Pokémon Mythology RPG
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Entrar

Um destino rubro

3 participantes

descriptionUm destino rubro EmptyUm destino rubro

more_horiz
Um destino rubro
"Isso já tá ficando ridículo"

Passar a manhã toda correndo atrás de um macaco sob o sol escaldante de Hoenn não era exatamente a forma como Eris pretendia começar o dia. Após um bom descanso no Centro Pokémon de Fortree, ela achou que finalmente poderia se entender com Chimchar e começar a treiná-lo, mas nããoo, o dito cujo começou a correr feito um Ponyta desgovernado no exato instante em que viu-se livre da Pokeball. Ok, ela já imaginava que o primata estaria um pouco ressentido dela depois de ter sido praticamente sequestrado pela ruiva… Mas se continuassem brincando de polícia e ladrão toda vez que se vissem, como diacho ela conseguiria treinar esse macaco?

- Olha, eu sei que você não vai com a minha cara… - Gritou, ofegante, enquanto corria pelas ruas de Fortree, tentando a duras penas não perder Chimchar de vista. Na pressa, trombava em algumas pessoas ao redor (culpa delas por não terem saído do caminho), e saía correndo antes mesmo que elas tivessem tempo de xingá-la pelo esbarrão. Outros apenas olhavam com curiosidade, rindo do desespero do macaco e do esforço da menina. - …mas isso já tá ficando ridículo!

Eris nunca foi tão grata por todo o treinamento físico que impuseram nela quando mais nova. Se não fosse por ele, teria sido bloqueada ainda pelo primeiro muro que o Chimchar pulou. A ruiva amou ver a cara de espanto do primata quando ela mostrou que conseguia escalar quase tão bem quanto ele, e que precisaria de bem mais do que pular alguns muros ou capôs de carro para despistá-la. Por um momento até pensou em tentar retorná-lo para a Pokeball, mas percebeu que seria um esforço inútil: tão logo reduzisse o passo ou desviasse os olhos dele para pegar a esfera, o macaco teria a brecha perfeita para sair do seu campo de visão. Sua única opção era continuar, torcendo para que não estivesse parecendo aos olhos dos outros pedestres tão ridícula quanto se sentia.

Quando já estavam na saída da cidade, depois do que pareceu um século, finalmente o macaco reduziu o ritmo. Eris achou que ele estivesse cansando, mas na verdade só estava agarrando uma garrafa que achou largada na rua para jogar na cara da menina. Ela teve que se jogar para o lado pra não ser atingida, e Chimchar aproveitou-se disso para saltar para o poste mais próximo, usando-o como impulso para um pulo maior ainda. A garota acompanhou, pasma, a trajetória do inicial de fogo, desde o poste até o teto de um caminhão que estava passando por ali.

- Isso só pode ser brincadeira… - Murmurou, batendo uma mão na testa, mas logo ergueu-se e sacou a Pokeball do fujão. Ela até conseguia acompanhar um macaco, mas um caminhão? Sem chance. Ou dava um jeito de retornar ele agora ou ia perder o Pokémon que ela teve tanto trabalho pra roubar! O primeiro raio rubro partiu da esfera, passando perto do primata, mas este conseguiu desviar-se por um triz. Voltando a correr, com suas pernas reclamando e seus pulmões mais ainda, Eris continou tentando acertar seu inicial com o raio da Pokeball, no entanto, Chimchar ficava cada vez mais ousado em suas acrobacias, e não passava mais nem perto de ser acertado. Para a sorte da menina, ele ficou ousado DEMAIS, e em uma de sua piruetas acabou escorregando e caindo do caminhão. - CHIMCHAR!

Vendo que o Pokémon não tinha levantado, Eris até esqueceu de usar a Pokeball e correu para o lado dele, com medo de ter sido algo sério. Felizmente, o macaco estava inteiro. Resistente como era, só tinha saído da queda com alguns arranhões nos braços, e não era nem com a dor que ele parecia preocupado. O coitado olhava com espanto para uns filetes vermelhos que saíam dos machucados, misturando-se ao seu pelo já rubro. Ele olhava, esfregava os olhos e olhava de novo, como se nunca tivesse visto aquilo na vida.

- É sério isso? Você era Pokémon de madame mesmo, hein? - Ao ver que não era nada sério, Eris relaxou e sentou-se ao lado dele. - Isso aí se chama sangue, campeão. E se você quiser que ele fique no seu corpo, que é o lugar dele, VOCÊ PRECISA PARAR DE PULAR EM CAMINHÕES A MAIS DE 80 POR HORA! - O berro fez o Pokémon se sobressaltar, mas ele ainda estava chocado demais para tentar fugir novamente. Depois de uma queda daquelas, provavelmente ia ficar quieto, pelo menos por um tempo. - Olha só pra onde você trouxe a gente… na cidade a gente com certeza não tá mais. - A ruiva olhou para os lados, vendo as fileiras e mais fileiras de árvores que os cercavam, cortadas apenas por uma estrada de terra. O caminhão já estava sumindo à distância, sem nem notar o drama que se formou logo atrás dele. - Eu tava mesmo querendo conhecer alguma rota, então que seja. Mas olha, você tem duas opções… ou se comporta e eu te deixo explorar essa floresta comigo, ou eu te retorno pra essa bola e só te deixo sair quando você tiver esquecido que o céu é azul. Capiche?

Não era como se ele tivesse muita escolha, nesses termos. Eris sabia que Chimchar tentaria escapar de novo se ela baixasse a guarda, assim como ele sabia que outra tentativa falha poderia ser o fim das suas esperanças. Não valia a pena arriscar de novo até ter certeza do sucesso. Por isso, mesmo muito a contragosto, ele trocou um soquinho com a menina, encostando seu punho no dela para mostrar que tinha aceitado. Não era um tratado de paz, mas pelo menos era uma trégua.




descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
Que bela manhã, os pássaros estão cantando, flores estão florescendo... é em dias como esse que garotas como a Eris... deviam explorar o mundo a dentro! Essa sendo sua primeira aventura com um monstrinho aliado, andar pela estrada a fora tem muitos benefícios, como o ar fresco, o movimento físico, os estímulos sensoriais que a natureza proporciona, faz maravilhas para o corpo e a mente, assim como cria caráter, aprender a lidar com situações, pessoas e pokémon ambos, isso inclui o diabrete em forma de Chimchar, que trouxe-lhe certa dor de cabeça desde que o roubo- digo, recebeu.

O que quero dizer é: essa é uma ótima oportunidade para a Eris; encontrar pessoas, batalhar Pokémon, fazer parte de uma aventura, cada um é um passo a mais para realizar seus objetivos, para ajudar sua vó e se encontrar como pessoa. O mundo não volta a trás, então por que você deveria?

