Capitulo 15 - Onde Está Phillipe Swirller? - "Um Mar de Justiça / Parte 2"

Depois de perguntar se ele estava ali, e sem ter respostas, eu continuava descendo. - Será que aconteceu alguma coisa com ele? – Eu me perguntava em pensamento. Passando cuidadosamente por todos os obstáculos, eu seguia com todo o cuidado possível. Não havia muito risco de nos afogarmos ali, já que estávamos com os equipamentos de mergulho, mas ainda assim era perigoso.

Continuei seguindo em direção ao fundo do navio novamente, e a água parecia ficar mais funda no decorrer do caminho. Ao chegar ao fim, me deparei com uma grande porta de metal maciço, e para minha surpresa, Nagisa parecia estar do outro lado. Parecia um cofre, ou apenas uma sala muito bem protegida.

- Nagisa! Está tudo bem? – Eu perguntava mais uma vez, mas não sabia se ele conseguia me ouvir bem, já que eu mesmo não conseguia entende-lo. - Vou tentar abrir essa porta.

Eu segurava firme o mecanismo que servia para abrir a porta, e tentava girar com força para a direita. Essa era a direção em que as coisas costumavam abrir, então esperava que fosse a direção certa para aquela porta. Mas o que será que era aquilo?

- Como é que você se enfiou aí dentro!? – Eu continuava gritando ao tentar abrir a porta em vão. Parecia que a água estava subindo, ou seja, logo o navio terminaria de afundar. Não me preocupava muito, já que conseguiríamos ficar um bom tempo debaixo d’água com a ajuda do Scuba Gear. Mas mesmo assim precisava arrumar uma forma de abrir aquela porta, ou nem o Scuba poderia ajudar Nagisa a sobreviver.

Se desse para usar Dragoon ou Spartos, com certeza seria mais fácil, mas talvez Thor já fosse o suficiente. Ele era pequeno o suficiente para conseguir caber ali, e forte o suficiente para empurrar com mais força do que eu. Olhei novamente ao redor a procura de algo que pudesse usar para forçar a tranca a girar, uma haste de ferro maciço seria perfeita. Colocando a haste na abertura da tranca, poderia pedir Thor para força-la com suas patas.

- Thor, preciso da sua ajuda. – Eu dizia o liberando no espaço entre eu e a porta. - Temos que abrir essa porta, Nagisa está preso do outro lado. Vou procurar alguma coisa para ajudar, mas pode ir tentando forçar tranca com suas patas. Coloque uma aqui e a outra aqui, e depois force para girar. – Eu mostrava as ligações da tranca para que ele apoiasse as patas, e fazia uma rápida demonstração. Assim eu voltava um pouco no corredor, passando os pés com cuidado sob a água para ver se sentia algo que poderia ser usado, além de olhar ao redor com atenção.

Estávamos com bastante dificuldade em ajudar Nagisa a sair daquela escotilha. Enquanto eu procurava algo para tentar usar para ajudar a destravar a porta, Thor continuava forçando a trava da porta. Eu conseguia encontrar algo que parecia ser bastante pesado, e começava a tentar puxar o objeto para fora da água para ver o que era. Parecia que estava preso em alguma coisa, e eu não conseguia puxar com facilidade, então continuei a forçar. Thor fazia uma pausa em seu esforço, mas pelos sons que eu conseguia ouvir de onde estava, ele parecia estar conseguindo fazer algum progresso.

Depois de alguns minutos de “puxa pra cá” e “puxa pra lá”, eu finalmente conseguir retirar o objeto da água e ver o que que era. Antes mesmo de poder fazer alguma coisa, Thor finalmente conseguia destravar a porta, e Nagisa a empurrava pelo outro lado. Porém, ele gritava algo que eu parecia ter entendido segundos atrás. Misseis, o navio estava cheio de misseis. Eu parava de me mexer e ficava parado com o objeto em minha mão. Eu tinha o mexido tanto, que estava com medo de solta-lo.

- Nagisa, Thor, é melhor sairmos daqui bem rápido. – Eu dizia sem alterar minha voz. Era estranho, só de saber o que eu segurava, eu ficava bastante apreensivo, mesmo depois de chacoalhar o objeto antes de saber o que era sem ter acontecido nada. - Você vão na frente e eu vou logo depois.

Eu precisava esperar que eles saíssem para a parte externa do navio antes de tentar colocar aquele míssil no chão novamente. Não sabia o que poderia acontecer, se eu o soltasse. Assim que desse o tempo deles saírem, eu colocaria o objeto de volta no chão, tentando apoia-lo em algo que o mantivesse imóvel, e depois seguiria o mais rápido que pudesse em direção à saída, tomando cuidado para não mover muito a água.

Tudo parecia ficar mais difícil quando percebíamos o perigo, mas nós conseguiríamos sair dali sem problemas.

Depois que saímos do navio, fomos nadando em direção à nossa embarcação o mais rápido possível. Thor parecia ser um bom nadador também, já que conseguia nos acompanhar bem. Slow nos ajudava a nos mantermos na superfície enquanto eu e Nagisa nadávamos com vontade. Quando estávamos a certa distância do Navio, ele explodiu.

