One More

Saía do Sommelier da cidade do ginásio aquático, sabia que aquele passo fora extremamente importante e apesar de ter perdido uma quantidade significativa de dinheiro, tinha plena consciência de que ao fazer esses pequenos sacrifícios poderiam encurtar meu caminho a minha recém descoberta ambição.

Caminhava novamente ao Centro Pokémon, entretanto a animação era bastante difícil de se conter, além disso a distância entre os dois prédios era um tanto quanto grande e eu possuía um vasto grupo de Pokémon que poderia me guiar mais rapidamente até a instalação.

Sem hesitar retirei três esferas, uma totalmente branca e duas vermelhas com branco, sendo uma delas possuidora de um detalhe branco em meio ao vermelho que cerca. Essas eram as balls do trio que haviam aprendidos truques antigos mais uma vez e eu precisava testá-los.

Steelix estava tão animado que ao ser liberado me elevava em sua cabeça, me dando uma ótima vista da cidade, já Malamar e Lucario simplesmente observavam, o primeiro mais perto do que a segunda por causa de sua habilidade de levitação, entretanto para mim ainda estava longe.

- Que tal me mostrarem os novos golpes?

Gritava do topo da cabeça de Rust, para ter certeza de que os três escutariam. Entretanto num primeiro momento apenas o gigante de aço executava um movimento, ele abria sua enorme boca e então sua dentição parecia estar conectada em uma tomada, liberando enormes quantidades de eletricidade, para isso se cessar quando ele fechou-a novamente, depois disso o enorme Pokémon curvou-se e me deixou novamente no chão, onde pude observar Malamar brigar contra o vento e Lucario correr como o vento. Então retornei os dois menores, agradecendo-os e explicando que apesar de Steelix ser enorme seu poder não era e eu precisaria me focar nisso por enquanto.

Quando os dois raios escarlate já haviam cessado subi novamente até o topo de Steelix, onde além de ir mais confortavelmente poderia ver mais de longe meu objetivo, o Centro Pokémon.

Hey, Perri e narrador. Ainda vamos fazer alguns posts até nos encontrarmos, depois liberamos pra você.

Conforme Steelix deslizava pelas ruas de Cerulean, mais e mais os olhares se voltavam para nós, o que para mim era bem difícil de entender, passei direto pelo Centro Pokémon após notar o pequeno campo de terra batida que estava ao lado, talvez eu poderia achar alguém para treinar Rust.

Com a melhor das sortes, havia um outro jovem lá, e isso eu pude perceber de longe, assim como observei que ele estava acompanhado de Pokémon, então estava lá com a mesma finalidade que eu, batalhar.

Desci então do meu gigante de aço, que agora estava debruçado pelas ruas, com sua enorme cabeça do meu lado, assim como um filhotinho curioso. E por falar nisso, o Oddish do outro treinador fez exatamente como Rust: correu em direção ao desconhecido. Entretanto essa aproximação não foi bem vinda para Steelix, que logo criou eletricidade em suas presas, se preparando para ataca-lo.

- Não!

Foi tudo que precisei gritar para Rust e impedi-lo de acertar o pequeno Pokémon, não haveria nenhuma forma daquela luta ser justa, o resultado mais provável seria um purê venenoso. Então dirigi minha voz ao jovem, possível treinador da planta.

- É melhor você ter mais domínio sobre seus Pokémon, nunca se sabe quando eles podem fugir.

Sabia que receber conselhos não era uma coisa agradável, mas era necessária, especialmente no início da jornada.

Ainda não, narrador.

Aquele Oddish, Caim, era realmente adorável, cuspia um Sludge Bomb no chão que havia preparado especialmente para atacar Rust, o que poderia até representar uma ameaça se o meu Pokémon não possuísse imunidade a tal golpe. Lembrar desse fato me fez gargalhar um pouco, o que poderia soar um pouco rude, embora seria apenas a retribuição do que o treinador daquela pré-evolução de Luxury.

- Desculpe-me, é que achei hilário e ingênuo seu Oddish, de tantos ataques, tentar usar um o qual Steelix possui imunidade.

Encostei minha mão sobre sua cabeça, acariciando-a.

- E ainda sobre meu Pokémon... Ele está certo em desconfiar, ao menos de quem ele não conhece, mas ao mesmo tempo onde ele tem essa liberdade ele tem um limite, que é o de não atacar a menos que eu comande. A situação estava sempre em meu controle.

Era realmente divertido conversar com aquele treinador, talvez ele pudesse ser um bom oponente. Amuse, me. Era só nisso o que eu pensava.

Ainda não, narrador.

Era notável perceber que minha conversa com aquele Klaus despertava algumas memórias nele, a forma como ele reagia ao que eu falei sobre controle deixava isso bem claro, entretanto não estava certo se a decepção por ele não me reconhecer havia sido percebida ou não. Ainda rindo um pouco, mas agora por causa do próprio treinador e não do bichinho.

- Bem... Eu sou o Damian.

Dizia apenas aquilo, havia decidido por enquanto ocultar meu título e meu notável sobrenome.

- Não soldados, na verdade não tem nada haver com isso. – Deixar minhas intenções a mostra num primeiro momento poderia pôr tudo a perder. – E muito menos como se eu estivesse numa patente maior que eles, não sou, de modo algum, Ranger. Eu me referi a você ser quem treina seus Pokémon, é você quem convive com eles, eles simplesmente vem a respeitar você, de um jeito ou de outro.

Aquela parte onde eu disse "de um jeito ou de outro" tinha sido bastante agressiva, entretanto foi o mais verdadeiro que eu disse nesse meu discurso.

Ainda não, narrador.

Oddish, o Pokémon de Klaus, era quem parecia estar no comando, sendo ele quem sabia a hora de acalmar-se e a hora de avançar, o que no meu ponto de vista é algo bastante perigoso caso o novato resolva tomar as rédeas de sua equipe e eventualmente confrontar-se com Caim.

- Sim, é a evolução dele. Chegue perto a sua vontade, Klaus. Só tome cuidado, ele morde.

Apesar de estar brincando com o jovem, era claro meu tom arisco e praticamente ofensivo.

- Se quer mesmo vê-lo, não espere para vê-lo em ação. Rust, ao contrário do que o nome diz, está novinho.

Ainda não, narrador.