Quando não se sabe onde ir, qualquer caminho serve. Uma novata e seu Sempai

Depois de um longo e necessário descanso, lá estávamos nós de volta ao palco. Dessa vez estava bastante animado, pois estava próximo do fim. Precisávamos passar por apenas mais um obstáculo, antes de poder descansar definitivamente daquele palco. Por incrível que parecesse, a plateia ainda estava bastante focada, querendo ver o desfecho final daquela história.

Bakugou segurava o mapa que havíamos recebido de Kamui, e antes mesmo de nos informar o caminho, ele reclamava de estar ali como sempre fazia. Eu apenas ria, já que não tinha muito o que fazer. Em seguida ele informava que estávamos prestes a entrar no território do temível Jaguadarte, eu não sabia muito sobre a criatura da história original, mas sabia que era uma mistura de dragão com felino ou algo do tipo.

- Não se preocupe, nossa intenção não é te atrapalhar, até por que, somos nós que estamos fazendo todo o trabalho. – Eu comentava depois que ele terminava de falar e ia olhar o mapa mais uma vez. - E se quiser ficar aqui embaixo, não tem problema, pelo menos você não vai ser desacordado por alguém de novo. – Eu tinha que aproveitar o momento para fazer uma piada. - Mas pode deixar que nós mesmo vamos nos encarregar de manter os itens seguros. – Eu dizia batendo a mão sob o bolso onde os objetos estavam.

Eu olhava para cima e colocava a mão sobre as sobrancelhas enquanto apertava os olhos, como se tentasse enxergar ao longe. Eu balançava a cabeça negativamente e bufava como se estivesse prestes a fazer uma coisa bastante cansativa. Agora era subir de encontro ao inimigo, ou fingir subir.

- Bakugou, já que parece bastante familiarizado com o local, sabe nos dizer mais alguma coisa sobre esse Dabi? – Eu perguntava desconfiado. Primeiro ele pedia para ficar com os itens coletados, e ainda dizia que estava acostumado com o lugar. Será que estava escondendo algo?

Rayssa acabava me ajudando a questionar Bakugou sobre o que ele parecia estar escondendo, e no fim ele dava uma desculpa não tão muito boa, e que não explicava muito bem as coisas. Mas como tínhamos muito caminho pela frente, decidimos aceitar a resposta e fomos atrás dele em direção a grande escadaria.

Na cena seguinte, assim que as cortinas se abriram novamente, eu entrei no palco bufando e me sentei na primeira coisa que vi em cena. - Preciso... descansar... um pouco... só um momento. - Eu dizia com algumas pausas para para respirar. Mas acabou que não tive muito tempo para isso, já que do outro lado do palco, um homem estava deitado no chão enquanto uma moça cuidava dele. Ela logo questionava alguma coisa sobre espião, e parecia bastante assustada. Bakugou, ao contrario dela, mudava de forma drástica, ficando bastante serio. O que estava acontecendo?

Assim que cada um dos dois terminava de contar sua versão da historia, eu ainda ficava um instante calado. Não estava nada previsto no roteiro, e apesar de minhas desconfianças com Bakugou, ainda assim não sabia ao certo o que fazer. Francis também estava ali agora, o que era bem estranho também.

- Francis. O que está fazendo aqui? - Eu perguntei. - E Bakugou, isso que ela está dizendo é verdade? Acreditamos em vocês, e vocês nos pediram ajuda para resgatar itens roubados e uma princesa sequestrada. Isso não me parece sequestro. Parece pra você, maninha? - Eu dizia bastante serio. E fazia um tom de quem tirava satisfação. - Mas querem saber, eu acredito na Alice.

Depois de terminar de falar, eu dava alguns passos na direção da princesa e o homem deitado, e me colocava entre os dois grupos. Queria ver qual seria a reação de Bakugou e Francis diante disso, já que eu ainda precisava confirmar as historias. Olhei para Rayssa e fiz sinal para que se juntasse a mim.

