Missão Possível - Protocolo Fantasma

Cercados pela multidão de pessoas embriagadas e dorgadas, Asami se aproximou de mim com um olhar determinado. Ela havia coletado informações valiosas enquanto interagia com as outras garotas e observava o bar, que parecia ser o epicentro das fofocas e segredos. Ela sussurrava em meu ouvido, fingindo um abraço afetuoso para manter a fachada.  Meu estômago se revirou ao ouvir . Sabia que Kenji era perigoso, mas não tinha ideia do quão longe ele iria para conseguir o que queria. No entanto, agora estávamos mais preparados.

Precisamos ter cuidado., pensamento sério, mas mantendo um sorriso confiante enquanto acariciava o cabelo dela, como se estivéssemos trocando carícias de casal. Era como nossa amiga Natasha Romanoff diz: troca de carícias públicas parece desviar momentaneamente a atenção. Foi por isso que ela beijou o capitão américa. Sim, acreditamos. :slow:

Tinha ainda os seguranças do local. Não sabia se eles sairiam dali ou se iriamos sozinhos com o chefe de segurança da SecTec, mas a gente estaria em desvantagem de qualquer jeito, já que estarimos no covil do inimigo. Esperando o “grande homem” voltar, fui dançando com Asami, olhando ao redor, vendo quem mais ele escolheria. Mercado Negro Pokémon era lucrativo. Mercado Negro de Mega Pokémon, eu ficava com medo...

Quando saímos da casa de shows, a brisa noturna nos envolveu, trazendo um pouco de alívio após o calor e o caos lá dentro. Olhei ao redor, notando os outros dois casais que estavam com a gente. Um dos casais parecia tão deslocado quanto eu me sentia, um nerd de óculos e a garota que tinha sido empurrada para o bar como Asami. O outro casal, no entanto, estava em um estado lastimável, praticamente tropeçando em seus próprios pés, completamente bêbados e dorgados.

Asami e eu trocamos um olhar rápido, uma mistura de compreensão e cautela. Aquela não era a companhia que eu esperava, mas eles também estavam no radar de Kenji, o que significava que todos estávamos no mesmo barco, ou melhor, indo para o mesmo abatedouro.

O tempo pareceu se arrastar enquanto aguardávamos. A respiração pesou mais. Não lembro se teve algum momento em que eu tive que ficar tanto tempo em um personagem. Havia um exercício mental infindável que passava em minha mente. Forma de andar, agir... Até uma personalidade minha era reprimida, então eu tinha que pensar sempre duas vezes antes de falar. O bom que poderia dizer que estava noiado de algum bagulho, por isso demorava para responder. Mas tinha uma linguagem de olhares que eu usava com Asami, e parecia funcionar. Primeiro porque é ensinado alguns códigos para se comunicar com outro ranger que está disfarçado. Segundo, que eu Asami nos sincronizamos rápido naquela missão. E lá vamos mais algumas páginas de Daisuke.

O tempo passava lentamente, e cada segundo parecia se arrastar enquanto esperávamos. Os outros casais, impacientes e incomodados pelo frio que começava a cortar a noite, ou pela metáfora do narrador. BRINCADEIRA, FOI ÓTIMO, VOCÊ É PERFEITO SEMPRE, começaram a se afastar, andando pela rua como se estivessem desistindo de esperar por Kenji. Eu observei tudo, tentando manter a mente focada e resistindo ao impulso de me importar com o bem-estar dos outros. Asami estava ao meu lado, e eu pensei por um momento em lhe oferecer minha jaqueta, mas reprimi o impulso. Seria um gesto de gentileza, algo que eu não podia me permitir naquele momento. O jogo era perigoso demais para me distrair com essas coisas.Asami que lute

Foi então que a van preta apareceu, deslizando silenciosamente pela rua, com o logo da Sectech parcialmente escondido, mas ainda visível o suficiente para que eu soubesse exatamente para onde estávamos indo. A porta da van se abriu, e sem muita escolha, entramos. Para minha surpresa, os outros casais já estavam lá dentro, e a atmosfera na van era pesada, carregada de incerteza e tensão. Além de um cara com crise de ansiedade ali dentro, sabe-se lá o motivo... Será que ele foi coagido a entrar ali?

