteja um tanto “desfocado”. Heh, que piada infâme.

As ruas de Azalea poderiam ser interessantes, mas havia muito a se pensar e ainda mais a ser feito. Primeiro, a situação caótica da floresta Ilex, assolada por incêndios constantes causados pela ação humana sem escrúpulo algum. Pontas de raiva? É, tá tendo. A situação é tão grave que as autoridades locais convocaram membros das sociedades para uma ação extrema: realizar um rito para invocar o guardião da floresta para solucionar essa questão. Haviam muitos treinadores no navio que me trouxe até o continente, alguns talvez até encontre pelas matas. Inclusive, ao me aproximar da cidade pelo alto foi possível ver parte da destruição. Desolador e revoltante.

O segundo ponto era a missão especial. Acionei o Ranger Pad durante a viagem e percebi uma notificação de urgência quanto a um misterioso desaparecimento de uma criança e rumores quanto a uma bruxa… enfim, é uma missão de resgate, logo é mais do que uma obrigação para mim. O terceiro ponto é que não estaria sozinho. Tony, um dos veteranos lupinos, me indicou um membro de outra sociedade que já trabalhou junto em outra missão. E já que todos estamos no mesmo barco nessa missão bem complexa, essa ajuda seria muito bem vinda.

Já que estava a serviço, trajava o uniforme tradicional de campo, as cores em tons alaranjados e vermelhos dos Rangers. Ao meu lado estava Kinney e Leona. Por algum motivo senti uma necessidade de ter duas companhias durante a caminhada. Uma certa insegurança emocional? Talvez. Bem, Tony me disse que encontraria a pessoa na entrada da floresta e tinha uma noção de suas características físicas. Era só encontrar a pessoa e adentrar a floresta atrás de seu guardião. E da garotinha perdida. E de uma punição para os causadores daquele incêndio. E socorro para as espécies ameaçadas. Meu Arceus...                                                                                                                                                

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OFF: Olá senhora e senhores! Não vi muito motivo para me estender nesse início, então deixarei vocês se encontrarem e o Galvanis evoluir o pokémon dele. Dei uma pequena introduzida. Já adianto que há duas regras para essa missão: preciso fazer 25 posts de narração (nem menos nem mais) e vocês não podem ter recompensa na rota. Sendo assim, não enrolem demais, já que temos duas missões para fazer: chegar ao santuário e achar a menina. Tudo isso em 25 posts pode ficar apertado!! Beijos luz, espero que se divirtam, qualquer coisa me gritem!

---

Não parece tão difícil assim, né?! Valentain chegava mais cedo e esperava o amigo de Tony, seu namorado. O garoto Galvanis estava atrasado, mas não parecia abalado por isso; tinha coisas demais para fazer. Não demoraria para ver o garoto-que-lhe-esperava sentado em algum canto, a sua espera.

Só para não deixar o encontro 'tão sem graça', deixarei claro que havia duas coisas interessantes acontecendo: um vento pavoroso que bagunçava o cabelo de todos ali presente e alvoroçava o vestuário de Kirlia, que parecia um pouco incomodada; nada demais. O segundo era uma trilha um bocado mal cheirosa no chão. Não era lama, também não eram dendritos. Na verdade, não era 'nada em específico'. Era apenas um odor forte que claramente vinha do chão.

Como podiam ter tanta certeza? No ato de caminhar-até-Valentain, Galvanis pisou de qualquer jeito no chão e jogou um pouco de de terra para o alto e percebeu logo de cara que aquela poeira não era muito agradável. Com seu faro, abaixou-se um pouco e confirmou que aquilo vinha do chão e ficava mais forte 'floresta a dentro'...

