Waiting Game

waiting game

A princípio eu achei que se tratasse de um Pokémon rochoso, escondido meio as árvores e já estava até mesmo pronto para ordenar alguns ataques; estava sedento pra uma batalha, desde a primeira e única que tive contra Wimber, antes de captura-lo em Meteor Falls. Quer dizer, aquilo mal foi uma batalha, Manigold simplesmente arrebentou com o pobre morcego, e a rota seguinte a essa não passou de interação; o que é claro, serviu para conhecer melhor meus próprios monstrinhos, mas não saciava o desejo inato de todo treinador em batalhar.

Depois de um tempo, e notando a não-reação mesmo quando Haunter tentou quebrar aquilo de todas as formas, eu deduzi que se tratava mesmo era de algum item, alguma berry fossilizada com o tempo ou algo parecido, mas fui ainda mais surpreendido com o resultado. Venipede e o fantasma trabalharam juntos, e assim conseguiram tirar o rochedo de dentro do tronco oco, que despedaçou dada a força exercida sobre sua superfície desgastada; não sentia remorso, os intemperes trataram de deixar o arvoredo naquele estado, não era mais um ser vivo, mesmo que tivesse relevância história pra floresta. Quando toquei o objeto em mãos, no entanto, pude notar sua verdadeira natureza.

Não se tratava de uma berry, ou uma pedra qualquer, era uma pedra evolutiva; mais especificamente uma Leaf Stone, usada comumente para evoluir tipos planta... exatamente como o Oddish que carregava na incubadora portátil. Aquilo era perfeito, quando ele chocasse, e eu o transformasse num poderoso Gloom, poderia logo usar a pedra e obter meu belo Vileplume; estava sorridente, mas sabia que não era por aquilo que vim pro meio do matagal, e Wimber fez questão de me relembrar, quando suas orelhas vibraram e ele começou a bater suas asas mais depressa. Guardei a pedra em minha bolsa, junto com o restante de meus itens, e voltei a atenção total ao que poderia estar por perto.

A grama se mexia de forma bastante suspeita, com um pequeno choro ecoando entre os galhos e troncos presentes por toda a extensão de verde, e que agora me rodeava de forma ainda mais estranha; meus olhos e os ouvidos de Zubat se encaminhavam para uma parte específica da grama alta, que mesmo ainda não-tão-específica, era suficiente para me dar um ponto de partida. Foi exatamente para ali que fui, chamando Wimber e Venipede para perto, dessa vez deixando que o mais forte dos venenosos fosse a frente, e segui mata adentro. Aparentemente, era agora que a aventura tomava o rumo legal: a caçada ao Pokémon selvagem.

Oddish 17/40

Eu guardava as berries com cuidado em minha mochila e então pensaria no que fazer agora. Estava pensando em falar pra Luke que eu já estava voltando. Esperava o pequeno Venger terminar de comer e então começava a andar, com um pouco de dificuldade por causa da perna coçando. Ou pelo menos iria começar a andar, mas ao ver Zen parado, como se realmente tivesse encontrado algo. E de fato havia encontrado algo. O Seviper? Hah, claro que não era, seria fácil demais se o meu objetivo aparecesse assim facilmente, quem dera né. Muito pelo contrário, eu encontrei algo que eu não queria encontrar.

O que eu encontrei foi capaz até de me fazer esquecer a coceira da perna. Era algo que fazia minha cabeça borbulhar em um misto de raiva e até mesmo... cansaço? Sério, esse cara... Benny, Sammy, ou seja lá como for o nome dele, de onde diabos ele veio? Acampando? Acho que existe a probabilidade dele ter me seguido de algum jeito. Agora tinha um obstáculo na minha frente, um obstáculo que eu me livrei com a ajuda de Luke. Agora, eu conseguiria me livrar dele de alguma maneira que não consista em explodir aquele cara? Não recorreria a uma batalha, por enquanto, fazia um sinal para Zen se acalmar.

