[EVENTO] - Um sonho que acabará antes do Ano Novo

 



Arthur riu muito mais do que imaginei. Quando ele começou a rolar ao ponto de bater numa parede e soltar um quadro da parede, quase dei um grito.

– EU SOU POBRE, ARTHUR! SE VOCÊ QUEBRAR ALGUMA COISA AQUI, MESMO QUE SEJA UM SONHO, EU NÃO TENHO COMO PAGAR! – Provavelmente a minha voz de Alvin e os Esquilos (Não lembro o nome daquele Pokémon Esquilo de Galar) acabou fazendo a minha bronca se tornar mais engraçada do que intimidadora, para o Passimian.

Suspirei, indo colocar o quadro no lugar, quando notei algo de perto.

– Hum... O que é isso? Duas sacolinhas? Qual a chance disso ser algum tipo de prêmio? Cosmo e Damião? Espera... Pegar os prêmios nos sonhos adianta de algo? Não é como se desse para um item misteriosamente aparecer nas nossas mochilas no mundo real, né! – Falei, sorrindo para Ty.

Honestamente, eu disse isso, mas... Tenho uma estranha sensação de deja vu de que já encontrei diversos itens estranhos na minha mochila. Coisas valiosas que não lembro de arranjar... Pensei que Arthur era um daqueles acumuladores malucos que roubava bolso dos outros, ou que ele era como um líder de um esquema inteiro de pirâmide com outros Passimian... Não sei. Algo me diz que são prêmios honestos, então nunca me importei muito.

Enquanto pensava nisso, ouvi um click. Olhei para ver de onde vinha.

– ARTHUR, VOCÊ APERTOU EM UM BOTÃO MISTERIOSO DE NOVO?! – Berrei, correndo na direção do Pokémon. – VOCÊ NÃO APRENDEU NADA NA MANSÃO?!

Ele começou a pedir desculpas com reverências orientais, e eu não me importei e continuei gritando com ele.

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Sonho de Creme

Sonho bão... Ou não

Mas o que era isso? A voz de Karen começava a ficar cada vez mais fina. Será que ela falou demais? Era bom ela beber uma água pra melhorar a garganta.

-Uh? Calma aí! Eu vou te dar algo pra beber pra limpar sua garganta!

Peguei minha mochila, comecei a procurar por algo, foi aí que percebi que...


Sim. um sinal de exclamação vermelho apareceu na minha cabeça. O mundo dos sonhos é mesmo estranho. Dá mesmo pra fazer coisas assim em um mundo nada real e cheio de fantasia.

Mas o que foi que eu percebi? Ah, é mesmo! MINHA VOZ TAMBÉM TAVA FINA.

-WOOOOAAAAAHHHHH!!!! O QUE TÁ ACONTECENDO, KAREN?

Não adiantava tentar engrossar a voz. Nem isso adianta. Mas encontramos algo que mudava totalmente as coisas.

Olha! Lembrancinhas de festa de criança!

Todos os nossos problemas morreram aqui.

-Isso me faz lembrar da vez que eu esqueci do meu aniversário. Meus pais fizeram uma festa pra mim de tarde e eu passei o dia todo na biblioteca lendo um livro sobre pokémons. Atrasei tanto que minha mão foi até lá e me arrastou até em casa. Aquele dia, tirei a foto do parabéns chorando. Bons tempos.

Por que eu tô falando isso? Acho que o mundo dos sonhos trás lembranças bem mais fácil.

Só que... enquanto eu divagava...

-O quê? - olha só. Parece que o Arthur andou por aí apertando botões de novo. Nada de anormal por aqui -Então é nessa parte que a gente começa a ter problemas com risco de vida? É sim. Boa sorte me carregando por aí. Heh.

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Sonho bão... Ou não

Que surpresa. Arthur não matou a gente... pelo menos não ainda. Não é impossível que ele faça algo do tipo com a gente no futuro.

Um caminho foi aberto.

-Onde é que isso aqui vi dar?

Me questionava com minha voz de gás hélio. Um túnel que daria para algum canto desse castelo.

Uh... Onde é que a gente vai parar? Não sei, mas...

-Bora entrar aí! É nosso único caminho mesmo.

Para minha surpresa, talvez para a nossa surpresa, acabamos saindo num jardim com uma Lopunny... espera, é uma Mega Lopunny? Esse lugar é mesmo estranho. Mais estranho ainda é o cara de cartola do outro lado da mesa e também uma chinchila num bule.

