Pokémon Mythology RPG
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Ato 02 — Vendeta.

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Ao pisar no primeiro patamar da escada do ônibus e reconhecer a figura no volante, o louro ergueu a sobrancelha em surpresa. Por ironia do destino ou do narrador, percebera que o mesmo automóvel que o conduzira até o centro pokémon que o hospedara naquele tempo era, agora, o responsável por seguir seu itinerário até o nordeste do Rustboro. Mal entrou no ônibus e notou a outra figura já conhecida, como se anunciasse sua entrada aos passageiros.

Internamente, o treinador deixava escapar algumas palavras ríspidas na direção do cobrador. Por fora, apenas deixava emergir um sorriso no canto dos lábios, forçado, apenas para não parecer antipático — contrário do que mostrou ao embarcar no transporte na madrugada anterior.  

Chegando na catraca, não respondeu as palavras do narigudo, seguindo pelo corredor do ônibus até um banco vago na janela; ali, sentaria, esperando sua pokénav apitar assim que chegasse no ponto em que teria de descer próximo ao seu próximo destino: o edifício a nordeste da grande metrópole. Aéreos, seus olhos azuis dançavam conforme o movimento do ônibus por Rustboro. Por mais bela e moderna que fosse a arquitetura da cidade, Nicholas contava os segundos em sua cabeça, como se aguardasse ansiosamente o momento crucial de toda sua cruzada.

Em dado momento, os orbes cerúleos, outrora distraídos, fixaram-se na figura do pássaro verde que era reconhecido por Nico. Perplexo, seu tronco foi arremessado para trás em reflexo, sendo necessário um ínfimo lapso temporal para se recompor. Fitou então a figura, com agora seu cérebro diagnosticando melhor de quem se tratava; já era conhecida por Nicholas a criatura, destacada entre todas as aves urbanas esparsas pelo espaço delimitado do firmamento graças aos prédios.

Mais uma vez, Natu aparecia diante de seus olhos.

Chocou-se diante das coincidências. O psíquico fora um aliado seu desde a rota 101, e como na chegada em Rustboro, apareceu diante de seus olhos. Sentia como uma premonição. Sempre que Natu apresentava-se, era sinal de que algo estava para ocorrer. Instintivamente, pressionou sua própria perna em nervosismo, buscando reproduzir em sua mente todo o plano que arquitetara na madrugada anterior. O treinador sabia que rogar todo e qualquer auxílio da criatura era impossível, portanto, encarava-a como um presságio.

Inspirou fundo. Levando-se em conta da presença do pássaro verde, presumiu que sua cruzada estava chegando ao seu final destino: o paradeiro da treinadora que tanto lhe era terna. Interrompia todo e qualquer pensamento do que poderia estar acontecendo com a mesma; focou-se apenas no caminho e atentou seu ouvido aos soídos estridentes emitidos por sua pokénav assim que estivesse chegando.

Rogou para qualquer divindade acessível a proteção e bem estar de Emma. Ao menos, até ele chegar e conseguir salvá-la.

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Quarta, 15h25min - Rutsboro City
"Sol quente, poucas nuvens no céu. 24ºC"  


Natu trazia um sentimento ao menino loiro. Embora Nico soubesse que ele era um selvagem, estivera acompanhando a jornada dele com muita cautela. Sabe-se lá o motivo, mas o que acontecia era a mudança da cena. Casas humildes se acumulavam diante daquele bairro mais afastado dos privilégios do centro. Todas eram pequenas e muito parecidas (para não dizer igual). O céu de Rutsboro parecia se nublar depois de dias quentes e dava uma sensação mais dark.

O menino descia do ônibus, sendo despedido alegremente pelo cobrador, que possivelmente seria ignorado. Ele pisava nas ruas de asfalto esburacado, enquanto via densas e negras nimbus contornando a cidade. O vento forte soprava. Parecia que tudo estava mudando, enquanto Nico olhava mais uma vez para o Pokénav. Jigglypuff ficava nervosa, tensa. De algum jeito, ela sentia que estava mais próxima da sua treinadora e amiga, embora não fosse necessariamente uma certeza...