... o que era aquilo? Não sei, não cheirei pra saber. No mais, se encontrem, conversem e evoluem. Partiremos após isso!


progresso Galvanis :


progresso Valentain :

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O Mahiro é o melhor do mundo <3

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Off :



O cheiro de fuligem e cinzas carregado nas rajadas de vento absurdamente incomuns para aquela região parecia inundar minhas narinas e indo direto pro meu coração. Sim, sei que o ar vai para os pulmões, mas o sentimento de revolta por aquela situação era inevitável. E por mais que estivesse um tanto atrasado, minha cabeça estava mais “ocupada” com as adversidades que viriam. Um resgate de incapaz e um ritual de invocação de uma criatura lendária para solucionar os incêndios… lembrete: jamais reclamar de tédio.

Leona parecia incomodada com a ventania, ao contrário de Kinney que parecia bem concentrada. - Calma garota, já já vamos encontrar o contato que Tony nos passou. - disse para minha fadinha, estendendo um doce para que ela pudesse se distrair por algum instante. A questão é que estava distraído e não percebi que o doce mencionado era… diferente. Na verdade, só percebi a especificidade do doce quando a luz azulada começou a emanar do corpo de minha pequena fada, que fora ganhando maior estatura e novos contornos. Sim, ela estava evoluindo! Ao final do processo, a pequena Leona agora era uma belíssima Gardevoir! - L-Leona?! - fiquei tão abobado com a questão que Kinney tomou a iniciativa e foi parabenizá-la. Logo depois me aproximei, um filme se passava pela minha mente. - Leona… eu… depois de tudo que a passamos… - todas as visões das vezes que quase a perdi por algum descuido ou casualidade vieram à tona, mas parece que ela havia desenvolvido muito mais que a aparência, já que ela me interrompeu com uma rápida elevação na voz e um abraço. Era como se ela dissesse “Obrigada!”. - Eu que sou grato por ter você no time, Leona! - e assim, ao contraste de toda a situação, um pequeno momento chamado felicidade.

E foi logo depois de retomarmos o passo que avistei a figura do  rapaz, sentado próximo a uma árvore, esperando algo. - Deve ser ele.. - comentei com minhas duas parceiras, já que a descrição batia com a que Tony me passara. - Valentain? - me aproximei, enfim, abrindo um discreto sorriso - Perdoe a demora, tive alguns percalços. É um prazer conhecê-lo! - estendi a mão na direção dele. - Bem, temos uma situação e tanto por aqui, não é? - tentei puxar um papo casual antes de ir direto ao ponto, afinal não estava falando com um agente de campo ou superior Ranger. As coisas poderiam ser mais informais.

- Aliás, ouviu algo na cidade sobre o desaparecimento de uma garotinha nessa floresta? Recebi um chamado da Central Ranger de Tohjo sobre esse incidente. - acho que seria bem óbvio só pelo fato de estar usando o uniforme da corporação, mas só percebi isso depois de ter falado. E foi antes de seguirmos, enfim, para dentro da floresta, que meus pés jogaram um pouco de terra para o alto e um odor bem peculiar me saltou os olhos… bem, no caso, as narinas. Já havia percebido esse odor, mas não tinha dado muita atenção, mas agora ele estava mais forte. Me abaixei para verificar o solo. O que poderia ser? Passei os dedos sobre a superfície e levei até a altura do nariz. - Droga… justo agora que estou sem meus farejadores… - Rolf, Elune, Logan, Ciri… todos eles seriam de muita ajuda por aqui, e nenhum deles estava comigo. Bem, pelo visto teria de confiar em meu próprio olfato… para seguir seja lá o que fosse aquilo floresta a dentro.                                                                                                                                                    


Eggs :

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off: OIIIII TUTUPOM? ENTÃO SOBRE RECOMPENSAS NÃO PODE NEM CAPTURAR SELVAGEM?

O amigo de tony se aproximava e com ele, ou ao menos próximo a ele um odor insalubre que vinha do chão e se seguia floresta a dentro. Antes dele se aproximar percebo um flash de luz e um pokemon assumindo uma nova forma, aparentemente um de seus parceiros estava evoluindo nesse exato momento, que momento mágico!