A situação piorou quando percebi que havia um bloqueador de sinal telefônico instalado ali. Os fakes pokénav paravam de funcionar, que antes estava discretamente pronto para qualquer emergência, agora era inútil. Eu podia sentir o nervosismo no ar, uma sensação de desespero começando a se infiltrar entre nós. Não era o tipo de desespero que paralisa, mas aquele que faz você se sentir jovem e imprudente, consciente de que está prestes a entrar em algo que pode sair muito errado. E se algo de errado não estava certo, eu pensei logo naquelas quatro vida. Porra, agora vou ter que agir pensando no civis! Sabia que poderia ficar despreocupado com Asami... Mas os outros???

Troquei um rápido olhar com Asami, tentando avaliar como ela estava lidando com tudo isso. Ela manteve a compostura, mas eu podia ver um lampejo de incerteza em seus olhos, algo que provavelmente espelhava o que ela via em mim. Estávamos em território desconhecido, com vidas alheias em nossas mãos, e a realidade do que estávamos prestes a enfrentar se tornou ainda mais pesada.  Seja lá o que Kenji estivesse planejando, eu sabia que precisaria estar um passo à frente, ou tudo poderia desmoronar em um piscar de olhos.

- Doutor!- chamava a atenção dos brutamontes - Tem alguma bebida aqui? Já to sentindo o álcool ficando mais fraco no meu sangue. - Queria saber mais ou menos que eles eram, como se portavam, se tinha crachá. Queria chamar a atenção deles para ampliar minha visão.

O silêncio dentro da van era quase sufocante. O disfarce de "Daisuke" parecia cada vez mais frágil enquanto a tensão crescia a cada minuto. Receber uma cerveja quente de um dos civis não ajudava a aliviar o nervosismo; pelo contrário, só aumentava o desconforto, já que os gradões lá na frente não moveram para responder. Enquanto eu tentava parecer descontraído, tomando um gole daquela bebida ruim, Asami estava em ação.

Ela se aproximou do rapaz com aparência de nerd, começando a fazer uma massagem nos ombros dele, tentando relaxá-lo. Era uma jogada inteligente, uma tentativa de extrair alguma informação. No entanto, o medo do rapaz era tão palpável que parecia que ele poderia desmaiar a qualquer momento. Ele não dizia uma palavra, mas a tensão em seu corpo era evidente. Foi então que, sob o toque de Asami, o Pokénav dele escorregou de suas mãos trêmulas, caindo na superfície acolchoada do veículo. Sem pensar duas vezes, usei o pé para puxar o dispositivo para perto de mim, mantendo um olhar casual para não chamar a atenção dos outros.

Com um movimento rápido e discreto, peguei o Pokénav e comecei a examiná-lo. O que poderia fazer aquele cara estar tão apavorado? Será que ele sabia algo que nós não sabíamos? Algo sobre Kenji ou a Sectech?

Enquanto analisava o Pokénav do rapaz, as fotos iniciais pareciam normais: selfies típicas de um treinador com seus Pokémon, comida no Pokégram, e coisas triviais. Entre as fotos de nudez — que, honestamente, eram mais constrangedoras do que úteis, sou mais as minhas “artes” —, o que realmente chamou minha atenção foi a presença constante de outro jovem ao lado do rapaz. Não era o melhor em tecnologia, mas consegui o básico.

Essas fotos, escondidas como se fossem um segredo, mostravam a forte ligação entre os dois. Talvez mais do que simples amigos, friends, pareciam ser parceiros de longa data, tanto no campo de batalha quanto fora dele. Asami sinalizou que estava prestes a encerrar sua abordagem, e eu aproveitei a oportunidade para devolver o Pokénav ao dono. Com um movimento rápido, joguei o dispositivo de volta para perto de Ben, num lugar onde ele o encontraria facilmente.

A van parou, interrompendo meus pensamentos. O peso da situação se abateu sobre mim, já que Bem poderia sim estar ali por Ryan, que desapareceu. Estávamos prestes a entrar no coração da Sectech, e a única certeza que eu tinha era que precisávamos estar preparados para qualquer coisa. Olhei para Asami, que mantinha sua postura. Engoli em seco, ajustei meu disfarce, e tentei passar algum código para Asami, como, por exemplo, “fudeu!”. Porque se Ben estava ali por Ryan, poderia ser mais um peso do que uma vantagem... Ai ai ai...