Pokémon Mythology RPG
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Ato 02 — Vendeta.

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Por mais moroso que o combate fora e do modo que se arrastou, a vitória veio enfim. A última investida do canídeo sobre a anta fora o suficiente para tirá-lo do combate. Os ataques de Drowzee eram variados e poderosos, podendo ser danoso às duas criaturas; por sorte, Nicholas estava com alguns itens de propriedades medicinais para auxiliá-lo naquele momento tão crítico.

moreno resmungara, arqueando um item ainda mais potente no quesito de cura. Quando pensou em utilizá-lo em Drowzee, a hiena agira rapidamente, avançando contra o braço do homem. Tamanha era a fidelidade de Mightyena a Nicholas que o mesmo não esquecera momento algum de atacar aquele asqueroso homem. Seus dentes enfincaram contra a carne do estuprador, impedindo-o; se tentasse desvencilhar-se das presas do canídeo, alanharia ainda mais seu outrora braço são. O medicamento estatelou-se contra o chão, enquanto o psíquico jazia exaurido sobre o chão frio da cidade de Rustboro.

Um sorriso maquiavélico agora estendia-se ainda mais na já vil face do loiro. Seus olhos tomados por toda a ira que acumulara despejavam sobre o estuprador tudo o que havia passado na rota 101 agora. Quiçá, qualquer pessoa comum que vislumbrasse aquela expressão sentiria um incomum arrepio em sua espinha. Era como se o próprio Giratina fizesse de Nico agora o seu avatar, e espelhava o medo através dele. Receoso, Jigglypuff recuou alguns ínfimos passados do ombro do loiro, fitando-o agora com temor infindável. O que diabos aquele garoto que, por mais enigmático que fosse, tornara-se tão sombrio.

— Mas que pena, não é? — desdenhou do homem, achegando-se em passos vagarosos. O soído de seus sapatos ressoava sobre o vazio beco de Rustboro, e aquele cenho vil se tornava mais acentuado a casa passo que se achegava do homem.

Drowzee era a carta na manga daquele malfeitor, e Nicholas soubera como lidar com ele muito bem. Sentia-se orgulhoso por tais feitos: salvar aquela garota do mais nojento crime possível — quiçá, a mulher de madeixas cor de cobre o considerava um vilão no fim do das contas — e vencer a anta, muito bem treinada pelo homem. Nico pressentia que estava mais próximo do que nunca de sua vingança; ora, por mais que tivesse inúmeras desvantagens contra os Rockets, era notório o amadurecimento de seus pokémons naquele momento.

Os segundos apareciam até mesmo horas até Nico chegar à full restore. Sua mente, já nublada por todo aquele ar lúgubre, começava a maquinar no que fazer naquele homem. Possivelmente já corrompido, pensava que acabar com aquele homem não seria maldade de todo, afinal, aquela garota poderia não ser a sua primeira vítima; imagine quantas pessoas foram violadas por aquele toque tão porco e perverso, tal como os inúmeros traumas que foram causados aos demais. Era uma questão de justiça acabar com ele.

— Ah, ainda me deixou um presentinho? — elevou o medicamento na altura dos olhos, analisando-o de modo irônico. — Muitíssimo obrigado.

Seu sádico sorriso agora se estendia ainda mais. Ergueu a sua perna, pouco a pouco, simultâneo ao arquear o seu tronco para trás. Abruptamente, alavancou seu membro inferior direito com o máximo de força que pudera reunir na direção do pênis do homem. Como ele poderia desviar, já que as presas de Mightyena impediam qualquer tentativa de movimento? A intenção de Nico era machucá-lo de fato, tentando passar uma ideia medíocre do que o mesmo fizera com tantas outras garotas.

Assim que retornou sua perna para o estado original, uma risada abafada em sua alma emergiu. Era baixa, mas paradoxalmente alta e tenebrosa. Audível apenas para as criaturas ali conscientes, ficava cada vez mais nítido de que a aparência macabra de Nicholas estava prestes a consumi-lo. Fora engatilhada ao ver a garota abafando seu bramido de agonia, lembrando-se de Emma sendo levada, com um grande auxílio do que aquele cuzão havia feito.

Quando cerrou seu punho direito para desferir mais um golpe, agora contra o rosto do homem, Jigglypuff abraçava-se contra as madeixas douradas de Nicholas. Era perceptível que as lágrimas que começara a derramar era tal uma melodia de saudade: sentira falta daquele loiro que conhecera na rota 101. De fato, Nico estava irreconhecível diante daquelas atitudes.