Ele então se aproxima e estende a mão em um gesto de cordialidade, retribuo o ato.

—Muito prazer. Digo tentando ser o mais gentil possível.

Eis que ele me indaga sobre um desaparecimento.

—Eu não estou familiarizado com essa história, é possível que seja um Hypno quem sabe? — Dou de ombros, eu poderia ajuda-lo a encontrar a menina mas honestamente eu não me importava o suficiente com o paradeiro da garota.

Adentramos a floresta e decidimos seguir o rastro do odor insuportável.
Conhecidência ou não eu estava com Starmie em mãos e percebi que seu Illuminate seria útil naquele ambiente escuro e tenebroso então chamei a parceira para andar ao meu lado.

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OFF: NANANINANÃO, NEM CAPTURA!

Sabe quando você não precisa cavar muito para achar água? Pois então, nossos protagonistas não precisaram andar muito para achar o fedor. Foram um ou dois passos. Na verdade, arrisco a dizer que ninguém... tapou? Sabe? Quando um gato, depois de fazer 'merda', vai lá e tampa? Pois é, não foi o caso. Galvanis e Valentain se encontraram, repararam no maldito cheiro e avançaram pela floresta, olhando para o chão.

Não deu mais de três metros de mata-densa e o sapato de Valentain afundou numa lama-grudenta, que não condizia com o restante do solo. Era molhada, apesar de não haver chuva nos últimos dias. O tom era avermelhado, e quando chegava ao fundo, fazia um "crack" digno. Quando puxou o pé, um pequeno estilhaço branco viera consigo e seu Starmie, em reflexo, iluminou o local em que seu treinador atolou.

Pra quê, né?! Quando a luz rebateu no chão, ambos puderam ver o cenário macabro e desnecessário em que afundaram. Um maldito corpo. Valentain havia pisado em um maldito CORPO.

Um corpo que fora jogado ali e muito mal enterrado; com algumas vísceras expostas e parte do crânio para fora. Da cintura para baixo o maldito corpo estava enterrado. Inclusive, fora numa dessas partes "enterradas" que Valentain pisou: mais precisamente o joelho. O "Crack" fora o barulho da articulação se desarticulando.

No mais, não conseguiriam dizer de cara muita coisa sobre o cadaver. Ele tinha pele, mas não toda. Ele tinha carne, mas não toda. Ele tinha rosto, mas grande parte comido por animais/pokémons da mata. Parte fora queimado, provavelmente pelas queimadas locais. Fora escapelado, então não havia cabelo para 'estereotipar'. Não havia roupa. A parte inferior estava coberta de terra, então sem genitálias para identificar o sexo. Pela ausência de curvas corpóreas e o pequeno tamanho do cadáver, eu chutaria dizer que é de uma crianças...

... mas eu não sou legista, vocês são?!


progresso Galvanis :


progresso Valentain :

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Como imaginei, meu olfato não era nada comparado ao dos meus rastreadores, no entanto aquele fedor era familiar… macabramente familiar. Bem, quanto a Valentain… ele me pareceu se esforçar para parecer casual ou pelo menos simpático, mas talvez seja só meu instinto de autopreservação na defensiva. É aquela história: “Treinadores vemos, costumes não sabemos”... ou algo do tipo.

O comentário sobre o pokémon psíquico, sempre presente no imaginário popular dentro das cantigas e histórias pra botar medo em crianças, não me gerou reação alguma. Não era de se espantar que ele não estivesse familiarizado com o caso, ou que se importasse com aquilo. Se fosse o caso, ele teria ouvido algo na cidade de Azalea, mas é mais provável que tenho vindo direto para a região da floresta. Notei o parceiro aquático ao lado dele, uma ótima escolha dada a situação geral. Tenho Kinney e Mirana com seus golpes gélidos, mas ainda me falta um poderio aquático. “Coloque na lista, recruta.”, até consigo ouvir a voz do meu velho ressoando em minha cabeça sobre esse “detalhe” importante.