O olhar do garoto pairava em ruas vazias, embora fosse uma tarde na cidade, assim como sacolas de lixo amontoadas. Terrenos baldios tinham ao monte. De certo, era a área menos abastada da grande metrópole. Por ter muitas casas pequenas, os prédios se destacavam ao longe e vários tinham a mesma descrição da criança de rua: eram ainda inacabados e estavam no tijolo a mostra, alguns sem massa corrida sobre a estrutura. Não eram altos, diferentes dos arranha-céus da metrópole, mas alguns tinham alguém abitando...

O andar parecia aproximar-se de um grupo de prédios, mas que tinha numerações diferentes do que fora informado... Em uma esquina, entre dois terrenos abandonados, cujo mato já cobria pelo menos 1 metro de altura, havia o prédio procurado: o número 6!

Era igual aos demais prédios: estava ainda inacabado, com a cor de cimento nas paredes, em seu cinza forte. Tinha 3 andares, fora o térreo e parecia que a entrada levava a um estacionamento pequeno subterrâneo, que também era a entrada... Veja bem, o engenheiro que construiu fez com que veículos e pessoas entrassem pelo subterrâneo e de lá pegasse a escada para o térreo e demais andares. Tinha pouca segurança, senão nenhum... Um portal que levava ao estacionamento subterrâneo estava aberto. A cerca elétrica cortada não funcionava há anos e o subterrâneo era escuro, não sabendo o que tinha lá embaixo (possivelmente carros ou motos, claro).


Progresso da Rota - Nico :

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De forma até abrupta, o panorama da cidade mudava conforme o automóvel coletivo seguia o seu itinerário. Os grandiosos e tecnológicos edifícios — provavelmente sede de empresas grandes — ou residências luxuosas eram substituídas por casebres periféricos; as ruas, outrora limpas, mostrava o lixo deixado ao lado externo sem cuidado algum, quiçá apenas arremessado por quem quer que passasse pelo recinto. Algumas obras inacabadas terminavam de adornar o ambiente, agora, em que Nicholas se aventuraria para investigar as pistas dada pelos garotos.

O encontro com Natu mexera com o emocional do treinador. Taciturno, deixou seus pensamentos alagarem sua consciência, sempre buscando entender do porquê aquele pássaro — selvagem, até onde sabia — estar sempre em seu caminho na busca por Emma. Ocasionalmente, encontrou-se com uma mesma espécie nos arredores de Littleroot. O que lhe importunava era a nefasta coincidência do psíquico segui-lo, apesar de ter ajudado uma única vez, justamente avisando sobre a aproximação dos Rockets. Nicholas contabilizou as vezes que se esbarrou com ele: duas, ao total — isso se no momento em que se ocupava com mais coisas, estivesse vigiado pelos aéreos olhares do pokémon.

Deixou seus pensamentos de lado. Supôs — apenas fazendo uma análise superficial dos acontecimentos —, enfim, de que o paradeiro de Emma estava próximo.

Ouvindo as vibrações e o ruído estridente vindo de seu apetrecho no bolso, o loiro deu sinal e desceu do ônibus. Deu de ombros à saudação do cobrador; sua cabeça estava em outro lugar afinal. Assim que seus sapatos se acomodavam sobre o pavimento, arqueou seu tronco na direção em que seu pokénav indicara.

Possivelmente por não prestar tanta atenção no clima, ergueu sua cabeça, fitando o acúmulo de nuvens enegrecidas cobrindo o infinito azul, responsável por estar sob todas as criaturas viventes. O vento sibilou, gélido, arrancando alguns gemidos silenciosos de Jigglypuff sobre o ombro do treinador. E como inúmeras outras — quiçá suas experiências com tormentas —, sentiu suas memórias ressoarem sobre sua mente. O acontecimento em sua terra natal que o levara até Hoenn e o fatídico dia, conhecido como anteontem, responsável por assaltar gradualmente a sanidade de Nicholas na busca da vida mais inocente e aprazível que fora lhe apresentada pelo destino — ou por estar tão disperso em resgatar Emma, não lembrava das demais vivências.

Resolveu apressar os passos. A condição de chuva poderia prejudicar os ataques de Charmeleon caso entrasse em um combate, e travar uma luta — antes ou depois de ter resgatado a loira, claro, se estivesse lá. Em passos apressados, prosseguiu, sempre cauteloso, olhando o seu redor para não ser surpreendido.