Atônito, volveu seu pescoço na direção da fada. A mesma balançava a sua cabeça enquanto tentava dizer algo em seu idioma ininteligível para humanos. Seu semblante triste engatilhava agora as mais ternas lembranças que tinha da treinadora.

Regressando àquele pátio enevoado que o âmago de Nicholas estava acorrentado, uma figura fantástica e cintilante surgia no meio daquela escuridão. Era loiro, alva, e uma bandana vermelha flamulava como se o vento sibilasse naquele recinto: era a figura feérica de Emma. Com um brusco abrir de braços, dissipou todas aquelas sombras que cercavam o intrínseco de Nico, envolvendo-o em um afável abraço.

— Eu disse que ia te proteger, não disse, emburradinho? — seus calorosos e róseos lábios encostavam sobre as bochechas do treinador. O corpo da garota se projetou para trás, piscando para o mesmo. — Isso não vai acontecer de novo.

Respirou fundo, catatônico. Era como se sua consciência viajasse para outros planos de existência e caísse contra ele naquele exato momento. Arfava, olhando para Jigglypuff, como se estivesse arrependido de tudo o que dissera e fizera.

— Isso não vai acontecer de novo. Eu prometo — fitou os orbes cerúleos da rechonchuda fada, agora mais aliviada: finalmente, o real Nicholas voltava. O loiro, por sua vez, volvia seu tronco na direção do homem; seus olhos eram, agora, os inexpressivos, como de costume. — Estou procurando três Rockets. Um deles é um ruivo, alto e velho. Onde é que eles estão?

Lançava as questões ao homem. Seu tom de voz era agora calmo e não expressava sentimento algum, além de, apenas com seu olhar, buscar analisar o semblante daquele homem, tal como as palavras que diria a seguir.

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Quarta, 01h35min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  


Aquele beco parecia mudar de rumo. Enquanto a garota que tinha sido agredida era a vítima ali há pouco tempo, agora era o agressor que se tornava vítima. Preso pela mordida de Mightyena, o homem tremia e até algumas lágrimas de dor escorria em sua face, enquanto Nico estava desdenhando daquele momento. - Ora, seu... Arg- tentava deter ou descontar o desdenho de Nico, mas Mightyena apertava ainda mais o braço, fazendo-o parar... Enquanto o Full restore era usado no corpo da hiena, o menino demonstrava uma personalidade terrível... Isso, até, quando Jigglypuff intervir com seu choro...

Nico reagia ao pedido de Jigglypuff, que naquele momento, reagia como se Emma estivesse ali. Não era pouco que os pokémons pegavam alguns traços de personalidade dos seus treinadores. O menino logo conseguia se segurar... Sua face demoníaca evoluía e regredia naquele beco, enquanto o questionamento era feito... Claro, o moreno se viu surpreso. Seus cabelos longos eram jogados para trás em um movimento de cabeça. Um sorriso sádico disfarçava a dor que sentia e agora ele olhava no fundo dos olhos de Nico.

- Olha, seu merdinha, se quisesse uma indicação para entrar para os rockets eu mesmo te dava, não precisava disso... ARGH!- mais uma vez Mightyena apertava o braço, na altura do pulso dele, fazendo com que o ar do moreno parasse. Ele tinha se confundido, achando que Nico queria uma indicação para ser rocket, que só viria de outro rocket, o que significava, que além de estuprador, ele era um criminoso... - Dá para pedir este demônio para me soltar?! – dizia, enquanto Mightyena permanecia inteiramente bem depois do item medicinal.




Progresso da Rota - Nico :

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Imprevisível era a palavra que melhor descrevia o cenário. Nicholas tornava a si no momento em que as memórias de Emma invadiram seu intrínseco, fazendo-o ser quem realmente era. Seu conflito interno havia cessado, ao menos momentaneamente. O lado oculto de Nico era um paradoxo: ao ver qualquer tipo de injustiça, seu furor torna-se um sadismo inexplicável, como uma indomável fera que injeta sua peçonha e assiste o outro morrer lentamente. Por mais que seu emocional organizara seus sentidos naquele instante, ainda sentia raiva.

Haviam raptado aquela garota que significara muito para ele. Possivelmente, nem mesmo um monge, com todo o seu treinamento e experiência de vida seria capaz de conter suas emoções coléricas naquela situação. Fora uma situação excepcional, onde os cachorros do âmago outrora escuso do loiro mostraram suas afiadas presas.

Aquele chute no homem fora o suficiente para satisfazer seu ego.

