Pokémon Mythology RPG
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To recap: Sem rumo.

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Let me come home

A situação só piorava, meus passos lentos e silenciosos não eram páreos para a velocidade e pressa dos outros dois, agora eles estavam seguindo outra direção, e eu teria que correr para alcançar. Espere ai, ali não é de onde eu vim? Eu posso ter o sentido de uma bússola quebrada, porém, meus instintos as vezes acertam. Um calafrio me tomou por inteira, promovendo uma ruptura no meu pensamento, eu estava mais do que certa quando afirmei que, o homem que fez a armadilha, certamente voltará para ver o que pegou. Um segundo calafrio me tomou por inteira, mas dessa vez, mantive minha linha de pensamento. Não tenho certeza se quero que estes dois voltem, muito menos encontrem o loiro e o Oddish. Na realidade, tenho certeza que não quero. Minha consciência gritou.

Corri, mesmo não querendo ser vista, eu teria que abandonar a delicadeza dos passos, precisaria correr, não era difícil ser mais rápida que um Stelix, e eu precisava chegar naquele buraco o quanto antes e tirar Oddish de lá, provavelmente, o homem não faria nada se fosse só um humano caído, né? Prefiro acreditar que não.
Mantive o passo mais rápido, tentava passar por um caminho totalmente diferente do caçador, ultrapassando a dupla sem ser percebida. Minha ideia era ir para o mesmo lugar, porém seguindo um corredor arbóreo diferente, assim eu não seria vista, provavelmente.
Depois de um tempo de corrida reparei que, com o Teddiursa em meus braços, debilitado, eu perdia tempo demais, isso era mais que um simples problema, era minha nova prioridade. Parei e coloquei o urso no chão, abaixei ao seu lado e apoiei a mochila na terra, comecei a mexer, remexer, chacoalhar e balançar, bagunçando tudo para achar algo útil, e enfim uma Potion. Tirei a rolha que tampava e dei para que bebesse, inserindo o bico do frasco nos lábios do pequeno e auxiliando no processo, porém não esperei o tempo de efeito ou resposta. Coloquei a mochila nas costas e o pequeno nos braços de novo, agora tentando segurá-lo só com o esquerdo, enquanto usava o direito para outro processo.

Peguei a pokebola de Hati e voltei-a, por mais que ela fosse extremamente rápida, eu tinha Vili como opção, que era um pouco mais rápida e mais peluda, precisava de espaço e aconchego para carregar este Teddiursa. Foi uma atitude burra colocar a mochila nas costas antes de fazer essa troca, então fiz as cegas, coloquei a mão para trás, tentando alcançar meu bolso fácil-acesso da mochila, jogando a esfera de Houndoom ali dentro, e pegando a de Vili, que era a segunda da fileira, só atrás de Frillish. Tão útil guardar pokebolas em bolsos verticais.
Apertei o botão central da esfera e parei, esperei que expandisse, liberasse e contraísse novamente, para assim guardar novamente no bolso fácil. Suspirei uma vez e respirei fundo outra, eu já estava exausta, mas isso não podia impedir minha corrida. Antes de mais nada, instrui:
- Amiga, precisarei da sua ajuda - comentei apressada, mas pausando para pegar ar - Tente farejar o único Oddish daqui, precisamos correr e chegar lá o mais rápido o possível, ele não está tão longe. E bem, você pode me ajudar com isso? - Terminei a frase encarando o ursinho e já me movimentando.
Por mais que soubesse a direção, precisaria do faro dos meus pokemons para ter certeza de que não estava perdida, me perder seria a pior coisa que poderia acontecer. Aconcheguei Teddiursa no pelo da Furfrou, que não negou em momento algum ajudar.



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Anne

Winnie primeiro cuidou dos ferimentos do pequeno urso com uma potion, logo ao borrifa-lo no Teddiursa percebeu que seu aspecto melhorou e que seu estado parecia menos grave, ainda assim continuou desacordado. Retornou Hati e liberou sua bela Furfrou que seria mais útil para carregar o bebê urso e também para farejar Oddish. Com pressa de chegar primeiro começou a correr e logo seu Pokémon cachorro lhe passou à frente já sabendo para onde ir, na verdade ela não sabia o que era um Oddish ou como era seu cheiro, estava apenas seguindo o cheiro que sua própria treinadora deixou ao passar pelo local.

