A floresta verdejante tem sombras sob o carvalho.

Adianto que o Sunny Day funcionou! Claro, esquentou um bocado e criou um pequeno-forninho naquele Bunker, mas nada tão insuportável ao ponto de cozinhar alguém. Bellossom, que é uma planta, curtiu a atmosfera abafada. Diria que, para um morador Acriano, este deve ser só mais um dia comum. Para Galvanis?! Talvez não. Fato é que Valentain iluminou o suficiente para achar um interruptor que (pasmem)... funcionava!

Não sei se nossa dupla apertaria ou não, então direi que Bellossom e seu apego-a-estufas decidiu apertar por si só e "dar a luz" àquela sala. Eu poderia dizer que o cenário não seria surpreendente, porque vocês já tiveram "palinhas" com o Sunny Day e a lanterna, mas eu estaria mentindo, ok?!

Seja com a luz amena do clima-momentâneo, ou com o foco-amarelado da Lanterna Ranger, nada dera uma fração do que estaria por vir.

Primeiro que o Bunker era decorado. Sim, de-co-ra-do. Não era uma decoração comum! Ele tinha ao seu redor papéis de parede azulados, que detinham certa estampa infantilizada de nuvenzinhas. O teto dele era enfeitado com gesso-moldado, fazendo um belíssimo emoldurado para o que chamaremos de "luzes", mas que na verdade poderíamos chamar de "piscas-piscas".

... sim, apesar de haver uma luz centralizada, grande parte da iluminação era feita por piscas piscas pendurados no teto, amarrados em ganchos que saiam da moldura de gesso. Eles pendiam até próximo das quatro paredes e davam voltinhas pela sala inteira. Ok, isso é um detalhe importante que eu ainda não havia falado ainda: este Bunker tem quatro paredes e é um quadrado normal. Cada uma das paredes tem, mais ou menos, três metros e meio, não sendo tão pequeno assim.

Por favor, não deixem o Onix entrar aqui, também não é tão grande assim.

No mais, deixo-lhes com as únicas três coisas que existiam na sala que podiam ressaltar aos olhos: o piso de concreto cinza, que destoava com o restante da decoração; um sofá de dois metros marrom para cada parede, localizados no perfeito centro de cada uma desses paredes; uma cadeira de de madeira bem ao centro da sala...

... com tiras de pano.

Eu poderia ser mais descritiva e misteriosa, mas serei mais direta: era uma bem semelhante a uma cadeira elétrica. Tamanho Infantil. Estranhamente, o metal que compunha algumas das "peças" estava completamente comido por ferrugem, deixando claro que aquilo não era (nem um pouco) novo.

OFF: To amando a interação de vocês dois KKKKKKK

Uuuh, vamos embora desse INFERNINHO?! Vamos! Vamos ao coração da floresta?! VAMOS!!! Agora... coração?! Que coração?! Talvez esse seja mais um post-filler meu (e eu deveria começar a contar um pouco estes) para lembrar que vocês estão no meio de uma floresta um bocado morta, e se este coração existir, ele não está batendo.

Pois então, onde fica o coração de um "corpo amorfo" que não bate. Como achá-lo? Onde identificá-lo? Pois bem, façam o exercício de fechar os olhos e tentar ouvir suas batidas e falharam. Façam o exercício de abrir os olhos e procurar o centro e se perderam. No fim, vocês andaram aquém; ao léu.

Saíram de um ambiente onde (talvez) matam, para um ambiente (certamente) morto. A grama seca, o horizonte vazio, o vento parado. Era estranho... era muito estranho... sabe o que é mais estranho ainda?! Que na missão que receberam, não havia nenhum tipo de notícia de que a coisa estava "tão feia assim". Ninguém havia avisado vocês de que, após a "introdução" da Ilex Forest, vocês entrariam em um cenário pós-apocaliptico sem fim, onde a floresta parecia não existir mais.

... na verdade, na verdade verdadeira, desde que vocês pisaram nessa região, eu arrisco dizer que vocês nunca mais viram uma sequer árvore de pé. Da para imaginar também que não é possível mais tratar isso como "floresta". Era uma imensidão de campo árido. Um dia aquilo foi uma floresta... um dia aquilo SEM DÚVIDA foi uma floresta... hoje? Hoje aquilo está muito mais para um deserto.

