Pokémon Mythology RPG
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Ato 05 — Nostalgia.

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descriptionAto 05 — Nostalgia. - Página 3 EmptyRe: Ato 05 — Nostalgia.

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Nicholas se resumiu apenas em torcer o cenho diante das ofensas disparadas por Karinna. É inegável que seu tom fora deveras ríspido em suas broncas na loura, contudo, em apenas alguns encontros, conseguira constatar algo que poderia ser o diferencial para uma cooperação entre ambos: diferente de Emma que entendia depois de uma singela conversa, era necessário subir o tom de voz com a violinista para que fosse executado o que gostaria: depois de alguns brados, conseguira seguir em silêncio para a mata.

Ora, estavam prestes a entrar em uma área de preservação — se estava cercada, era ilegal a entrada de terceiros, matutou o kantoniano — e uma maluca socando o arame e distribuindo golpes com a mão ou a perna estava longe de ser o ideal. Provavelmente, depois daquele caminhão de ofensas e pelo semblante inflado e braços cruzados, Karinna deveria estar guardando um furor colossal que poderia despejar no louro nas horas certas, não? Agora, a missão de Nico era apenas administrar a sua cólera e deixá-la excarcerar no momento propício.

E com certeza o momento não era justo no momento em que adentrariam a mata.

Uma primeira sílaba escapava dos lábios róseos que a artista ostentava após ajudá-la a subir a cerca. Claro que, no momento em que o restante da palavra de agradecimento ficara presa em suas cordas vocais, o louro dera uma piscadela no melhor sentido de “de nada”, mesmo que não fosse verbalizado. E nesse ínfimo tempo, aquelas duas criaturinhas vistas outrora buscavam provocar a dupla — sem sucesso. Fora engraçado como Karinna volveu os orbes cerúleos repletos de fúria, com Nico respondendo apenas em movimentos repetitivos com a palma da mão voltada ao chão, pedindo calma.

Iniciavam a calcorrear na direção da mata à frente. O chão de areia dava lugar, aos poucos, ao tapete verde da relva, dando boas-vindas aos intrusos da mata da rota dez. Com o canto do olho e seu corriqueiro olhar inexpressivo, o treinador se divertia em seu interior do rosto inflado e aquela postura irritadiça que a especialista ostentava; claro que guardada às proporções, lembrava uma criança quando os pais negam um brinquedo e ficam com um bico maior que o de um Golduck — e veja que coincidência: era do mesmo tipo em que Karinna se especializara.

Seguiam sua caminhada, e não delongaram até que as duas caudas rosáceas que balançam de um lado para o outro exatamente como a pouco tempo atrás. Aqueles dois monstrinhos, lentos como nunca, volviam seus corpos em volta do próprio eixo para fitar os treinadores com seus semblantes pacatos; as bocas abertas como se esperassem o que ocorreria a seguir.

Karinna dera um brado completamente inesperado e libertava seus outros dois monstrinhos: uma Starmie e um Raichu de Alola. Nicholas esbugalhou os olhos, completamente indignado com a postura adotada pela especialista: qual a necessidade de gritar assim no meio de uma floresta em que habitam as mais variadas espécies de pokémons? E o pior: se a entrada for ilegal como Nicholas suspeita e ela chamou a atenção dos guardas?

Balançou a cabeça, puxando o ar com o máximo de força possível para controlar seu furor inicial. E se nem ao menos o garoto pensara em abordar os dois Slowpokes — que era um de seus desejos assim que os notou —, Karinna já dera os primeiros comandos aos seus psíquicos. Levou a mão destra em sua testa, jogando os fios que escorriam sobre sua testa para trás, balançando a cabeça em negação diante da atitude impensada da loura.

Sem muitas delongas, o louro arqueou as esferas bicolores de dois de seus guardiões: Seedot e Shellos. Um súbito brilho alvo materializou os dois monstrinhos como de praxe, rapidamente, aguardando quais seriam as ordens de seu mestre naquela situação.

— Mirem no da esquerda: Shellos, Yawn e Ancient Power; Seedot, Giga Drain em sequência — ordenou, sem muitas delongas.

Com o canto dos olhos, arremessou o braço erguido em sua testa na direção de sua própria coxa, batendo contra o seu próprio corpo e intensificando o movimento de arco na horizontal.