Todos sabiam que os Steelix eram lentos, contudo seu corpo enorme lhe permitia cobrir território com maior rapidez, além do fato de que havia tomado à dianteira, no tempo e que a garota fazia uma troca de Pokémon. Afora de que mesmo que o Steelix fosse lento, conseguia ser mais rápido que a jovem e sua Furfrou se via obrigada a diminuir o ritmo para que não deixasse sua dona para trás. Assim quando Winnie conseguiu se aproximar da armadilha em que o garoto loiro estava percebeu que o homem e seu Steelix já haviam chegado e até mesmo começavam a puxar o garoto do buraco. – Não sei quem é ainda, pode ser algum treinador que se perdeu... Ou alguém querendo nos espionar. Seja qual for, jogarei de voltar no buraco e o enterramos aí mesmo. Mas primeiro temos que descobrir quem é. – Proferiu o caçador enquanto amarrava a corda em volta do pescoço do Steelix, ao seu lado estava uma grande e resplandecente lanterna.

A garota não conseguiu chegar ao buraco antes do homem desconhecido e provavelmente perigoso, agora ele começava a retirar o corpo do garoto loiro. Em alguns instantes todos podiam ver o corpo dele, desacordado ou morto. – Esse aqui teve sorte, acho que seu pé se enroscou em uma das raízes e seu corpo virou e então bateu a cabeça contra a terra, o que o fez desmaiar ate agora. Se não fosse isso teria caído em cima das estacas no fundo e morreria. – Exprimiu ao se ajoelhar ao lado do corpo do garoto. – Me parece um pouco familiar... Vou procurar algum documento. – Então ele começou a revirar as vestes do jovem.










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Let me come home

Culpada por ser humana, acabei atrasando toda minha lógica por ter pernas curtas, além da parada necessária, eu não alcançaria aquele pokemon gigante nunca, porém só reparei isso quando cheguei no local e vi os dois já bem adiantados no processo de retiragem. Dei passos bambos entre as árvores na espera de não ser vista, e apenas fiquei ali, tremendo e ouvindo o que tinham a dizer. Sentei no chão quando ouvi a intenção deles de enterrar o coitado do menino loiro, ali eu redescobri um fato, aquele homem não tinha coração. Por sorte ou azar, não ouvira nada sobre o Oddish que estava com ele, provavelmente nem acharam o coitado do Gin ainda. Voltei para dentro da floresta com Vili, não muito fundo, porém o suficiente para não ser escutada, peguei meu celular e disquei o número conhecido por todos: Disk Denúncias. Independente do sinal, fiz uma chamada de emergência, assim eu possivelmente conseguiria contatar as autoridades locais. Enquanto o telefone chamava, abracei Vili desesperada, uma lágrima contornava meu queixo, está de stress, eu teria que ficar ali escondida até que ele fosse embora? Ou faria alguma coisa? Deixaria o garoto irritante ser descartado? Isso é um ponto a se pensar, se não obtivesse respostas da polícia, eu iria fazer algo, não deixarei o loiro ali sozinho, eu falei que iria ajuda-lo apesar de sua negação.

Enquanto ouvia os Tu's infernais e, aparentemente, eternos, bolei uma plano B, e este não era muito esperto, nem complexo e nem bom, ele se baseava em atacar por trás o Stellix com Frillish ou Vili, pois um era imune a golpes normais, e outro, muito bom contra golpes físicos, e esse ai parece um estereotipo de pokemons fortes em termos físicos. Pensando melhor, quem sabe eu não use os dois? Uma batalha "limpa" e justa, um versus um, não pode se aplicar a um ser tão covarde quanto esse homem. E bem, pela minha lógica, ele não parece ser um colecionador de pokemons vivos, então ele não deve ter uma equipe treinada, e mesmo que tivesse, este definitivamente não era o hobbie principal dele. Esperei resposta no telefone enquanto vasculhava minha bolsa atrás da pokebola de Frillish, minha vantagem era não ter sido vista ainda, o que possibilitava o ataque por trás.



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Anne

Logo a jovem treinadora percebeu que o caçador não tinha nada de amigável. E que o jovem estava correndo um grande perigo de vida e se ela o ajudasse também estaria, seu primeiro movimento foi se afastar e tentar contatar alguma autoridade. Para seu azar logo descobriu que naquela parte da floresta não possuía nenhum sinal, só lhe restava duas opções. Fugir ou atacar o homem, cogitando que ele não fosse um bom treinador e que seus Pokémon não fossem mais fortes que os dela. Contava com a surpresa no ataque, tinha ciência que o homem não notava que estava sendo seguindo e vigiado.

