[EVENTO] - Um sonho que acabará antes do Ano Novo

Sonho bão... Ou não

Nossa, faz quanto tempo que eu fiquei parado descansando? Não foi muito, mas parece que eu tô há quase um ano fora e atividade! Será que eu ainda sei o que é uma batalha pokémon? É brincadeira. Claro que eu sei... Não sei?

-Ahem. Vamos lá.

Parece que tem essa tal de Professora Fennel que pediu ajuda de quem quisesse para vir e descobrir uma anomalia em um lugar que eu não entendi direito muito bem. Acho que é melhor pegar as informações com ela assim que chegar no laboratório dela... Que dizem que é em um apartamento. Será que os vizinhos viram experimentos? Não sei, só espero que ela não me faça usar alguma substância ilícita. Bem...

-Aqui está, eu acho. Pelo menos é onde a localização do GPS mandou, agora é só esperar.

Ficou combinado com Karen de irmos ver esse problema juntos. Ela já estava para chegar, acredito eu, então era só esperar mais um pouco...

E eu esqueci como narrar direito. Foi mal aí, narrador.

 

Off escreveu:

Salve, narrador. Não li nada do evento, mas o cara que criou tá na rota, então vou confiar nele.

Quanto tempo já faz?

Meus braços estão ardendo. Minhas pernas também. Minhas articulações estão doendo bastante, e tudo isso tem apenas um motivo...

Eu talvez tenha tirado férias dessa vida de treinadora, por um tempo. Sinto que fui jogada no escanteio pela própria vida, mas pode não ter sido o caso. De qualquer modo, eu estava bem desanimada em voltar a ação, mas notei que tinha acabado o estoque de sorvete que eu havia comprado antes disso tudo.

Suspirei.

– Eu sinto que esqueci até como se fala e reclama de você, Arthur. – Falei para o símio, que ainda continuava com seus dois metros, apesar de agora com uma estranha barriga flácida.

Que poderia ser minha. Mas quem comeu quase todo meu estoque de sorvete foi ele.

Ele sorriu, como sempre sorri: o sorriso de um canalha que detonou quase quarenta litros de sorvete de chocolate belga.

– Ugh... Você não precisava ter bebido as caldas e comido as cerejas... –Falei, de ombros encolhidos. Não consigo processar como ele conseguiu comer tanto...

Bem, vamos tentar nos animar um pouco. Iria reencontrar Ty após muito tempo, mas não lembro QUANTO em especial. Esse sentimento de confusão temporal fortalece minha teoria de que vivemos em uma dimensão que só avança os dias, semanas, meses e anos quando é conveniente.

– Unova, hum...? – Perguntei para mim mesma, pensativa. – Eu passei de uma pessoa que não saia da fazenda, pra uma pessoa que já foi para quatro regiões! Quem diria... – O mais incrível é ter feito tudo isso e ainda ter a mesma idade, o que parece um erro de continuidade muito bizarro... Mas algo pra fomentar minha teoria conspiratória.

De longe, avistei Ty.

– Senhor policial! – Falei, começando a correr na direção dele. – Senhor policial! Preciso de sua ajuda. Roubaram todos os motivos pra eu ter uma classe, o que está me fazendo questionar o tempo em que fiquei no alojamento! – Disse para ele, tentando manter uma cara de seriedade.

Iria dar um abraço nele, mas Arthur se colocou na frente e deu primeiro. Sua barrigona começou a amassar o Ranger - o que talvez pudesse matá-lo, parando para pensar - mas fiquei tão surpresa de Arthur estar sendo carinhoso com ele...

Sonho de Creme

Sonho bão... Ou não

-Senhorita policial! - respondi da mesma maneira -Senhorita policial! Eu sofri o mesmo roubo que você! Mas não se preocupe que nem tudo está perdido. Te garanto que os verdadeiros motivos são as amigas que você fez pelo caminho - provavelmente ela nem se lembra do nome delas.