Enquanto caminhava pela floresta, rodeada de árvores, arbustos, solo macio e ar húmido, a ruiva e seu Chimchar prestam atenção aos seus arredores, estando atentos para qualquer sinal de movimento, poderia ser um pokémon e, no estado em que estão, qualquer luta seria bem-vinda, afinal é a força que rege muitas políticas nesse mundo fantástico. Infelizmente, nada estava aparecendo, nem mesmo vento havia, é como se o mundo tivesse parado, seria impressão da menina, ou nem sequer havia som? Não estava muito longe da cidade, seria Fortree tão silenciosa de manhã? A experiência minutos atrás com o caminhão e as pessoas deixara evidente que não. Então, o que explica esse fenômeno? Talvez a aparição que surge na frente da humana explicaria:

Pessoa estranha - Clique-me :


O que aparenta ser um humano, estatura alta e com um semblante mórbido, seu traje remete a um doutor da peste negra, talvez o mais tenebroso, no entanto, seria sua voz:

- Ericka Morgan.

Era um som grosso e abafado, supostamente masculina; se não prestasse atenção possuiria dificuldades de entendê-lhe, porém a completa calmaria fez com que fosse alto e claro. Além disso, parecia robotizada, como se estivesse sendo passada por um filtro. Bastou duas palavras, mas já estava evidente de que esse homem não estava para brincar.

- Você se encontra aqui por circunstância, por coincidências em cima de coincidências, para no fim se deparar comigo. A vida é simplesmente injusta, não acha?

É como se falasse em charadas, de primeira ele não parecia fazer muito sentido, além de significados críptidos para suas frases, quem era esse ser? E mais importante, o que quer com a Eris?

descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
Um destino rubro
"Isso já tá ficando ridículo"

Depois de tanto tumulto àquela hora da manhã, tudo o que a menina queria era um pouco de sossego para recuperar o fôlego. Com sua garganta ardendo pela corrida, tirou sua garrafa da mochila e calculou um gole que levaria ⅓ da água, pois sabia que precisaria guardar pra mais tarde, e até perguntou para Chimchar se ele estava com sede, mas o primata negou. Por razões óbvias, Eris não tinha muito costume com Pokémons de fogo, quanta água será que eles precisam beber? Alguns talvez nem precisem. De qualquer forma, isso não vem ao caso - quando ele sentir sede, de certo avisará, então não há sentido em ficar devaneando com isso agora. Já mais recuperada de ter corrido até a saída da cidade, pôde apreciar melhor o lugar onde estavam: Eris já havia visitado outras florestas antes, mas nenhuma tão tranquila quanto aquela. Após o caminhão sumir de vista, o maior sinal de movimento era a brisa balançando as folhas de árvores e arbustos, e até nisso ela era tão tenra que o barulho era mínimo. Apesar dessa aparente calmaria, Ericka sabia que não devia baixar a guarda, pois algumas criaturas são excelentes em ocultar sua presença e passam praticamente despercebidas até encontrarem uma abertura para atacar. Pokémons selvagens podem ser muito territorialistas, e ela não era nada além de uma estranha naquelas terras. Na real, essa tensão frente ao desconhecido era exatamente o que tornava as coisas interessantes.

- Acho que não preciso dizer isso, mas só pra garantir: fique perto e de olhos bem abertos. Se achar qualquer coisa estranha, me avise. - Chimchar nem olhou na cara dela ao ouvir essas instruções - talvez tivesse pego esse hábito do seu antigo dono, talvez só estivesse fazendo birra -, porém assentiu, mostrando que tinha entendido. Felizmente, com sua trégua selada com Chimchar, Eris não precisava se preocupar tanto com o macaco e podia dedicar mais da sua atenção para buscar qualquer movimento suspeito em meio à vegetação. Como uma treinadora iniciante, qualquer batalha seria muito bem-vinda, e ela imaginava que não seria difícil encontrar um oponente em potencial dando sopa por aí. Repito: imaginava que não seria. Mas foi. A cada passo que a dupla dava para dentro da mata, era como se andassem dentro de uma bolha de ar, isolada de tudo e todos. Para uma floresta de vegetação tão vívida, era agoniante como aquele lugar parecia tão… morto. Nenhum sinal de vida animada aonde quer que olhassem, e até os barulhos da cidade tinham cessado completamente, embora Eris tivesse certeza de que ainda não estavam muito longe de Fortree. Logo a exploração virou um tédio, e Ericka nem tentava mais ser cuidadosa. Andava com passos ruidosos de propósito, conversava alto com Chimchar e até jogava pedrinhas na grama na intenção de acertar qualquer coisa que pudesse estar cochilando por ali. A coisa chegou num ponto tão absurdo que até esbarrar num bando furioso de Spearows deixaria ela feliz.

- Tanta floresta por aí, e logo eu pego uma sem nada? Que diabos é isso? Arceus fez uma festa no céu e ninguém avisou a gente, é? - Com os últimos fios de sua paciência esgotados, Eris chutou a árvore mais próxima (embora a coitada não tivesse culpa nenhuma) e jogou as mãos para cima, gritando o mais alto que pôde. - Pelo amor de Arceus, alguém faça alguma coisa acontecer! - Ela ouviu sua própria voz ecoar pela floresta por alguns instantes, mas só teve como resposta um silêncio avassalador. A menina suspirou, derrotada… no entanto, antes que pudesse voltar a andar, teve a certeza de ouvir passos à sua frente. Foi um som tão sutil que no começo ela pensou que estava ouvindo coisas, até que felizmente (ou infelizmente) o dono dos passos apareceu logo à frente para comprovar sua sanidade. Uma figura sinistra, bem mais alta que a menina e com vestimentas bizarras que ela nunca achou que veria fora dos livros de história. Seria uma visão assustadora de se ter no meio da floresta, contudo, tudo o que a menina conseguiu pensar foi no quanto aquele cara tava se esforçando pra parecer assustador. E aquela máscara!? Ha, ela já estava abrindo a boca pra dizer que ele parecia um Mandibuzz, mas as palavras que o homem pronunciou fizeram-na paralisar.

Como diabos ele sabe meu nome!?