Enquanto isso o estranho termina de vasculhar as vestes do garoto loiro e logo encontrou seus documentos. – Bast La... Ah, sim, então é você. – Voltou sua atenção para o Steelix. – Acho que realmente teremos que nos livrar desse aqui, se ele estava na floresta é porque descobriu o que eu fiz... – Então sua atenção se voltou para o lado da floresta em que Winnie estava, como se conseguisse vê-la. – Mas primeiro temos que nos livrar do outro intruso! – Gritou bem alto, para que Winnie e qualquer um pudessem ouvir.

No mesmo instante uma figura caiu de uma árvore bem à frente da garota, com uma velocidade extraordinária no segundo seguinte uma lamina encostava-se a sua garganta e um tênue fio se sangue começava a escorrer peço seu pescoço. Ao olhar mais de perto percebeu que se tratava de um Pokémon, esse era preto, com longas garras e uma delas projetava-se contra seu pescoço, sua expressão maléfica detonava que era um Pokémon do tipo Dark e possuía inúmeras penas vermelhas no alto da cabeça formando algo semelhante a um leque.

Vili não pôde fazer nada para ajudar sua treinadora, no mesmo momento em que Winnie foi atacada diversas figuras surgiram diretamente do chão e lhe rodearam. Eram todos roxos, formados por uma espécie de gás e exprimia um sorriso ladino no rosto. Antes que o cão pudesse fazer algo os Gengar emitiram ondas hipnóticas em sua direção e assim a Furfrou adormeceu.

- Tragam o bisbilhoteiro. – Os clones do Gengar desaparecem e ele posicionou-se as costas da treinadora empurrando-a para frente, ao mesmo tempo em que a Weavile recuava, qualquer movimento em falso e Winnie teria sua garganta cortada. Logo ela estava no campo de visão do maldito caçador, esse sorriu ao descobrir que se trava de uma garotinha. – Ah, isso explica tudo. Você achou mesmo que eu não te ouvi o tempo todo? Até um cego poderia ser mais silencioso. Por que acha que o Steelix jogou o Teddiursa na sua direção? – Liberou outra estranha gargalhada. – Essas crianças realmente não tem noção da vida. – Sua expressão tornou-se indiferente. – Agora me diga o que você e ele estavam fazendo aqui? – Inquiriu apontando para o loiro.










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Let me come home

Sem sinal. A voz eletrônica da operadora ecoava em minha cabeça e quebrava minhas esperanças por completo, eu teria que... agir? Bufei por um minuto, eu devo ter falado baixo de mais e Deus não me escutou. Alô, estou pedindo ajuda aqui! Fiquei mais uns minutos com o celular no ouvido antes de cair completamente a ficha: Estou sozinha e ferrada. Por que você quis ajudar esse menino, Winnie? Agora faça direito.Pensei, porém, não tive nem tempo de planejar o próximo passo, o homem agora gritava como se atuasse, como se quisesse mostrar algo a platéia, e esta, era eu. Demorei entender que tinha sido achada, para ser sincera, só consegui realmente compreender, quando ficou óbvio, ou seja, quando um Pokemon, camuflado de noite, pulou na minha frente e em segundos, me capturou. Gritei, mas abafei o som rapidamente, não deixei mais nenhum escândalo sair, daqui pra frente, eu seria sensata, eu não tinha outra escolha.

Um suor saiu da minha testa e escorreu para o lado, encontrando com a gota da lágrima salgada, estas agora, eram largada como conta-gotas, uma por uma, devagar, porém incessante. Forçava o interrompimento do meu choro, mas não conseguia para-lo totalmente, engolia seco, o nó na garganta doía mais que o corte. Como isso foi acontecer? Tentei virar minha cabeça e ver a situação de Vili, porém era um movimento quase que impossível de se fazer, eu estava completamente imobilizada, não conseguia ver sua situação, mas de coração, desejo que esteja melhor que eu. A lâmina forçava-me a olhar para frente, encarei o caçador por um tempo, reparei nos detalhes do seu rosto, procurei decorar tudo que era visível naquela noite de lua cheia, o que devo admitir, não era muito. Gravei seu rosto em minha mente, se eu saísse dali, eu iria fazer o melhor retrato-falado já feito no mundo.
Um calafrio me tomou por inteira, como assim "se eu sair"? Fim da linha? Não pode ser. Viajei em meus pensamentos mais uma vez, fazendo com que as lágrimas, que antes eram gotas, caíssem como rios, perdi o controle, apertei as pálpebras e senti uma corrente fria passar no meu corpo todo, do dedão do pé esquerdo, até o último ponto do coro cabeludo. Desespero. Onde diabos está Vicent quando eu preciso de ajuda? Questões existenciais enchiam minha cabeça, família, saudades, perdas, escolhas. Era impossível manter o foco.