Constatando que não obteríamos respostas ficando parados, mas sim adentrando na mata, começamos a dar nossos primeiros passos. Literalmente falando, já que em breve nosso caminho seria interrompido novamente. Não sei como Valentain se comporta em ambiente selvagem e denso, mas eu agia como o padrão de qualquer “mateiro”: passos cautelosos, observando onde pisava. Kinney era naturalmente silenciosa e Leona seguia com sua graciosidade de bailarina, agora ainda mais apurada após a evolução. Nesse contexto, o som de algo se quebrando se fez ecoar pelas árvores. Se fosse distante de nós, possivelmente era algo à nossa espreita, mas o som veio logo de baixo. Pelo som, julguei ser apenas um galho ressecado pela falta de umidade e pelo fogo, mas logo a Starmie de Valentain revelaria uma das cenas mais medonhas e horríveis que testemunhei.

- Meu Arceus… - virei meu rosto, enojado, quando o odor forte subiu até minhas narinas e a visão conciliou o fato ao caso. Um corpo humano, enterrado em uma cova rasa muito mal feita. O som de “crack” se deu pelo fato de Valentain ter atolado o pé naquele misto de lama, sangue e vísceras, e quebrado a articulação do joelho daquela pobre alma. Um misto de sentimentos correu pela minha cabeça, juntamente das lembranças do pós-ataque de Wrong Turn meses atrás. Que ironia, sair de casa para resgatar pessoas e, de repente, ter a morte como companhia.

- Eu cuido disso… - não que esperasse que o rapaz fosse tomar alguma atitude diante daquele cenário, no entanto acabei por falar já que era ossos do ofício - Kinney, vigie o perímetro. Leona, fique atenta, mas não se “aproxime” muito… - o comando para minha Weavile era o padrão, mas para Gardevoir era mais implícito. Leona sempre teve uma sensitividade aflorada, uma percepção extra-sensorial, e aquele ambiente nitidamente era pesado demais. Não sabia ao certo até onde ela sofreria com a possível carga emocional residual ali presente.

Retirei um par de luvas de dentro da mochila, enquanto tentava manter a respiração controlada. Não sei como, mas conseguia manter o estômago controlado… ou, no caso, o que havia dentro dele, visto o odor e visão. Vesti as luvas enquanto repassava os protocolos de identificação de corpos da academia. Como socorrista, tive aulas de primeiros socorros emergenciais e traumas, então sabia algo de anatomia humana. Pelo grau de decomposição apresentado, havia alguns dias que aquela cova foi feita, e pelas marcas de mastigação, ela fora revirada e exposta por animais e Pokémon atrás de comida. Para constatar gênero e idade teria que desenterrar a parte inferior para analisar o osso da bacia e a extensão do fêmur, mas esse era um detalhe técnico ao qual não tinha dominado, ainda mais se tratando de uma provável criança que mal entrou na puberdade. Por Arceus, eu não queria mesmo fazer aquilo. Para minha “sorte”, parte do crânio estava exposto. Se pudesse ver a região da mandíbula, poderia ter uma ideia do estágio de crescimento do cadáver, já que toda a região é preenchida pelos dentes definitivos antes destes tomarem lugar do dente de leite, trocados até a adolescência. A garota que estava procurando tinha por volta de dez anos de idade… não, não era hora pra pensar sobre isso.

- Não dá pra saber se é menino ou menina… mas tá aqui há um bom tempo… - comentei em voz alta depois de ficar um bom tempo calado enquanto investigava o corpo. Balancei a cabeça rapidamente e respirei fundo, retirei as luvas com certa violência e atirei pra dentro da mochila, num espaço reservado para lixo. Saquei o RangerPad. - Central, na escuta? Recruta Vitale na Floresta Ilex reportando. Localizei um corpo humano enterrado em cova rasa revirada nas imediações. - esperei o retorno do contato para repassar quaisquer informações adicionais que encontrei. Seja lá que estivesse acontecendo, não era nada bom… a alguém iria pagar caro por aquilo.                                                                                                                                                          

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E seguimos caminhando, em silêncio, como dois fantasmas adentrando a uma floresta amaldiçoada, o vento forte e frio me fazia desejar por uma blusa com mangas mais grossa e espessa.