Calcorreando por aquele lugar inóspito, finalmente chegou à localização indicada pela menina. O edifício largado às traças com a numeração exata descrita pela mesma. A grama crescia exponencialmente, e pela falta de cuidados, o lugar fora abandonado por muito tempo. A entrada estava aberta, e pelo pouco que vislumbrara, era notório perceber que se tratava de um estacionamento. Supôs Nicholas que a construção se iniciava a partir dali, com, provavelmente, escadas que o levaria a andares superiores. A penumbra cobria aquele ambiente, aumentando ainda mais os tormentos do treinador.

Sentira-se em desvantagem: por mais que conjecturasse que os Rockets — mais se comportavam como primatas — jamais suspeitassem que estivesse vivo ou soubesse a localização de seu covil, ninguém deixaria um lugar daquele com sistema de segurança algum. Os olhos cerúleos ziguezagueavam os arredores do edifício, percebendo nada mais do que uma cerca elétrica inutilizada.

Por mais desleixado que o esconderijo parecesse, Nico não poderia baixar a guarda como antes. Sem pestanejar, liberou o inseto recém-capturado, a casca morta de Nincada que se tornara uma nova criatura. Shedinja era materializado na frente do loiro, pronto para ouvir os seus comandos. O treinador achegava-se de seu pokémon, silenciosamente, murmurando ao mesmo para que ninguém ouvisse:

— Use de sua habilidade fantasmagórica para ver se não há nada demais nesse estacionamento. Avise-me se ver algo de estranho ou se estiver limpo, e não faça barulho.

Tentara ser o mais claro possível. Shedinja, por ser um fantasma poderia ultrapassar superfícies, ou mesmo se não pudesse, não faria barulho algum que alarmasse quem quer que estivesse naquele edifício. A penumbra também era familiar ao pokémon, portanto, poderia dar um diagnóstico mais preciso do que simplesmente entrar com o peito aberto.

Estava chegando o momento crucial, e como prometeu a si mesmo nos terminais de Rustboro, nada de falhas.

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Quarta, 16h10min - Rutsboro City
"Sol quente, poucas nuvens no céu. 24ºC"  


As estruturas precárias daquele prédio estava longe de ser um grande esconderijo. O olhar do menino sobre aquele estacionamento escuro parecia pensativo. Mesmo sendo ele o elemento surpresa, não iria ser ele quem estragaria tudo. Shedinja era formado pela luz da esfera que o capturara há horas e agora o inseto tinha a missão da exploração. Era uma sábia escolha, já que Shedinja flutuava e não emitia qualquer som!!! Nico descia um pouco aquela rampa inclinada para o subsolo, enquanto o inseto sumia nas sombras, sendo engolido pelo desconhecido.

Nico aproximou-se mais. Apenas a negritude daquele subsolo era possível ver... Talvez ao estiver completamente na penumbra, sua visão se acostumasse, mas no momento, ele tinha apenas o esforço ocular para ver algo, enquanto aguardava o retorno... “tsc”, um barulho singelo e agudo era ouvido. Era estranho, porque não durou nem 2 segundos direito. “tssc”, mais uma vez, como se duas pedrinhas se chocassem uma na outra na tentativa de produzir um fogaréu. “tsc” a terceira vez surgia, com Shedinja se materializando na frente, saído do breu que estava lá embaixo.

O Pokémon parecia um pouco agitado. Inclinava-se várias vezes para frente e para trás. Queria dizer algo... Mas o quê? Além de Nico não ser um expert em língua pokémon (?), Shedinja não tinha grandes habilidades comunicativas. Nem expressão o Pokémon tinha! Mas, naquele momento, ao julgar os “tsc” que se seguiam, junto da inquietação de Shedinja, ali embaixo tinha alguma coisa... Ou alguém!



Progresso da Rota - Nico :

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As habilidades do fantasma para espionagem e afins eram as melhores. Se emitir ruído nenhum, o fantasma seguiu pela penumbra, buscando por quaisquer sinais que fossem suspeitos. Shedinja, dado certo tempo, retornava ao treinador, que adentrava aos poucos na penumbra. Tal os olhares de seu mestre, o inseto não expressava emoção ou sentimento, apenas olhava para trás e para Nicholas em dados momentos, fazendo sons cujo NIco não era capaz de processar.