Um fio rosa caiu sobre minha testa, tocando suavemente, quase como um carinho, porém o reflexo disso fora um susto grotesco. Suspirei e arregalei os olhos, vendo agora que o homem vinha em minha direção, prendi o ar e fiquei calada, meu coração, que parecia estar ao máximo de excitação, conseguia bater cada vez mais rápido, eu nem sequer sabia desse poder dele. Foi apenas após ouvir a pergunta dele que finalmente abri a boca novamente, meu celular ainda estava no chão, não havia desligado, devia estar na caixa postal provavelmente, um dia aquele áudio chegaria a polícia, um dia quem sabe:
- Estávamos procurando um Oddish que se perdeu na floresta - falei devagar, com voz de choro - Tava só tentando ajudar, mas ai ele caiu no buraco.

O sal da lágrima e do suor frio faziam meu rosto branco tomar uma coloração rosada, que somado ao rubor de raiva, me deixavam completamente rosa e bagunçada, cabelo, roupa, pele, aquela era uma Winnie que nem eu mesma havia visto, em nenhum ponto da vida, era uma carga emocional, uma mistura, que jamais havia experimentado. E pensar que eu achava que, viver sendo treinadora, não seria tão perigoso assim. Mas olhe onde eu fui me meter. Pelo amor de deus, alguém me ajude.



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Anne

- Um Oddish que seu perdeu na floresta? – O caçador citou. – Acho que você está mentido para mim, até porque acho difícil um Oddish se perder em uma floresta, muito menos se for um dos Oddish daquele maldito jardim. O homem robusto pegou sua besta e a apontou para Winnie. – Vamos lá garotinha, me diga a verdade. Talvez se o fizer eu te deixo viver por um tempo, faz um tempo que não tenho uma companhia tão adorável. – Ele exprimiu o sorriso mais medonho que a garota já vira em sua curta vida, ao mesmo tempo a olhava de cima abaixo. – Ele descobriu não foi? Que eu matei aquela maldita mãe dele porque ela estava me bisbilhotando assim como vocês e descobriu o que eu fazia aqui. – Mesmo que a descoberta fosse chocante para a garota algo chamou sua atenção nesse momento, talvez tenha sido coisa de sua cabeça, mas pareceu ter visto o corpo do garoto loiro realizar um movimento mínimo quando o sujeito terminou de exprimir a frase.

- Você é o que dele? Namorada? – Voltou a sorrir da mesma forma. – Diga o que sab... - Uma rápida e diminuta figura passou por Winnie e avançou na direção do caçador, esse pego de surpresa acabou recuando no tempo em que levava inúmeros arranhões do Teddiursa que a treinadora salvara antes. Mas o ataque não durou muito, logo o homem o atingiu com sua poderosa besta e Weavile estava em cima do pequeno urso. Contudo isso deixou Winnie livre, execeto pelo Gengar que ainda estava as suas costas, embora sua atenção estivesse também no Teddiursa.









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Let me come home

Paralela a minha súplica, o homem tagarelava um pouco, mentira ou não, era a melhor história que podia contar para ele, por que, sinceramente? Nem eu sei o que estou fazendo aqui, e aparentemente, a história era muito mais funda do que imaginava. Morte materna, vingança, mentiras e espionagem, eis os tópicos que me atiçaram e fizeram que eu voltasse a dar atenção ao estranho a minha frente. Até onde isso é verídico? Essa morte, não pode ser verdade, esse homem não só matou a Lara, mas matou também a mãe do menino? E aparentemente isso é recente, o que explica a falta de cuidado da fazenda. Conectei uma peça a outra e, assim, fui completando o quebra cabeça, aparentemente as coisas faziam mais sentido agora, não tenho certeza se estou na linha de raciocínio certa, mas se estiver, tudo está se encaixando.

