[Skies (were) blue] – Mt. Silver –

A oportunidade de fazer um corpo falar "tô não" me da uma imensa vontade de fazê-lo, mas irei me segurar, porque de comédia já basta vocês duas amassando os outros. Eu me manterei íntegra e séria, ouviu?! Este homem que cheira a carne-queimada está vivo sim, mas não o suficiente pra responder perguntas tão complexas.

Afinal de contas, ele estava de passagem à morte, então dizer que "está vivo" pode ser uma mensagem que envelhecerá como uma mentira. Mas o outro motivo - que é tão importante quanto esse, é claro - é que ele estava machucado demais para ser sociável. O máximo que dizia era "hum huumm", ou algo parecido com isso, seja lá como for as onomatopeias de dor.

Ele até fez um movimento meio brusco para o lado e deu uma roladinha desesperada morro abaixo, o que lhe fez se machucar ainda mais. O movimento brusco tinha uma razão menos óbvia: não conseguira fazer movimentos finos, e o esforço mental q fazia para conseguir mexer as articulações queimadas lhe fez perder o controle e virar-se demais.

Bem, ele continuava vivo e gemendo, sem interagir com ninguém.

O mais importante aqui foi o que Natalie encontrou xeretando as coisas dos outros: peças! Muitas peças!

O que aquilo montava?! Bem, eu, você e o Zoobomafoo... e a Natalie também, vamos descobrir! Porque até então ninguém tinha condições de saber. Xeretando o suficiente para chegar numa outra bolsa, a moça achou um livreto escrito MANUAL DE INSTRUÇÕES DE MONTAGEM que se assemelhava muito a esse aqui: LINK

Bleh, amassaram tudo, mataram tudo, destruíram tudo. Tudo nos conformes para essas duas Rockets que parecem gostar de um bocado de destruição... achei até que iam apreciar o presentinho que eu dei. Uma pena que decidiram não ficar com nada daquilo, afinal de contas, um morteiro é um morteiro e ele não é fácil de se montar...

... então não seria uma arma tão útil assim.

Se precisassem ler aquele livreto enooooorme para tê-lo, era melhor pulverizar tudo logo, né?! Pois é, Sashimi assim o fez, pisando nas peças e as quebrando de pouco em pouco. Sumiu com tudo aquilo e voltou para perto de sua treinadora, que começava a questionar sobre o que fazer. Seguir?! Talvez, afinal de contas, ainda tinham um morro enorme e não-muito-tempo, se demorassem demais, talvez a invasão ocorresse antes das moças chegarem.

O terreno continuava como antes: inclinado e sem muitos empecilhos, salvo um bloco de pedras mais a cima. Já podiam ver o ponto em que a inclinação do monte ficava cada vez mais ingrime, deixando a entender que logo chegariam na altura do ponto 6000. É importante ressaltar que, no mapa topográfico, a base fica num pico alienado do morro... quer dizer, o ponto não acompanha a altitude das demais áreas, mantendo-se em um planalto para só depois elevar-se como um pico. As meninas ainda não viam uma paisagem assim, precisavam passar pelo bloco de pedras e ver por trás daquela parede, mas o cansaço talvez sinalizasse que elas não estavam tão longe assim.

OFF: Gente desculpa a demora, eu to meio mal essa semana... meio esgotada @_@

Seguir andando é sempre a melhor das opções, afinal de contas, nada se conquista parado, não é?! Foram na "trilha" e atravessaram a tal parede-de-pedras, revelando a estrutura que outrora narrei: um planalto onde, no centro, havia um enorme pico. Era ali! Claramente era ali! Quer dizer, para quem lê o mapa, era ali.

Não havia mais sinal topográfico semelhante: nem no mapa e nem as vistas. O que só podia significar que chegaram no maldito acompamento.

Só que... eeer, como eu posso dizer, não havia nada ali que fizesse aquilo parecer um acampamento: não havia pessoas, objetos, ferramentas... em suma, nenhum sinal humano. Então... como pode... ser?! Se olhassem por alto, não veriam nenhum sinal de entrada-para-a-caverna muito fácil. Veriam apenas... plantas medianas e de raízes encurtadas. Então... onde diabos estaria a entrada pra aquela merda?! Bem, talvez fosse um pouco necessário analisar melhor o cenário, por isso deixarei-o narrado aqui:

ainda que, ao norte, ainda há muito o que subir, este pedaço da trilha era de uma inclinação suave, onde no centro havia uma enorme rocha em formato de "taça". Sim, taça. Se olhassem para trás, veriam todo o caminho que percorreram sem muito esforço, mas a frente, era apenas isso, uma taça e, mais atrás, mais morro a se subir. Ao redor dessa bendita taça, o chão ficava menos rígido e as árvores podiam penetrar um pouco mais. Isso fazia com que plantas medianas e até grandinhas crescessem por ali. Tudo isso também amolecia e umidificava o chão, tornando um passeio mais... agradável?!

No mais, quanto mais próximos da taça, mais sombra teriam, o que já é bom, não é?!

Outro aspecto engraçado da construção, é que graças a leve inclinação, as pessoas que estavam subindo não conseguiriam vê-la direito, mas quem já estava no topo via com clareza os visitantes. Tudo isso poderia significar que Karinna e Natalie já foram vistas... ou não. Ainda assim, não enxergavam muito bem entrada alguma.

Na inclinação de trás, que levaria ao pico principal do Monte Silver, algumas rochas estavam deslizadas, mas isso podia ser apenas trabalho da erosão.