Divagava sofre todas as suas frases e ações enquanto estivera fora de si. Seria prudente manter aquela personalidade oculta para todos, principalmente a Emma; o que ela pensaria ao ver aquilo? Será que ela ainda seria capaz de amar o loiro sabendo que agia daquela maneira quando a vingança já lhe era tão calorosa. Era um labirinto, e Nico sequer tinha noção de onde estava.

Enquanto o homem de madeixas enegrecidas grunhia de dor, o treinador tomou a carta da garota e mãos. Seus olhos ziguezaguearam por aquele pedaço de papel, até chegar na parte em que Emma dizia que o amava. Aquelas palavras poderiam ser o suficiente para manter aquele lado sombrio trancafiado por muito mais tempo com o auxílio de Jigglypuff.

Ao menos, era o que esperava.

Enquanto relia a carta, as palavras do homem entraram no ouvido de Nicholas como uma lâmina perfurando o órgão de alguém. Recomendação para entrar nos Rockets? O loiro não era trouxa e nem nada. Era natal de Kanto, e o dono do pokémarket em que trabalhara era um homem experiente, tendo algum conhecimento mínimo acerca da organização criminosa. Para manterem-se no sigilo e operarem no submundo do crime, era possível fazer parte deles apenas se alguém de dentro indicasse. O moreno, em meio a provocações, dizia que poderia indicá-lo para aquela instituição criminalizada.

As palavras seguinte sequer foram processadas pelos tímpanos do loiro. Seu sangue fervera, quase na temperatura capaz de fundir ouro. Seus punhos cerravam-se abruptamente, pressionando a palma das mãos com força tamanha. Abaixou seu rosto vazio e encarou o chão, fechando seus olhos momentaneamente no processo.

Como um filme, todas aquelas cenas da rota 101 tornaram a lhe atordoar. Desde a primeira vez em que se viram até aquele fatídico encontro, onde duas estrelas se desencontravam. Como outrora, o sentimento de culpa preenchia a frágil alma de Nicholas, martirizando-o por ser fraco a ponto de não proteger alguém que lhe era tão terno.

Pobre alma — ambas.

Em ímpeto, Nico lançou-se contra o homem deitado no chão. Pressionou o pescoço do homem com seu antebraço esquerdo, enquanto com os punhos ainda cerrados, ergueu sua mão direita. Em um movimento de diagonal, buscava atingir com força a fronte do moreno. Mal deu tempo de seus punhos descansarem, que já recuou aquele mesmo braço e projetou seu membro ocluso mais uma vez contra aquele homem. Tentou tomá-lo pela gola, balançando-o algumas vezes no processo.

Estava com o seu furor tornando após um ínfimo descanso. Fora um turbilhão emocional aquelas frases ditas pelo estuprador, pois suas divagações começaram a se tornar rotineiras.

— Onde é que ela está, seu filho da puta? Onde ela está?! Cadê a Emma?! — enquanto chacoalhava-o, rangia seus dentes em raiva. Parecia mais dosada do que aquele ódio recente; e que esse outro “Nico” mantenha-se longe dele ainda por muito tempo.

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Quarta, 01h35min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  



Nico tentava ao máximo controlar a sua personalidade demoníaca, que agira sob a égide da justiça. Cartas, lembranças, qualquer coisa era evocada naquele momento de noite escura e fria para que a sua personalidade agressiva fosse contida... Jigglypuff fazia parte do seu trabalho, enquanto, o loiro se perdia em tudo... Ok, estava dando certo, se não fosse o coração do menino não notar que além de estuprador, o homem ali no chão era Rocket também! Claro, tinha que ser! Não que todos os rockets fossem estupradores... Acho que tinha uma grande diferença de ser um criminoso e um estuprador, mas sempre a organização filtrava os piores dos piores, mesmo que sem querer.

Os chutes e socos eram deferidos no homem caído. Mightyena forçava ainda mais os seus dentes no pulso do homem, que agora deitado no chão, usava o outro braço, já ferido, para tentar se defender. O que doeria mais? Um braço já destroçado sendo atingido por um golpe ou um local previamente saudável sendo agredido? Parecia uma escolha difícil a se fazer... Em seu furor de energia macabra, Nico castigava o menino ali no chão com golpes e mais golpes, enquanto Jigglypuff assistia o moreno sofrer o espancamento... Claro que Nicholas era magros e sem grande composição muscular... Mas também tinha os seus 17 anos, altura, osso pesava também, né? Aquilo tudo fazia a agressão ter o potencial de se tornar mortal!