Não é como se ela tivesse estado em Hoenn recentemente - fazia anos que não pisava naquela região, e quando partiu para Sinnoh era ainda uma criança, e Eris tinha mudado muito de lá pra cá. Por mais que soubesse que seus pais tinham inimigos, era difícil imaginar que seria reconhecida tão facilmente por um. E ainda mais ali, no meio do nada! O cara estava falando justamente disso, das coincidências da vida, porém a menina estava muito mais preocupada em puxar da cabeça quem ele poderia ser do que em entender o quão azarada ela tinha sido ali. Um Ranger, sem chance… Algum renegado da equipe Aqua? Possível, embora improvável. Os maiores candidatos eram membros da Equipe Magma e Rocket, mas ela suspeitava de que duas organizações orgulhosas como essa não teriam necessidade de um disfarce como aquele. Alguém que anda por aí com um R no peito vai realmente se dar o trabalho de botar uma máscara de urubu só pra interceptar uma garota sozinha, e no meio da floresta!? Era difícil imaginar.

- Foi mal, colega, acho que tá me confundindo com outra pessoa. Meu nome é Ericka Relaisse. Quer ver minha identidade? Eu te mostro. - Ouvir seu nome de nascença daquele estranho tinha sido suficiente pra fazer a ruiva estremecer, contudo, ela deu seu melhor para disfarçar. Sabia que, se ele conhecia sua família, fingir-se de desentendida provavelmente seria inútil, mas foi sua primeira reação. Na verdade, talvez ele até soubesse sobre a adoção e, ao mostrar sua identidade, só estivesse confirmando de vez a certeza dele… Mas não é como se ela pudesse ficar mais ferrada do que já estava. - Injusto é eu me separar dos meus amigos por cinco minutos e dar de cara com um doido no meio da floresta, isso sim. Mas olha, se não quiser virar comida de Charizard, é bom dar meia volta. Porque eles com certeza vão me procurar logo. - Era um blefe mais vazio que a carteira de um trabalhador no fim do mês, no entanto, tudo o que ela queria era mantê-lo distraído por um tempinho. Com aquelas roupas, duvidava que ele seria capaz de correr mais que ela no meio daquela mata, então usou essa conversa pra analisar discretamente o ambiente à sua volta, procurando qual seria a melhor rota de fuga. Já estava com a Pokeball de Chimchar em mãos, pois tinha certeza de que, ao invés de segui-la, ele usaria essa brecha para escapar. A ruiva tentou manter seus sentidos o mais atentos possíveis, e, se percebesse qualquer coisa estranha (digo, mais estranha) do que já estava, iria correr e retornar o macaco já no caminho. De fato parecia uma solução bem patética… mas ela nunca entrava em lutas que não podia ganhar, e sentia no âmago que aquela era uma dessas lutas.





descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
O que primeiramente não passava de um cara com uma fantasia tosca e forçada, começou a dar calafrios na menina, assim como uma avalanche de perguntas a serem cogitadas, porém sem ter a possibilidade de voicerar nenhuma delas- a presença dessa pessoa simplesmente é perigosa demais, demonstrar medo ou receio apenas a faria mais forte... resolveu então ir para a simples tática de fingir de boba, apenas para que ela pudesse comer tempo enquanto pensa em uma rota de fuga, tem que haver uma saída, não é? A narradora não seria tão injusta ao ponto de fazer isso morte certa... não é?

Bem... talvez eu seja, ou talvez não... mas a questão é que o homem esguio pouco se importou para a identificação, talvez tenha fitado ou apenas olhou diretamente para a alma da Ericka, o visor não permitia identificar qualquer movimento ocular, apenas falou novamente, com sua voz profunda e abafada:

- Eu não aconselho correr. Isso é, se você realmente se importa com sua cuidadora adotiva.

Uma ameaça... seja quem for, praticamente sabe de toda a vida dessa menina, pelo visto. Não só o nome de nascença mas sua história em Sinnoh. Teria algum fundamento? Bem, isso vai de acordo se a Eris realmente arriscaria ser um blefe ou não... no momento, só podia terminar de ouvir o que esse homem tem a dizer, talvez lhe desse mais tempo para respirar e pensar no que fazer...

- Eu sou uma pessoa que ama variáveis. Em especial, a escolha humana.

Pausa por um breve momento, imóvel de forma desumana até, francamente nem se poderia distinguir se era um ser orgânico ou um robô reproduzindo som.

- Para ti, apresento duas escolhas: você pode correr, abandonando tudo o que você considera precioso de sua vida; Ou permanecer, engajando em uma batalha Pokémon comigo. A escolha é sua.

Dito isso, retirou de seu manto uma pokébola, liberando um felino de dentro, sua aparência é negra como a noite e suas garras parecem muito afiadas, seria esse o oponente caso escolhesse lutar?

Um destino rubro Sneasel

Faça sua escolha:
A: Fugir.
B: Batalhar.

descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
Um destino rubro
É melhor você correr

Dada a situação, deve ter sido bem óbvio o que a menina planejava fazer. Ora, é o que qualquer pessoa em seu juízo normal faria, né? Se ela tivesse um time mais forte e experiente, seria outra história, mas a ideia de enfrentar um cara bizarro daqueles tendo apenas o Chimchar não soava como uma boa ideia. O simples fato de aquele homem saber quem ela era bastava pra deixá-la em alerta - tinha uma longa lista de pessoas que poderiam querer se vingar dela, e era uma opção pior que a outra. Em um contexto desses, preferia pecar pelo excesso de cautela do que pela falta dela. E aquela figura mascarada com certeza sabia disso, pois leu os planos da menina como um livro. Eris não ficou particularmente impressionada por isso, pelo menos até ele mencionar sua avó. Aí todo o bom senso da ruiva foi-se pela janela.

- Você não se ATREVA a falar dela. - Eris deu uns três passos em direção ao homem, sendo interceptada por Chimchar, que jogou-se na frente dela e olhou-a como quem diz “você é doida??”. Talvez até fosse. O fato é que ela não podia deixar alguém que ameaçou descaradamente a pessoa que ela mais amava na vida sair impune disso. Como se uma chave tivesse sido virada na cabeça da garota, ela parecia ter esquecido de todas as preocupações anteriores. A mesma voz da consciência que antes insistentemente alertava “é melhor você correr”, agora só dizia “é melhor você correr mesmo, pra cima desse desgraçado”. E ela teria ido mesmo, se o homem não tivesse feito uma proposta diferente. Uma batalha Pokémon? Não parecia má ideia, poderia primeiro aproveitar essa chance para treinar o Chimchar e depois quebrar aquela máscara ridícula com um murro. - Você percebe que acabou de lançar um Pokémon de gelo contra o meu de fogo, né? Olha, fiquei sabendo que tem uma escolinha em Rustboro, se quiser passar lá depois.