-Isso aqui é parecido com aquela história, Alice no País das Maravilhas. Participei de uma peça de teatro sobre isso com o Thomas uma vez. Por algum motivo, ele foi de pirata. Imagine uma pessoa fora do personagem. Pelo menos ele não é desumilde. Heh.

Talvez meu cérebro estivesse projetando tudo isso no mundo dos sonhos... Ou talvez fosse assim por aqui mesmo. Não sei. Mas que tal cumprimentarmos o nosso anfitrião>

-Eae! Por favor, ignorem o macaco. Vai ser bom pra vocês.

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Toda aquela situação que Arthur nos colocou (e que Ty aceitou de maneira estranhamente natural) me fizeram questionar toda aquela loucura que eu estava passando naquele sonho bizarro.

– Você nunca tinha me dito que gostava de ler assim, a ponto de ficar preso numa biblioteca e precisar da sua mãe ir te buscar! – Falei, sorrindo. – Eu acho que gosto de ler, mas... Não tenho muita paciência. Ficar parada absorvendo frases por horas... Isso é muito tedioso.

Decidi seguir Ty e Arthur, o que me levou até uma cena que parecia referência a algum clássico da literatura. O Ranger logo matou a charada.

– Oh! Boa descoberta! – Disse para Ty. – Agora que você falou, me lembro de uma adaptação de um filme dessa história. Era horrível.

Ele contou sobre o Tom ter participado de uma peça e se vestido de... Pirata? Para contracenar... Não sei, isso parece algo que ele realmente faria...

– Espero que você não tenha sido um marinheiro, haha!

Logo Ty se apresentou para as figuras que eram referência literária (eu definitivamente não esqueci que eles estavam ali. Você que esqueceu!) e alertou sobre Arthur. Dei um tímido aceno na direção deles também, e Arthur franziu o cenho, encarando Ty, mas pareceu relutante demais para bater ou revidar sua provocação, o que eu estranhei bastante.

Na verdade, desde que entramos neste sonho, estou notando isso! Por que o Arthur não está implicando com Ty?! Que bizarro...

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Sonho de Creme

Sonho bão... Ou não

Entendi foi nada. Nada mesmo. Acho que aquela galera deve ter fumado boa parte do mato daquele lugar e começado a falar coisas sem sentido. Espero que não tentem fumar meus pokémons ou Mustard não vai gostar nada disso. Não quero ser acusado de deixar os anfitriões com espinhos em suas bocas.

Esses caras são mesmo estranhos. O rosto ficou só a silhueta e os olhos todos vermelhos. Acho que isso prova minha teoria do primeiro parágrafo.

-Uh... É isso, Karen. Não achei que ia encontrar trombadinhas sonhando junto de nós.

E ficavam cada vez mais hostis. Um deles até falou de tirar nossa pele para servir de chá.

-Eu... Não acho que pele seja gostosa... Só um momento.

Puxei Karen de canto e sussurrei no ouvido dela.

-O que a gente fala pra esse povo? Não quero ter que acabar atirando neles por acidente, entende? Acho que você tem ideias melhores que as minhas. Acredito em você. Você é inteligente. Heh.

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Ver um Pokémon fofo como um Lopunny sugerir me cozinhar viva foi meio perturbador. Engoli em seco, olhando para Arthur, e depois para Ty... Estávamos em três, e eles eram três. Acho que se combinássemos direitinho, eu e Ty conseguíamos bater no Minccino, e ai Arthur dava conta dos outros dois...

Que horror, por que estou planejando brigar agora, no meu sonho?

– Ahn... Eu... – Ty logo falou como se EU fosse a pessoa certa para nos tirar daquela enrascada. Achei que ele era o cérebro da equipe! O Arthur é os músculos. E eu sou a beleza, é claro. Tipo a mascote, entende? O símbolo, sei lá. Eu não sou diplomata, gente! – A gente se atrasou porque...

Gente, que situação idiota. Ainda tenho que dar satisfação pra um sonho.

– É que o Daisuke tentou decapitar uma menina inocente, dai demoramos para chegar, entende? Violência nunca é a solução! Aliás, de que adianta vocês nos transformarem em suquinho de Karen com sabor extra de Ty? Achei que estivessem nos esperando para conversar... Não é isso? Se a gente virar refresco, não poderemos conversar! Provavelmente... – Nada era impossível naquele mundo de sonhos, então eu não tinha certeza absoluta.

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Sonho de Creme