Qualquer ódio que eu tinha pelo garoto machucado logo atrás de nós sumiu, obviamente, está raiva já era quase zero, contando com tudo que eu passei por ele, mas agora era oficial: qualquer sentimento negativo deu lugar a compaixão, e mais um motivo nasceu em mim para acabar com aquilo tudo. O corpo do garoto reagiu, normal, eu podia estar em coma que reagiria a isso. Analisei por um instante os dados que eu tinha, eu acabara de conhecer um homem que, por enquanto contabilizei, matou duas mães, imagine o tanto de morte que já não causara por causa da caça. O homem começou a me bombardear de perguntas que não respondi, ignorei todas, apenas observei, esperei e rezei para que um momento certo viesse, e veio. Teddiursa reagiu, usou-se como isca, sei que não aprovaria isso nunca, mas ele não pediu minha opinião, simplesmente pulou e atacou o assassino, e fora assim que tive minha liberdade momentânea, aquilo não ficaria assim. Peguei todas, sim, todas, minhas pokebolas no bolso vertical e lancei ao ar, duas a duas, primeiro Tyr com Hati, depois Skoll e Balder, e por último, porém não menos importante, Frillish, e assim fiquei com uma linha de frente impecável. Sim, eu lutarei um cinco versus três, e não ligo para a honra da batalha, eu acabarei com esses três e, de sobra, bato nesse idiota na minha frente, e sim, isso é o mais próximo que cheguei de xingar alguém nos últimos anos.
- Oi amigos - falei, como se tudo aquilo estivesse normal - A gente ta num momento conturbado, desculpa mais não posso explicar - falei, tentando justificar, porém sem mais cerimônias ordenei - Frillish, use dois Night Shade em Gengar, Tyr, comece com seu Safeguard e depois Petal Dance em Weavile e Stelix, Hati Dois Beat Up em Gengar, Meowth, um Fake Out em Stelix e um Feint Attack em Gengar e, Balder Hypnosis e Watergun no Stelix. E bem, Vili, tente acordar minha linda, quero ver você usando um Swagger e um Babydoll Eyes no Weavile.



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Anne

- Oh, garotinha, você quer mesmo uma luta? – Ele realmente parecia surpreso. – Ah, entendo. Pelo que faço, pelo que acha que eu faço, pensa que não gosto de Pokémon, não é mesmo? Pensa que eu não sou um bom treinador, não é? – Sorriu, dessa vez seu sorriso pareceu afetivo, como se falasse como sua filha amada. – Nunca esteve tão enganada. Deixe-me explicar sua situação. Eu sou obcecado por poder. Essas criaturas, os Pokémon, me trazem isso de todas as formas. Com eles eu consegui dinheiro, tanto dinheiro que não precisaria estar aqui nesse momento, mas eu gosto do que faço. – Isso mostrava que o homem era realmente um doente. – Na verdade, tenho tanto dinheiro que poderia comprar Kanto e Johto se eu quisesse. Contudo isso iria tirar toda graça da brincadeira... – Fez uma pausa, enquanto pensava em algo. – Além disso, isso seria um péssimo negocio, seria como jogar meu dinheiro no mar, se é que me entende.

- Continuando... Com eles também tenho poder, poder destrutivo. – Fez um gesto apontando para seus próprios Pokémon. – Sou velho, esses três estão comigo desde que eu era um moleque e isso faz muito tempo. Com esses três já estive em situações que você, com essa cabeça que só pensa em flores e borboletas nunca conseguiria imaginar. Sou um dos poucos que podem dizer que conhecem toda Kanto, Johto, Hoenn, Sinnoh, Unova, Kalos e outros continentes que você nunca ouviu falar. – Bufou, como se o desafio de Anne fosse um insulto. – Você já viu um lendário? Aposto meu saco que não. Eu já vi, não apenas um, e com meus Pokémon os enfrentei como iguais. Posso dizer que não sairiam em melhor estado que eu. Chega de conversa, não vou mais me gabar de minhas habilidades de treinador, veja você mesma. - Contemplou os Pokémon de Winnie. – Só digo mais uma coisa, mesmo com você usando todos seus Pokémon, a desvantagem é 100% sua, essa não será uma batalha justa para você. – Olhou para seus próprios Pokémon. – Acabem com isso que estou com fome. – Foi tudo que disse.

Winnie piscou os olhos. O primeiro movimento foi feito. E seu primeiro Pokémon foi derrotado. Velocidade, força do ataque, força do Pokémon e vantagem, tudo isso contribui para a derrota. Tudo que a garota conseguiu ver foi um feixe de luz branco, quando com uma extrema velocidade Weavile deslocou-se executando o poderoso Focus Punch contra a quadrúpede de pelagem escura. Quando a garota abriu os olhos novamente sua Houndoom fora jogada contra uma árvore, seu estado era péssimo depois de receber um dano monstruoso.

Na verdade o ataque de Weavile não foi o primeiro, mas sim o Fake Out do Skoll contra o Steelix, no entanto esse fora tão fraco, tão fraco, que não causou nenhum dano no Pokémon feito de rocha -que  ignorou o Meowth como se ele não existisse-, isso devido à alta resistência do mesmo e o baixo ataque do gato. Assim, o verdadeiro primeiro ataque passou despercebido por todos, tendo sua atenção roubada pelo ataque devastador do Weavile.

