Um destino rubro "Isso já tá ficando ridículo" |
Passar a manhã toda correndo atrás de um macaco sob o sol escaldante de Hoenn não era exatamente a forma como Eris pretendia começar o dia. Após um bom descanso no Centro Pokémon de Fortree, ela achou que finalmente poderia se entender com Chimchar e começar a treiná-lo, mas nããoo, o dito cujo começou a correr feito um Ponyta desgovernado no exato instante em que viu-se livre da Pokeball. Ok, ela já imaginava que o primata estaria um pouco ressentido dela depois de ter sido praticamente sequestrado pela ruiva… Mas se continuassem brincando de polícia e ladrão toda vez que se vissem, como diacho ela conseguiria treinar esse macaco?
- Olha, eu sei que você não vai com a minha cara… - Gritou, ofegante, enquanto corria pelas ruas de Fortree, tentando a duras penas não perder Chimchar de vista. Na pressa, trombava em algumas pessoas ao redor (culpa delas por não terem saído do caminho), e saía correndo antes mesmo que elas tivessem tempo de xingá-la pelo esbarrão. Outros apenas olhavam com curiosidade, rindo do desespero do macaco e do esforço da menina. - …mas isso já tá ficando ridículo!
Eris nunca foi tão grata por todo o treinamento físico que impuseram nela quando mais nova. Se não fosse por ele, teria sido bloqueada ainda pelo primeiro muro que o Chimchar pulou. A ruiva amou ver a cara de espanto do primata quando ela mostrou que conseguia escalar quase tão bem quanto ele, e que precisaria de bem mais do que pular alguns muros ou capôs de carro para despistá-la. Por um momento até pensou em tentar retorná-lo para a Pokeball, mas percebeu que seria um esforço inútil: tão logo reduzisse o passo ou desviasse os olhos dele para pegar a esfera, o macaco teria a brecha perfeita para sair do seu campo de visão. Sua única opção era continuar, torcendo para que não estivesse parecendo aos olhos dos outros pedestres tão ridícula quanto se sentia.
Quando já estavam na saída da cidade, depois do que pareceu um século, finalmente o macaco reduziu o ritmo. Eris achou que ele estivesse cansando, mas na verdade só estava agarrando uma garrafa que achou largada na rua para jogar na cara da menina. Ela teve que se jogar para o lado pra não ser atingida, e Chimchar aproveitou-se disso para saltar para o poste mais próximo, usando-o como impulso para um pulo maior ainda. A garota acompanhou, pasma, a trajetória do inicial de fogo, desde o poste até o teto de um caminhão que estava passando por ali.
- Isso só pode ser brincadeira… - Murmurou, batendo uma mão na testa, mas logo ergueu-se e sacou a Pokeball do fujão. Ela até conseguia acompanhar um macaco, mas um caminhão? Sem chance. Ou dava um jeito de retornar ele agora ou ia perder o Pokémon que ela teve tanto trabalho pra roubar! O primeiro raio rubro partiu da esfera, passando perto do primata, mas este conseguiu desviar-se por um triz. Voltando a correr, com suas pernas reclamando e seus pulmões mais ainda, Eris continou tentando acertar seu inicial com o raio da Pokeball, no entanto, Chimchar ficava cada vez mais ousado em suas acrobacias, e não passava mais nem perto de ser acertado. Para a sorte da menina, ele ficou ousado DEMAIS, e em uma de sua piruetas acabou escorregando e caindo do caminhão. - CHIMCHAR!
Vendo que o Pokémon não tinha levantado, Eris até esqueceu de usar a Pokeball e correu para o lado dele, com medo de ter sido algo sério. Felizmente, o macaco estava inteiro. Resistente como era, só tinha saído da queda com alguns arranhões nos braços, e não era nem com a dor que ele parecia preocupado. O coitado olhava com espanto para uns filetes vermelhos que saíam dos machucados, misturando-se ao seu pelo já rubro. Ele olhava, esfregava os olhos e olhava de novo, como se nunca tivesse visto aquilo na vida.
- É sério isso? Você era Pokémon de madame mesmo, hein? - Ao ver que não era nada sério, Eris relaxou e sentou-se ao lado dele. - Isso aí se chama sangue, campeão. E se você quiser que ele fique no seu corpo, que é o lugar dele, VOCÊ PRECISA PARAR DE PULAR EM CAMINHÕES A MAIS DE 80 POR HORA! - O berro fez o Pokémon se sobressaltar, mas ele ainda estava chocado demais para tentar fugir novamente. Depois de uma queda daquelas, provavelmente ia ficar quieto, pelo menos por um tempo. - Olha só pra onde você trouxe a gente… na cidade a gente com certeza não tá mais. - A ruiva olhou para os lados, vendo as fileiras e mais fileiras de árvores que os cercavam, cortadas apenas por uma estrada de terra. O caminhão já estava sumindo à distância, sem nem notar o drama que se formou logo atrás dele. - Eu tava mesmo querendo conhecer alguma rota, então que seja. Mas olha, você tem duas opções… ou se comporta e eu te deixo explorar essa floresta comigo, ou eu te retorno pra essa bola e só te deixo sair quando você tiver esquecido que o céu é azul. Capiche?