Depois de ouvir toda a conversa fiada de... "Sammy" eu via uma pequena criatura do lado dele, era uma Mawile, conheço a espécie. Bem, claro que ganharia se fossemos ter uma batalha, mas eu estava literalmente correndo contra o tempo, tinha uma vida em jogo e não podia parar por causa de um marmanjo que não suporta um fora de uma garota que estava mais pra "irmãzinha" dele. Respondi com um cinismo não muito convencional, acho que era o meu lado puxado de minha mãe aparecendo.

- Falo meu nome só pra você vazar daqui. Me chamo Kathryne, agora some. Eu tenho literalmente uma vida pra salvar, então não tenho tempo pra você. Pode ir curtir sua rave. - Eu virava as costas pra ele, claro que esperava que ele fosse insistir. Comecei a andar e enquanto andava, eu digitava uma mensagem pra Luke, iria falar que não encontrei nada.

Mensagem escreveu:"Hey Luke, não encontrei nada no caminho que eu fui e não consigo seguir mais em frente. Quando você terminar aí, me encontra na bifurcação."

Ok, se o tal do Sammy insistisse, talvez eu entre em uma batalha, o que talvez dê o tempo de Luke encontrar o tal do Seviper. Consigo me virar sozinha? Sinto que consigo. Queria me virar? Nem um pouco.

---

Caminhos da floresta pela direita...

A agitação naquela parte da rota mal parava após a batalha de Haunter versus o Tronco velho. O resultado daquele embate era uma pedra, que Luke sabia que seria bem importante em um futuro lá para muito distante. Mesmo assim, o foco do menino era outro! O gramado movimentando-se de forma abrupta e o choro abafado e estranho. Que criança se movia tão rápido engatinhando?! Na verdade, não tinha como ser uma criança... Pelo menos, não humana! Luke preparou todos os seus Pokémons, deixando Haunter mais perto. O Pokémon fantasma temeu o “oponente” invisível, afinal, não o via enquanto flutuava sobre a grama alta.

Zubat encostava perto do seu mestre. Embora fosse um Pokémon novo no time, ele tinha sido usado desde o começo daquela rota, tanto com o seu sonar, como também para poder estancar o veneno da perna do menino, de uma forma experiente (embora tinha sido sorte – sim, eu joguei no RNG). Venipede encostava no pé do rapaz, dessa vez, mais uma vez, escondido entre a grama alta... SE aquele choro fosse do Venipede, seria totalmente plausível, embora insetos não chorassem assim, né?

Mas Manigold estava a postos! O Pokémon flutuava para aquela região e encarava o mover da grama que parava, deixando um clima de tensão no ar, o bastante para ser ouvido apenas o som de recebimento de mensagem.... Um choro abafado era ouvido e naquele temor do primeiro ataque, o desconhecido começava! Um vulto saia daquela grama de forma veloz contra o corpo de Manigold! O pokémon fantasma se desfez no ar, permitindo que seu “atacante” passasse pelo seu corpo translúcido, causando também certo desconforto por passar entre dois mundos. Pior foi que ao passar pelo corpo do Haunter, o vulto seguiu para cima de Luke, chocando-se contra o peito do menino (que resistiu) e caindo em seus braços.

Luke sentia aquele peso pequeno no colo. Era liso e agradável de passar a mão, como uma pele super hiper mega hidratada. Logo sentiu o molhado das lágrimas e o choro voltava. Um Pokémon esverdeado agitava-se e tremia. Não era versátil em comunicação Pokémon, mas o mono treinador poderia jurar que aquele Pokémon estava com... Medo! Ao ver o rosto de Luke, ele não temeu, apenas pressionou o seu corpo contra a camisa do menino e continuou chorando, como se fosse um pedido de ajuda...

Caminhos da floresta pela esquerda...