A julgar pelo modo que Shedinja o fazia, o treinador processara rapidamente de que havia algo que arrancava a tranquilidade do sereno pokémon. Nicholas pediu cautela ao fantasma e para que o guiasse até o local em que notara a adversidade, sempre em passos vagarosos e espreitando todo e qualquer espaço possível naquele abandonado estacionamento. Todavia, antes de calcorrear, chegou próximo ao ouvido da fada rósea, fazendo-lhe um pedido:

— Vamos nos aproximar sem fazer barulho algum. Se eu perceber que fomos notados, ao meu sinal, você vai fazer esse “inimigo nosso” dormir, entendeu?

Dado o comando, acenou para que Shedinja o levasse então. Nicholas buscava sempre qualquer espaço para poder espreitar e ter uma boa visão daquilo que o inseto mostraria. Ao contrário de outras ocasiões, por mais que seu âmago bramisse por vingança, do modo mais espalhafatoso possível para alimentar aquele crescente sadismo da sombria personalidade de Nico, preferiu ouvir sua razão.

Nada de emoções naquela ocasião.

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Quarta, 16h10min - Rutsboro City
"Nublado, vento forte . 21ºC"  


Focado em sua missão, Nicholas descia aquela rampa que levava ao subsolo do estacionamento. Aos poucos o loiro era coberto pela sombra que o cercava, dando-lhe menos visibilidade, pelo menos por hora. O rapaz usava de sua razão, lógica rápida para poder prestar mais atenção. Shedinja flutuava em sua frente, nem fazia som... Na verdade, a casca que ele habitava parecia bem aconchegante e ele não estava disposto a abandoná-la. Jigglypuff sentia esta pressão. Desejava, do fundo do seu coração, que Emma estivesse ali e estaria disposta a tudo para poder alcançar a sua treinadora...

Aos poucos a escuridão começava a tomar forma e assim começava a ver as diversas pilastras que não só sustentavam o prédio, como também dividiam as vagas naquela garagem. Por motivos de falta de segurança, os únicos veículos ali eram bicicletas velhas ... “Tsc”, o som de novo, dessa vez, seguido de um murmúrio. O loiro apoiava-se detrás da pilastra de forma quadrada, bem maior de mais larga do que ele, fazendo-o se camuflar com facilidade... De longe ele via um homem alto e cabelos negros, com uma barba mal feita, usando um isqueiro para poder acender aquele cigarro em sua boca, em tentativas falhas, já que o objeto estava sem gás, já...

O frio daquele subterrâneo acompanhava as tentativas falhas em sequências de “tsc”... Não só que nublou em Rutsboro ou por ali ser relativamente úmido, mas aos pés do homem tinha um Pokémon que se destacava na escuridão... Aos pés dele um Sandslash Alola Form se encontrava, a forma evoluída do Sandshrew que Nico batalhou há dois dias... Seus espinhos de gelo se formavam nas suas costas, enquanto o Pokémon encarava as tentativas falhas do seu mestre, até que...

- Hará! - bradava em comemoração por finalmente conseguir acender o cigarro e assim puxar aquela nicotina para dentro dos seus pulmões, passando por cada tecido já lesionado, mesmo não tendo iniciado há muito tempo os seus hábitos fumantes. Ele estava escorado em um carro prego, grande, 4 por 4, que tinha uma lona negra que cobria até a metade do veículo e assim estava cheio de poeira. Sandslash comemorava que o seu mestre conseguiu finalizar o que queria...



Progresso da Rota - Nico :

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Aproximou-se cautelosamente. Por detrás de uma pilastra esparsa na penumbra, o loiro encostou-se para se ter uma melhor visão acerca do que lhe fora informado por seu fantasma. A figura lhe era familiar: o tatu com protuberâncias glaciais adornando suas costas combinando com sua feição sisuda ao lado de um homem com seu isqueiro tentando acender seu cigarro. Estreitando as vistas na silhueta já mais nítida — ora, sua retina adequara-se à ausência parcial de luz —, Nicholas logo reconheceu: era um dos Rockets que enfrentou na rota 101.

No fim de tudo, as informações fornecidas por aquele trio estavam corretas.

O treinador resolveu ficar ali por mais um tempo, afinal, não contava que um dos integrantes estaria tão aéreo. Quiçá, a confiança por jamais esperar que alguém encontrasse ou desconfiasse de seu covil o fez estar mais relaxado a ponto de descer ao térreo apenas para fumar o seu cigarro. Tragava a nicotina o homem, preenchendo seus pulmões com a fétida fumaça do narcótico; conforme aspirava aquele ar, era notório a sensação de satisfação no Rocket. Sandslash, por outro lado, apenas mostrava-se satisfeito ao ver o júbilo de seu mestre.