O terceiro a se mover, mas não menos rápido, foi Gengar que lançou veneno na direção de Meganium, de imediato o Toxic a deixou envenenada, tornando inútil a primeira ordem de sua treinadora. Em seguida Poliwag resolveu se mover, lançando sua ondas hipnóticas contra o Steelix que mostrava-se um alvo fácil devido seu tamanho, todavia o monstro de pedras permaneceu acordado no seu lugar, ignorando Balder da mesma forma que fez com o outro. Meganium usou seu movimento de proteção, agora inútil, pois já estava envenenada devido ao Toxic do Gengar.

No fim, naquele turno, Frillish foi à única que conseguiu criar algum dano real. Com seu Night Shade  contra Gengar, embora o dano não fosse devastador, não deixava de ser uma vitória, mesmo que pequena. Mas Winnie não teve tempo de comemorar, Steelix que estava imóvel até o momento, subitamente chocou sua enorme cabeça contra o chão, causando um enorme terremoto. Se fosse perspicaz  Winnie notaria que os movimentos dos Pokémon do caçador não eram aleatórios, mesmo que ele não estivesse dando ordens, já que no exato momento em que o Steelix descia para o chão Gengar agarrou o Weavile com suas mãos fantasmagorias lhe tirando do solo e evitando que sofresse qualquer dano.  Steelix continuou batendo sua cabeça e criando um verdadeiro terremoto no meio da floresta, o efeito nos Pokémon da treinadora foi destruidor, quando o tremor parou ela viu quase todos seus Pokémon machucados. Frillish pareceu não sofrer nenhum dano, pois flutuava e estava longe da terra no momento, embora não tenha tido tempo de salvar seus companheiros. Furfrou ainda dormia, havia sofrido um grande dano, contudo não foi o suficiente para que desmaiasse, embora fosse evidente que não aguentaria outro ataque de igual poder. Meganium foi atingida, contudo pareceu não sofrer um grande dano com o Earthquake. Poliwag e Meowth não tiveram a mesma sorte, ambos sucumbiram ao golpe que lhes causou grande dano devido suas baixas defesa contra golpes físicos.  

Assim três Pokémon dos seis de Winnie estavam desmaiados apenas na primeira rodada de ataques, os Pokémon do inimigo quase não sofreram dano algum e estavam em ótima disposição. Isso mostrava que o terrível caçador não estava apenas gabando-se, ele era realmente poderoso. A garota de madeixas rosa teria alguma chance real contra um monstro como ele? Weavile moveu-se de novo, com seus olhos arregalados devido ao que presenciava Winnie não perdeu o movimento, contemplou quando seu Pokémon inicial foi atingido por um soco de gelo. Tyr que estava fraca com o envenenamento foi jogada para trás, levantou-se com dificuldade, tinha ciência que aquela era uma batalha que valia a vida de sua treinadora e talvez a sua própria, por isso não poderia desistir de nenhuma forma.  Infelizmente sua força de vontade não era o suficiente contra o segundo ataque de Gengar. Venoshock. Esse ataque combinado com o Toxic usado anteriormente e somado ao poder do Gengar foi o suficiente para drenar as forças de Tyr que tombou ao chão com os olhos fixos em sua treinadora, como se pedisse desculpas.

Frillish, a bela Pokémon que combinava bastante com sua treinadora era nova no pedaço, não conhecia bem Winnie e seus companheiros de equipe, mas sabia que aquele era um momento critico, além de Vili era a única em campo contra o pior adversário de sua treinadora.  Sabia que também não duraria muito tempo, mas também não desistiu, usou outro Night Shade  contra o Gengar, causando mais dano, infelizmente não o suficiente para derrotá-lo. Mas fez algo, ela dessa vez estava esperando pelo ataque do Steelix, por isso posicionou-se a cima da cabeça de sua colega, ao perceber que o Pokémon iniciaria com o terremoto a agarrou com seu corpo e a ergueu no ar, salvando Vini do Earthquake e da derrota certa. Se não fosse isso, apenas Frillish teria sobrado na luta que começou com 6 contra três e acabava com 2 contra três. Ao menos  Vili estava acordada novamente agora.