Ter Lenny ali atrapalhando o momento mais calmo daquele dia (mesmo tendo um Seviper para achar) não deixava a situação mais calma. O albino rapaz não desistia de encarar Kathryne com seus olhos, cabeça aos pés. Ah! E como ela estava linda naquele vestido, tendo o plano de fundo um verde envolvente! Aquilo era de se admirar... Lenny não deixaria a menina sair dali sem mais do que um nome, embora agora ele se sentisse mais confiante ao ouvir o nome de ... - Kathryne?! Que nome lindo! – claro que ele tinha que admirar mais.

Embora a monotreinadora não quisesse tempo para ter com Lenny, ela virava as costas e mandava mensagem para Luke. De forma furtiva, o menino conseguia se equilibrar e avançar em uma velocidade interessante, ficando de frente de Kath, que acabava se esbarrando nele enquanto enviava a sua mensagem. A atitude de Lenny não deixou Zen satisfeito, que se não fosse por sua mestra, já tinha estourado o cérebro do seu então rival... Mawile nem se interessou em Alakazam... A Pokémon parecia nutrir de sentimentos a mais pelo seu treinador e para ela a vilã ali era Kathryne.

- Sim, Kath, eu tenho que ser sincero... Não é comum eu me deparar com garotas que me chamem atenção... Quando eu a vi naquela rota com aquele menino estranho, eu logo presumir que fossem amigos e, tipo, sabe... Eu queria te conhecer melhor... Que tal tomar uma cerveja?! – rapaz elevava a mão atrás da sua nuca como em um posição de charme.. .Talvez já tivesse pegado alguma menina com aquele papinho e jeito “sensível”, mas Kath tinha uma missão a cumprir... - Vamos, garanto que você não vai se arrepender! Ninguém nunca se arrependeu...- finalizava com um sorriso de Zé Bezerra (ref.: Zé Bezerra/Flynn Rider – Enrolados, Disney)

waiting game

A situação era bastante tensa, todos nós estávamos ansiosos para ver o que sairia da grama alta, e se teríamos de fato nossa batalha tão esperada; Manigold parecia tão animado quanto eu em esmagar outra criaturinha, mas o medo do incerto também tomava certo espaço em sua feição. Nos aproximávamos pouco a pouco, esperando por um grande monstro que fosse invadir e atacar a todos, mas foi bem o contrário que recebemos.

Por entre o Haunter (literalmente entre, ele deu um salto que passou por dentro do corpo do bicho) pulou um bichinho esverdeado, e que veio correndo para meu colo, por algum motivo; o choro claramente vinha dele, afinal ele não parava até mesmo sobre meus braços, e se agarrava ainda mais a meu tronco. Minha primeira reação foi a de jogar o bicho para longe, mas me contive no segundo seguinte ao ver que se tratava apenas de um bebê Pokémon; em seguida, eu tentei analisar de qual espécie se tratava, abracando ainda mais o monstrinho e tentando acalma-lo.

- Eiii, calma pequeno... o fantasma malvado te assustou, foi? - Questionei, afastando o animal de meu peitoral e trazendo a altura do meu rosto, como um bebê mesmo; tentei analisar suas características para entender de qual Pokémon se tratava, e depois de não conseguir, usei a pokédex apenas para descobrir seu nome. - O que aconteceu pequenino? Você está perdido? - Tentei não bombardear o pobrezinho com perguntas, para não assusta-lo ainda mais. Seja lá o que fosse, não iria abandona-lo aqui, no meio da floresta, sozinho e com medo.

No momento seguinte, meu celular vibrou em meu bolso, e não demorei a checar, segurando o monstrinho com apenas uma mão para olhar ao telefone; era uma mensagem de Kathryne, dizendo que não havia encontrado nada ainda. Suspirei, e tentei digitar de maneira mais correta possível para enviar uma resposta a ela, logo depois voltando a atenção ao bebê em meu colo novamente.

ZAP DA KATH escreveu: Ok, encontrei um Pokémon perdido mas nada de Seviper ainda. Vem por esse caminho que te espero aqui, se quiser, to perto de uma árvores mais velhas, não muito a frente.