Enquanto a menina falava, Chimchar insistentemente puxava a barra da sua calça, como se quisesse dizer alguma coisa. Eris ignorou pelo tempo que pôde, mas por fim olhou pra ele. - O que foi, guri? Fica calmo, é só você cuspir umas duas brasas em cima dele que essa luta acaba. - O macaco sacudiu a cabeça, mais nervoso ainda. Apontou para o Sneasel, depois para sua própria garganta, e continuou balançando a cabeça negativamente. - Pera aí… você não cospe fogo? Você tem UMA FOGUEIRA no lugar de uma cauda, mas não sabe usar NENHUM ataque de fogo? - O macaco assentiu, para o desespero da menina. Ela respirou fundo, tentando se recompor, e ajoelhou-se para encarar seu inicial nos olhos. Eu devia saber que aquele playboy não ia te treinar direito, eram as palavras que estavam presas em sua garganta, mas sabia que precisava ser mais amigável que isso para fazer o primata cooperar. - Olha, não faz mal. A gente vai ganhar essa briga à moda antiga então. É só ir lá e arranhar a cara daquele gato o mais forte que puder. Se a coisa ficar feia, eu te retorno pra Pokeball, então relaxa porque nada mal vai acontecer contigo. Capiche?

Chimchar pareceu refletir um pouco a respeito, no entanto, não é como se o coitado tivesse muitas opções. Se não lutasse, os dois estariam à mercê daquele humano estranho e assustador, e só olhar pra ele já era o bastante para o macaquinho estremecer dos pés à cabeça. Defender-se era sua única escolha. Após respirar fundo uma única vez para apanhar toda a coragem que lhe restava, olhou para Eris e assentiu. Pelo menos durante aquela batalha, ele iria obedecê-la.

- É isso aí! Use Scratch duas vezes, se mirar no rosto ou nas pernas dele vai nos dar uma vantagem. - Após as orientações, a menina voltou-se ao humano encapuzado e distraidamente estalou os dedos, inclinando sua cabeça de forma tão descontraída que quem olhasse de longe pensaria que ela não tem uma preocupação na vida. A verdade? Aquele gato de gelo parecia forte, e todos os seus instintos gritavam que ela ia se lascar. Mas se fosse para calar o homem que ameaçou sua avó, então ela iria se lascar com gosto.

descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
Ericka podia ser uma menina que tem uma personalidade muito aberta e brincalhona, mas ela sabe quando levar a sério. Uma ameaça para a sua vó é uma ofensa para tudo que a jovem valoriza na vida, e uma ofensa para seu senso de justiça, ameaçar uma senhorinha doente e inofensiva é o cúmulo de covardia. Mesmo se estivesse numa desvantagem, ela não correria nem se pudesse em uma situação como essa. O macaco não compreendia muito bem, porém essa "chama" que ascendeu dentro da menina se manifesta em si também, ele quer lutar e ensinar uma coisa ou outra para esse esquisitão!

Estava decidido, iriam lutar com todas as suas forças, e verdade seja dita, era perceptível que o gélido mal era treinado, talvez realmente conseguiriam vencer!

Porém... antes mesmo que o Chimchar possa fazer qualquer movimento, o Sneasel avança com velocidade sem igual, movendo seu braço diretamente para o pescoço do Chimchar e acertando-lhe desprevenido... a força natural do sombrio em junção com a técnica foram demais... e Chimchar é derrotado em apenas um só golpe, não havia sequer uma possibilidade de vitória, nem se tivesse golpe de brasa...




Sneasel:
Saudável
Hold Item:
~x~
Trait:
Inner Focus

lv8 Sneasel


27/27
Um destino rubro Sneasel
Um destino rubro Chimchar
lv5 Chimchar


0/19
Trait:
Blaze
Hold Item:
~x~
Chimchar:
Nocauteado

Campo: Floresta úmida, sem vento nem som externo.

Log de Batalha :


- Agora que perdeu o combate, o plano prosseguirá de acordo.

Calou-se, permanecendo imóvel... como assim? O que aconteceria? Antes que pudesse finalizar seu pensamento, Ericka desmaia, perdendo consciência no chão da floresta...

...

...

- Ei... você consegue me ouvir?

Você ouve a voz de uma mulher, parece distante e fraca e ao mesmo tempo é como se tivesse dito isso bem na sua orelha, você lentamente abre os olhos, sua visão desfocada e cheia de remela, certamente não foi uma boa dormida... uma dor de cabeça fina permanece na sua nuca, não era forte, porém constante, como se a confusão de tudo isso não fosse o suficiente. Estava num centro pokémon, acordada pela enfermeira Joy? Quem dera...

Limpando seus olhos, você perceba que não está num centro pokémon...parecia muito mais uma cela de prisão, o chão era sujo e você via uma porta metálicas com grades que formam uma espécie de janela, o ar é pesado e o cheiro incomoda, não havia nada de natureza nesse local.

- Ainda bem... só faltava você acordar...

Novamente você escuta a voz, certamente não estava a alucinando, na verdade estava tão "grogue" de ter acordado repentinamente que ainda estava juntando todas as peças no seu cérebro. Instintivamente olhando para a fonte do som, você se depara com uma mulher, ela é um pouco menor que você e te recebe com um sorriso:

Mulher :


Olhando melhor, você não está sozinha com ela, felizmente ou infelizmente. Um homem magro, que parece estar por volta dos seus 22 anos está sentado, como se não estivesse com preocupação alguma no mundo.

Homem :


Assim como um terceiro, um loiro que vai direto para as barras, tentando forçar elas e a porta, porém sem nenhum sucesso

Homem loiro :


Uns detalhezinhos... sua mão esquerda está mais pesada do que de costume, infelizmente em vez de dar uma resposta ela apenas complica as coisas mais ainda: você está com um bracelete, semelhante a um relógio avançado, preso com força no seu punho:

Bracelete :


E, talvez fosse o fato mais assustador, você não está com seu Chimchar. Nem ele nem sua Pokébola... o que isso tudo significa? Quem são essas pessoas? Tudo era muito confuso, muito confuso mesmo. E pelo visto não eram apenas vocês quatro, mais vozes podiam ser ouvidas do outro lado da cela... vozes de mulheres e de homens, seriam prisioneiros também? Ou talvez os vilões por traz do sequestro? Você não tinha certeza, sua cabeça ainda estava doendo e fazer sentido de tudo isso era como resolver um quebra-cabeça milenar. Teria de, no mínimo, ir mais para frente das grades para fazer sentido de tudo isso... todavia também poderia falar com seus colegas de cela para descobrir mais sobre o que está havendo, apesar de eles parecerem tão confusos como você.

