Pokémon Mythology RPG
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Lá e de volta outra vez

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Já diziam que o trabalho edifica o homem. No caso de Kiki, o trabalho era uma válvula de escape, uma forma de jogar os problemas para um canto e deixar para tratar deles com a cabeça mais fria. E foi assim que ela fez, retornando para sua fazenda depois do amanhecer.

Do alto de seu voador, a cena de sua propriedade parecia imutável. A não ser, é claro, pelo Salamence dormindo na porta do armazém! É, Galvanis não deixou ele na pokébola, sabe-se lá o porquê. Os pokémon de Kiki pareciam não se importar muito, visto que Bellossom estava dançando bem ao lado dele, sem muitas preocupações. Mas havia duas cenas bem distintas que ela só percebeu quando chegou.

A primeira foi a vista de um homem, alto, de físico definido, barriga tanquinho, sem camisa, colocando moirões novos de cerca em uma área da fazenda. Uma Weavile abria um buraco com suas garras, e ele agarrava os troncos maciços com as mãos e os colocava. É, Galvanis pelo visto tentava retribuir a estadia na fazenda de uma forma bem inusitada: trabalhando!

Já a segunda cena era mais… bem, diferente. Um Eevee e uma Ekans brincavam perto do lado, e na beira d’água havia uma figura sentada, olhando para o espelho. Era a grunt, desperta, vestindo só uma camisa branca bem grande, que lhe chegava até os joelhos. O olhar dela era perdido, assim como seus pensamentos. Ao lado dela, também relaxando, havia a Ninetales de Galvanis.            



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Mas o que é que tava acontecendo lá embaixo? Acho que nutri, um pouco demais, a esperança de chegar e encontrar os "estrangeiros" tendo partido dali para suas realidades, de modo que eu pudesse suspirar e encarar um novo dia como se nada tivesse acontecido - ou tentar. Mas o que encontrei me surpreendeu de outra forma, vendo os dois do lado de fora, meio que como se tivessem curtindo uma manhã tranquila num chalé no campo, durante um dia comum de férias... Ora, eu não podia esperar que eles ficassem o resto do dia inteiro quietos dentro do Armazém, né?! Não podia. Mas tinha...

O tal Galvanis então tinha parado pra arrumar algo no meu cercado que eu mesma não teria visto, o que era compreensível depois de tanta confusão e uma chuva forte. Ele ainda exibia seus Pokémon à luz do Sol sem qualquer receio de ser notado. Também pudera, estávamos praticamente no meio do nada, em algum lugar na área rural e periférica de Pewter.

A garota, por outro lado, já tinha um ar perdido e melancólico, digno de uma certa pena, mas que eu não faria questão de interromper por N motivos, entre eles a minha suspeita de que agora ela já sabia quem era Galvanis e o que ele tinha vindo fazer aqui, além de seu possível futuro, seja lá em qual dimensão.

Os Pokémon de ambos, livres, eram o alívio que meu olhar precisava captar pra me deixar menos tensa sobre este dia e esse novo encontro com os humanos que os acompanham. Suspirei e então fui baixando a altura, pronta pra pousar ali perto.

— Bom dia. — cumprimentei, apesar de terem me notado chegar pelo bicho voando. Minha voz era um tanto incerta e insegura, sem muita emoção impregnada porque, bem, ainda não sei como reagir a tudo e todos — Obrigada por isso. — agradeci ao homem e me esforcei para por um sorriso sincero no rosto — Espero que tenham passado bem a noite. — tentei introduzir um assunto, apesar de não estar tão propensa a longos diálogos como ontem; mas fazia enquanto dava alguma atenção a Aerodactyl após a viagem, e olhava o terreno a volta pra ver se tava tudo em ordem.

Ah, vale destacar que quando estive no Potin em Cerulean eu tomei um banho e mudei de roupa, então eu estava com mais leve, do dia a dia, não mais o pijama e roupão de antes, sujo de lama e chuva.


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Hiro ♡

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Sim, ambos os visitantes repararam a chegada de Kiki, mas tiveram reações diferentes. Galvanis sorriu e acenou, gentilmente, enquanto observava a descida da criadora. A garota, por outro lado, fez menção de olhar para o lado, mas recuou, se encolhendo mais um pouco. - Bom dia! - o homem respondeu, desenhando um sorriso aberto no rosto - Olha, foi a noite mais tranquila que tive em tempos! - novamente, o gesto de coçar a nuca. Sua Weavile foi na direção de Kiki para saudá-la, com um grunhido manhoso de gato pedindo carinho.