Nesse lapso de tempo curto, Nicholas começava a pensar nas maneiras de tentar avançar sem que aquele homem percebesse. Apoiado no carro — o usado na fuga —, o louro poderia utilizar de cautela para avançar sem deixar qualquer rastro; todavia, sentia que seria muito difícil. Os bandidos mostravam preparo naquele combate lépido que levou a derrota de Nicholas para os Rockets e, dificilmente, deixá-lo-iam passar facilmente. Inspirava o treinador, calmamente, buscando uma alternativa que lhe fosse propícia a invadir aquele esconderijo e tirar a alva garota de madeixas douradas das mãos dos malfeitores. O maior obstáculo era justamente a presença de Sandslash que, por mais absorto que estivesse, imerso na euforia de ver o seu mestre satisfeito, ainda assim saberia agir quando fosse necessário. Não menos importante, Nico fizera mais um levantamento: vencê-lo agora traria benefícios, afinal, conquistaria uma vantagem inesperada ao confrontar os outros dois.

Mas, e se estivesse mais algum escondido? Será que já teria notado o louro esgueirando-se entre a penumbra, buscando avançar por aquele abandonado edifício? Os orbes cerúleos bailavam pela escuridão que ocupava aquele remoto estacionamento, e até então, nada; nem mesmo Shedinja que por hábitos tende a gostar de ambientes mais reclusos e escuros como o que encontravam-se agora nada encontrou, fazendo Nicholas pensar que estivesse sozinho com aquele homem.

Uma situação única: um contra um, diante de uma parte das figuras que lhe causaram dor e agouros impensáveis. Seus instintos animalescos sedentos por vingança bramiram em seu interior, buscando qualquer possível brecha para vierem à tona mais uma vez para, agora, castigar aquele Rocket como merecia. Levando sua mão canhota à sua cabeça, inspirou vagarosamente enquanto adentrava seus dedos em suas lisas madeixas douradas, acalmando aquele seu lado sombrio.

Não é hora de fraquejar agora e deixar ser levado por suas emoções, apenas depois — se possível — de ter Emma em segurança, pensou Nicholas.

Diante do obstáculo e perigando que os demais Rockets ouvissem qualquer ruído que seja, o louro não via outra alternativa a não ser tentar derrubar rapidamente Sandslash e então nocauteasse — ou o deixasse dormindo para que prosseguisse — o malfeitor, pensou em agir o mais lépido possível para que não tivesse transtorno algum.

Sabia, entretanto, que seguir furtivamente — ou, ao menos tentar — não lhe seria vantajoso, apesar de já cogitar que os outros dois ouvissem os barulhos e viessem então rapidamente.

Em sinais, pediu para que Shedinja achegasse e não participasse do curto embate que planejava. Já tinha em mente quem usaria, e estes que utilizaria, seria apenas uma brecha para o real trunfo em suas mãos: Jigglypuff. Claro, se a fada rechonchuda acertasse seu movimento.

Nicholas então arqueou as esferas bicolores de Charmeleon e Mightyena, inspirando fundo, porém silenciosamente. Antes de liberá-los, tratou de olhar para Jigglypuff, fazendo-lhe um pedido, murmurando:

— Mightyena e Charmeleon vão criar uma brecha. Aproveite-a e lance o seu Sing duas vezes, e se errar na primeira, tente a segunda. Coloque o bandido e Sandslash para dormir se possível.

Feito isso, liberou então seu canídeo e seu réptil para o exterior. Em uma troca de olhares rápida com suas criaturas, Nicholas comandou a mesma, buscando moderar seu tom de voz para que fosse audível somente aos seus pokémons:

— Rápido, Mightyena, Taunt, e se não conseguir a primeira vez, tente uma segunda, mas se conseguir, prossiga com Bite em Sandslash; Charmeleon, duplo Ember nele também.

Assim que fizera os comandos, encarava a fada rósea, esperando o seu sinal para que fizesse o que lhe fora pedido assim que comandasse; isto é, no momento em que Sandslash não esperasse mais qualquer ataque. Nicholas ainda se manteria por detrás da pilastra, utilizando de sua visão para ver o que estava acontecendo e comandar a partir dali.