Progresso de Rota :

descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
Um destino rubro
”Foi mal pelo show, primeira vez sendo sequestrada”

Ela não devia ter botado tanta esperança em um Pokémon que provavelmente nunca tinha nem passado perto de uma batalha antes. Por mais que não costumasse ser imprudente daquela forma, a ameaça à segurança de Adalyn tirou completamente a menina dos eixos. Tinha viajado para outro continente na exata intenção de cuidar da avó, Eris jamais se perdoaria se alguém fizesse mal a ela enquanto não estava lá para protegê-la. Por isso, a ruiva nem hesitou em entrar de cabeça em uma luta que, lá no fundo, ela sabia que não seria tão fácil assim de vencer. No entanto, no fim das contas, ela estava errada. Foi sim uma luta fácil. Extremamente fácil. Só que não pra ela.

- Tá de sacanagem comigo… - Foi a única coisa que ela conseguiu dizer, vendo sua primeira e única linha de defesa caindo com um só golpe. E agora? O que diacho ela faria? Vencer aquele Sneasel no soco seria impossível, por mais que no fundo fosse exatamente isso que ela desejava fazer. Com suas esperanças escorrendo-lhe por entre os dedos, ela não teve muito a fazer além de retornar Chimchar à sua Pokeball, o choque da derrota ainda marcado em seu rosto. Ouviu o homem dizer algo sobre um plano, mas a voz dele soava estranhamente abafada. Antes que Eris pudesse sequer refletir acerca do que tinha ouvido, sua visão escureceu, fazendo-a cair desacordada ao lado de seu inicial.



Ao longe, uma voz baixa a chamava. A ruiva era incapaz de distinguir as palavras no início. Mas elas se repetiram, insistentes, e aos poucos Eris notou que essa voz soava muito mais próxima do que pensara inicialmente. Suas pálpebras se abriram, hesitante, e fecharam-se quase imediatamente quando uma dor fina fez-se sentir em sua cabeça. Que sono horrível… e ela nem sequer se lembrava de ter ido dormir. Muito menos de as camas no Centro Pokémon serem tão desconfortáveis… Foi aos poucos que os fragmentos de consciência voltaram a juntar-se em sua mente ainda nublada pelo sono, o bastante para que ela conseguisse pelo menos perceber onde estava. E, definitivamente, aquilo não era um Centro Pokémon… Parecia mais uma prisão. Ela foi presa? Seu pai sempre disse que esse dia poderia chegar um dia, se não fosse cuidadosa, mas ela não se lembrava de ter feito nada que poderia colocar a polícia na sua cola… exceto… Chimchar!?

A memória de ter roubado o macaco de fogo acertou-lhe como uma onda em dia de maré cheia, e foi puxando todas as outras lembranças dos últimos dois dias. As fugas do inicial, como ela o seguiu até uma floresta pra lá de esquisita, a aparição do homem mascarado, a derrota para aquele Sneasel, tudo escurecendo logo em seguida… Essas cenas se repetiram na sua mente como um disco ralado, tão súbitas e agressivas que fizeram a menina levantar num sobressalto. Ou tentar, pelo menos. O movimento brusco fez sua visão borrar novamente, por um instante o mundo pareceu rodar, e ela foi obrigada a sentar-se. Sua cabeça ainda latejava, e, por mais que não fosse nada incapacitante, piorava ainda mais a sua confusão.

Levou uma mão à cabeça e tentou forçar sua respiração fadigada a se normalizar, o que custou-lhe alguns instantes. Quando sua cabeça estava enfim em condições funcionais novamente, ergueu o olhar, notando pela primeira vez a dona da voz que despertou-a. Era uma mulher - uma bonita, pelo que ela pôde reparar - um pouco mais baixa que ela própria, e parecia um pouco menos desesperada também. Olhando ao redor, pôde perceber que não eram apenas as duas ali, no entanto, os outros dois azarados não pareciam muito preocupados com a presença da ruiva ali, pelo menos não naquele momento.

- Deixa eu adivinhar… - Disse mais para a mulher, porém em um tom alto o bastante para que os outros pudessem ouvi-la também. - …vocês também foram sequestrados, absolutamente do nada, por um cara que conhecia vocês mesmo sem vocês conhecerem ele, e acordaram aqui sem a menor ideia do como ou porquê. É isso? - Tentou perguntar num tom calmo, mas sentia seu olho esquerdo tremer um pouco, então não devia estar fazendo uma atuação das mais convincentes. Ser capturada por Arceus-sabe-quem, presa em Arceus-sabe-onde e ficar à mercê dos seus sequestradores por nem-Arceus-sabe-quanto-tempo era até algo que ela podia aturar, no entanto, pensar no que aquele psicopata poderia fazer com a sua avó estava fazendo-a perder o juízo. Se aquele homem tinha poder suficiente para prendê-la ali, quem é que podia garantir-lhe a segurança de Adalyn? Ninguém. A única que seria capaz de qualquer coisa para defender a senhora era a própria Eris, mas ela não podia, porque estava PRESA ALI.

Com os nervos à flor da pele, a ruiva caminhou a passos largos até o rapaz loiro que tentava forçar as barras. Deu dois toques no ombro dele para chamar sua atenção e disse, com uma voz que até seria meiga se não fosse notável que ela estava falhando: - Dá uma licencinha aqui, por favor? - Esperou que ele se afastasse das barras, apenas para ela mesma avançar e dar o chute mais forte que pôde contra o metal. A sola do seu pé latejou em protesto, mas ela não poderia se importar menos agora. - ACHAM QUE VÃO DEIXAR A GENTE PRESO AQUI ATÉ QUANDO, PORRA!? ALGUÉM ABRA ESSA DROGA! - Gritou o mais alto que sua garganta permitiu, muito mais para extravasar sua angústia e raiva do que por qualquer esperança real de resposta. Respirou fundo, então voltou-se de novo para o loiro e deu um sorrisinho meigo, que foi muito mais convincente dessa vez. - Era só isso mesmo, obrigada.

Agora mais calma, a menina fez uma rápida análise do lugar e dos seus três colegas de cela. Todos pareciam carregar os mesmos braceletes que, por sabe-se lá qual a razão, alguém tinha botado no seu braço também... Talvez um localizador, para impedi-los de fugir? Do jeito que as coisas estavam, Eris não se surpreenderia nem se aquilo fosse uma bomba em miniatura para colocá-los na linha. De qualquer modo, era melhor não mexer naquilo enquanto não tivessem uma mínima noção de como funcionava. Quanto aos outros prisioneiros, seriam eles também relacionados a criminosos conhecidos, ou eram só civis normais com MUITA falta de sorte? Enquanto não pudesse esclarecer pelo menos isso, era melhor não baixar totalmente a guarda perto deles, especialmente sem ter Chimchar ali para se defender (por mais que o primata não fosse exatamente o melhor guarda-costas do mundo). - Foi mal pelo show, primeira vez sendo sequestrada. - Coçou a cabeça com uma das mãos, abrindo um sorriso amarelo como se estivesse envergonhada. Detalhe: não estava, e daria outro chute com todo prazer do mundo. - Só pra garantir, alguém aqui tem uma mínima noção do que tá acontecendo? Ou ouviu qualquer coisa suspeita?

