A floresta verdejante tem sombras sob o carvalho.

Escalar foi fácil. Caso dessem a volta no barranco que escondia a entrada do Bunker, veriam um morrinho. Esse morrinho tinha um bocadinho de entradas bastante acessíveis ao Santuário, que estava intacto até então. Rampinhas de cimento, degraus de pedras, tilhas de grama. Os três podiam lhes levar até lá sem problemas!

Agora, se prefere escalar? Bem, isto é com vocês.

Podiam aproveitar uma das escoras, pegar impulso e pular. Assim se agarrariam em uma das pedras um pouquinho mais altas, e dali já iriam para a segunda. Depois de dois ou três esforços com o braço, vocês já estariam ali sem muitos problemas... um Bunker não precisa de um morro tão alto, né?! Então era uma "escalada" bem simples. O problema mesmo é que o "buraco da porta" fazia com que os pés não tivessem apoio no início.

Pois subiram e tocaram. A música, como todos imaginam, ecoou. Se fosse a semanas a frente, talvez todos pudessem ouvir, afinal de contas, alguns dias mais tarde, aquela Ilex Forest estaria LOTADA DE TREINADORES! Mas agora, a calmaria era tão grande que um Cientista podia criar um Bunker em baixo de um Santuário Sagrado sem ninguém notar.

Talvez a sociedade tenha esquecido um pouco do Celebi. Talvez após a inundação, a cultura tohjoniana ficou um pouco de lado. Talvez com tudo isso de Kyogre, Gilatina, Darkrai e tudo mais, os lendários Tohjonianos tenham sido 'vencidos' e esta cultura ficado um pouquinho... distante? Talvez esta seja a mesmíssima consequência do que ocorreu em Lavender: o clássico cemitério vertical ter sido destruído e transformado em uma cemitério comum é, de fato, uma afronta aos deuses.

Talvez este seja mais uma dessas afrontas, mas vocês não querem saber disso hoje, não é?! Vocês querem tocar a flauta e saber o que houve.

Pois bem, ela ecoou por toda extensão audível. O som parecia ter massa, e saia balançando um bocadinho de folhas por ai. Pela posição mais "alta" daquele morrinho - mas não tão alta assim -, Galvanis e Valentain podiam ver um pequeno movimento de galhos que soavam como "chocalhos", ambientando uma música que já estava incontrolável.

Aqui eu já deixo claro: sou narradora, mas não sou onipotente. Eu não sei se Galvanis sabe tocar flauta, não sei se sua tristeza ressoou em seus dedos, não sei se era magia ou se era proposital. Não sei se foi ele, Celebi ou Arceus. Só seu que sua música era fúnebre e gloriosa. Tocava com majestosidade de um artista. Ele era, em suma, um compositor.

E para toda aquela morte, fez um réquiem.

No ápice - ou na amplitude - das notas, um brilho verde surgiu dos céus, sem marcar trajetória. Não veio do sul nem do norte. Nem do leste, nem do oeste. Ele apenas brotou ali! Como uma planta, que nasce repentinamente de um ponto-plantado.

Só que no céu.

E ele brilhava. Brilhava tanto que era difícil ver os contornos de seu corpo. Era difícil identificá-lo com precisão. Só era possível dizer que ele não era grande... mas também não era piquititinho. Talvez fosse do tamanho comum de um estágio-primário de um pokémon. Não tinha o corpo largo, e parecia ser um bocado leve, afinal de contas, ficava parado no céu.

Nada que para no céu parece ser pesado. Nunca.

Estranhamente, a luz apressou-se a falar:
- Vocês... vocês não são daqui - Ele cogitou perguntar, dava para ver que a frase começou com um tom de pergunta, mas logo mudou para uma afirmação - Precisamos consertar isso, venham venham, vamos consertar isso! Precisamos voltar!
Um barulho de "estalar de dedos" foi ouvido, e um círculo esverdeado surgiu. Um não, dois. Um na frente de Galvanis e outro na frente de Valentain. Os dois círculos eram facilmente "passáveis". Parando para pensar, aqueles dois círculos se assemelhavam muito a portais.

OFF: Amores, eu só posto a Dungeon de vocês segunda, ok?! Vou dar uma saída agora, perdão. Quando eu voltar atualizo tudo! Vou deixar esse tópico aberto se quiserem fazer uma finalização aqui. Se não quiserem também, não precisa, eu vou trancar quando voltar hahaha.

O ato de coragem e insensatez era maior do que qualquer coisa. Entraram naquele maldito círculo, obedecendo a "sininho" que lhes pedia aquilo na base do desespero. Logo em seguida, o brilhinho abrira um círculo para ele também, perpassando o portal e indo ao encontro dos dois do-outro-lado-do-portal.

Ali, o mundo era outro.

Ainda estavam em uma floresta, mas aquela DEFINITIVAMENTE não era a Ilex Forest. Ela, diferente da bendita Ilex, parecia ser INDESTRUTÍVEL. Suas árvores eram enormes, e a menor devia ter vinte metros. Os troncos tinham a grossura de gigantescos baobás e tudo ali destruiria o mundo do pequeno príncipe tendo apenas a metade do tamanho. Parecia uma floresta de gigantes e as raízes, caso se mexessem, facilmente esmagariam os humanos ali.

A impressão que dava era, sem dúvida, medo. Não que árvores se mexam, mas elas eram tão imponentes que talvez... só talvez... elas se mexam. Já cogitou morrer pisoteado por uma árvore gigante? Deve ser uma morte realmente trágica e cômica para se contar do outro lado.