Oddish 18/40

É, como eu disse, realmente não esperava que Sammy ou seja lá como ele se chamava fosse embora tão facilmente, a ponto de correr para ficar na minha frente. Ele provavelmente achou que eu estava zoando com a cara dele quando disse que tinha uma vida pra salvar. Mas que seja, esse cara não entendeu que não estou confortável e que não quero ir com ele? Deve ter entendido, só não aceitou esse fato e parece que não aceitaria. Parabéns Sammy, você conseguiu me deixar irritada, é preciso de muito para conseguir isso.

- Eu não estava brincando quando falei que tinha uma vida pra salvar. É sério e eu preciso ser rápida. Agora some daqui e para de dar em cima de uma garota que poderia ser sua irmãzinha. - Fazia um sinal para que Zen apenas fizesse o homem tropeçar usando o Psychic e então tirá-lo do caminho. Talvez eu devesse ter pensado melhor antes de fazer isso, afinal ele tinha um pokémon e eu não estava lá com muito tempo para uma batalha. E com isso, ele poderia querer começar uma batalha.

Mesmo se eu não tivesse que salvar uma vida, eu não cairia na conversa dele tão fácil. "Ninguém nunca se arrependeu". Será? Ninguém nunca se arrependeu mesmo? Não tenho dúvidas de que aquele cara e os amigos dele poderiam me machucar bastante se eu fosse com eles. Eles parecem realmente o tipo de marmanjo que me machucaria e então inventaria um monte de desculpas quando fossem confrontados sobre isso. Isso é se forem confrontados.

Se tem algo de que estou certa, é que não vou com ele. Se ele quiser batalhar, vamos batalhar, eu ganho dele. Mas enquanto isso, eu apenas andava, tentando apertar o passo, mas não conseguindo ser muito rápida por causa da minha alergia na perna. Olhava para trás ocasionalmente e dessa vez eu me coloquei na frente de Zen. Pode vir Sammy, cai dentro. Enquanto andava, respondia a Luke:

Msg escreveu:"Certo, to chegando aí. Talvez eu demore um pouco".

Não queria falar que Sammy estava comigo, não queria preocupar Luke. Conseguia me virar sozinha e também Luke parecia estar ocupado por si só.

---

Caminhos da floresta pela direita...

Luke se continha no susto também. Claro que diante daquele “ataque”, a reação era jogar o vulto para longe. Mas o bebê Budew parecia tão aterrorizado que Luke se prendeu em suas ações. Sim! Um Budew estava chorando este tempo todo, enquanto o guerreiro tentava afagar a alma com suas palavras e tentar fazer com que o Pokémon grass e poison parasse. Em soluções, Budew encarava o humano. Para um Pokémon preferir um humano, pode saber que ele estava bem desesperado, até porque, era um bebê.. As lágrimas escorriam em seu pequeno rosto, como se fosse um orvalho da manhã, enquanto Biudew soluçava e tentava se comunicar... Mas ao tentar muito, aquilo não passou de uma tentativa falha...

Enquanto Luke, Venipede e Zubat davam atenção para o pequeno verde Pokémon, um corpo comprido e esguio passava de dentre duas árvores até aquela mata alta. O corpo de Seviper deslocava-se do fundo da floresta para o meio daquele ambiente sórdido. O sibilo foi ouvido primeiramente por Haunter e depois pela trupe que paparicava o pequeno. Sim, era possível ver a grama abaixar em uma determinada região, como eles tinham visto antes de encontra com Caio Castro (o guri, não o ator). Quando todo mundo olhou, a grama  parava de mexer, embora Luke e os Pokémons soubessem de certo estavam. Budew ficou branco..... E O BOTE VEIO!

UM SEVIPER saia da grama baixa em sua boca aberta contra o corpo de Luke e do que seria seu alimento – no caso, o Budew que desmaiou de medo no colo do mono treinador. Felizmente, antes das presas ferozes do Seviper se chocar contra o peito de Luke, uma barreira esverdeada surgia  na frente, fazendo a ofídia se chocar e cair no solo cheio de mato mais uma vez. Palmas para o medo de Venipede, que mesmo sendo um venenoso, cagou aterrorizado aquele protect de última hora.

