Why did we come here?
Meu coração desacelerou, assim como tudo em mim, meu pensamento, meus movimentos, senti-me sobre efeito do THC que jamais provei nessa vida, quem sabe em outra? Enquanto as coisas aconteciam em Slow Motion, fui acompanhando um por um os movimentos do garoto que eu ainda não sabia o nome. Meu primeiro e principal nó foi desatado quando vi Ditto se desenrolando, contorcendo e balançando até tornar-se rosa novamente, mas apenas por um instante, logo já virara um Weavile conhecido, e sozinho, começou uma batalha. Eu estava como se tivesse uma peça a menos na cabeça, me perdi na luta, confundi o aliado e o vilão, o real e a ilusão, e em um soco, um dos dois caiu, e eu não fazia ideia de qual deles. Gritei preocupada, por milissegundos tive quase certeza que o Ditto foi derrotado, mas logo abafei o som e dei lugar a um suspiro de alivio, só fui reparar que estávamos ganhando, quando o gatuno preto acordado, pulou e cravou suas garras bem no rosto de Gengar, que, como o outro, caíra tão fácil quanto meus pokemons.
Uma conversa foi montada, improvisada e manipulada, era bem óbvio que aquele homem não se renderia, mas eu deixaria o loiro matá-lo para finalizar as contas? Sendo sincera, impedir que isso aconteça, eu não conseguirei. Viajei em meus pensamentos, mais uma vez, um Tabu veio em mente, será que este homem merece mesmo a morte? Posso não ser religiosa, mas isso, por um lado, me faz valorizar mais a vida, já que, não deve haver nada do outro lado, é bom aproveitar enquanto podemos nos mover, sentir, ser. Né? É, mas deixá-lo vivo para matar mais, não deveria ser uma opção, valorizo mais a vida da Ursaring que morreu e deixou um filhote, a que um assassino. Ao finalizar meu pensamento, me julguei, dos pés a cabeça, o que é isso Winnie? Quando ficou tão má? Tão vingativa? Onde está a inocência de acreditar na melhora pessoal? Pois é, esse homem conseguiu realmente meu ódio, e acabei de provar isso a mim mesma. Não mataria ele, e nem teria coragem de vê-lo morrer, mas certamente não impediria nenhuma ação que partisse do garoto, até por que, como dito antes, eu não conseguiria se tentasse.
Perdi-me totalmente no assunto e só me toquei que era hora de agir, quando Gin puxou minha roupa e tentou a todo o custo chamar minha atenção, apontando com suas folhinhas para o campo de batalha e para o menino. Tentei recapitular as falas que não prestei atenção, e assim me toquei, bem devagar, no que queriam que eu fizesse: Posicionar-me de alguma forma. Eu teria que me decidir entre lutar ou não? Mas que pergunta idiota, é claro que sim, e parece que Gin quer tanto quanto eu. Um frio na barriga subiu até meu cérebro, congelando por um tempo, será que eu deveria jogar um Oddish em um campo de batalha como esse? Pensei, raciocinei, induzi e finalmente conclui: Acho melhor ver as informações dele na Pokedex, né? Se ele não fosse capaz de fazer, o garoto já teria o tirado a muito tempo daqui. Abri a mochila e de lá peguei uma pokebola e meu aparelho eletrônico, com o primeiro item, liberei Frillish e com o segundo, tentei descobrir do que o Oddish audacioso era capaz.
- Eu pretendo lutar com você, mesmo que eu não seja tão forte - falei para o menino - Vou usar Frillish novamente, não precisa da cura, e acho que farei o que Gin está querendo, botarei ele também!
Esperei o resultado do aparelho e comecei a planejar o que eu faria, mas ainda não tinha uma ideia muito boa.
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O Mahiro é o melhor do mundo <3