Enquanto os golpes vinham, com questionamentos do paradeiro de sua amiga, o rocket apenas tremia de dor, enquanto gemia e tentava dizer que não conhecia nenhuma Emma... Claro que ele nunca soubera os nomes de todas as suas vítimas, afinal, pouco se engana quem julgasse que fosse a primeira vítima dele naquele corredor. O rocket parecia convicto de que nenhuma fosse Emma... Mas quem disse que isso pararia Nico?

O menino continuava em sua ira, enquanto sentiu um peso em sua perna. Era Jigglypuff! O Pokémon balão, caindo em lágrimas, gritava em sua própria língua enquanto abraçava o membro inferior do garoto. Queria que ele parasse. Mesmo no mundo Pokémon, regido de batalhas, aqueles tipos de condutas estavam longe de serem promissores ou fáceis de assistir... O Pokémon, naquele momento, faria o papel em que Emma quisesse que ela fizesse... Todo aquele choro não só molhava a calça do rapaz, como revelava para o Pokémon balão que Nico de fato era... Nunca mais Jigglypuff olharia para Nico da mesma forma, embora fosse ele a sua única esperança de recuperar sua treinadora...



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Um abraço com forças menores pressionava o membro inferior era capaz de parar o garoto naquele seu momento de ira. Não só o crime que aquele homem cometera, como a revelação de fazer parte da organização criminosa que agora assombrava todas as memórias do loiro engatilhavam todos os sentimentos negativos outrora reprimidos em seu intrínseco. Culpa, ódio e aquela maldita sensação de incapacidade.

Pobre Nicholas: não era vítima apenas dos rockets, como também de si mesmo.

Sentira a sua calça umedecer simultâneo ao som lamurioso do choro da fada. Nico largou o bandido enquanto fitava Jigglypuff. Seu cenho demonstrava raiva alguma, muito pelo contrário: confusão e tristeza. Era difícil dizer se a criatura entendia aquele frágil ego, que sempre se poupou ao máximo daquelas situações e sucumbira diante do primeiro obstáculo. Perder a garota que lhe conquistara a confiança para bandidos assombrava a mente de Nicholas, deixando-o em um estado de confusão nunca dantes visto. Suas janelas já maltratadas por todas as suas memórias encaravam a rechonchuda, com semblante de provável arrependimento por ter se entregue ao furor tão facilmente.

Suas mãos agora coloridas com um leve tom rubro graças aos golpes desferidos contra o Rocket foram na direção de seus olhos anis. Uma lágrima ameaçou transbordar, como um urro de dor daquela alma já tão atormentada. Nem mesmo um pokémon com alguma habilidade sobrenatural conseguia decifrar aquele bramido tão melancólico materializado na forma de uma gotícula de água que pendeu a sair do corpo esguio — embora atlético — de Nicholas, contudo interrompido por suas lesadas mãos. Lentamente, seus membros suavemente carmins foram até o monstrinho do tipo normal, erguendo-o até a altura de seus olhos.

— Ela faz mais falta do que você pensa, Jigglypuff — exprimiu, com sua voz fraca, audível apenas para a fada. — Não era para ela estar lá, e sim eu. Foi tudo culpa minha. Me desculpe.

Envolveu-a em um abraço sorumbático. Pressionava Jigglypuff contra seu peito, como o maior tesouro que qualquer pessoa protegeria. Era como se a fada fosse uma projeção da personalidade de Emma. Aquela barreira tão concreta que fora quebrada com maestria pela treinadora, e de repente, fora tomada de seus braços. Sabe-se se era possível Nicholas tornar ao seu estado normal.

Levantou-se então. Mais uma vez, tornou a fitar o rosto agora machucado do bandido com desdém, porém, seus orbes passavam um ar determinado. Por mais que a adrenalina corria por suas veias e seus extintos mais animalescos tendiam a mandar Nicholas terminar com aquele ser tão asqueroso, resolveu não dar ouvidos aos mesmos. Andou mais um pouco até achegar-se daquele corpo já quase moribundo. Com um sinal de mão, pediu para Mightyena soltar de seu braço, mas continuar alerta: em caso de ataque surpresa ou tentativa de fuga, o canídeo agiria.

— Vou tentar ser mais claro dessa vez — agachou-se, tentando transmitir mais eutimia em sua voz. — Estou em busca de um trio de Rockets, comandados por um ruivo, alto e velho. Eles raptaram uma garota loira na rota 101. Onde é o esconderijo deles?