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Quarta, 16h10min - Rutsboro City
"Nublado, vento forte . 21ºC"  


Dentro da garagem escura, Nico observava o homem que fumava tranquilamente, ao lado do seu Pokémon. Ele parecia um pouco maior do que era visto na Rota 101, embora na rota, tudo tivesse ocorrido tão rápido que ele não entendia bem o porquê. Mas o seu Pokémon era o mesmo, ou quase! Sandshew deu lugar a Sandslash, muito mais ofensivo, mas também, tinha o seu lado mais negativo, de ser um alvo fácil para Charmeleon.

Ora, a ideia de Nico era o enfrentamento, mas pense bem! Em um lugar escuro e você liga uma luz, ela logo se torna o foco da atenção, e foi isso que aconteceu! Ao tirar Charmeleon e Mightyena das esferas bicolores, a luz alva aparecia para libertar os Pokémons e Nico ignorou por completo isso. -10 pontos.

Com isso, ao se erguer para o combate, Jigglypuff era lançado para longe por um movimento inesperado de Sandslash, que só não continuou na tentativa de fatiar o seu oponente, porque ali, Charmeleon e Mightyena interviram, fazendo o Ice se afastar!

- Então você está vivo!- a face do homem que roubara sua amada assistia Nico que caia sentado no chão. Jigg? Sei lá! Estou apenas cumprindo ordens... - Juro pra você que não esperava o seu retorno, mas já que você voltou, irei fazer se arrepender...- o homem tragava mais uma vez em seu cigarro, enquanto esquentava o seu tórax com a fumaça quente. - Rock Slide e Icicle Crash . – bradava a sua ordem enquanto soltava a fumaça da boca...

Infelizmente, o plano de Nico tinha sido frustrado por descuido do treinador. O elemento surpresa tinha sido quebrado. Sandslash avançava, mas não antes de Mightyena provoca-lo em seus latidos, além de impedir golpes de suporte por um tempo... Charmeleon saia correndo na frente. Conhecia bem o seu oponente e assim atirava o seu Ember com brasas incandescentes que adquiriam forma mais luminosa ali dentro [-13 HP| 62]

Embora a brasa atingisse Sandslash com força, o golpe não fazia um efeito tão alto. Foi o suficiente para Sandslash dar o seu grito de guerra e do ar começasse a cair várias rochas sobre o campo, atingindo a dupla de Nico. O rapaz loiro teve que se arrastar dali para não ser pego pelo movimento também. Charmeleon foi o que mais sofreu dano [-25 HP| 30] O que foi arriscado, visando o momento em que se seguiam... Mightyena também sentia a dor, mas menos que o seu parceiro. [-13 HP| 55] Mesmo assim, isso não impediu a dupla corajosa de proteger o seu treinador, um por ser inicial, outro por ter sido resgatado da morte.

Charmeleon iluminava tudo mais uma vez com mais um Ember, enquanto Mightyena saia correndo com suas presas sobre o corpo de Sandslash. Mais um Ember colocava Sandslash para recuar. [-13 HP| 49] A mordida de Mightyena não seria tão forte, mas o CRITICAL HIT ajudou um pouco, assim como a falta de iluminação do local potencializava os golpes [-12 HP|37] Enquanto Mightyena presava o braço do metálico, ele aproveitou da curta distância para o ataque: uma estalactite de gelo era formada e assim Mightyena era golpeado diretamente pelo gélido golpe, fazendo soltar o braço de Sandslash. [-19 HP| 36]

- Parece que não fui o único a ter meus Pokémons evoluídos... Sandslash, mais um Rock Slide e em seguida use Fury Cutter no lobo.




Charmeleon:
Normal
Mightyena:
Normal
Hold Item 1:
--
Hold Item 2:
---
Trait 1:
Blaze
Trait 2:
Intimidate

lv21 Charmeleon


30/55
lv24 Mightyena


36/68
Ato 02 — Vendeta. - Página 10 CharmeleonAto 02 — Vendeta. - Página 10 Mightyena
Ato 02 — Vendeta. - Página 10 Sandslash-alola
lv26 Sandslash


37/75
Trait:
Snow Cloak
Hold Item:
---
Sandslash:
- 1 Atk
Taunt 2/3


Campo: Estacionamento subterrâneo de prédio residencial, precária iluminação e várias pilastras dispostas. Golpes tem -10% de Accuracy e Power de Golpes Darks tem +20% de bônus.