Falando em ouvir coisas suspeitas, vozes de homens e mulheres ecoavam de algum lugar além da cela. Com certeza tinham ouvido o surto da menina. Como iriam reagir a isso, é algo que ela estava pagando pra ver. Se fossem aliados, dificilmente se importariam muito com isso, já que estão todos no mesmo barco. Agora, se fossem inimigos… quem sabe pelo menos dessem as caras, àquela altura qualquer informação que a ruiva pudesse extrair era mais do que bem-vinda.


descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
Havia muito para absorver naquele momento, muitas perguntas para se tem e nenhuma resposta a ser dada. O ambiente de prisão de cara remete ao furto que cometera no chimchar alheio, assim como a ausência do mesmo levanta várias hipóteses. Talvez estivesse jogada na cadeia como uma vagabunda e esses seriam seus companheiros até a sentença fosse dada... talvez não: prisões possuem diferenciação de gênero por bom motivo, não é porque estamos no mundo pokémon que não existe estrupos... seja onde estiver, provavelmente não é uma penitenciaria convencional...

Sem muitas pistas, Eris decidiu que seria mais fácil tirar diretamente da boca do cavalo, talvez as pessoas nesse lugar apertado poderiam dar uma luz sobre tudo isso, perguntando sobre o que aconteceu antes de chegar aqui.

- Nota 5! - o homem sentado de cabelo roxo diz de forma sarcástica, como se não desse bola pra situação. - metade do que disse é verdade, a outra metade... eu tenho minhas teorias. - concluiu o pensamento, aparentemente sendo vago de propósito, não parecia dizer mais do que achasse preciso... enquanto isso os outros dois permanecendo calados, talvez numa triste confirmação de seu lugar de mundo, ou talvez por escoderem mais do que os olhos aparentam.

P da vida, Ericka precisava de um modo de emanar suas emoções, precisava saber de mais coisas mesmo ao custo de sua imagem pública, não parecia ligar se parecesse uma arruaceira se conseguir saber pelo menos um pouco mais. Afastando o loiro, que apenas respondeu com "A-ah, claro" por ser pegue desprevinido. Os estrondos, ambos da porta e de sua voz, certamente pegou todos desprevinidos e, mais importante, trouxe olhos curiosos em campo:

- Ei menina, fica calma aí! Gritar não vai resolver nada! - um homem de cabelo preto voicera como se quase estivesse gritando também, ela parecia ter por volta da idade de Eris, apesar de estar advertendo como se fosse um velhote para a molecada da rua; não se podia ver muito, mas estava claro que era um rapagão muito alto.

Homem alto :


- Deixa ela, Sigma, você sabe que isso não vai fazer mudar nada.

A voz de uma garota pode ser ouvir atrás, devido a distância fica quase imperceptível, porém você consegue compreender o que foi dito. O grandalhão suspira e sai da grade, revelando a jovem de cabelo branco, cujo nome não sabia, apesar poder extrair o nome de pelo menos uma pessoa em retorno... Sigma.

Garota :


Satisfeita por soltar sua frustação, a treinadora deliquente sai de frente das grades, agradecendo o moço por não ficar na frente, cujo qual apenas sorriu enquanto processava o que acabou de ver, mas ele também não quis ficar calado, propriamente se introduzindo para a garota:

- Não se preocupa, eu também não faço pé nem cabeça do que tá acontecendo, nunca fui sequestrado antes e francamente não sei por que estou aqui... será que querem dinheiro?

O moço cogita, tentando desvendar esse mistério, porém como não havia como chegar a uma conclusão, continuou:

- Prazer, meu nome é Carlos, essa aqui é a Akane e o cara alí é o Jumpei. - O rapaz, supostamente nomeado Carlos, estende a mão para um aperto amigável, enquanto dá brecha para os outros dois, que pelo visto não tinham nada a dizer a respeito das perguntas feitas, Jumpei apenas sorri e Akane olha para baixo, pelo visto pensativa.

- Hm, prazer... você por acaso não teria um Pokémon, teria? Eu acordei e todo o meu time sumiu, pelo visto foi o caso com todo mundo. - a mulher inquere, já sabendo da resposta, mas não faria mal quebrar gelo e tentar saber um pouco mais da menina que acordou...

Um pouco depois, mais uma voz masculina sai da janela, estava gritando alto para ser ouvindo e, pelo visto, estava falando contigo!

- Ei espera um momento aí, afinal quem é você? Eu não falo só do seu nome, mas... ninguém aqui te conhece! Como posso saber se você não está tramando junto com aquele cara?

A voz vinha de outra "jaula", diferente da que Sigma está, era de um homem que não parecia ter uma aparência muito dotada, nem alguma caracteristica marcante, porém ele estava com raiva e muito duvidoso de sua existência.

Homem questionador :


Agora que ele diz, a menina conhece Sigma, assim como Carlos conhece Jumpei e Akane, talvez eles se conhecem de outro lugar? Ou talvez apenas se introduziram nesse ambiente? Quanto mais elementos surgem, mas confuso as coisas parecem ficar! Até a cabeça da narradora vai explodir desse jeito... como a Ericka procediria com esses diálogos múltiplos?

descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
Um destino rubro
Suspeitas e mais suspeitas

Nota 5? Se aquele cara sabia mais do que ela, será que ele não podia ser um pouco mais específico? Foi tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que Eris não teve a chance de questioná-lo sobre isso, mas fez uma nota mental de ficar de olho nele. Na verdade, todos ficaram estranhamente quietos sobre as perguntas da ruiva - em uma situação caótica como aquela, não seria de se esperar que estivessem todos ávidos para trocar informações e tentar descobrir QUALQUER COISA sobre o que estava havendo ali? Bem, esse claramente não era o caso. A primeira impressão da garota sobre isso foi que, talvez, cada um tivesse algo que queria esconder, assim como ela própria tinha. Deixar alguém ali saber seu histórico familiar era a última coisa que a menina pretendia. No entanto, talvez eles só estivessem desconfiados e com medo, afinal de contas, nunca se sabe quem de fato é seu aliado e quando qualquer informação dita pode ser usada contra você. Seja como fosse, ambas as explicações eram bem razoáveis e Eris não podia culpá-los por isso.