Quiçá, o malfeitor já fora capaz de entender do que o loiro era capaz de fazer. Acreditava que se não falasse por bem, o faria por medo diante das faces diabólicas que Nicholas mostrara até ali. Seus orbes cerúleos não desviavam da silhueta lesada do Rocket, por mais que os demais sentidos do loiro estivessem alerta ao redor. Tinha também seu canídeo e Jigglypuff para ajudá-lo em caso de qualquer aparição repentina.

Isto é: se Jigglypuff realmente entendesse o embate que acontecia no interior de Nicholas.

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Quarta, 01h35min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  


Aquele parecia ser o beco mais INTENSO de Rutsboro. Nico era pego pelo abraçar e soluçar da fada. A Pokémon trazia consigo ainda uma aura de sua mestra, que era gentil, doce, tinha compaixão... Nico logo se desmontava, lembrando-se do porquê de estar ali... Enquanto abraçava Jigglypuff, ouvia o gemido de dor do homem no chão. Estava fraco demais, depois de seguidos golpes que recebera. Mightyena só soltara o seu braço quando o treinador mandou. A abordagem seria diferente... Bem, não era porque ele era rocket, que ele sabia onde os outros rockets estavam, não é, mesmo? Aparentemente não passava de Grunt recém admitido...

- E-eeu...- a voz fraca se perdia no meio do beco. Estava deitado de costas ao chão, enquanto seu nariz sangrava e em sua boca acumulava sangue com saliva, tendo que virar de lado para deixar escorrer. Ele ficava de costas para o menino, enquanto apoiava o cotovelo no chão para tentar levantar, ao menos, ficar sentado. Ambos os pulsos sangrentos. O corpo começava a requerer o sangue perdido pelo Dark. O homem parecia tenebroso diante da opção que recebera... Informações!

Ele poderia mentir, afinal, como saber se fosse verdade... mas não... Agora, o medo era dele... Nicholas não era um cara que intimidaria ninguém. Seu corpo magro e fronte de menino de família era muito meigo. Mas aquele grunt percebia que debaixo daquela casca oca, um demônio dormia. Ele não iria se arriscar de novo... - E-eu.. Eu não sei...- a primeira resposta não trazia uma boa reação em Mightyena. A hiena rangeu os dentes em ameaças. Embora de costas, Nico percebia o arrepio na espinha do homem, que temeu pela sua vida por conta disso, e tirou forças de onde não tinha para concluir a sua fala:

- Não há esconderijos oficiais em Rutsboro... Cada rocket vive como pode... Não é uma organização que presa em equipar tanto os seus integrantes, mas eles dão equipamento de disfarce... Se eles estão em Rutsboro, de certo, estão em algum prédio abandonado no sul da cidade... - tossia mais uma vez, enquanto a baba com o sangue escorria em sua fronte. - Tem uns meninos de rua na parte sul... Eles sabem de tudo o que acontecem nas ruas... São batedores de carteira nas horas vagas e informantes dos rockets, polícia e rangers... De quem pagar mais... Eles podem ter visto algo diferente... Eu não tenho nada a ver com isso... - concluía na tentativa de impedir a punição do menino. - Já tenho pecados demais para acumular dos outros...

De algum jeito, Nico entendia o temor do homem de encontrar alguém mais preparado do que ele. Ele tremia pela dor que sentia. Agora, o menino tinha apenas uma pista! Uma única pista... Ala sul, prédios abandonados, informações com pivetes de rua (que deveriam estar dormindo a essa hora, né?). Era melhor do que fazer Mightyena farejar uma metrópole inteira...



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De fato, o loiro não se importava com o estado de saúde daquele homem após receber diversos golpes em sua face. Mesmo são, entendia que um estuprador deveria receber as devidas punições: terrena e divina. Por mais que Jiggluypuff estava em seus braços, sendo envolvida por todo aquele emaranhado de sentimentos de Nicholas apenas em sentir o calor que emanava do mesmo, o garoto não recuava em suas decisões um instante sequer. Achava justo, no fim das contas.

Acompanhou com seus ouvidos alertas o rocket erguendo-se, ficando de costas para o treinador. Morosamente, projetou seu corpo para ficar sentado, sentindo os efeitos colaterais não apenas dos ataques de Nico, como também das mordidas do canídeo. Era notório aquela sensação horripilante percorrendo suas espinhas, por estar face a face com alguém que, mesmo não aparentava, era portadora de uma personalidade demoníaca outrora oculta, precisando de um mínimo incentivo para que viesse à tona.

Por mais que a fada parecia temer aquela face recôndida que Nico mostrara, serviu, em contrapartida, para que o bandido o temesse, a ponto de não levantar um único dedo contra o loiro.