Progresso da Rota - Nico :

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Nicholas já esperava pela luz dos apetrechos necessárias para materializar suas criaturas fosse visível aos dois, todavia, não esperava um movimento brusco de Sandslash na direção de Jigglypuff, arremessando-a para trás. O treinador rangeu os dentes, apenas ouvindo as palavras direcionadas a ele pelo Rocket. Sem pestanejar, o mesmo lançava suas ordens para seu tatu nativo de Alola.

O primeiro turno seguiu, e o treinador se via em ligeira vantagem. Ora, a tipagem de Charmeleon garantia dupla vantagem contra o seu adversário — apesar de seu ataque avassalador e movimentos eficazes contra o réptil — enquanto Mightyena servia como um bom suporte. Não obstante, a vantagem numérica garantia préstimo naquele embate. Já em pé, levou suas mãos no bolso enquanto os orbes anis dançavam pelo recinto, tal como uma porta que dava acesso aos demais andares.

Os ruídos do embate seriam audíveis aos demais, refletiu o louro. Dado as circunstâncias, conseguiria eliminar um dos adversários antes de enfrentar os demais, pensando no benefício de tal façanha. Ora, Nico já havia pensado que, depois daquele confronto, deixaria um pouco de lado a cautela e seguiria para ao menos o lugar em que guardavam Emma, isto é, se ainda conseguisse.

Apesar disso, não era a melhor hora para pensar no que já havia premeditado — por mais que estivesse com medo de as coisas darem errado justamente agora.

— Shedinja, vá encontrar Jigglypuff e traga-a de volta até aqui — ordenou ao fantasma que, até então, jazia por detrás da pilastra taciturno aguardando pelas ordens de Nicholas. Exprimindo o pedido, voltou seus olhares ao combate. — Charmeleon, Protect e Ember; Mightyena, Swagger e Assurance.

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Quarta, 16h10min - Rutsboro City
"Nublado, vento forte . 21ºC"  


Enquanto Shedinja sumia atrás de Jigglypuff, o jovem enfrentava o primeiro dos Rockets. Claro que era uma batalha um tanto quanto complicada, mas ele garantiria em vantagens pequenas que o narrador bondoso lhe dera. Assim, uma nova rodada começava, com a respiração ofegante de Mightyena, que de algum jeito perturbava Sandslash com força, fazendo o ice ficar bem irritado. Seu ataque crescia e depois ele ficava confuso! Era possível ver a Pokémon do rocket todo molenga, deixando o corpo zingue-zaguear por ali... Enquanto Charmeleon conjurava a barreira de energia verde ao seu redor, Sandslash se batia com suas própria garras, naquela confusão doida. [-5 HP| 32]

Aquela forma meio confusa do seu Pokémon fez o Rocket dar um passo para trás. Isso não foi o suficiente, enquanto Charmeleon saia de sua proteção para lançar mais brasas sobre o campo e assim atingia o Pokémon do rocket em cheio. [- 13 HP| 19] Logo atrás surgia Mightyena com suas patas, que atingia o rosto de Sandslash com força, o fazendo cair de costas. [- 17 HP| 2] Enquanto Mightyena mantinha-se sobre o corpo do seu oponente, agora, as garras de Sandslash sobressaiam-se em um corte rasteiro sobre a pele do lobo, que se afastava com força do poder do seu oponente, que estava bem ferido. [-14 HP| 22]






Charmeleon:
Normal
Mightyena:
Normal
Hold Item 1:
--
Hold Item 2:
---
Trait 1:
Blaze
Trait 2:
Intimidate

lv21 Charmeleon


30/55
lv24 Mightyena


22/68
Ato 02 — Vendeta. - Página 10 CharmeleonAto 02 — Vendeta. - Página 10 Mightyena
Ato 02 — Vendeta. - Página 10 Sandslash-alola
lv26 Sandslash


02/75
Trait:
Snow Cloak
Hold Item:
---
Sandslash:
+ 1 Atk
Confused 2/?


Campo: Estacionamento subterrâneo de prédio residencial, precária iluminação e várias pilastras dispostas. Golpes tem -10% de Accuracy e Power de Golpes Darks tem +20% de bônus.


Progresso da Rota - Nico :

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