- Não quer desistir, garotinha? Já deve saber como isso vai acabar. – O homem perguntou, sorrindo. Ele sabia que tinha vencido e que a garota não possuía nenhuma chance contra ele, ela havia usado todos seus Pokémon e ele não teve trabalho nenhum em vencê-la. Se quisesse poderia matá-la naquele exato momento.  – Eu não sei se ela sabe, mas eu sei. – Exprimiu uma voz que veio da floresta, Winnie a conhecia, mas não era possível. Ao olhar para o chão próximo do buraco o garoto continuava lá, inclusive o caçador estava próximo, embora de costas para ele. Mesmo assim foi o loiro que saiu da florestava, do lado oposto, como se chegasse naquele momento. Ao seu lado estava uma linda mulher... Não, um lindo Pokémon. Ela era um humanoide, de coloração verde, usava um longe vestido branco e uma expressão serenamente bela envolvia seu rosto. Serenidade era algo que não existia no rosto ou mente do jovem chamado Bast, se a treinadora achava sua expressão com ela fria era porque ainda não tinha visto seu rosto enquanto ele encarava o homem à sua frente.






Hora da Batalha
Campo:No meio de uma floresta, à área da batalha é bastante espaçada, embora tenha algumas árvores próximas dos Pokémon.





To recap: Sem rumo. - Página 4 Gengar

To recap: Sem rumo. - Página 4 Weavile

To recap: Sem rumo. - Página 4 Steelix

Gengar (♀)
Trait: Levitate
Lv. 40
60/98
Status: Normal

Weavile (♀)
Trait: Pressure
Lv. 35
94/94
Status: Normal

Steelix(♂)
Trait: Sheer Force
Lv. 35
96/98
Status: Normal

V.S







To recap: Sem rumo. - Página 4 Furfrou

To recap: Sem rumo. - Página 4 Frillish

To recap: Sem rumo. - Página 4 Houndoom

To recap: Sem rumo. - Página 4 Meowth

To recap: Sem rumo. - Página 4 Meganium

To recap: Sem rumo. - Página 4 Poliwag

Furfrou (♂)
Trait: Fur Coat
Lv. 23
50/68
Status: Normal

Frillish (♀)
Trait: Water Absorb
Lv. 19
50/50
Status: Normal

Houndoom (♀)
Trait: Flash Fire
Lv. 27
00/78
Status: Desmaiado

Meowth (♂)
Trait: Technician
Lv. 22
00/50
Status: Desmaiado

Meganium (♂)
Trait: Overgrow
Lv. XX
00/81
Status: Desmaiado

Poliwag(♂)
Trait: Damp
Lv. 32
00/54
Status: Desmaiado



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Let me come home

Mais irritante que as próprias vozes em minha cabeça, era a voz do homem a frente, se elogiando, aumentando e deixando bem claro sua personalidade desumilde e nojenta. Após ouvir todo o sermão sobre "o que diabos estou fazendo", apenas mantive minhas ordens e esperei para ver no que aquilo daria, admito que o discurso inicial me dera um pouco de medo, mas nem um porcento do que senti momentos depois.

Em poucos movimentos, uma luta simples e sem nenhum esforço, o homem derrubou dois dos meus pokemons, Frillish fora a que melhor agiu na batalha, para não dizer a única, o que diabos aconteceu? A cada batida que via meus pequenos sofrer, recuava um passo para trás e apertava os dentes, cheguei a morder um pouco do meu lábio inferior e descasca-lo de leve, mas nada que doesse, e mesmo que fosse, eu não sentiria aquilo agora. Dois sentimentos tomaram-me por inteiro, primeiro a vergonha por estar naquela situação, e em segundo, a culpa, também por estar naquela situação, já bastava eu estar ferrada, coloquei mais seis seres vivos que estavam comigo, em igual problema. Fechei o olho, não queria ver como seria o resto do Round, apenas abriria novamente no final, em lágrimas, apenas para tira-los dali.

Ouvi um barulho, senti tremores e me apoiei na árvore mais próxima, forcei meus olhos para manterem-se fechados, não ver os fatos, porém, para minha alegria, ou não, minha imaginação conseguiu ser pior que a realidade. Imaginei todos, sem exceção, caindo exaustos ou até mortos no campo de batalha, ainda poderia salvar a saúde de dois, os novatos e assentir a vida de todos.
Permitir-me ver, libertei minha visão, e a primeira coisa que enxerguei fora meu inicial, Tyr, no chão, posso não ter visto perfeitamente como foi, mas tenho certeza que ele era o que mais se culpa por não ter conseguido. Sem abrir a boca uma vez, voltei todos os seis pokemons para as esferas, um de cada vez, e as coloquei na bolsa, aceitando a derrota e tentando me largar de qualquer orgulho. No fim disse:
- Você ganhou - estava desanimada, sentei no chão.

