A floresta verdejante tem sombras sob o carvalho.

Oh, mas que gracioso inseto de gelo voaria tão alto em um ambiente tão seco e quente?! Bem, Frosmoth vai! Pode parecer meio "paradoxal", mas justamente pelo seu "Shield Dust", ela conseguia resistir a efeitos colaterais daquela seca por mais tempo, resistindo até melhor que alguns outros mamíferos que precisariam de (pasmem) água.

Claro, ela não iria tão longe, mas nem precisaria. Ela só precisaria subir um pouco para verificar com seus olhos meio-ruins que não veria nada além de... nada. Seus olhos de insetos eram bons para detectar coisas específicas; em geral movimentos e desníveis. O primeiro simplesmente não existia. O segundo era quase imperceptível, salvo pelas "dunas" e, pasmem, pelo Bunker. Sim, o local virara tão desértico que ele se resumira a dunas e um bunker.

Mirana não conseguira ver nada de árvores na Ilex Forest. Nada! Nada! Seus olhos captaram apenas Azalea, um bocadinho de árvores e, após isso, um imenso deserto!

... que merda é essa?! Sabe o MAIS ESTRANHO?! Que se continuasse olhando para o norte, os limites da Ilex Forest seguiriam até a Rota 22, que para os olhos de Mirana estavam NORMAIS. Completamente normais. Ao fundo do cenário ela até via Goldenrod completamente normal! Com-ple-ta-men-te normal! O problema parecia estar apenas na Ilex Forest e Galvanis poderia ver com os próprios olhos (porém não tão bem e nem tão alto) quando Onix aceitasse o carregar.

Ele também poderia se certificar quando um beep animado lhe tocasse o celular, anunciando uma pequena mensagem da central. Na verdade, duas. Uma atualização de relatório do legista, outro aviso à investigadores:

Investigatores escreveu:

!!AVISO!!
HÁ UMA DISPARIDADE ENTRE O TERRENO REPORTADO DA ILEX FOREST E O TERRENO REAL DA ÁREA. RANGERS EM MISSÃO TOMEM CUIDADO! O ESPAÇO PODE ESTAR SOBRE ALGUM EFEITO DESCONHECIDO, OU PODE SER QUE NOSSO RECONHECIMENTO TENHA SIDO CONTAMINADO. O IMPORTANTE É QUE TENHAM CUIDADO E SAIBAM QUE A ÁREA NÃO ESTÁ COMO REPORTAMOS. TALVEZ AS QUEIMADAS TENHAM SIDO MAIORES DO QUE O RELATADO. TALVEZ O PROBLEMA TENHA SIDO OUTRO. AINDA NÃO SABEMOS O QUE ACONTECEU. CASO TENHA INFORMAÇÕES, ENTRE EM CONTATO.

Legista escreveu:

Os moradores de Azalea e a mídia estão atribuindo o assassinato do menino a uma Bruxa da Ilex Forest;
Recebemos um correio com um bilhete: "Quando você passa pela Ilex Forest, voz ou outra poderá ouvir o som das árvores dançando junto do vento, porém raramente ouvirá a doce voz de uma mulher ao mesmo tempo que presencia tal fenômeno. Se você resolver seguir para ver do que se trata, logo já terá andado o suficiente para se perder de seu caminho completamente, o que não é difícil dentro de uma floresta onde todo lugar para o qual você anda é igual. Você irá continuar andando, seja para voltar, seja para seguir em frente, mas independente de sua escolha você irá encontrar uma velha, mas bem cuidada cabana, dentro dela você a encontrará...". A Central me disse que diz respeito a sua missão;
A carta está escrito a mão, borrada, tem lágrimas. Encontrei saliva também. Estou tentando identificar DNA;
Em 1997 dois irmãos desapareceram, um de 6 e uma de 12. A criança de 6 anos bate com a descrição do corpo, então talvez se trate de um assassino em série que está ativo a alguns anos;
A menina nunca foi encontrada;
O avô dessa criança está vivo, chamarão para conversar;

Hmmmm... sabe o que ta faltando aqui?! Isso mesmo, sombra e água. Bellossom já olhava para Valentain meio desidratada. Mirana também voltava para terra um pouco incomodada. Se lembra quando eu perguntei "será que é mesmo trabalho de vocês furar esse poço?", acho que seus pokémons estão mudando de ideia... eles estão ficando com SEDE.

Dunas eram relativamente fáceis de cavar... não é?! A areia até tinha uma tensão superficial relativamente sólida, mas ela facilmente se desmanchava com o cavar dos pokémons. Foi um processo bem tranquilo para Onix cavar aquilo e chegar onde Bellossom indicara. Quer dizer, a florzinha não era geógrafa, mas certamente era boa de comunicar-se com outro pokémon, então conseguiu explicar mais-ou-menos o que sentiu. Onix, como um bom rochoso, soube identificar umidade quando bem direcionado, então cavou bem.

O problema mesmo, era manter o buraco aberto, visto que a medida que ele cavava, a areia ia adentrando e "tapando" o lugar de volta, como se Onix estivesse abrindo um espaço "colabado". Eu estou meio zonza da viagem ainda, então estou mal de explicação, mas tentarei explicar melhor.

A areia era leve. Não havia dureza no terreno. Quando Onix cavava um buraco, ele afastava as partes e abria um espaço fazia, onde este o 'ocupava'. Onix era o corpo estranho que ocupava este buraco que ele mesmo abriu. Quando o pokémon avançava em seu buraco, prosseguindo o caminho, a parte de trás deste "buraco" ou deste "caminho" ficava "oca", e isto fazia com que a areia afastada - que antes pertencia àquele vazio - voltasse ao lugar de origem. Sendo assim, Onix ficava tapado, sem um caminho de volta.