Galvanis, então, se aproxima. - Vem cá. - ele abaixa a voz um pouco - Aconteceu alguma coisa entre vocês duas? - ele aponta para a garota Rocket - Quando acordou ela deu um certo trabalho, mas consegui convencê-la. Mas ela continua dizendo que você a odeia, que queria que ela morresse. - ele dizia, olhando para a garota com o olhar de compaixão. - Ela disse que queria se desculpar, caso você queira falar com ela. - ele então olha para Kiki tentando ler alguma coisa, qualquer coisa que ajude a compreender a situação.              




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Como chumbo, foi como caiu a questão trazida por Galvanis. Por um momento, cogitei questionar se ele realmente não sabia o que tinha acontecido. Ele mesmo disse ter estado observando as coisas à distância. Mas, no fundo, a sensatez vinha me alertar de que o cara não é nenhum super humano, apesar de viajar no tempo, e houveram momentos em que ele não tinha como ter estado ou ouvido, de fato. Por isso, meus lábios entreabertos só serviram pra eu puxar um pouco de ar e respirar fundo, olhando na direção da moça à beira do lago.

— Eu a salvei de uma dupla de Rainbow Rockets, na base da Diglett Cave, mas isso imagino que você já saiba. Depois disso, acontece que... — e então eu lhe contei toda a história, que culminou no hospital onde a deixei e retomou na noite chuvosa de ontem, com a garota à minha porta, acabada, com uma roupa roubada, e a abordagem da dupla que derrotei antes da chegada de Galvanis — Ódio, não. Eu só sinto... Nada. Pena, talvez. — confessei para ele, ainda mirando a garota — Ela precisa aprender as consequências dos seus atos, tendo vindo até aqui e, agora, tendo desertado da própria missão. Você deve saber melhor do que eu sobre o peso dessas escolhas. — cruzei os braços, ponderando e respirando fundo — É difícil, muito difícil, depois de tudo que aconteceu, perdoar quem me causou tantas dores, algumas que vão durar por mais tempo do que eu gostaria. Mas, posso ouvir a garota. Isso eu posso, se ela realmente quiser se desculpar e apenas isso. Entenda, eu não quero me comprometer com a história de ninguém. Ninguém!

E talvez minha última frase fosse um dos apelos mais desesperados que eu fazia, vindo do meu íntimo de noites sem dormir e refletindo sobre todas as coisas. Desde o primeiro dia que os Rainbow Rockets vieram para este mundo e eu conheci o Outro Ayzen, desde tudo que eu conheci da história dele, lá, e um pouco antes disso, com Celebi na Ilex Forest... Desde então eu tenho me enfurnado aqui, na fazenda, me isolando de tudo e todos, tentando impactar o mínimo na vida dos outros, cercada apenas por meus Pokémon. Não queria me sentir responsável pelos destinos de ninguém...


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Hiro ♡

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O homem cruzada os braços, atentando a cada detalhe do que Kiki iria dizer. Mas ele não pode conter um sorriso e um comentário logo no início. - É, salvas e ajudar pessoas é algo que você costuma fazer… - comentou, falando sobre a Kiki que ele conheceu e também um pouco sobre a tal “essência” que disse antes. Mas então, o sorriso foi se desfazendo na medida que a história corria. Os detalhes, as informações, a sequência de eventos que antecederam a chegada dele na fazenda. Ele balançou a cabeça quando a criadora terminou de contar a história.

Então, ao ouvir que Kiki não seria “nada, talvez pena”, ele franziu o cenho. Analisando a postura e a forma de falar de Kiki, ele foi traçando possibilidades na cabeça. E então, abriu a boca: - Nós não somos os primeiros atravessadores que você encontra, não é? - a pergunta era direta, e seguia com o olhar de análise para com a jovem adulta. Então, ele respirou fundo, olhando para baixo.

