000 - Daycare Goodbye

Era uma manhã nublada. A luz do sol e das lâmpadas iluminavam Dewford Town. E, como de costume numa cidade litorânea, os navios ancoravam no porto, os moradores iam para os seus serviços, os turistas se divertiam na praia e os Wingull voavam na busca de alimento sobre o mar. Entretanto, não havia só isso, como também os donos deixavam os seus Pokémon na creche da Senhora Glorian.
Um lugar amistoso, delicado e com brinquedos de madeira que os pequenos usavam para se divertir. O som do mar podia ser ouvido da casinha humilde que passava um ar calmante para os visitantes de Dewford. Fora isso, só se ouvia a voz da senhorinha que perseguia os malcriados Rattata do proprietário da pousada próxima. Tranquilo e dançante, um ursinho de pelos coloridos – Spinda – surgia entre os levados e os aquietava com os seus movimentos confusos, roubando as suas atenções.
– Bom trabalho, Eris! – clamou um menino de madeixas louras e de bochechas levemente coradas. Tão logo ele apareceu e Spinda pulou no seu colo. – Estou indo vovó e já me despedi do vovô.
– Vai sair cedo desse jeito, Ariel?! – exclamou Glorian surpresa com as palavras de seu neto que já estava com a sua mochila nitidamente abarrotada de coisas, ao ponto de algumas peças de roupas ficarem penduradas. – Espere que vou arrumar um lanchinho para você levar.
– Não preciso de mais comida do que me deu, vovó. Só me dê logo as Pokébolas que a senhora escondeu, porque peguei o restante.
O Spinda não sossegava mesmo no colo de seu coordenador que pulava animado com a sua viagem. Era o começo da jornada de Ariel por Hoenn como um coordenador, sendo que seu navio ia partir a poucos minutos para Slateport City. Visivelmente abalada com a partida de seu neto, Glorian choramingava e resmungava as suas lamúrias, como, por exemplo: “Perdi minha filha e agora meu neto quer me abandonar.”.
Enquanto Ariel brincava com os Pokémon do parquinho de madeira, algumas pessoas passavam indo rumo ao porto que era bem próximo e até se podia ver as pessoas embarcarem no navio, aumentando sua ansiedade. Tão logo quanto a sua avó surgiu com as Pokébolas, ele as pegou e deu para o Spinda carregar – porque já estava lotado de coisas. Por sua vez, a senhora Glorian agarrou o menino e o deu um prolongado abraço sendo obrigada a escutar despedidas rápidas dele.
– Tchau, tchau, tchau! Ligo quando eu chegar a Slateport. – despediu o garoto pegando na mão de Spinda seguindo rumo ao porto. – Vamos correr, Eris!
Percebendo a ida de Spinda e Ari, os pequeninos da creche abraçaram Glorian para consolá-la de seus choros e outros acenavam para a dupla que sumia junto do navio.