Luke observava o famigerado Seviper. Uma serpente longa e roxeada com sinais de outras cores sobre o corpo escamoso. Sua língua bipartida mexia-se de dentro para fora, enquanto em suas duas presas que se sobressaiam da cavidade oral, um pedaço de um jeans rasgado... Se não fosse essa a Seviper que mordeu o garoto, tinha sido uma coincidência miserável... Será que eu faria isso?

Caminhos da floresta pela esquerda...

Enquanto Luke parecia ter problemas maiores para cuidar, Kath parecia ter problemas chatos, machistas e que precisava de uma lição. Embora a mono treinadora fosse insistente em seu pedido de ser levada a sério, Lenny estava pouco se importando com a opinião dela. - Minha vida também precisa ser salva por você, baby girl! – dizia o menino em uma cantada fútil e sem sentido - Irmãzinha?! Quantos anos você tem? Se bem que, quem se importa, deve ter o suficiente...- dizia arqueando ambas as sobrancelhas e emitindo uma mordida de canto de lábio, em uma tentativa frustrante de sedução... Bem, era a gota d’água!

Era a gota d’água pelo menos para Alakazam, que com seu espírito protetor não deixou que o menino andasse mais, pois sentiu o pé preso no chão pelo Psychic do oponente.... Woobat sorria da queda do menino, enquanto Mawile correu até o seu treinador que caiu de cara no chão, sujando-a parcialmente com a terra... Ele cuspia aquele terreno, enquanto encarava Kath em posição de combate, assim como Alakazam. - Ah, então para conquistar seu coração precisa te vencer?! É uma menina muito metida, mesmo, baby girl... - dizia o menino, dessa vez, não tão sedutor quanto antes (como se ele tivesse sido alguma vez). Sua esfera era levantada e assim um raio surgia.

Na frente de Lenny/Sammy, um Pokémon de duas presas surgia. Ele tinha uma aparência mais brutal, com um olhar mais assassino do que a da doce Mawile. Ali, um Pinsir surgia para fazer parceira com a Fairy, que de certo queria dar uma lição na sua rival.  A batalha estava posta!

waiting game

Estava vendo a segunda mensagem de Kath quando tudo aconteceu muito de repente; primeiro a grama começou a se mexer conforme eu digitava a mensagem resposta, e depois uma Seviper simplesmente voou na minha cara, e foi parada incrivelmente por meu Venipede, com seu Protect. Primeiro, eu cai pra trás, e Budew pareceu fazer o mesmo quando simplesmente desmaiou em meu colo; eu sabia que corria o risco de acontecer isso, mas não esperava que fosse de fato acontecer. Fui atacado por uma cobra, e iria tomar o bote se a centopeia não tivesse me protegido.

Passei a mão na roupa, limpando a terra enquanto me levantava e tentava me recompor, apoiando o pequenino em meus braços novamente; agora mais calmo, pude analisar a serpente que me atacara, e não pensava na coincidência que aquilo poderia ser: em seus dentes jazia um pedaço de jeans rasgado, que combinava exatamente com a calça que Caio usava, e que também estava faltando um pedaço. Tinha que ser ela, e automaticamente tudo foi de 0 a 100; os dois Pokémon que vim procurar aqui estavam agora na mesma região que eu, Seviper do lado contrário, e Budew em meu colo. A semente seria mais fácil de convencer a viajar comigo, já parecia bem confortável em meu colo, mas a ofídia seria um problema. Ou melhor, a solução.