Não era como se ele tivesse muita escolha, nesses termos. Eris sabia que Chimchar tentaria escapar de novo se ela baixasse a guarda, assim como ele sabia que outra tentativa falha poderia ser o fim das suas esperanças. Não valia a pena arriscar de novo até ter certeza do sucesso. Por isso, mesmo muito a contragosto, ele trocou um soquinho com a menina, encostando seu punho no dela para mostrar que tinha aceitado. Não era um tratado de paz, mas pelo menos era uma trégua.
- Olha, eu sei que você não vai com a minha cara… - Gritou, ofegante, enquanto corria pelas ruas de Fortree, tentando a duras penas não perder Chimchar de vista. Na pressa, trombava em algumas pessoas ao redor (culpa delas por não terem saído do caminho), e saía correndo antes mesmo que elas tivessem tempo de xingá-la pelo esbarrão. Outros apenas olhavam com curiosidade, rindo do desespero do macaco e do esforço da menina. - …mas isso já tá ficando ridículo!
Eris nunca foi tão grata por todo o treinamento físico que impuseram nela quando mais nova. Se não fosse por ele, teria sido bloqueada ainda pelo primeiro muro que o Chimchar pulou. A ruiva amou ver a cara de espanto do primata quando ela mostrou que conseguia escalar quase tão bem quanto ele, e que precisaria de bem mais do que pular alguns muros ou capôs de carro para despistá-la. Por um momento até pensou em tentar retorná-lo para a Pokeball, mas percebeu que seria um esforço inútil: tão logo reduzisse o passo ou desviasse os olhos dele para pegar a esfera, o macaco teria a brecha perfeita para sair do seu campo de visão. Sua única opção era continuar, torcendo para que não estivesse parecendo aos olhos dos outros pedestres tão ridícula quanto se sentia.
Quando já estavam na saída da cidade, depois do que pareceu um século, finalmente o macaco reduziu o ritmo. Eris achou que ele estivesse cansando, mas na verdade só estava agarrando uma garrafa que achou largada na rua para jogar na cara da menina. Ela teve que se jogar para o lado pra não ser atingida, e Chimchar aproveitou-se disso para saltar para o poste mais próximo, usando-o como impulso para um pulo maior ainda. A garota acompanhou, pasma, a trajetória do inicial de fogo, desde o poste até o teto de um caminhão que estava passando por ali.
- Isso só pode ser brincadeira… - Murmurou, batendo uma mão na testa, mas logo ergueu-se e sacou a Pokeball do fujão. Ela até conseguia acompanhar um macaco, mas um caminhão? Sem chance. Ou dava um jeito de retornar ele agora ou ia perder o Pokémon que ela teve tanto trabalho pra roubar! O primeiro raio rubro partiu da esfera, passando perto do primata, mas este conseguiu desviar-se por um triz. Voltando a correr, com suas pernas reclamando e seus pulmões mais ainda, Eris continou tentando acertar seu inicial com o raio da Pokeball, no entanto, Chimchar ficava cada vez mais ousado em suas acrobacias, e não passava mais nem perto de ser acertado. Para a sorte da menina, ele ficou ousado DEMAIS, e em uma de sua piruetas acabou escorregando e caindo do caminhão. - CHIMCHAR!
Vendo que o Pokémon não tinha levantado, Eris até esqueceu de usar a Pokeball e correu para o lado dele, com medo de ter sido algo sério. Felizmente, o macaco estava inteiro. Resistente como era, só tinha saído da queda com alguns arranhões nos braços, e não era nem com a dor que ele parecia preocupado. O coitado olhava com espanto para uns filetes vermelhos que saíam dos machucados, misturando-se ao seu pelo já rubro. Ele olhava, esfregava os olhos e olhava de novo, como se nunca tivesse visto aquilo na vida.
- É sério isso? Você era Pokémon de madame mesmo, hein? - Ao ver que não era nada sério, Eris relaxou e sentou-se ao lado dele. - Isso aí se chama sangue, campeão. E se você quiser que ele fique no seu corpo, que é o lugar dele, VOCÊ PRECISA PARAR DE PULAR EM CAMINHÕES A MAIS DE 80 POR HORA! - O berro fez o Pokémon se sobressaltar, mas ele ainda estava chocado demais para tentar fugir novamente. Depois de uma queda daquelas, provavelmente ia ficar quieto, pelo menos por um tempo. - Olha só pra onde você trouxe a gente… na cidade a gente com certeza não tá mais. - A ruiva olhou para os lados, vendo as fileiras e mais fileiras de árvores que os cercavam, cortadas apenas por uma estrada de terra. O caminhão já estava sumindo à distância, sem nem notar o drama que se formou logo atrás dele. - Eu tava mesmo querendo conhecer alguma rota, então que seja. Mas olha, você tem duas opções… ou se comporta e eu te deixo explorar essa floresta comigo, ou eu te retorno pra essa bola e só te deixo sair quando você tiver esquecido que o céu é azul. Capiche?
Não era como se ele tivesse muita escolha, nesses termos. Eris sabia que Chimchar tentaria escapar de novo se ela baixasse a guarda, assim como ele sabia que outra tentativa falha poderia ser o fim das suas esperanças. Não valia a pena arriscar de novo até ter certeza do sucesso. Por isso, mesmo muito a contragosto, ele trocou um soquinho com a menina, encostando seu punho no dela para mostrar que tinha aceitado. Não era um tratado de paz, mas pelo menos era uma trégua.
B! at FG