— Vem cá, qual que é o seu problema? Você consegue ser mais lenta que esses dois Slowpokes — soprou, torcendo o cenho e volvendo os olhos anis na direção da especialista. — Quando digo pra seguirmos em silêncio, é pra gente não fazer barulho dentro de uma floresta que, você sabe, não existem só pokémons: podem ter guardas florestais, bandidos, a porra toda. É muito mais fácil evitar esses caras e vai poupar muito tempo também — ergueu as duas palmas na direção do céu, deixando as mãos na altura do tórax. — Comunicação é essencial para que se tenha cooperação. Por mais que eu não sou de falar muito, não sou burro o suficiente pra negar isso. É só não ficar gritando ou esmurrando as coisas como uma maluca que tá tudo certo — girou o tronco, repousando as mãos no bolso, com os olhares atentos ao combate já estabelecido. — E se eu fui duro com você, é porque é o único modo que você escuta. Eu tentei falar na moral com você lá na ponte, e a única coisa que ganhei foi praticamente um “foda-se”. A gente entrou na floresta sem alarmar ninguém nesse meio tempo, mesmo que você tenha ficado com essa cara de criança birrenta, não foi? No final das contas, você fez o certo. Existem várias pessoas, e cada uma ouve de uma forma: você só me ouviu desse jeito. Eu tô cagando se você tem força pra bater em trinta pessoas diferentes ou se vai ficar com raiva de mim nesse tempo, garantindo a sua segurança e dos nossos pequenos, então eu tô fazendo o certo.

Em caso de o pequeno monstrinho ser nocauteado, arremessaria uma esfera bicolor para tentar capturar o pequeno Slowpoke.

descriptionAto 05 — Nostalgia. - Página 3 EmptyRe: Ato 05 — Nostalgia.

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Algumas vezes na vida um vínculo poderoso de irmã e irmão poderia fazer alguns milagres acontecer durante a estréia de um pokémon. A bela noite iluminava o campo onde foi possível ver o desenrolar do combate. Após os comandos claros e energéticos de Karinna (Seguidos do mais puro silêncio a fim de manter fiel a sua própria promessa), seus filhotes partiram para o ataque.Gyoza concentrou uma forte corrente elétrica e  parou logo a frente de Musubi disparando um potente Thunderbolt que fez a Slowpoke despertar para vida (57 de dano ai…), infelizmente era tarde demais. Musubi inspirado pela técnica da irmã mandou um raio mais focado em neutralizar o sistema nervoso e muscular da Slowpoke e fez com sucesso gerando paralisada. Era a vez da Slow revidar, porém quando concentrou seu jato de água na boca seu corpo não respondeu como desejava. Tendo uma contração muscular e sofrendo os efeitos da paralisia de Musubi, apenas a derrota aguardava a rosada se o próximo golpe acertasse.Gyoza usou seu Pyschic (33 de dano) encerrando de vez qualquer chance de revidar e cumprindo sua tarefa como irmã mais velha.

A luta do lado da monopsiquica estava finalizada. Ela pegou sua bola esverdeada enquanto sem emitir nenhuma palavra dava um sorriso vitorioso na direção de sua contraparte masculina de olhos ceruleos. O arremesso simples e direto no já derrubado Slowpoke tinha sucesso e depois da surra ela sequer tentou resistir à captura. Sucesso!


     




Slowpoke:
Paralisado
Hold Item:
~x~
Trait:
Own Tempo

lv25 Slowpoke


0/80
Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 Slowpoke
Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 StarmieAto 05 — Nostalgia. - Página 3 Raichu-alola
lv29 Gyoza


74/74
lv1 Musubi


13/13
Trait 1:
Illuminate
Trait 2:
Surge Surfer
Hold Item 1:
~x~
Hold Item 2:
~x~
Gyoza:
~x~
Musubi:
~x~

Campo: Noite iluminada pelas estrelas e o brilho do luar. Uma cerca alta logo atrás de nossos heróis. Chão coberto de lama próximo a cerca e uma floresta fechada com um caminho sinuoso logo a frente.