Ela estava acompanhada de seu escudeiro, Arthur, o símio que estava... Gordão? Nossa! Imagino só como é ter dois metros de altura e ser grandão desse jeito. Será que ele passa da porta?

-Hehe. Parece que faz tempo que não te vejo. Parece até que se passou um ano! E parece que eu fiquei dormindo todo esse tempo de tanta fadiga que eutenho. Não sei nem se sei como batalhar ainda. Espero que não tenha nada de perigoso ali. Qualquer coisa... Você me protege.

Sem perder mais tempo aqui. A parte boa da reunião poderia ficar pra depois.

-Vamos entrar?

 


Era bom reencontrar Ty, e Arthur parecia mais feliz do que eu com isso. Ele parecia bastante apressado para começar o tal experimento, que eu honestamente não entendi quando ele explicou por telefone.

Bem, nós já tivemos os corpos trocados com um coco e um Passimian. Difícil algo dar mais errado que isso...

– Tem razão! Vamos indo.

Arthur soltou o Ranger e começou a esfregar sua barriga, quase como se sonhasse com... Montanhas de sorvete ou algo do gênero...

Sonho de Creme

Sonho bão... Ou não

-Hã?

O que estava acontecendo? Mal havíamos chegado e a coisa estava ficando estranha. Eu sabia que a gente teria que ajudar um pouco, mas... POR QUE ESTAMOS SENDO SEQUESTRADOS POR UMA CÁPSULA ESTRANHA? Chegamos e as cobranças já foram feitas. Eu nem sequer sabia direito o que estava rolando, mas parece que eu não iria entender tão cedo, não é?

-Wooohhh! Ca-calma aí!

Não adiantava nada pedir. Perdi o equilíbrio assim que me empurraram pra cápsula e depois disso perdi o tempo de reação, só fui entender alguma coisa depois quando um gás estranho encheu a câmara. Não conseguia nem ao menos ver como Karen estava, mas com certeza estava na mesma situação.

A consciência foi sumindo...

...

...

Logo foi voltando. Estava um pouco meio tonto, mas já dava para perceber que... TINHA ALGUMA COISA EM CIMA DE MIM.

-Só pode ser brincadeira!

Sim! Um macaco de dois metros em cima de mim. Pesado e me atrapalhando de me mover. Gritei e dei um tapa nele que acordou no susto. Tentei me levantar, mas um objeto redondo acertou minha cabeça, mais especificamente um coco.

-Ai! - gritei quando atingido pela fruta -Macaco maldito... - sussurrei enquanto massageava a área atingida. Espero que não tenha deixado marca.

Após me levantar e me acalmar um pouco, pude pensar em algumas coisas do tipo: se Arthur está aqui, Karen também deve estar e... Que lugar é esse? Mas o mais importante entre essas duas coisas é achar ela. Acho que uma hora ela deve aparecer atrás de mim com alguma brincadeira... Ou talvez as coisas não sejam tão simples assim...

O que eu vou fazer aqui sozinho?

 

Off Topic escreveu:

Salve Gray. Valeu por pegar a rota. Vou postar um negócio mais leve porque hoje minha cabeça está querendo explodir.

É claro que aquilo tudo soava muito estranho e suspeito, mas Unova era uma região de primeiro mundo! Não existe nenhum tipo de crime que poderiam fazer com a gente! Eu acho.

– Eu não preciso assinar nada?

De repente, eu já estava dentro de uma cápsula duvidosa do laboratório. Acredito que crimes de guerra não possam ser cometidos no mundo Pokémon, então não me preocupei muito. Dei um rápido aceno para a cápsula do Ty, pois estava animada com aquele joguinho!

Quanto alguns gases começaram a ser lançados, fiquei um pouco apreensiva. Não há a chance de isso ser venenoso, não é? Quer dizer, seria muito burro precisar colocar uma pessoa numa cápsula pra matar ela envenenada... E seria muito burro esperar que alguém aceitasse entrar sem questionar... E seria ainda mais burro entrar sem questionar.

Hum...

Dormi.