O caminho seguia fétido, mas quem diria? Logo logo eu descobriria a razão qualis da questão. Do aroma mortal por assim dizer. Um som característico de galhos se partindo emergia abaixo do meu pé, mas, estava molhado demais para ser um galho seco, não molhado... viscoso.

Levanto o pé de sobressalto evitando que molhasse minhas calças, mas assim que a pokemon aquática iluminou a possível poça... O horror, apenas o horror pode ser classificado.

Um corpo, meio queimado, meio inteiro, meio sem pedaço, meio com pedaço, sem cabelos escalpelado, pelo tamanho provavelmente uma criança.

O garoto que me acompanhava decidiu tomar conta da situação, isolando perímetro e todas essas coisas, mas eu me reduzi a simplesmente me virar, andar alguns passos para longe e vomitar. Isso mesmo, vo mi tar! Toda a deliciosa sopa de berrys e legumes que eu havia comido mais cedo, antes de entrar na Ilex florest agora descia amarga com o sabor da bile, em uma coloração amarela esverdeada, respingando no meu tênis manchado de sangue.

Enquanto ele ligava para algum tipo de central eu me resumia em apoiar meus braços em minha barriga e me dobrar em nojo e repulsa, Starmie olhava sem entender bem, talvez até, preocupada. Me apoio em Starmie, limpo o canto da boca que escorria uma fina camada de vomito e falo.

—Vamos seguir.

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Até que ponto conseguimos chegar em uma história policial? Galvanis fez a parte dele, abaixando e interagindo com o que podia no cenário. usou luvas, tocou, se segurou e descobriu. Com seus olhos pouco-treinados (porém treinados) descobriu pontos importantes, que deixarei aqui como pistas evidentes.

A primeira coisa que direi aqui é que os dentes não eram grandes, mas há uma peculiaridade neles que pode ser uma dica importante: eles estavam rosados. Até que ponto Galvanis poderia usar essa informação ao seu favor?! Para além disso, o garoto teria muita dificuldade de saber diferenciar três tipos de "lesões": as causadas por pokémons silvestres e queimadas, as letais e as... outras?! Chamaremos de outras.

Mas o que diabos são... "outras". Bem, pelo que eu entendi, Galvanis tentou desenterrar o cadaver, é isso?! Ao minimamente tentar desenterrá-lo, descobriu que ele estava sem calças ou roupas ali também, e por sorte havia uma genital. Mais precisamente, uma genital masculina. Eu não sei até que ponto Galvanis foi, mas se olhasse ainda mais fundo, ele estava circuncisado. Isso é um "outro" fácil de identificar: uma marca óbvia que nada diz respeito ao crime, mas que estava ali. O problema é que tinham várias coisas que podiam ser "outros" naquele cadáver. Manchas no pescoço, uma cicatriz profunda de um corte na costela e em suas costas parecia ter ainda mais... mas Galvanis não vai girar o cadáver, né?! É mexer demais em uma cena do crime.

Ao menos, não o fez. Ligou para a central enquanto Valentain vomitava na cena lateral. Bem, é de se entender, afinal de contas, a missão não era dele; e ele não estava acostumado com esse tipo de obrigação.
- Ok, mandaremos uma equipe de legistas. Precisa de mais alguma coisa? Reforço? Há algum perigo na área? - Perguntas difíceis de se responder, mas se necessário, a Central poderia mandar um NPC para dividir EXP tentar encontrar o assassino... apesar dessa ser a missão de Galvanis... eu acho.