As reflexões da menina foram cortadas pelo loiro, que tentava refletir sobre os motivos de terem sido presos ali. A hipótese dele seria sensata na maioria das situações, mas Eris sacudiu a cabeça para os lados, discordando. - Se quisessem dinheiro, não teriam sequestrado uma pobre lascada feito eu. Com certeza tem alguma outra coisa nisso. - O tom de voz da menina estava bem mais calmo que antes, por mais sinistra que sua conclusão fosse. Eles estavam sendo mantidos ali por um motivo, ok… mas se não era dinheiro, então pelo quê poderia ser? Ela não tinha um bom pressentimento sobre isso. Faria sentido que algum inimigo da sua família quisesse usá-la pra se vingar, porém isso não explicaria a presença de todos ali. Não é possível que todo mundo tenha um histórico tão sujo quanto o dela, ou é? - Oi, o prazer é meu. E ele seria bem maior se a gente tivesse se conhecendo em uma pizzaria ou coisa do tipo, mas… é a vida. De qualquer forma, eu sou Eris. - Ela retribuiu o aperto de mão de Carlos e acenou para os outros dois. O bom de ter um apelido tão usado é que ela podia se apresentar por ele sem sentir um pingo de receio por isso. Ela nunca se apresentou pra ninguém como Ericka, não tinha razão nenhuma para começar agora.

Após um primeiro contato, a menina começava a formar suas impressões sobre seus colegas de cela. Carlos parecia surpreendentemente amável - as aparências enganam, afinal -, enquanto Akane também demonstrava gentileza em suas feições e gestos. Jumpei parecia indiferente a tudo e todos, e alguma coisa na atitude do rapaz fez com que Eris não fosse muito com a cara dele. Entretanto, como tudo naquele menino escancaradamente gritava “suspeito”, ele dificilmente teria relação com os criminosos que os prenderam ali - mais provável que fosse só mais uma vítima. Quando há um inimigo infiltrado entre as “cobaias”, é normal que ele pelo menos TENTE disfarçar e parecer agradável. Mas deixando Jumpei de lado, algumas outras figuras fizeram-se notar, atraídas pelo leve surto da ruiva. O primeiro a se pronunciar sobre isso, Sigma, não fez mais do que ralhar com ela, o que francamente não era nada fora do esperado. A garota que apareceu logo atrás do grandalhão parecia um pouco mais interessante, no entanto, era uma das únicas ali de quem Eris não sabia nem sequer o nome. Antes mesmo que Eris tivesse tempo de perguntar, Akane complementou a conversa que Carlos tinha iniciado, perguntado-lhe se tinha algum Pokémon consigo. Infelizmente, ela não tinha. Se bem que, considerando o que ela já tinha visto daquele Chimchar, Eris já tava começando a se perguntar se isso faria mesmo tanta diferença…

- Pois é, meu time foi roubado também… o que significa que não tem um jeito fácil de sair daqui. - “Time” era exagero, contudo, não havia razão para deixar eles saberem que seu único Pokémon era um macaco de meio metro de altura. - Mas eu duvido que estejam guardando nossos Pokémons muito longe, então deve dar pra gente recuperar eles… se dermos um jeito de pelo menos sair dessa cela primeiro, é claro. - Eris não via muita razão em os criminosos terem levado os Pokémons roubados para outro prédio, considerando o quão seguro de si e meticuloso aquele homem pareceu. A ruiva duvidava que eles enxergassem qualquer falha em seu plano, fosse qual fosse ele, e logo não veriam necessidade em livrarem-se das Pokeballs. O que não significava que elas não estariam bem guardadas e que ter qualquer acesso a elas seria extremamente difícil. Mas claro, isso tudo não passava de uma suposição. Ela podia estar completamente errada, só torcia para que não. - Falando nisso, vocês são todos treinadores? E mais importante, onde é que vocês foram pegos? Quem sabe assim dê pra ter uma noção de onde a gente tá. Tipo, me pegaram numa floresta bem perto de Fortree. - Se por acaso os sequestros tivessem acontecido em cidades completamente espalhadas pelo continente, isso seria um péssimo sinal. Só mostraria que essa operação toda foi pensada em grande escala, e, logo, por pessoas bem poderosas. É por esse tipo de coisa que a loira sempre odiou se meter com gente importante…

Um tempo depois, um outro indivíduo se fez ouvir. Até ali, o menos simpático de todos. As suspeitas dele eram totalmente justificáveis, claro, mas antes de responder Eris suspirou exasperada mesmo assim. - Ninguém aqui ME conhece? E vocês são o quê, amigos de infância? - Ela falou isso como uma ironia, embora estivesse ciente de que, se todos eles se conhecessem mesmo, então a menina estaria em uma clara desvantagem ali. Mesmo com o pensamento a mil, ela manteve a voz firme e cruzou os braços, numa postura tão “tanto faz, não vou me estressar com isso” quanto a de Jumpei. - Você pode saber que eu não tô do lado daquele homem de cara de urubu porque, se eu estivesse, não teria razão pra eu ficar presa aqui. Eu iria fazer o quê, espionar vocês? Uma pessoa, pra espionar 6 em 3 celas diferentes? Eu ia deixar escapar muita coisa. É muito mais seguro esconder câmeras pra ficar de olho em cada um, e nem duvido que tenham feito isso mesmo. Outra, qual a dificuldade de botar um localizador ou transmissor de voz nesses braceletes aqui? Somando isso com as câmeras, daria pra ver e ouvir tudo sem se preocupar em nada com seu “espião” ser descoberto. E na real, se alguém viesse dizer pra gente que nesses braceletes têm bombas ou qualquer porcaria do tipo, QUEM É que ia se atrever a tentar tirar? Ninguém em seu juízo normal ia pagar pra ver. Botar um espião aqui, com toda a tecnologia que esses criminosos têm hoje em dia, seria burrice. - Ela parou um pouco pra recuperar o fôlego, todavia, continuou falando antes que alguém tivesse a chance de interrompê-la. - A menos, é claro, se você considerar o poder de influência de um espião, que é a única coisa que uma máquina não pode fazer no lugar dele. Poder manipular vocês de dentro seria sim algo útil pra caramba. Mas pensa aqui comigo… se todos vocês já se conhecem de outras bandas, e eu sou a única estranha nessa baderna toda, então é claro que a minha opinião não vai ser a decisiva aqui. Vocês vão confiar muito mais uns nos outros do que em mim. Eu não tenho nada a ganhar nessa história toda. Todo o ponto de ter um espião não é justamente pra interferir de um jeito discreto? Não faz nem cinco minutos que eu acordei e já tão suspeitando de mim. Por que diacho alguém botaria um estranho no meio de um grupo de conhecidos, sabendo que todos vão ficar de olho nele e ele não vai ter liberdade pra agir? Isso nem sentido faz. - Teve que respirar um pouco mais fundo agora, quanto mais falava, mais difícil ficava disfarçar a acidez em seu tom. - Se alguém tiver outra dúvida, vá em frente, sou toda ouvidos. Embora talvez seja mais produtivo a gente debater como é que vamos sair daqui.