Ele demorou alguns segundos antes de continuar. - Entendo. - ele começou, com um certo embargo na voz. Limpando a garganta e seguindo com a voz baixa, ele segue. - Bom, eu realmente entendo você não querer se envolver com a história de ninguém. Você tem sua realidade para lidar, afinal de contas. - ele também dirige o olhar para a garota - Sim, ela vai lidar com a consequência de suas escolhas. Ela já está lidando. - ele volta a olhar para baixo - Na verdade, eu já sabia dessa história. Ela me contou a versão dela, mas queria ouvir a sua. Quer saber o que ela me contou? - ele pausou, mas a pergunta era retórica, já que seguiu - Ela soube que essa realidade era segura para ela, que não tinha uma duplicata sua. Isso porque todos os agentes que saem para missões pequenas são assim. É uma forma deles de evitar o Paradoxo. - ele molha um pouco os lábios, como se trata-se de um tema delicado, e então continua - Ela tinha uma amiga na realidade dela, a dona da Eevee que tá com ela. Nenhum grunt pode ter Pokémon de suas realidades. Os líderes RR não gostam de vínculos. - ele praticamente cospe essa parte - A Everstone é uma forma de segurança. Bem, os dois grunts que atacaram ela descobriram e quiseram fazer mal, e a ela e ao Eevee. Foi quando você apareceu. Ela me contou que sentiu em você algo próximo da segurança que ela sentia quando ainda tinha a sua amiga. - ele morde o canto da boca - Ela viu em você uma amiga. - ele sabe que essa parte é pesada, mas deveria ser dita. - Ela sabia que os RR a encontrariam no hospital. Quando acordou e não te viu por lá, fugiu. Usou a Eevee para rastrear o cheiro da Ekans que ficou com você e chegou na sua casa. O resto, você já sabe. - ele terminou de contar, abaixando a cabeça novamente. - Você não tem que se comprometer. Mas você merecia saber disso. - ele então põe suas mãos nos braços de Kiki, logo abaixo dos ombros, e sorri - A minha Nakeisha também tinha essa consideração pelas pessoas, essa vontade de ajudar. Posso tá errado, mas não acho que você não sinta nada por ela. Acho que você se solidariza, de alguma forma. Só não quer ter essa responsabilidade. E não precisa ter. Mas pode, pelo menos, tirar o peso do coração de alguém que quer recomeçar, né? - ele maneia para se aproximar e, quem sabe, dar um abraço em Kiki, mas recua. Ele sabe que aquela não era a sua Kiki, e que seria só um placebo pra ele, então ele só recua e abre o espaço para Kiki ter a garota totalmente em sua visão.          




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Mas que diabos! Essas pessoas de outra dimensão que acham que me conhecem e ficam prevendo meus sentimentos e pensamentos... Provando que, de algum modo, me conhecem sim, ou me conheceram. Senti uma vontade repentina de dar um tabefe na nuca de Galvanis, por me fazer sentir constrangida, como se ele fosse realmente um irmão mais novo com quem eu pudesse trocar essas "agressões afetuosas". Mas, obviamente, meu impulso não se cumpriu, entre outras coisas porque eu tinha ficado realmente pensativa sobre as palavras dele.

Suspirei fundo e meio que dei de ombros, desconcertada e um pouco sem palavras.

— Bem, eu não posso culpar ela por não termos tido tempo pra tomar um café e por as histórias em dia... Meu desejo em manter distância dos Rainbow Rocket tem sido tanta que eu mal penso. — aparentemente, ele não conhecia o conto traumático que me trouxe até este ponto, desde meu primeiro encontro com os RR, um em especial, então eu podia resumir — Sim, é verdade, vocês não são os primeiros viajantes de tempo que encontro. A primeira vez foi também uma das mais trágicas. — olhei para baixo, mirando meus pés e gesticulando eles aleatoriamente pra me fazer focar em algo que não fossem os sentimentos tristes — Encontrei alguém que eu amo muito. Uma versão dele da outra dimensão, digo. E descobri que de onde veio nós realmente tivemos uma história juntos, algo grande, verdadeiro e real, mas... — aí eu ergui os olhos pra encontrar os do homem, mas muito na curiosidade de encontrar sua reação à parte seguinte: — Eu morri. — guardei uns segundos de silêncio, os lábios estreitos, tomava fôlego pra seguir — E ao me perder ele deixou de ser o homem generoso e altruísta que é pra se tornar nada menos que um dos responsáveis por... Isso. — com a cabeça indiquei a garota lá adiante, insinuando que, mesmo indiretamente, o Outro Ayzen tinha sua parcela de culpa em dar esse destino aos jovens de sua dimensão.