O medo era notório em sua voz. Balbuciava, tentando cuspir aquela mescla de saliva com o líquido carmim que esbanjava depois de ser vítima de tantos socos de Nicholas, buscando forças para conseguir formar uma única frase: de que não sabia de nada. De imediato, Mightyena rangera os seus dentes, em um claro tom de ameaça. A personalidade da hiena era, de fato, aprazível e calorosa; contudo, era leal a Nico que seguia até mesmo suas oscilações de personalidade, fazendo o necessário para que não o desapontasse — podemos colocar na conta também que estava diante de um estuprador, o pior dos bandidos.

Recompôs-se, tornando a falar com mais clareza tudo o que lhe fora indagado. Ainda de costas, Nicholas semicerrou seus olhos, concentrando toda a sua audição na fala seguinte do homem. Nico já esperava de que eles não tivessem uma base de operação oficial, afinal de contas, caso existisse, sua missão de resgatar Emma se tornaria praticamente impossível. Sempre ouvira alguns rumores sobre uma base Rocket em Celadon, em sua terra natal. O loiro nunca quis realmente averiguar, já que vivia muito longe de lá e saber sobre aquela maldita organização não lhe apetecia. Enquanto em Kanto, focava apenas em conseguir alguma renda extra para ajudar nas contas de casa.

A pista a seguir já era mais interessante. Ao sul da cidade, existiam prédios abandonados que era possível onde estivessem. Garotos de rua trabalhavam como informantes para quem quer que fosse, desde que pagasse melhor. O Rocket moribundo tornava a declarar de que não sabia de nada, e a julgar pelo medo que o próprio loiro notou, era potencialmente verdade. Parecia até mesmo que o bandido lhe clamava misericórdia, exprimindo de que já tinha muitos pecados na conta.

Por dentro, Nicholas pensou em realmente terminar o serviço. Partindo do pressuposto de que quem estupra uma garota, já estuprou outras, o loiro julgava de que apenas deixá-lo à sorte ali ainda era misericórdia, sendo necessário arrancar todo o seu fôlego de vida. Sua personalidade sombria ainda dava alguns espasmos diante daqueles pensamentos; Nico cerrava seus punhos, reunindo forças — físicas e mentais — para que mantivesse o controle diante daquela situação melindrosa.

Colocou a fada sobre seus ombros, recolhendo Nincada para a sua esfera bicolor por meio do feixe de luz vermelho-sangue. Guardou-a em seguida.

Arqueou sua mochila para frente, abrindo o bolso maior. Vasculhou alguns itens, achando uma garrafa de água que estava parcialmente cheia e algumas bandagens. Sem dizer nada, encarou a silhueta do caído Rocket à sua frente, tornando a segurar sua cólera. Respirou fundo, arremessando o recipiente com o líquido transparente e os instrumentos para primeiros socorros ao lado da silhueta do homem.

— Então, leve-me até lá e negocie com esses moleques — disse, com sua voz sendo tão fria quanto o sibilo do vento naquela madrugada em Rustboro. — Você vai na minha frente apenas por garantia. Já viu o que sou capaz de fazer, então acredito que tentar me trair não seja lá a melhor opção, não é? Eu deixo você ir embora ileso caso fale com aqueles garotos e me dê a localização desses homens, mas saiba que é por um capricho meu. Caso não consiga, você vai ser entregue para a polícia, ou muito pior: vai ter que lidar comigo. Entendeu?

Não era um convite, e sim uma intimação mediante ameaças. Nicholas não contaria de que o homem teria audácia o suficiente para desafiá-lo uma segunda vez, levando em conta até mesmo o medo daquele homem que era tamanho, a ponto de chegar até mesmo aos sentidos do loiro. O treinador não conhecia muito da cidade, ao contrário do Rocket, que parecia ter noção de onde se movimentar, e de como se portar diante de informantes — mesmo que involuntariamente — do mundo do crime.

Por mais ousada que fosse a decisão de Nicholas, ele estaria pronto para agir em caso de qualquer imprevisto. Justamente por isso que Mightyena vigiaria o homem.

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Quarta, 01h35min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  


As informações ainda eram poucas para Nico, embora começava a se construir um caça aos tesouros naquela região. Bem, o tesouro maior era Emma. O menino sabia que poderia ser mentira ou que precisasse do homem em sua frente para poder direcioná-lo. O item caia ao lado rocket, fazendo-o olhar de forma rápida e espantado. Um leve olhar para trás era feito pelo estuprador para encarar Nico em sua artimanha. - Você é insano?!- o homem logo se pós a gritar naquele beco, em uma coragem resgatada sabe-se de lá onde veio.

