Tea Party: A Toast to Madness
Finalmente a luta estava terminando, não aguentava mais sentir aquela tensão inteira recaindo sobre os meus ombros. Geralmente, os combates de Contest eram bem mais simplórios do que os últimos que eu tive que enfrentar, talvez isso significasse algum progresso nessa carreira de coordenador, ao mesmo tempo que se tornava um lembrete para eu não me esquecer de treinar.
Suspirei, internamente. Revezar os afazeres da fazenda, as aulas na UCR e ter tempo para me dedicar ao treinamento dos meus monstrinhos era um desafio que poucos estavam dispostos a assumir. Além disso, fazia algum tempo desde que a Wallace Cup foi encerrada e isso sinalizava a proximidade do próximo Contest. A ficha estava demorando para cair, eu já tinha participado de um bom número de competições, conquistado três fitas, embora as duas primeiras sofram algum preconceito de certos coordenadores, e estava no caminho certo para adquirir a quarta.
Essa enxurrada de reflexões quase desviou a minha atenção da batalha e eu acabei perdendo os movimentos iniciais por conta disso. Deduzi, pela cara de frustração da fantasma, que ela havia sido impedida por um Protect mais uma vez. Infelizmente, a coordenadora teve a sua pontuação extremamente limitada por conta de certa impulsividade e, de certo modo, falta das técnicas que ela desejava ter adquirido antes do evento.
- Não acha que já nos perturbou o suficiente? Tá bom, senta lá com a sua fantasminha. – Comecei a voltar, aos poucos, para o meu tom normal, indicando para a plateia que o efeito dos biscoitos estava passando. – Hey!! Volta aqui que eu não acabei de falar! – Tentei ir atrás do rapaz, que fugiu pelas sombras, mas rapidamente voltei ao meu lugar graças à abertura das frestas de gelo. – É sério isso?! Agradeço pela ajuda Myrtil, retorne para descansar.
Olhei para o palco com certa preocupação, enquanto retornava a raposa para a sua Poké Ball. Seja lá qual fosse o efeito da produção, aquilo se parecia com o sol querendo participar da peça. O calor estava insuportável! A transição de cena foi lindamente executada e conceitual, contrastando muito bem com o brusco destino dos nossos personagens.
- Com licença, mas quem é você mesmo? – Perguntei ao rapaz, interpretando uma recuperação das várias colisões sofridas na enxurrada. – Não tenho certeza de mais nada... Pode nos dizer aonde estamos, por favor? Melhor ainda, isso aqui é antes ou pós morte?! Você disse... Diarista? – Disparei várias perguntas, voltando ao estado natural do personagem. – Acorda Rose! Viemos parar no Inferno! – Cutuquei a coordenadora, antes de olhar para o cenário confusamente. – Sem querer entrar em estereótipos e coisas do tipo, mas não era pra ter fogo em... Tudo?
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