Precisei respirar fundo mais algumas vezes, os braços cruzados pra me sentir mais confortável. Nada que levasse muito tempo, só o suficiente pra eu reordenar as coisas dentro de mim e então tentar por um ponto final na história de agora.

— Enfim, como eu disse, ela não tem culpa, eu sei. Posso imaginar, agora, o que passou pra ela. Em todo caso... Vamos lá. — com coragem, só girei nos calcanhares e caminhei na direção da moça, fitando o chão e antecipando meus passos, pensando no que eu poderia dizer pra ela.


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Garanto a você, Kiki, que se seu tapa afetuoso tivesse se concretizado, você teria dado uma alegria a mais para aquele Galvanis! Mas não tem problema, ele sabe que existe um limite de afeto entre existências, e que apesar das tais “essências de Eixo” serem partilhadas, as memórias e vivências não são. Ao ouvir sobre a versão de outra dimensão, Galvanis solta os ombros e desenha um sorriso no rosto, mas não fala nada. E então, ao ter seus olhos encontrados com os de Kiki, ele precisa fechá-los e respirar fundo. Indo até sua camisa e casaco, retira um maço de cigarros e um isqueiro, acende e dá uma boa tragada. Talvez ele estivesse liberando algum sentimento ruim ou lembrança na fumaça, que curiosamente não é fedida como a dos cigarros convencionais. A tecnologia de tabacos deve ser evoluída de onde veio!

Ela balança a cabeça, se apoiando em um moirão e também cruzando os braços. - Definitivamente, não posso julgá-lo. - ela dá mais uma tragada, mais longa dessa vez, e segue - É isso que acontece quando uma versão se torna um Transtorno. Quando você partiu, eu quase me perdi. - a voz dele carregava um peso maior - Se não fosse Cindy e os demais, não sei o que teria me tornado. - ele dá mais uma tragada no cigarro, jogando a fumaça para o alto e olhando para a mesma. Um silêncio contemplativo se formou entre os dois, o tipo de sentimento que seria preenchido por um abraço, um afago que seja. Mas não havia abertura, nem de um, nem do outro. Era a barreira entre dimensões, uma parede grande, robusta e ao mesmo tempo estreita a ponto de ser invisível.

E então, era a hora de seguir para a outra etapa dessa conversa. Galvanis balança a cabeça positivamente, deixando que Kiki seguisse para perto da garota. Os passos eram curtos, mas a distância parecia ser muito maior. Se Kiki estava nervosa, ansiosa ou até mesmo receosa com a conversa, a garota estava mais. Tanto que a mesma abraçou seus joelhos quando sentiu a aproximação de Kiki e se encolheu. Mas, como uma boa pessoa “safa”, daquelas que sabem se virar em quase todas as situações, ela respirou fundo, mas ainda encarou o espelho d’água à sua frente. - Sua casa é bem bonita… - ela faz o comentário, mas não consegue esconder o embargo na garganta, aquela pressão emocional que tende a jogar o tom para uma escala mais aguda, e quase sempre é seguida por lágrimas. Ela tentava, se esforçava para parecer forte, mas era nítido que estava fragilizada. Enfim, a conversa era impossível de se prever para que rumos seguiria.              




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— Obrigada. Fica melhor na primavera. — comentei em resposta ao que a garota disse, numa tentativa de manter a quebra do gelo — Bem... Vou tentar ser breve, porque não parece ser algo fácil de se dizer entre nós então... Primeiro, queria me desculpar por ter ficado com sua Ekans sem perceber. Eu realmente imaginei que tinha deixado no hospital junto com o restante das suas coisas, mas me enganei e esqueci. Depois... — dei uma olhada breve na direção de Galvanis, que fumava por ali.

Era estranho tentar enter e discernir até que ponto eu tinha ou não culpa em algo. Eu devia ter feito algumas escolhas incorretas, não nego, por não conhecer a história da menina ou todo o resto. Mas, também me reconheço como uma vítima, uma que está até este instante sendo bombardeada e acuada pelos invasores que, não bastasse o risco físico que me ameaça, também me afligem psicológica e emocionalmente.