Enquanto isso…

Nico disse um belo discurso digno de um pai que disciplinava um filho amado não só na base da força bruta como também através de empatia e argumentos lógicos. Bom empatia talvez fosse um termo muito pesado para a forma usada, mas ele tentou deixar claro que entendia o valor de Karinna e a sua forma de ver o mundo, só que não mudaria seu jeito de ser por nada ou ninguém. O jovem estava em sua mais clássica posição de batalha e o Slowpoke mal sabia o que viria a seguir.

Apesar de todos os pokémons serem relativamente lentos em relação aos de Karinna, Nico prezava muito mais a estratégia e a integridade dos seus pokémons do que uma vitória rápida. Com um bocejo Shellos mandou uma nuvem de fumaça que fez os olhos de Slowpoke ficarem pesados. O pokémon mostrou um sorriso. Uma soneca naquela noite agradável cairia bem. Logo em sequência foi a vez de Seedot que drenou a energia vital do rosado (7 de dano) fazendo com que ele entendesse finalmente que estava em um combate. Slowpoke não queria ter o mesmo fim que sua amiga e concentrou sua energia psíquica no topo da cabeça (Zen Headbutt) avançando contra seu agressor acertando uma potente cabeçada (25 de Dano ai…).

Logo após acertar o pokémon parecia estar certo de sua vitória e então relaxado como estava, caiu na armadilha do loiro e finalmente dormiu nos braços de morfeu para sempre (5 turnos de sono, caramba vocês estão muito sortudos…) Shellos e Seedot olharam confiantes um para o outro e lançaram um ataque em conjunto usando suas técnicas. O poder ancião circulou giratório até atingir a fronte do Rosado (12 de dano) e Seedot aproveitou do sono extremo para drenar seu oponente e recuperar mais um pouco de energia vital (7 de dano e regenerou 4 de vida). Nico tinha uma batalha talvez não muito longa pela frente já que tinha uma grande vantagem agora. Poderia continuar atacando até acabar completamente com a energia de seu oponente ou arriscar uma captura, o que faria?


       


Slowpoke:
Dormindo 2/5
Hold Item:
~x~
Trait:
Own tempo

lv25 Slowpoke


54/80
Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 Slowpoke
Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 ShellosAto 05 — Nostalgia. - Página 3 Seedot
lv28 Shellos


81/81
lv13 Seedot


13/34
Trait 1:
Storm Drain
Trait 2:
Chlorophyll
Hold Item 1:
~x~
Hold Item 2:
~x~
Shellos:
~x~
Seedot:
~x~

Campo:  Noite iluminada pelas estrelas e o brilho do luar. Uma cerca alta logo atrás de nossos heróis. Chão coberto de lama próximo a cerca e uma floresta fechada com um caminho sinuoso logo a frente.


Progresso :

descriptionAto 05 — Nostalgia. - Página 3 EmptyRe: Ato 05 — Nostalgia.

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nostalgia

Toda aquela grosseria que Nicholas disparava de forma estúpida feria o meu âmago em sua forma mais crua. Ele não estava errado, mas não existe uma forma melhor que demonstrar o que pensa? Desde que nos encontramos, não importa o que eu fizesse, o loiro sempre cuspia palavras e mais palavras cruéis que só serviam para me diminuir e me colocar como uma criança, sem qualquer noção do que estava fazendo. Senti minhas orbes lacrimejarem de leve, mas jamais daria esse gostinho para ele.