Quando me levantei, estava em um local muito diferente e peculiar. Definitivamente não era aquela cápsula estranha. Será que era o céu, então?

– Misericórdia, eu morri? – Olhei para os lados.

Meio confusa e surpresa por realmente estar numa espécie de Matrix ou jogo de realidade virtual, fiquei boquiaberta por alguns segundos. Enxerguei Ty (e Arthur) a distância, e percebi que nenhum dos dois havia me notado.

Hehehe...

Me aproximei lentamente dos dois. Quando já estava na distância ideal, parei por um segundo e abri minha mão.

Com o tapa mais forte que consegui, acertei a nuca de Ty, realizando um baita estalo que ressoou pela dimensão alternativa.

– Pescotapa!

Arthur ficou me encarando, chocado por alguns segundos. Ele provavelmente pensou que não parecia o tipo de coisa que Karen faria, mas sim o tipo de coisa que Arthur faria... E teoricamente ele está certo! Mas, recentemente, vi em revistas com dicas sobre casais falando para tentar surpreender o parceiro para que a relação não fique estagnada! Pareceu uma boa ideia...

– ... He... He... Pareceu mais engraçado na minha mente. – Falei, baixinho, lentamente me aproximando do símio de dois metros que poderia ser meu guarda no caso de Ty tentar revidar.

Sonho de Creme

Sonho bão... Ou não

Ok, eu não esperava por isso. Erradamente. É claro que algo assim aconteceria. Já não bastava o macaco, a cocada e agora vinha um pescotapa em mim. E esse estava mais forte. Então é esse o poder de garotas de academia? Estou decidindo que não há nada de ruim nisso e estarei esperando mais no futuro... Digo! Eu ainda terei minha vingança! Quando ela menos esperar, irei revidar de algum jeito. Claro que não vou machucá-la, não é? Que tipo de pessoas acham que eu sou? Não machuco a Karen, no máximo dou um sonífero pro Arthur dormir e depilar ele depois. Ótimo plano!

Mas esquece isso. Vamos voltar ao que realmente importa. Estamos em uma nuvem? E não estamos caindo. Ela parece bem firme como se estivesse de pé em um colchão gigante e mais à frente temos...

-Uma ponte? De arco-íris? Você sabe o que é isso? - perguntei a Karen apontando para a única passagem que parecia estar disponível se quiséssemos chegar a algum lugar.

-Será que é seguro? - balancei a cabeça para os lados e segurei sua mão levando-a até a ponte -Acho que ficar tentando adivinhar. Vamos atravessar!

Era melhor do que ficar numa nuvem que não sabemos quando vai se separar ou para onde o vento vai levar depois. Além disso... Ela já estava virando meio que minha guarda-costas nessa situação. A vida de suporte não é fácil... não é?

 

Off Topic escreveu:

Relaxa Gray, vou te passar um pix generoso depois do pix mega generoso que o Tyrant vai me passar.

Parecia que estávamos em um desenho de Passimians Carinhosos, ou algo do gênero. Tinhamos o Arthur, o rechonchudo. Tínhamos o Ty, que de forma um tanto quanto assustadora pareceu gostar do tapa que recebeu. E tínhamos eu, é claro!

– É claro que eu sei o que é isso! É uma ponte de arco íris!

Eu até tentaria elaborar melhor o que é um arco íris e o que é uma ponte, mas, honestamente, não tenho tanto conhecimento assim...

Antes que pudesse pensar nos próximos passos, Ty já começou a me guiar, segurando em minha mão. Arthur pareceu solitário (ou carente?) e pegou a outra mão do Ranger. Parecíamos um casal passeando com o nosso filho... Tirando o fato que dada a ordem, o filho era o Ty.

– É sério que a gente veio testar o experimento da professora para andar de mãos dadas sobre um arco íris?
Pareceu um breve momento de lucidez mental, que Arthur apenas deu de ombros e ignorou... Espero não acordar sem carteira!

E nem sem rim...

Sonho de Creme