No mais, Valentain já queria seguir. Errado não tava, né?! Se a menina havia sido raptada e Galvanis confirmou que não era ela que estava ali morta, talvez ela fosse a... próxima? Talvez fosse coerente ter um pouco de pressa.


progresso Galvanis :


progresso Valentain :

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Haviam muitos, muitos detalhes e informações naquele corpo, e eu ainda não obtinha conhecimento e prática técnica legista para desvendá-los. Mas ao menos consegui algumas que me fizeram respirar mais aliviado. Balancei a cabeça e me rendi ao óbvio, enterrando os dedos na terra e liberando a visão do restante do corpo. Claramente era um garoto, logo ainda havia esperança de encontrar a garotinha com vida. No entanto, precisa reunir as peças daquele quebra-cabeça mórbido e solucionar ao menos o seu início.

Os dentes encavalados na lateral do crânio e o tamanho reduzido denota uma idade anterior à puberdade.  A coloração rósea dos dentes era uma incógnita… seria aquilo uma pista do crime? Indício de tempo de decomposição? Ação quimio-microbiana? Não sei… definitivamente estava longe de meu escopo, e não havia tempo para pesquisa. Havia também várias escoriações e lesões variadas, de manchas a cortes. E o estado da genitália… escalpelado e circuncidado… é um modus operandi bem peculiar, digno de serial killers… ou bruxas e cultistas… Por Arceus, isso só pior.

Ouvi o rapaz, Valentain, literalmente se revirando do avesso num canto. Não o julgo, muito pelo o contrário… me preocupo mais com o fato de eu não ter vomitado. Acho que realmente tô mudando… pra pior? Não é hora de pensar nisso. Com o contato com a Central estabelecido, eles já me ofereciam suporte para quaisquer eventualidades. Bom, era hora de agir. - Reforços não serão necessários, mas é prudente cercar a entrada da floresta para evitar curiosos. Vou enviar fotos do corpo e das pistas que encontrei, preciso de quaisquer informações ligando estas pistas a possíveis ações de ocultismo ou religiosas. Obrigado! - agradeci o apoio e desliguei a chamada assim que concluí a conversa. - Só um momento, preciso fazer mais duas coisas… - a primeira delas era usar o próprio Ranger Pad para registrar fotos do local da cova, o estado do corpo, os dentes róseos, o corte na lateral, o escalpe, a circuncisão e as manchas distintas. Aquilo que julguei ser mordiscadas e ação do ambiente deixei passar. Depois enviei todas elas para a Central. Por fim, busquei galhos maiores e cerquei o perímetro da cova com uma fita zebrada que trago na mochila… nunca se sabe quando vamos precisar isolar um perímetro de curiosos, certo?

A segunda coisa foi chegar Valentain - Ei, tá tudo bem? - me abaixei próximo dele para checá-lo. Estava branco como uma folha de papel! - Vem, preciso conversar com você, vamos mais à frente. - dei dois tapas em seu ombro e apontei até um canto mais afastado, indicando um local mais tranquilo para conversarmos. - Toma - estiquei uma garrafa d’água e uma barra de cereal - Bochecha um pouco e tira o resto de vômito, depois se hidrate e come alguma coisa. - tinha um sorriso calmo e sereno no rosto, mas ele foi se desfazendo na medida que falava as próximas palavras - É o seguinte… há suspeitas da presença de uma bruxa ou um culto ocultista agindo na floresta, sequestrando crianças para seus rituais. Além do escalpe, aquele menino foi circuncidado. Não tenho conhecimento algum sobre esse tipo de coisa, mas é bem estranho. Não é sua obrigação ver esse tipo de coisa, por isso te peço desculpas. Mas algo me diz que tanto nossas missões estão interligadas de alguma forma… logo é melhor se preparar para mais coisas medonhas como aquela… - dizia cada palavra pausadamente enquanto olhava nos olhos do rapaz. Queria passar confiança na mesma medida que passava seriedade e firmeza. Alguém deveria manter a cabeça no lugar, afinal.                                                                                                                                                              


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