— Ok, vamos lá. — respirei fundo, ajeitando os pés no chão e voltando meu olhar para Nicholas — Você não consegue me tratar bem, não? Eu não pedi para que você ficasse grudado comigo e muito menos que me protegesse. Pedi sua ajuda para me vingar dos Slowpoke, somente. E tudo por causa do Charmeleon, que é um amor. — fixei o olhar no rosto do loiro, com nossas quatro orbes cerúleas fixadas umas nas outras; meu tom de voz era sério e imponente, diferente do utilizado até agora — Não preciso, não precisarei e jamais precisei de homem nenhum pra me proteger. Nunca. Vivi a maior parte da minha vida na rua, sozinha, me desdobrando em duzentas pra arrumar o que comer e sobreviver desde que perdi minha família toda ainda criança. Então, sim, diferente do seu julgamento, eu sei me virar. — minha voz quebrava de leve; em seguida engoli seco e balancei a cabeça negativamente uma única vez antes de voltar meu olhar para a bela floresta que nos abraçava — Tudo que eu fiz até agora foi te tratar bem e tentar arrancar um sorriso dessa sua cara estúpida e mal humorada. Se até isso é demais pra você, ninguém está te obrigando a ficar perto de mim. Acaba a batalha e some da minha frente. É simples. — joguei minhas madeixas para trás dos ombros, deixando que a leve brisa noturna que vinha de um lago próximo levasse-as junto consigo — Ou isso ou aprende a me tratar direito. A falar direito. Você já me xingou de duzentas coisas diferentes sem necessidade nenhuma. — abaixei a cabeça, desvencilhando nossos fixos olhares — E daí se aparecer guarda florestal? Bandido? Foda-se. Isso não te dá direito de me tratar desse jeito quando tudo que eu fiz foi te tratar bem. Sabe qual foi a última vez que eu tentei fazer amizade com um estranho? — tornei a levantar a cabeça, agora na direção da batalha de Gyoza e Musubi — Nunca. Eu não tinha um amigo sequer até alguns meses atrás. Vivi sozinha a maior parte da minha vida. Então, me desculpa se ser eu mesma te incomode tanto assim. — tornei a fitar Nicholas por um único segundo — ... Você é igual aquelas crianças. — falei quase que inaudível, ajeitando a cabeça na direção da batalha e arremessando a Friend Ball logo em seguida sobre o aquático desmaiado — Eu sou assim, desse jeito mesmo. Uma bagunça sem qualquer auto controle. — segurei o pingente que pendia do cordão de prata que por poucos centímetros não encostava no decote do vestido — E, acredite se quiser, tem alguém que gosta de mim exatamente como eu sou.

Mordi o lábio inferior, tentando lutar a já perdida batalha contra algumas lágrimas que teimavam em escapar os olhos. Balancei a cabeça negativamente diversas vezes, tentando afastar alguns pesados e traumáticos pensamentos que ricocheteavam no meu consciente com o único intuito de destruir a barreira protetora já cansada de se remendar toda vez que algo me engatilhava. É... Mais uma vez ser eu mesma incomodava alguém. Pude sentir a Karinna ainda criança gritar dentro do meu peito, chorando em tristeza noites à fio porque ninguém de Olivine queria ser amigo da garota que morava na rua e era diferente. Engoli seco, caminhando até a esfera esverdeada e guardando-a dentro da bolsa; com a outra mão, retornei Starmie e Raichu. Apesar do semblante preocupado de ambos, precisava ficar um pouco sozinha. A batalha de Nicholas ainda se estendia e, sem sequer olhar para trás, caminhei em passos lentos e curtos até alguns metros à frente, sentando na base de um dos vegetais de alta copa, fitando o verdeal panorama e perdida em meus pensamentos.

A essa altura, se Nicholas quiser ir embora, que vá.

Tanto faz.

Egg escreveu:

Eevee — 22/40
Spiritomb — 08/40



SWARM

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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 WCU65Ru
Awards :

descriptionAto 05 — Nostalgia. - Página 3 EmptyRe: Ato 05 — Nostalgia.

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Não passava pela cabeça do sempre tão calmo louro de que as palavras dirigidas pela especialista a si pudessem ser tão fortes quanto o ataque que o aquático atingiu a semente de noz um pouco mais à frente. Por mais que aquilo lancinou boa parte de seu consciente, tinha um autocontrole ímpar e seu semblante mantinha aquele seu olhar frio e inexpressivo corriqueiro. Da maneira como ele havia analisado Karinna: uma bomba relógio emocional. Todavia, jamais presumira que suas tentativas de a alertar acerca dos perigos adjacentes poderiam fazer lágrimas escorrer do angelical rosto da artista.

E nem ao menos conseguiu jamais cogitar que o passado de Karinna fosse tão trágico. E que mesmo que vez ou outra tentasse aparentar com um jocoso sorriso, as cicatrizes não estavam fechadas e tornavam a sangrar na primeira memória intrínseca. Por dentro de uma grossa casca que se mostrou desde o primeiro encontro, assim que aquela barreira fosse transposta, jazia uma singela flor: sensível, que no primeiro toque, tornaria a murchar.