Aquela era a batalha que eu queria, e que colocaria Mani a prova mais uma vez; seria um oponente difícil, mas tinha meus meios de derrota-lo. - Vamos fazer isso. Vocês dois se afastem. - A primeira parte da frase foi olhando para meu Haunter, enquanto o final era direcionado a Zubat e Venipede, para que se aproximassem de mim e deixassem o campo livre. - Não se preocupe pequeno, não vamos deixar ela te pegar, ok? - Disse para o Budew, sorrindo e tentando transpassar calma. - Comece com Hypnosis. Se funcionar, continue com Dream Eater; do contrário tente novamente! - Meu comando era uma estratégia básica com Manigold, e que deveria funcionar bem, se a hipnose acertasse. A batalha era importante, e logo eu teria meus dois Pokémon novos comigo.

Oddish 19/40

OFF: Sitrus Berry em Alakazam e Woobat.

"Se bem que, quem se importa, deve ter o suficiente." Essa frase conseguiu me fazer alcançar níveis de raiva que não são de meu costume e me fazia soltar um "Hmpf" bem sonoro. Devo ter o suficiente? Admito que não pareço tão nova assim, na verdade acho que pareço até mais velha que minha idade, mas mesmo assim, essa frase já serviu para mostrar o quão Sammy era mal caráter. Como se eu não soubesse antes. Sigh, espero que Luke esteja tendo uma sorte melhor que a minha.

Agora o tal Sammy mandava mais um pokémon pra fora para acompanhar sua Mawile e bem... ele queria batalhar. No final teria que batalhar pra me livrar desse cara. Esses pokémon dele são certamente perigosos para os meus psychic-types. E o jeito que ele se oferecia para um 2x2 dava a entender que ele era um treinador um tanto experiente, afinal é um formato mais complicado. Abafaria a minha raiva, ela seria completamente inútil nessa situação e só me atrapalharia, tentaria ser mais sensata e analítica o possível. Dava um suspiro e dirigia um comentário para Sammy.

- Certo Sammy, então é batalhar que você quer né? - Consegui olhar para o marmanjo e manter uma expressão completamente neutra. Não precisava me exaltar, meus dois queridos pokémon conseguem dar conta. - Certo, Zen e Venger se preparem. Inclusive é a sua primeira vez né Venger? Você consegue querido. - Abria um sorriso ao interagir e acariciar os meus companheiros, também dava duas das Sitrus Berries que acabei de pegar para eles. Eles conseguem me tirar dessa: - Zen, use o Reflect e então ataque o Pinsir com o Psychic! Venger duplo Double Team. - Se eu sentir que Venger não está dando conta, talvez eu mandasse Meditite a campo? Não sei, a lutadora era tão inexperiente quanto o morcego.

- Mas você realmente não aguenta receber um não, Sammy. - Ainda não sabia se Sammy era realmente o nome dele. Se não fosse, melhor, até ficaria com um pouco de deboche essa fala. Mantinha um sorriso de canto de rosto, mas ainda conseguia abafar bem a minha raiva em toda aquela situação. Confiava em meus pokémon, mas ao mesmo tempo temia aquele Pinsir. O que aconteceria se eu falhar aqui? Eu gritaria? Esquece isso Kathryne, lembre-se, mantenha-se sensata e analítica.

---

Caminhos da floresta pela direita...

Com o Pokémon desfalecido nos braços, Luke chamava  a responsabilidade para si. O Pokémon oponente era astuto, mas não era tão veloz como Manigold, apenas sabia aproveitar os momentos oportunos. Típico de uma serpente como ela! Diante disso, o monotreinador observava todos os seus objetivos bem próximos, ao passo de tocá-los – mas longe disso ele pensaria em tocar um Seviper... A ofídia não era o mais calmo dos pokémons... De certo, estava com fome e por isso tentou atordoar o menino logo atrás e agora tentou devorar o Budew... Sabe-se lá o que o Pokémon tinha feito para fugir...