Eles teriam que ser muito trouxas pra cair nessa conversa fiada… mas foi o melhor que deu pra pensar agora, vai ter que servir. Ora, não é como se ela pudesse dar qualquer prova concreta, e, ao contrário do que seu discurso indignado dava a entender, tinha sim muitas tarefas que ela poderia fazer para os criminosos, se fosse uma traidora. Plantar discórdia era só o primeiro exemplo. Sua única opção era torcer para que ninguém apontasse o quão inconsistente era o seu argumento… pelo menos o loiro rabugento parecia tolo o bastante para se convencer.







descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
Eris ainda estava se situando no local, porém as coisas parecem se nortear aos poucos, agora sabe de nomes, isso é um fator muito importante. Assim como está tendo um gostinho das personalidades deles e seus passados, o próprio silêncio também serve de resposta para perguntas lançadas, apesar de consequentemente trazerem mais perguntas ainda consigo. Mesmo assim, em uma situação como na qual estão, as reações parecem naturais, sempre há um que fica caladão e pouco diz, aquela que tenta olhar pelo bem-estar de todo mundo e aquele que tenta ser amigável para aliviar o clima, assim como o mais sério que gosta de pensar racionalmente... muitas faces novas para aprender e muita informação para digerir, nada mais natural que colocar tudo em ordem, primeiro com uma pergunta simples, ou ao menos aparentou ser, até realizar o quão constrangedor a situação parece...

Perguntando sobre como todo mundo foi capturado parece algo óbvio e natural, porém apenas fez todos os olhos virarem para ela... primeiramente calados, como se ela tivesse uma pergunta que rapidamente se arrependeria, logo vem o homem questionando sobre o surgimento da adolescente, suspeito de toda a existência por volta da Eris. Para tentar limpar o ar, o primeiro a se manifestar foi o Carlos:

- Bem... é que... todo mundo aqui foi raptado no mesmo lugar.

O loiro pausou por um momento, talvez pensando em como explicar tudo isso para a garota.

- Nós nove fazemos parte de um experimento que está acontecendo no deserto de Hoenn, tínhamos que passar um mês isolados em confins fechados e estreitos, sem comunicação com a civilização, o intuito era ver quais problemas surgiriam quando pessoas são colocadas em tais condições, assim como resolveríamos os problemas... Pelo menos... esse era o plano até aquele homem aparecer na base de operação e nos ter colocado aqui...

Aí está a explicação... esse não é um bando de desconhecidos que foram coletados aleatoriamente, é um grupo de conhecidos, mesmo que tenha sido por pouco tempo, e o mais preocupante é que, assim como o homem cheio de suspeitas logo questionou, ninguém a conhecia, e ela não conhecia ninguém. Ericka sabia que não estava conspirando com aquele ser, porém como provaria isso para esse grupo de nove, cada um fixos na existência dessa contingente?

- Fortree é? Essa não é a cidade que fica bem próxima do deserto? Quem sabe o cara lá precisava de mais um e pegou a primeira desavisada que surgiu no caminho.

Dessa vez quem falou foi o chamado Jumpei, teorizando semi-sarcasticamente sobre os motivos por traz da aparição da Eris. Talvez tivesse fundamento, talvez era completamente sem chão essa lógica. Mas a pressão toda estava na menina, que podia ser tudo, menos culpada de ser uma espiã, tentar defender-se é uma resposta natural, principalmente pois ficar com pé atrás com essas pessoas não ajudaria o seu estado, independente do que acontecesse depois, ter todo mundo pensando que ela é xará do urubu seria o cumulo, portanto passou a se defender com unhas e dentes em cada argumento que achou cabível, e de fato tinha sentido em suas palavras, pessoas normais provavelmente deixariam o assunto morrer ali mesmo, mas uma certa garota não conseguia evitar se não ser crítica à situação:

- Foi mal, mas essa lógica aí é bem fraca.

A voz vinha de outra sela, da mesma garota de cabelo branco que interviu antes, agora não parecia estar passando pano como fez antes...

- Você tá usando esse argumento baseado inteiramente em uma única visão sobre a função de um espião. Está bem claro que quem ou que grupo for que nos sequestrou, eles sabem sobre toda a operação que estava acontecendo aqui e sua localização, que não devia ser captada por satélites, informação não é o foco deles. Mas eu posso te dizer por que um "espião" seria positivo para esse cara.

A menina vira a cara e coloca seu dedão no queixo.

- Diretamente sabotar e criar confusão dentre o grupo. É verdade que não vamos confiar em ti de cara, porém isso não significa que você seria ineficaz, ainda poderia plantar coisas, como bombas, sem nós suspeitarmos. Em vez de um grupo terceiro ter que discretamente fazer armadilhas, é muito mais natural que alguém de dentro plantasse-as, ninguém suspeitaria. Sem contar um assassinato sigiloso, seria muito fácil culpar outra pessoa por um crime nessas condições, pois ninguém aqui é da forense.

Como se não fosse o bastante, agora quem bate de frente é o mesmo homem deselegante de antes.

- É-é! O que a Phi disse! Sem contar que, você não estaria sozinha nesse plano...

O cara sumiu por um instante, pegando ao pesado do chão e mostrando pelas barras para que a jovem treinadora visse: um garoto! Mas... além de sua aparência, parecia inconsciente.

Garoto :


- Esse muleque aqui... ele também não faz parte da nossa missão, e como se não bastasse ele tem essa coisa esquisita na cabeça dele... só pode ser obra de quem nos raptou! Vocês dois! Aaaargh...

O homem além de paranoico, parece pirar com cada segundo que passa nesses confins, suspeitas aumentando em todos os lados... como se fosse mágica, no entanto, uma voz que você não consegue ver, o apazigua na hora:

- Oh Eric, se acalma aí.

No mesmo instante, a respiração ofegante do suposto Eric se estabiliza, e ele responde com um simples "Sim, querida...". Cada momento que se passava parecia que brotava pessoas, mas vamos colocar tudo em ordem, uma coisa de cada vez... a garota crítica se chama Phi, já o paranóico se chama Eric; Carlos disse que 9 pessoas foram capturadas de uma base no deserto de Hoenn, que na verdade nem é longe da rota em que Ericka se encontrava, e para piorar tudo, tem uma criança desacordada que também tá levando suspeita sem poder nem se defender...

descriptionUm destino rubro EmptyRe: Um destino rubro

more_horiz
privacy_tip Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos