O primeiro pokemon!

O início da jornada!
Deixa ir
Tire o peso dos seus ombros pra seguir sem se lamentar dos tombos. Deixe entrar essa luz
que te define. No final ficarão somente as recordações. No Lugar das angústias
põe a luz que vai brilhar, envolver a tua vida. Tudo bem, se pra mim você  
se volta, eu já sei, sentimento prevalece no final.

O pouco vento que ali havia parecia insuficiente para sacudir as árvores naquela manhã. O sol era ameno e absolutamente todas as coisas tinham uma aparência mais preguiçosa e calma que o normal. Em Littleroot apenas alguns poucos homens e mulheres andavam pelas ruas, um ou outro pokemon também podia ser visto, entretanto nada muito extravagante. Fora justamente isso que fizera Merida escolher aquele ponto como seu local de partida. Não era caótico como os grandes centros de Hoenn, ainda que o pouco comércio que ali se erguia estivesse funcionando e muito bem, mas também não era Lavaridge em sua simplicidade eterna. Um bom meio termo onde conseguiria segurar a barra ao mesmo tempo em que saía da zona de conforto. De certo, um bom ponto para começar e com o bônus extra de ter tido um tempo a mais para escolher seu inicial. Pensava em um charmander como primeiro companheiro favorito, já tinha em mente até o nome para dar... O que na verdade foi bastante frustrante ao chegar no laboratório.

Por estar vazio em um dia não habitual para iniciação, a ruiva pôde ser atendida quase em automático. Recebeu suas primeiras instruções da ajudante do professor Birch, sentou-se em uma das cadeiras dispostas pouco depois da entrada... A loira demorou apenas um segundo consultando o chefe para voltar ao posto, chamando Merida com um 'ei' de quem não sabia o nome daquela com quem falava.

- Birch disse que já vai se juntar a nós, mas pediu que eu fosse mostrando as coisas para você. Meu nome é Kalah, a assistente do Dr., espero que possa te ajudar bem. - Começou a mais velha assim que a pequena a fitou. Tinha os olhos azuis como o céu e os lábios avermelhados como melancia. Seria uma moça bonita se não aparentasse tanto cansaço por baixo do jaleco padrão do laboratório.

- Ah, não faz mal... Não pretendo me demorar muito, de qualquer jeito. Meu nome é Merida, vim de Lavaridge para começar por aqui minha jornada... Pretendo ser uma monotreinadora de fogo e me disseram que por aqui têm pokemons ótimos. Estava pensando em escolher um Torchic ou um Charmander... Ou... Bom, não sei! Posso ver os que estão por aqui? - A empolgação na voz da menina era tanta que a Dra. quase sentiu pena. Mordiscando o lábio inferior com certa apreensão, negou com a cabeça em certo anseio.

- Óh, querida... Não funciona assim. - Interviu ao rodear a mesa para aproximar-se da menor. - Ninguém te contou? Monotreinadores recebem pokemons específicos, selecionados por Birch. Cabe a ele dizer quais temos, não a ti escolher, Merida. Os pokemons de monotreinadores são antes pré-selecionados e precisamos checar quais estão disponíveis no laboratório. Vamos, você vai ver. - Indicou o caminho por entre o corredor de porta de vidro.

Ali dentro tudo era mais calmo e o ambiente climatizado parecia sempre ideal. Nunca era frio demais, porém nunca era realmente calor. A temperatura confortável parecia uma tática para animar o iniciado, que naquele caso estava bem frustrado e cabisbaixo.

Merida nada mais falara ao receber a fúnebre notícia. Tinha tantos ideais em jogo ao escolher seu inicial... Não conseguia entender como não poderia fazê-lo por si só e aos poucos o animo a ia deixando. Chegou a cogitar optar pelo treinamento convencional... Mas o coração ainda bombeava fogo e a mente ainda se mantinha focada. Apenas estava tendo uma notícia ruim, mas isso não a fazia amar menos o caminho escolhido.

Na sala em que adentraram, no final do corredor, vários cartazes do tipo poster expunham uma infinidade de monstrinhos. Nas gravuras cada um era de um tipo tamanho ou cor e a divisão parecia ter sido feita na aleatoriedade. Novamente, a moça apresentada como Kalah pediu licença para checar as possibilidades de iniciais tipo fogo. Em silêncio a ruiva torceu para terem vários para que ela própria decidisse... Mas ao voltar a assistente trazia consigo apenas uma pokébola e um pequeno branco, parecendo quase mais pesado que o primeiro objeto. A ansiedade fazia o sangue da criança calcinar e em seus poucos 14 anos experimentou uma das angústias mais fortes que já teve. Precisou de muito esforço para se conter e não perguntar qual era o dito disponível. Naquele instante ainda fazia greve de silêncio por ter sido privada da liberdade que tanto esperava.