Haunter assumia a frente, enquanto Wimber e Venipede afastava-se, claro, sempre atento para que o seu mestre fosse protegido. Budew levantava-se do seu desmaio e naquele momento parecia angustiado, como se tudo fosse desmoronar em sua frente, enquanto Seviper batalhava. A primeira fase ocorria pré toca de golpes. Seviper encarava o seu inimigo, enquanto Manigold ficava sério... Pelo menos por alguns segundos, pois o Pokémon logo mostrava a língua e seus olhos saia dos orbes do corpo gasoso, como um desenho de um cartoon, quebrando aquela seriedade do movimento. Seus olhos logo em seguida brilhavam vermelho e assim usava Hypnosis... Pelo menos tentou!

Seviper sumia mais uma vez naquela grama, fazendo todos os Pokémons morderem seus lábios de tensão. A grama alta se mexia com velocidade, mostrando que Seviper estava fazendo tudo, menos dormindo. O Pokémon se moveu de um lado para o outro até que seu corpo saia com mais um bode, dessa vez, bem previsível... Mas enquanto Haunter se achava que o seu oponente fora previsível,  Seviper mostrava a sua astúcia, fazendo um Glare atingir o fantasma sem volta. Uma estática amarelada cobria o corpo de Haunter, ao passo em que o Pokémon arrepiava todo, ainda no ar, enquanto Seviper mergulhava naquele mar verde.

A grama começava a se mexer mais uma vez. Haunter continuava em um tremelique atrás do outro, enquanto Seviper pulava mais uma vez para abocanhar o Pokémon Ghost com seu Bite certeiro. [-18 HP| 47] O golpe de Seviper fora cruel, fazendo Manigold se contorcer no ar. Logo em seguida a serpente mergulhava no bolo, enquanto a estática amarelada fazer com que Haunter ficasse suspenso no ar, sem se mover... Budew se desesperava!


Campo: Floresta densa, com poucos feixes de luz solar ao redor, árvores por todos os lados, grama super alta, dando aos Pokémons que estão nela +1 de Evasion

Caminhos da floresta pela esquerda...

Enquanto isso, Kath esperava que Luke tivesse uma boa sorte. Era irônico, pois o jovem poison trainer estava tendo um azar com os números do RNG. Aquilo era de se esperar por um tempo, mas também a situação da menina não era das mais agradáveis, afinal, aquele Pinsir parecia ser cruel e, não se engane pela verdadeira face de Mawile, aquela Pokémon poderia ser argilosa, ainda mais em uma briga de território...

- Sammy?! - o albino achava graça daquela fala, não deixando passar o sorriso de satisfação... - Quem quis batalhar foi você, me provocando com este cabeçudo ai... agora sofra as consequências. Pinsir, use Focus Energy e em seguida X-Scissor. Mawile, Icy Wind e em seguida Bite. - eram as ordens apontando uma hora para Zen, outra hora para Venger. Poderia significar os respectivos alvos.

A batalha pelo primeiro encontro começava! Não era nada sadio, claro, mas estava ali... no meio da parte mais clara da floresta, os olhos de Alakazam brilhavam branco e uma tela translúcida envolvia a sua parte do campo. Reflect seria uma boa escolha naquele momento de tensão. Quem se movia logo em seguida era Pinsir! O Pokémon concentrava uma aura avermelhada em volta do seu corpo. Aquilo foi só um aquecimento para poder começar atacando com força logo em seguida, fazendo com que Venger se movesse distribuindo vários clones dele pelo campo... Tudo bem, o morcego de Kath queria comer mais Nanab Berries, mas não era hora...

Mawile era a mais graciosa ali. Rodopiava e abria a boca da sua presa soltando de lá um vento azulado e fino, com um brilho até que bonito. Icy Wind abaixava a temperatura da floresta, mas quem sofria mais eram os Pokémons de Kath. Alakazam erguia as colheres perto de sua face enquanto estremecia com o frio [-3 HP| 83], mas era só isso. Venger sentia mais o frio passar por si, deixando as suas asas levemente mais rígidas, assim como as articulações do Psychic inicial de Kathryne. [-16 HP| 36]

Após os cumprimentos iniciais, os golpes vinham. Os olhos de Zen brilhavam tipicamente azulados e logo o corpo de Pinsir era todo envolvido naquela aura azul também. Cada contorno da linha que desenhava o seu corpo parecia agora ser parte de uma energia sobrenatural, que fazia com que o inseto fosse arremessado entre várias árvores, batendo um do lado do outro, fazendo Lenny/Sammy seguir com a cabeça, um pouco assustado... [- 33 HP| 58] Mas logo Pinsir usava uma árvore para pegar impulso e saltava contra o corpo de Zen.