- Ainda bem mesmo. Não sobreviveríamos a isso. – Eu comentava aliviado. - Vamos logo...

Continuamos nadando em direção ao navio, e percebemos que ele já estava na praia da ilha onde estávamos indo anteriormente. Mas havia algo estranho. Saímos da água depois de conseguir passar pelas ondas que se quebravam na praia, e fomos correndo direto para onde nossos companheiros estavam. Bolha estava fora da água em sua maior parte, e todos estavam reunidos ao redor de uma grande mancha roxa em seu corpo.

- O que aconteceu? –

- Bolha foi atingida por um golpe venenoso, mas não temos antídotos para ajuda-la. – Glace dizia em resumo.

- Eu tenho alguns. Aqui. – Eu dizia pegando um frasquinho de antidoto para venenos em geral. - Usem isso, ela deve ficar bem logo.

- Nós quase morremos! – Nagisa começava a contar o que aconteceu. - O navio estava cheio de misseis, e nós não sabíamos. Aí o Allan mandou Dragoon usar um Earthquake e deixou tudo uma bagunça. Quando o homem foi embora, nós vimos os misseis, e saímos antes de explodir. Foi uma loucura! – Ele contava principalmente para Flapjack, já que ele parecia ser o mais interessado.

- Mas Nagisa, me explica o que aconteceu. Por que estava preso naquela escotilha? Encontrou alguma coisa lá? – Eu perguntava curioso. - Eu mesmo só encontrei um cartaz com o rosto do bandido que procuramos, mas ele praticamente se desintegrou quando saímos nadando. Mas acho que posso me lembrar de sua aparência quando vê-lo.

Enquanto conversávamos, Glace aplicava o antidoto no ferimento de Bolha, esperávamos que ela ficasse bem logo. Eu aproveitava para retornar Thor para que ele descansasse um pouco, ele tinha ficado bastante cansado por causa do esforço e da fuga. Slow também era retornado por Nagisa, e agora nos preparávamos para seguir com o plano. Esperaria para ouvir a resposta de Nagisa, e saber se ele tinha encontrado alguma coisa naquela sala. Depois disso, deixaríamos os ovos resgatados juntos de nossos pertences, para que ficassem seguros depois compartilharia um pouco do que descobrimos com a batalha.

- De acordo com o que o homem que encontramos no outro navio disse, parece que aqui é mesmo o lugar certo. Ele também está procurando o nosso alvo, mas não parece acreditar em nós e acha que somos bandidos também. Ou seja, ele pode tentar nos atacar novamente. Glace, você deve ficar atenta, pois ele pode tentar atacar vocês aqui. Com Bolha se recuperando, vão ser alvos fáceis. – Eu preparava uma bolsinha com suprimentos para levar comigo e deixaria minha mochila no navio. Nagisa fazia o mesmo e se juntava a mim. - Capitão, Flapjack, tomem cuidado. E não se preocupem, Glace vai tomar conta de vocês.

- Pode deixar comigo. – Ela dizia confiante. - E tomem cuidado vocês dois.

Em seguida, fazia sinal para Nagisa me seguir e começava a andar a procura de uma trilha que parecesse recentemente usada.

Nagisa explicava sobre sua busca no navio do estranho, e mostrava o mapa que tinha encontrado. Então agora já tínhamos um rosto e uma localização, agora só precisávamos procurar. Depois de começarmos a andar pela praia a procura de uma trilha para adentrar na ilha, acabamos não encontrando nada. Como ali poderia ser a base inimiga, pensei que eles teriam feito uma trilha para facilitar o acesso, mas pensando bem, não seria muito útil fazer um caminho até seu próprio esconderijo.

- Não leve muito ao pé da letra o que o Capitão Falange diz, por mais que algumas coisas acabaram se mostrando verdade. – Eu dizia em resposta ao comentário de Nagisa sobra a ilha. - Mas para chegarmos às montanhas, vamos ter que passar por essa mata, e parece que vai demorar muito contorna-la.

- Então vamos logo. Mas tenho uma ideia para nos ajudar. – Nagisa dizia pegando a esfera de seu Taillow. Ele o liberava e fazia um carinho em sua cabeça. - Olá pequenino. Espero que esteja bem. – Ele dizia sorrindo. - Precisamos de sua ajuda para nos guiar. Voe por cima das árvores e vá no guiando em direção aquelas montanhas rosas. Que quando chegarmos lá, vamos poder lamber se saber se são feitas de doce. – Essa última frase ele dizia com um tom de esperança.

- Tirando a parte de lamber a montanha, precisamos mesmo chegar lá o mais rápido possível. – Eu dizia para tirar aquela ideia de Nagisa. Em seguida, pegava novamente a esfera de Aracne, e a liberava mais uma vez. - Bem vinda de volta. Fique comigo e fique de olho no caminho à frente com seus vários olhinhos. Se vir algo estranho, avise.

Com isso, estávamos preparados para nossa aventura na mata desconhecida. Fui na frente com Aracne em minha cabeça, Nagisa veio logo em seguida, com Taillow voando acima de nós. Nagisa continuava carregando o mapa, enquanto eu seguia observando o terreno junto de Aracne, já que provavelmente poderíamos encontrar armadilhas.