Off::

Encontrávamo-nos agora em uma situação bastante delicada. Não era fácil decidir em quem acreditar. Mas ao colocar os acontecimentos e desconfianças na balança, ela começava a pender para um lado. Desde o inicio eu tinha certa desconfiança a respeito de Bakugou, e quando estávamos ao pé do Monte Jubjub, achei muito estranho o fato de ele pedir que entregássemos os itens recuperados, me senti como se fossemos descartáveis. O fato de Francis aparecer ali também era muito estranho, qual o motivo de precisarem de nós, se eles poderiam ir sozinhos até ali? Além disso, a tal Rainha de Copas me parecia ser mesmo uma pessoa bastante cruel, ao ameaçar decepar quem a desobedecesse. Enfim eu tinha minha decisão.

- Rayssa, não sei se concorda comigo, mas pense em tudo o que aconteceu até chegarmos aqui. Não consigo acreditar que Dabi seja realmente alguém melégno rsrs maléfico. Sendo assim, me decidi por ajudar a princesa a voltar para o reino em segurança, e destronar sua mãe. E para isso devemos ajudar a libertar o herói Toshinori. – Minha fala era séria e decidida. - Dabi, pode deixar que vamos proteger a princesa. Podemos contar com você para segura-los aqui?

Não fazia sentido irmos libertar Toshinori, deixando a princesa para trás, até porque ela deveria assumir o trono de qualquer forma. Sendo assim, eu retirava do bolso os objetos que tínhamos recuperado e os oferecia para Alice. Era a forma de mostrar que confiava nela, e que ela precisava confiar em nós. - Venha conosco e nos mostre o caminho. – Eu dizia a ela e em seguida olhava para Dabi, se ele realmente se importasse com ela, ele não a deixaria ficar ali.

Off::

Depois de demonstrarmos nossas intenções, conseguíamos fazer Dabi concordar com o plano, coisa que ele deixava clara que iria acontecer de qualquer forma. Assim, eu e Rayssa nos juntamos à Alice e saímos correndo dali, não antes de ela dar um beijo de despedida em seu amado.

Depois que saímos o palco, recebemos o script com os detalhes da nova cena. Não eram muitos detalhes, mas os pokémon que deveríamos enfrentar eram um obstáculo que não conseguiríamos passar. Pelo menos tínhamos a opção de desistir da batalha ao perdermos um pokémon. Era definitivamente o que faríamos. Assim que o palco terminou de ser arrumado, estávamos livres para entrar para a conclusão do último ato antes de nos encontrarmos com os convidados especiais. Eu estava bastante curioso para conhecê-los.

O novo cenário era a representação de um tenebroso calabouço. As celas fétidas, com os prisioneiros esquecidos pelo tempo, as paredes sujas e escuras, a iluminação falha, nada estava faltando. Até mesmo o carcereiro era assustador, com aquelas estranhas mãos penduradas por todo seu corpo. Entramos como se sentíssemos um fedor enorme de urina e fezes, além de carne decomposta. Não era uma sensação fácil de interpretar, mas eu logo fingia que meu estomago estava embrulhando, enquanto interpretava uma leve falta de ar. Os gritos ao fundo terminavam de dar aquele ar de desespero à cena.

- Não se preocupe, não pretendemos morrer aqui. – Eu enfrentava o homem enquanto fingia começar a me acostumar com o cheiro. - Alice, contamos com você. Só tente não demorar muito, não sei se vamos conseguir segurar esses dois. – Os pokémon que Shigaraki lançava em campo, eram exatamente a definição de pior pesadelo para nós no momento. Eu ouvia a plateia até se espantar, e questionar se sobreviveríamos àquilo no final.

Não tínhamos muito o que fazer, então precisaríamos sacrificar um de nossos pokémon para tentar sobreviver e chegar na próxima batalha. Sendo assim, eu deixaria os dois que estavam em melhores condições, para enfrentar o próximo desafio. - Boom, conto com você para conseguirmos ganhar um pouco de tempo. Já peço desculpas antecipadas por te fazer lutar contra esses monstros ai, mas não temos muita escolha. – Eu lançava a esfera de meu Voltorb. Ele era a melhor chance de pelo menos conseguir atacar aqueles dois oponentes. - Prometo que vou te compensar depois. Mas por agora vamos nos concentrar. Ataque o Krookodile com um duplo Sonic Boom.