— Soube, em partes, da sua história e intenções por aqui. Sinto muito por tudo que tem te acontecido. Eu, particularmente, em toda minha ignorância sobre quem vocês são e de onde vem, não faço a mínima ideia de como lidar ou sequer de aconselhar, se uma mudança é o que você procura. Mas, acho que agora você estará em boas mãos. Uma que pode te acolher e proteger apropriadamente. — indiquei com a cabeça na direção do homem — Pegue a oportunidade. Pelo menos enquanto não tiver um melhor. — era todo conselho que eu poderia dar e, enfim, me sentia mais leve por pelo menos ter tocado no assunto delicado. Espero que seja o ponto final.


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Por que conversas são tão difíceis? Por que um diálogo, parte tão intrínseca dos seres humanos como polegares opositores, pode ser algo tão alienígena e radioativo de se lidar algumas vezes? Pode ser pelo fato de que, em geral, as pessoas não se permitem deixá-las ver como realmente são, já que assim se tornam expostas a tudo e todos, tanto coisas boas quanto coisas ruins. Independente do que seja, ali estavam duas almas bem parecidas em alguns pontos, distantes em outros e antagônicas em partes. Mas elas estavam ligadas por um evento, por uma deformidade no tecido da realidade, só assim poderiam se conectar. E obviamente, o choque foi inevitável.

A garota ouve as primeira palavras de Kiki e balança a cabeça, ainda sem olhar na direção dela. - Não, tudo bem. Eu fiquei aliviada em saber que você ficou com ela. Tive certeza que estava segura, se algum modo. - a voz era encharcada de emoção reprimida, aquele embargo que falei antes, com uma máscara de descontração ou outra coisa. Mas nem a maior força da natureza pode conter a erupção de sentimentos que viria a seguir. Quando começou a ouvir as palavras de Kiki, a garota se encolheu ainda mais. Começou a tremer e a fungar. E quando a criadora terminou, com um conselho, explodiu. Ela se levantou rapidamente e se jogou nos braços de Kiki, abraçando-a e chorando muito. Aquele mesmo choro da noite anterior. - Me desculpa! Me desculpa! - ela dizia, repetidamente - Eu não queria que você me odiasse, você foi a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo! Desculpa, não queria invadir sua casa e te assustar! Só queria ficar com você, ficar perto de você! Não queria ficar sozinha! - ela chorava, mais e mais - Desculpa te trazer pra minha bagunça! Eu sou um desastre sem solução, que só estraga as coisas! Por favor, não me odeia! - era um pedido do coração, de todo o coração. Aquele medo de se expor para as pessoas pelo visto caiu por terra, a garota não se continha mais. Ali estava ela, aberta como um livro.                




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Sim, foi uma reação inesperada aquela do abraço aos prantos, e eu fiquei em choque quando aconteceu. Tinha criado uma imagem mental de pessoa durona e atrevida daquela moça, então isso só colaborou com a surpresa que eu tive pela ação repentina. Compreendia que ela tivesse tirado algumas conclusões principalmente por conta do medo e insegurança que estava passando antes. Não julgo, ela mal tinha recursos para lidar contra certos inimigos.

— Tudo bem... Tudo bem... — tentei lhe dar algumas palmadinhas de consolo, nas costas, enquanto buscava palavras para me expressar — Eu não te odeio, nem odiei em nenhum momento. Só que eu também ando bagunçada demais pra aceitar qualquer intrusão... E agora sei um pouco da sua intenção de querer ficar mas... — era meio difícil aconselhar ou constatar nesses momentos, sob o risco de tocar em uma ferida já aberta, então eu tentava só buscar palavras de consolo — Veja, aquele homem ali pode te ajudar a se reerguer, a consertar as coisas. Talvez você só estivesse indo para os caminhos errados, nas horas erradas. Agora vai ter uma nova oportunidade de recomeçar, ou ao menos tentar...

Eu já tinha pensado em recomeçar, não vou negar. Desfazer meus vínculos todos e fazer novos, seguir outros rumos. Ah, o Outro Ayzen deve ter lido no meu olhar a tentação que foi quando me ofereceu uma destas oportunidades. Mas, no fim, aqui estou e continuou. Algo me segura a esse destino e é mais forte do que eu.


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