– Sabia resposta, nobre herói. Não posso dizer o mesmo de tua decisão. – pontuava o espectro ao fim dos enigmas, indicando que Ayzen tinha vencido mais aquele desafio. Naquele momento, era a face chorosa de sua máscara que entrava em destaque.
A porta fez um último som de destrancar. A ave fechou por completo suas asas. O último ícone a saltar e sumir sobre a cabeça do rapaz foi um cubo amarelo com uma interrogação em seu centro:
– Prossigais. Até brev... – a voz da marionete foi se tornando cada vez mais distante até "morrer" no ar.
Um vento constante vinha por trás de Ayzen, compelindo-o a andar para frente, na direção da porta. Este mesmo vento levou adiante o longo tecido que correspondia ao corpo do espectro. Kitshomo pode ver de relance a face sorridente da máscara lhe encarar por alguns minutos, antes daquela massa de tecido negro e puído simplesmente sumir para dentro da porta, que agora estava completamente aberta.
Agora, definitivamente, não havia como voltar, pois a porta principal de entrada trancava-se sozinha. O restante do corredor, enfim, era iluminado por mais alguns pares de candelabros, cuja chama agora tremulava na mesma direção do vento, para frente.
Quando Ayzen se aproximasse da nova porta, um letreiro com letras douradas se mostraria com ênfase acima do portal, nele diria: Palco das Escolhas. Ao entrar, contudo, ele se depararia no topo de uma arquibancada, numa sala completamente vazia exceto pelo arco de pedra em seu centro, onde um véu, cujo pano era muito similar ao "corpo" do fantoche, tremulava de modo fantasmagórico, mesmo sem que o vento o atingisse. [imagem ilustrativa]
[Toque esta para a mudança de cenário]
Uma névoa cor de rosa cercaria nosso herói, o envolvendo num vórtex do qual não conseguiria escapar, mas que duraria apenas alguns segundos. E então, uma vez que a névoa parasse de rodopiar e começasse a se dissipar, eis que Ayzen se encontraria examente na mesma sala, na mesma posição.
Agora, porém, não existia mais porta atrás de si. Os degraus das arquibancadas estavam tomados de bonecos de madeira de tipos diversos. No centro da sala, sobre o palco e próxima do véu fantasmagórico agora estava uma garota. Vestia-se de negro e vermelho, com sapatos também vermelhos; seu semblante era a mais pura tristeza e, ao erguer o rosto para encarar o recém chegado aventureiro, ela revelava uma face com traços que poderiam lembrar os da irmã de nosso protagonista - caso ele lembre que possui uma [imagem ilustrativa].
– CORTEM-LHE A CABEÇA! – esbravejava a outra figura não-boneca daquela sala: uma mulher de cabeça avantajada, muito maior que o próprio corpo [imagem ilustrativa]. Esta, encontrava-se ao pé do palco, apontando com severidade para a garota loira lá em cima.
Estava óbvio que se tratava de algum tipo de julgamento, principalmente ao notar que a loira, a ré, tinha mãos e pés amarrados com pesadas cordas. Mas, não era só a cabeçuda quem julgava. Encontravam-se ao lado dela um homem minúsculo e velho, com uma pequena coroa sobre a cabeça, bem como um garotinho de pouca idade, com os olhos marejados de lágrimas e um chapéu alto, torto sobre a cabeleira ruiva [imagem ilustrativa].
– O QUE ESTÁ ESPERANDO?! – agora o grito da julgadora era direcionado claramente a Ayzen, lá no topo da arquibancada...