Mightyena não toleraria aquele comportamento. Quando ameaçou avançar sobre ele, o homem logo catou a garrafa e as ataduras e se arrastou para trás, chocando suas costas contra a parede. Os seus estavam ainda caídos ali, enquanto ele olhava de forma esperançosa para Drowzee. O pokémon nem se movia.

- É madrugada. Quem você acha que encontrará lá? O nome “menino de rua” não quer dizer que eles dormem nas ruas... Eles têm onde ficar para dormir... Durante o dia eles ficam lá, batendo carteira. Às vezes batendo carteira. Além do mais, Rutsboro é uma metrópole. Demoraríamos umas 3 horas até lá se fomos caminhando, afinal, nem ônibus passa por agora. - e isso talvez fosse verdade, tanto que o ônibus que Nico pegou desviou de seu caminho para não deixar um menino treinador nas ruas sozinho.

Agora o Rocket pegava a água e lançava nas feridas feitas pelo cachorro. Estavam bem feias e ardia ao toque do líquido, que nem estava tão gélido assim. Uma face de dor era vista, enquanto ele derrubava a garrafa no chão. A perda do tônus muscular era notória. - Eu já disse o que eu sabia... deixe ir.- o pedido era feito com um toque de melancolia. Quem olhasse de longe realmente veria Nico como vilão e aquele cara como vítima.

Enfim, luzes vermelhas e azuis eram vistas, como se tivesse longe, mas sua intensidade conseguia fazer com que a atenção do moreno no chão fosse chamada. O olhar de esperança dele vinha agora da... Polícia?! Bem ele não estava totalmente errado, afinal, se os policiais encontrassem aquela cena, acreditaria que Nico estivesse fazendo um bem? Ok, pela lei talvez aquilo fosse criminoso e o levasse para a prisão, enquanto Emma era detida como refém, sabe-se lá para quê? Possivelmente, para que eles conseguissem dinheiro no sequestro dela...


Progresso da Rota - Nico :

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Nicholas já não se importava tanto se o homem gritava ou tentasse demonstrar qualquer tipo de resistência. Quisesse ou não, já estava preso emocionalmente — de maneira negativa — ao loiro, possivelmente por aquele lado negro mostrado outrora. Viera outra explicação a seguir, sobre como aqueles garotos agiam naquele canto da metrópole de Hoenn. Nico queria usá-lo para conseguir as informações e então partir em resgate, contudo, não disfarçava sua face decepcionada para com a resposta do Rocket.

Seu pedido, apesar de sorumbático, não fazia efeito nenhum para a mente de Nicholas. Para o treinador, ele não passava de um merda que, na primeira oportunidade, estaria fazendo outra vítima de suas mãos e intenções imundas. O tom melancólico da voz do Rocket apenas provocavam aversão aparente na face do loiro, que calcorreava em sua direção em passos vagarosos. Era possível ouvir o ressoar dos passos do garoto naquele estreito beco.

Aproximou-se do bandido, agachando-se para manter seus olhos inexpressivos diante da face do malfeitor. Mightyena, sempre alerta, o acompanhava em cada passo, enquanto a fada sempre jazia em seu ombro.

— Você é um estuprador de merda. A morte ainda é muito pouco pra você — seu tom de voz parecera mais ríspido e mais sério que o comum.

Antes que pensasse em exprimir qualquer outra coisa, uma luz tricolor, ao longe, iluminava parcialmente a penumbra do beco. Tornou seu pescoço na direção daquela mescla de luzes, indicando que uma ronda policial monitorava as desertas ruas de Rustboro. Nico não escondera a sua visível cólera, já que os agentes escolheram percorrer aquele pavimento justo naquela hora que estava tão perto de ter um rumo.

Era hora de, quiçá, tirar algum proveito daquela situação. Tentaria utilizar de sua costumeira astúcia, já que o Rocket não fora tão claro o suficiente, e até mesmo decepcionante. Sim, suas informações eram importantes, todavia, era o suficiente para mais indagações surgirem para Nico: queria uma resposta, objetiva, que sanasse todas as suas dúvidas, aclarasse o caminho para onde Emma estava confinada.

Arqueou o seu corpo para cima, com seu tronco já direcionada na direção da saída do beco, indo de encontro com a polícia. Deu dois passos antes de volver seu pescoço para trás em noventa graus.