Deserto, principalmente, de vida; quem dirá de coração.

Não sei dizer o que aconteceu, mas salvo a "introdução" da floresta, não havia mais floresta. O ambiente narrado até então, onde vocês (estranhamente) não conseguiam ver no horizonte as altas e densas árvores da Ilex, se seguiriam por todo o caminho esquisito que iriam seguir.

Claro, mais cedo ou mais tarde veriam algo de interessante, principalmente se estivessem de olhos atentos. No momento, a única coisa que poderiam lhe saltar os olhos era um pequeno objeto brilhoso que refletia o sol e estava no chão. Alguém deve ter deixado-o cair numa caminhada...

Meu avô era furador de poço. Vocês sabem a melhor forma de achar um água subterrânea?! Pois é, eu não vou contar pra vocês, mas eu sei! Da pra fazer com pokémon de grama e Valentain parecia saber muito bem disso. Tanto que quando liberou sua Bellossom, a pokémon ouviu o comando de seu treinador, olhou aquele clima seco e já foi direto no único lugar possível onde podia tirar um resquício de água: fundo... beeeeeeeeeeeem fundo naquele solo.

Ela não cavou tão fundo assim, até porque, era só uma mísera pokémon: não um baobá. Ainda assim, de sua pequena pesquisa, averiguou que a fonte mais próxima de água que existia era subterrânea e ela estava muito (mas muito) bem guardada naquele solo.

Se floresta nascem ao redor de rios, elas morrem ao redor de quê?! Enfim, a gramínea logo indicou que a direção do "ápice" do lençol freático ficava mais ao Norte, numa profundidade em que o fogo não havia devastado o solo até então. Ela não era muito boa em números, geometria ou fala humana, então não soube ser tão precisa, mas já dera um bom indicativo. Se quisessem, poderiam os levar até lá.

Já Kinney era útil de outra forma: mostrando ao seu treinador o que encontrava ali. Um pingente de dourado-encardido; provavelmente resultado da fuligem que tomou o local outrora. Nele havia um cordão, deixando bem claro que um dia aquilo estava no pescoço de alguém. O formato era uma pequena letra grega, que chamaremos de "Psi"... ou um tridente, se assim preferir. O pingente tinha cerca de uma falange-distal de tamanho.

Atrás do Ψ, no "cabo" da letra, havia uma numeração: 08.05.45

... uma data?! Oh, pode ser! Mas acho difícil ser uma data importante para mim (se é que é uma data, né?!), porque eu ainda não sou mãe. Quer dizer, não sei se vou ser um dia, mas essa é uma data importante pra elas, não é?! Enfim, enfim. Norte, né?! Foram caminhando uns passinhos ao norte, felizmente Bellossom estava bem atenta a missão dela, bem mais que o Rager Pad de Galvanis, que sinceramente, não foi nem um pouco útil.

Nem-um-pouco-mesmo.

Enquanto Bellossom os parava e falava "é por aqui", anunciando que algum lugar beeeeeeeem lá no fundo existiria água, o Ranger Pad apitava com alguns anúncios mais úteis. Eu não entendi muito bem se o senhor-polícial mandou uma mensagem para a Central ou se abriu o grande Pooke Maps e procurou um rio.

Eu vou levar o segundo em consideração, pode ser?! Outrora não deu resposta porque estava sem sinal; agora não houve atualização alguma porquê... bem, porque ninguém atualizou, aparentemente, porque segundo o Google, esta aqui é uma área completamente florestada, repleta de árvores altas, rica em verde. Não é o caso, não é?! Então não havia como se guiar por eles.

Nas notícias que procurou, também não havia nada que lhe dissesse sobre um deserto no meio da Ilex Forest. Só algumas queimadas violentas. Nenhum veículo de notícia havia noticiado tamanho desastre até então.

Er... água, né?! Agora que sabem onde está, há alguma utilidade em furar um poço aqui?! Não sei, pensando bem... pra quê, né?! Não tem tanto a ver com a missão de vocês... ou tem?

Mas era engraçado isso de ter um DESERTO NA ILEX FOREST e não haver nada em nenhum lugar da internet. Por um instante nossos protagonistas devem ter imaginado que erraram o bioma, e foram para a Shimmer sem querer. Devia ter algo sobre isso em algum lugar, não é?!