Isso não era um problema para ele, visto que a serpente podia refazer o caminho, mas isso era um problema para que a água desse acesso ao solo. No fim, enquanto os outros pokémons davam 'jeito' de se virar do calor e do sol na superfície, ficava a cargo dele pensar uma solução sozinho para aquele problema. Pensou, pensou, pensou e pensou.

Ali ele entendeu o que Bellossom queria dizer quando disse que ela estava de difícil "acesso". Não era profundidade a questão! Isso era um erro de interpretação; ela não estava fuuunda, ela estava soterrada. Pensou mais um pouco até ter uma ideia um pouco mais matutada. Lembrou de seu Dragon Breath e decidiu usá-lo nas paredes dos seus rastros. Como um bom pokémon pedra, ele sabe que isso endurece a areia e até pode criar certas armas afiadas e pedregulhos-vítreos. Sendo assim, seria uma bela solução paleativa, não é?!

Assim fizera, até passar da parte arenosa (rasa) e alcançar um... pedregulho?! É, disso Onix entendia bem. Abriu um sorriso um bocado animado, abriu a boca e deu uma boa mordida naquela pedra, abocanhando-a, dando três mastigadas grosseiras e engolindo-a sem nenhum escrúpu-lo.

Talvez isso tenha custado o equilíbrio de nossos amigos sobre a rocha, porque de repente a duna em que estavam começou a tremer. Um sustento importante pareceu ter sido tirado daquela formação geológica e um deslizamento fazia com que parte da areia, do vidro e da terra daquela montanha descesse pelo efeito-da-gravidade, derrubando Starmie, Bellossom, Valentain e Galvanis; este último salvo por Mirana, sem nenhum arranhão. Quem mais se machucara fora, de longe, Valentain, que rodopiara sem nenhum cuidado, ficando à milanesa ao chão, com Starmie sobre si.

Onix, sem dúvida, foi o que menos sem machucou. Na verdade, este fora o que olhou para o pedregulho mastigado com certa inquietação. Ele sabia que tinha 'feito merda' mas ainda não tinha entendido o porque. Daquela mordida, um pequeno feixe d'água brotou, que foi ganhando certa força e se tornou um pequenino jato. Esse jato foi se assemelhando a um Water Gun, já fazendo o pedregulho chegar para trás.

O crescimento daquele jatinho era progressivo, apesar de lerdo, mas ao que tudo indicava, o acidente geológico acarretara uma nascente. O filhote-de-jato-d'água fez Onix se alvoroçar, chamando os treinadores para subirem um pouco o morro e verem aquilo crescer.

OFF: VALENTAIN SEU POST KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK PIOR Q VC É A SEGUNDA PESSOA QUE EU VEJO FAZENDO REFERÊNCIA A ESSE VÍDEO HOJE (eu sei que você não fez referência a ele hoje mas eu li hoje e é isso que importa);

OFF²: Desculpem a demora meus amores, fim de semana é fim de semana né, e eu to pra qualificar início do mês que vem, ai minhas semanas tão ficando meio cheias ): mil perdões!

Vamos proteger esse feixezinho de água! Vamos sim! Um Rock Slide ali! Uma mexida acolá! Uma movimentação ali e... voilá! Um bebedouro! Todo mundo hidratadinho, de mãos lavadas, de rosto limpo e cabelinho molhado. A água é realmente a 'fonte da vida', porque depois de quinze minutinhos perdido nela, o humor de todo mundo melhorou, até do Onix, que não gosta muito de água! Todo mundo ficou um bocado melhor e pode... bem, pode olhar por onde anda.

A primeira a perceber foi a bendita da Bellossom, afinal de contas, ela é a mais sensível quando o assunto é 'matéria verde'. A bonitinha tava tendo um pressentimento estranho, e começou a observar que a areia molhada pela água estava se tornando uma lama barrosa, e não uma areia-de-praia, entende?! Como se aquele terreno arenoso não fosse qualquer sedimento rochoso, mas sim um sedimento rochoso rico. Olhou aquilo com certa esperança e, poucos segundos depois, viu um certo tom amarronzado germinar, que parecia algo muito próximo de uma mísera raiz.

Ainda não comentou.

Só apontou para a região quando a mísera raiz despontou uma folha. Sim, com exatos trinta segundos de contato com o solo, aquela água resultou em duas folhinhas verdes saindo do chão desértico. Com um minuto, já tinham 15 dessas. Com 5 minutos já podiam vez 1 m² de espaço verde, chegando até a medir 20 cm de altura o maior dos brotos. Com dez minutos, o primeiro broto já tinha já tinha 40 cm e raízes consistentes, o solo já era mais consistente e o terreno parecia melhor preparado para uma nascente. Talvez por isso, o feixe não era mais um feixe, quebrando a rocha de vez e começando a derramar a água pedra a baixo, tornando-se de fato uma nascente fraca.

Não tinha muita força, mas agora sua água não molhava apenas um metro de distância dali, ela chegava mais longe. O efeito era ambivalente: sua água encantava o solo e fazia crescer raízes e formar solo rico. A raízes desobstruíam seus problemas, fazendo com que a nascente ficasse mais saudável, além de formar um caminho mais sólido e pomposo para a água ir. Se ficassem ali observando, em algumas horas teriam um rio e, por consequência, teriam uma trilha.