— Só vou deixar você embora porque se não vou me encrencar também, e por um capricho meu. Quero que desse dia antes de atacar qualquer garota. Se nos encontrarmos da próxima vez, irei terminar o que apenas comecei hoje — seu tom de voz era sombrio e empedernido. Tornou a andar na direção que seu corpo já estava projetado. — Agora, vá.

Sua caminhada na direção da viatura era como um divisor de águas. Aos poucos, Nicholas parecia equilibrar seu âmago, buscando reunir os dois opostos de sua personalidade. Claro, a figura de Jigglypuff ao seu lado era fator importante para que não perdesse o controle — ao menos naquele momento. Por mais sério que fosse, em outro momento, seria difícil dizer se Nico teria o sangue frio para agir em uma situação tão melindrosa quanto essa atual. Sua personalidade analítica parecia encontrar um plateau ao emaranhar-se com seu lado nunca desperto.

A racionalidade deve sempre tender ao equilíbrio, e essa capacidade o loiro sempre admirou. Viu, em momentos tão ínfimos, esfacelar-se diante do ódio que sentira naquele momento. Nicholas ainda era muito previsível para saber se continuaria assim até encontrar a garota ou, quiçá, o restante de sua vida; o que sabia era que aquela experiência era um marco zero para um novo homem sair daquele beco.

Já fora do beco, era a hora de tornar a atuar.

Com seu canídeo ao seu lado e a rechonchuda em seu ombro esquerdo, sinalizou para os dois que dançassem conforme a música que ele tocaria. De imediato, levou sua mão destra na direção da testa, semicerrando seus olhos até que sua retina adaptasse seu cristalino para aquela frequência de três cores lançadas pelo carro da polícia. Em poucos segundos, já familiarizado com aquele cintilo, começou a balançar o mesmo membro que outrora usou como anteparo para as suas vistas, acompanhado de um inocente sorriso.

— Poderiam me ajudar, por favor? — pedia, buscando passar inocência em sua voz para que fosse possível cooperar com os policiais, seja lá o que acontecesse.

Torcia, apenas, para que naquele intervalo de tempo de sua caminhada até as ruas, o Rocket fugisse. Pensava que o medo que causara nele seria o suficiente ao ponto de o estuprador nunca mais querer ver uma única silhueta com madeixas douradas. Ademais, se ele ficasse, iria direto para a cadeia, ou o acusaria de agressão.

Independente se a garota de outrora houvesse chamado a polícia ou fosse apenas uma ronda rotineira, Nicholas estaria disposto a colaborar para que atingisse seu atual objetivo: chegar ao sul da cidade rapidamente.

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Quarta, 01h35min - Rutsboro City
"Lua crescente, poucas nuvens no céu. 19ºC"  


O rocket no fim do beco estava ainda temendo por sua morte, até a permissão de Nico sair para que ele fosse. Talvez o homem profanasse xingamentos inimagináveis enquanto observava o menino sair dali, mas o certo é que ele titubeou com aquelas ataduras mal colocadas, mas que estancaria o sangue até ele chegar ao hospital mais próximo. Os passos do garoto forasteiro ecoavam nas ruas de Rutsboro vazias. O centro da cidade era uma verdadeira cidade fantasma. O menino cada vez mais ouvia os passos do outro mais velho se distanciando, ora correndo, ora esbarrando em coisas. Mightyena ignorava aquilo.

Nicholas ia direto ao carro policial, que passava pelas ruas bem lentamente. Era mais uma noite fria e calma para os policiais da cidade, até ver um jovem de 17 anos com dois Pokémons no meio da rua. Era suspeito? Era! Era necessário abordar? Na verdade, não, porque Nicholas que abordava o carro dos policiais, que paravam ali.

Eram uma dupla. Um homem negro alto e forte, bem boa pinta, dirigia o veículo, enquanto estava fardado com o uniforme azulado e sua boina. Ele arqueava a sobrancelha ao menino quando parava próximo de Nico. Seus lábios grossos iam ensaiar a abordagem, mas seu parceiro, um loiro de olhos escuros e cabelos lisos longos tentava controlar seu agitado Growlithe que respirava ofegante dentro do veículo e parecia interessado em interagir com Nico e Mightyena. Após o loiro policial conseguir conter o seu Pokémon, o negro sério questionava:

- O que está fazendo nas ruas a essa hora, garoto?! É perigoso, você pode ser assaltado ou atacado.- pobre policial inocente, mal sabia ele que o perigo ali era o psicopata do Nico.


Progresso da Rota - Nico :

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