Após o golpe surreal que fora aquele Psychic, um X de energia roxa era formada pela bi-presa do inseto que se chocava diretamente contra o corpo do inicial da mono treinadora, claro, com um pouco de Reflect cobrindo o seu corpo que dissipava 1/3 do dano. Mas o crítico fora cruel! [-50 HP| 33] Embora a batalha tivesse acabado de começar, Alakazam era forçado a consumir mais uma vez a sua berry que tinha acabado de receber [+26 HP| 59] O dano tinha deixado Lenny/Sammy feliz, mas lá ia a sua guerreira de campo, Mawile.

Enquanto a Fairy preparava a sua grande boca para deferir o dano em seu oponente, Venger se mostrava bem mais rápido, criando mais cópias, já que as últimas foram levadas pelo Icy Wind. Double Team elevava ainda mais o número de Pokémons em campo, mas o Bite fora certeiro e o dano veio [-17 HP| 19], fazendo Venger consumir sua fruta também [+13 HP| 32] Embora os danos tenham sido altos, foram altos dos dois lados, pelo menos para cima de Pinsir, deixando um equilíbrio na batalha.

- Achei que o Pokémon era mais forte, mas tá ai a decepção... Pinsir, acabe com ele com X-Scissor e em seguida Double Hit. Mawile, use mais um golpe em área: Icy Wind e em seguida mais um Bite no morcego.



Campo: Floresta bem iluminada, com grama baixa, árvores frutíferas ao fundo e feixes de sol bem espalhadas pelo local.

waiting game

Ok, aquilo era preocupante. Seviper não só conseguiu escapar muito bem do Hypnosis de Haunter, como o paralisou de volta, o inutilizando no turno seguinte e devolvendo uma boa parcela de dano com seu super efetivo Bite enquanto meu Pokémon ficava a fazer nada no ar. Aquilo me deixou com sentimentos múltiplos, eu queria destruir aquela cobra com os ataques de Mani, mas não queria machuca-la ao mesmo tempo, por ter a intenção de captura-la. De qualquer forma, a única coisa que tinha de fazer era continuar a batalha, e proteger o pequeno Budew.

Sobre a batalha, minha estratégia havia falhado terrivelmente, e agora eu tinha de pensar em outra solução para o problema que era a paralisia de Manigold; ele não conseguiria acertar o Hypnosis com tudo contra sua mira, e isso claramente interferia no meu golpe mais potente contra a ofídia, que era o Dream Eater. Ainda assim, meu fantasma era forte, e eu sabia disso; então, se não resolvia coloca-la para dormir, usaria a melhor estratégia de todas: o ataque. - Não se dê por vencido, Manigold. Reaja! Ataque com duplo Shadow Ball! - Vociferei para o venenoso, buscando incentiva-lo a lutar contra a paralisia.

Distante da batalha, em meu colo o pequenino gramíneo acordava, sem que eu tivesse notado antes e assistindo a luta entre os dois poisons; quando notei, virei o rosto dele novamente para mim, com a intenção de mante-lo longe de tamanha violência que acontecia ali. Ele já havia presenciado lutas demais por hoje, e não deixaria que se traumatizasse de tal maneira. - Não precisa assistir, vai só te fazer mal. Tenha em mente que eu Manigold estamos te protegendo, e volte a dormir, pode ser? - Questionei ao monstrinho, o colocando em meu colo de maneira que ele não assistisse a batalha, tratando realmente como um bebê humano; nem eu sabia que era tão bom assim com crianças, mas parecia levar o jeito da coisa.

Oddish 20/40