Não falei mais nada, por que dali pra frente, eu não fazia ideia do que ia acontecer, qualquer coisa diferente de sofrimento seria uma surpresa para mim, então apenas calei-me e esperei a salvação que outrora pedi aos céus. Pela centésima vez reclamei com Deus, será mesmo que você não existe? Questões existenciais voltaram de relance a minha mente, vozes falavam repetidamente sobre minha vida, o valor dela, o que eu fizera, os sonhos que me faltam realizar. Pois bem, estou muito jovem ainda para morrer, e eu realmente não quero. abracei meus joelhos e enfiei o rosto no espaço entre meus braços, cabeça baixa, em silêncio, tentando ignorar o sermão do caçador e chorando quieta, esperando que tudo aquilo fosse um sonho e eu acordasse na cama do Centro Pokemon, com a perna dormente de tanto dormir.

Em meio as falas, já sem sentido, do homem malvado a frente, uma tonalidade de voz diferente fora ouvida, era mais doce, por mais que eu já tivesse ouvido ela alguma vez, não parecia comum como a da minha mãe ou meu irmão, era de alguém que conheci recentemente, mas quem? Olhei o corpo do garoto loiro no chão e então me toquei, aquela voz parecia ser dele, mas como? Preferi não perguntar, apenas virei o rosto para a direção que meu ouvido guiara e lá estava ele, ao lado de uma pokemon deslumbrante e que aparentava ser o mais poderoso dali. Levantei a cabeça totalmente agora e soltei minhas pernas, esticando-as na terra gelada e ignorando o desconforto ou sujeira, um nó gigante se amarrava dezenas de vezes no meu cérebro, e centenas na minha garganta, eu simplesmente não sabia o que falar, como reagir, nem o que fazer, na realidade, será que se tem o que fazer? Por segundos fiquei ali, parada, apenas espectando como plateia.



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O Mahiro é o melhor do mundo <3

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Anne

Bast caminhou vagarosamente até ficar ao lado de Winnie, suas roupas estavam bastante sujas de terra. A bela Gardevoir permanecia ao seu lado indiferente a toda situação que ocorria. O Caçador olhou para o jovem e depois para o corpo no chão. – Mas como? – Perguntou incrédulo. – Para um experiente treinador você é meio idiota. – Respondeu Bast com rispidez evidente. – Ditto. – No exato momento em que pronunciou o nome seu corpo no chão mudou de forma, transformando-se em um Weavile. Antes que o maldoso homem pudesse fazer ou dizer algo o Weavile verdadeiro estava no chão, atingindo pelo seu próprio Focus Punch. No segundo seguinte Ditto atingia o Gengar com garras negras e esse também desmaiava.

O caçador permanecia com uma expressão de perplexidade, como se não acredita-se que seus Pokémon estavam sendo derrotados por um garotinho. – Você... – Seu estado era semelhante ao de Winnie. – Você fala demais, mas é apenas um velho nojento com Pokémon velhos e tão nojentos quanto você. – Sorriu. – Agora te darei duas opções, se entregue e será preso ou me desafie e não sairá daqui vivo. – O caçador fechou a cara, seus dois Pokémon mais fortes foram derrotados com facilidade, só restava o Steelix e ele sabia que não era  o suficiente. Com certeza ele possuía outros Pokémon, mas nem dele longe eram fortes o suficiente para aquela luta. Por outro lado entregar-se não era uma opção, só com os crimes que aqueles garotos sabiam ele já passaria uma vida na prisão, quando descobrisse quem ele era de verdade teria sorte se não fosse condenado a pena de morte, mesmo isso não existindo no continente.

- Seu bastardo, acha que tenho medo de você? Não derrotou todos meus Pokémon ainda e esses dois nem ao menos são os mais fortes. O único que vai morrer aqui é você e essa garotinha. – A confiança que tinha ao dizer aquilo era tanta que quem ouvisse poderia considerar que fosse verdade, mas Bast não intimidou-se. – Fez uma péssima escolha.

Winnie sentiu duas coisas aos seus pés, ao olhar para baixo viu Oddish, que parecia muito bem. Ao seu lado estava o pequeno Teddiursa, esse parecia machucado, contudo não era nada grave. – Winnie, você pode lutar ao meu lado, se quiser uma revanche. Apenas assistir ou fugir, Lira pode te levar em segurança para o jardim com Teleport. Você escolhe, eu não me importo. – Mesmo que suas palavras fossem indiferentes seu tom era gentil.

O loiro pegou outra esfera, liberando um grande Pokémon de forma oval, de coloração rosa e branco, com um enorme ovo depositado em sua cintura. – Blissey pode curar seus Pokémon, se for lutar ou não. – Gin puxou a roupa de Winnie tentando chamar sua atenção, parecia que queria que ela lutasse, usando ele também. A garota poderia entender, afinal fora aquele homem que matou a Gloom, ou um de seus Pokémon.





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