O que é, o que é, clara e salgada, cabe em um olho e pesa uma tonelada?” Cada gota que deslizava pela alva face sorumbática da especialista evidenciavam aqueles machucados em seu âmago, despertando, no interior do garoto: Karinna perdera tudo, sendo obrigada a viver em uma também cidade litorânea no continente vizinho depois de perder os seus pais, e sim, era exímia na arte do improviso — ora, sobreviver nas ruas à mercê do destino e das demais pessoas ao redor era o maior símbolo disso.

O combate que ela conduzia se cessou rapidamente. Os golpes utilizados pela dupla lançada pela especialista era o suficiente para nocautear o Slowpoke no primeiro ataque, enquanto, do lado do kantoniano, insistia em se estender — a julgar pelo desenrolar da luta, não tardaria para ele, enfim, cessá-la. Os orbes cerúleos se focavam no adversário à frente apesar de Karinna iniciar sua caminhando para não muito longe dali.

— Shellos, Ancient Power em sequência; Seedot, repita o Giga Drain mais duas vezes — soprou suas ordens, com o pescoço se volvendo na direção oposta: para onde Karinna se dirigia.

Depois de um único passo da mesma, as pupilas dilataram e as pálpebras se descerravam por completo: via, na figura na loura calcorreando calmamente pelo tapete verde, a figura do seu melhor amigo de tempos antigos. Claro, como ele nem ao menos desconfiou de que aqueles dois eram tão parecidos? Seja por características mais externas, como a competitividade ou a espontaneidade em suas ações ou por qualidade mais intrínsecas: a maneira qual reagia os esporros que o louro, desmedidamente, disparava.

E como seria capaz de machucar alguém que lhe fora tão terno?

Era como se o mar por detrás daquela cerca sentisse a atmosfera pesada que se instaurava naquele ínfimo espaço de toda uma grande mata. A aura de Hendo parecia se acomodar sobre o corpo da loura que andava, em passos morosos, retumbando toda a sua melancolia por cada folha que os circundava. Nicholas cerrou os olhos, deixando o ar que sibilava envolver todo o seu corpo; as madeixas lisas e douradas desgrenhar-se ainda mais, e alguns fios escorriam ainda mais por sua testa.

Um silêncio sepulcral reinou por alguns segundos, enquanto a única coisa ouvida era o sibilo do vento, que, ingênuo, tentava carregar aquela melancolia para os confins da terra — em vão, claro.

— Ei, eu quero te fazer uma pergunta — dirigia-se à loura, com as os orbes cerúleos saindo da prisão de carne outrora imposta pelo instinto do louro ao relembrar de suas lamúrias não tão remotas. O azul do oceano que morava nos olhos de Nicholas carregava agora algumas tristezas que insistiam em assolar o âmago do garoto, quiçá por sentir que feriu alguém por seu jeito ríspido e sem ao menos de a mesma saber do que se passara; claro, não justificava. O cenho inexpressivo e frio de Nico estava fixo nas vistas da garota, e, mesmo que tentasse transparecer, caso ela se atentasse um pouco a mais, leria como um livro o que a faceta do kantoniano reservava: melancolia. — Já teve a sensação de tudo que está ao seu lado... — o vento soprara mais forte, deixando algumas folhas repousarem no tapete verde da relva que estava sob os pés da dupla. morrer... apenas por que não fez ou foi forte o suficiente para protegê-los?

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O combate seguiu fluído enquanto uma cena muito mais interessante ocorria ao fundo.Para melhor fluidez dos eventos, irei separar em duas partes desta vez: 1º os acontecimentos combativos e depois o pano de fundo muito interessante sobre o passado de ambos os loiros de olhar ceruleano.

Seedot e Shellos arrebentavam aquele pobre Slowpoke que dormindo não sentia dor e muito menos o ímpeto para revidar as agressões. Shellos usou sua sequência de poderes para soterrar(12 + 12) e causar muita aflição ao pobre rosadinho que agia como se estivesse em um pesadelo. A amêndoa bípede aproveitou da condição do belo adormecido de boca aberta para recuperar suas forças (Acerto Crítico! 11 + 7). Apesar de tudo, Slowpoke seguiu dormindo de boca aberta. Que pokémon resistente hem?


     






Slowpoke:
Dormindo 4/5
Hold Item:
~x~
Trait:
Own tempo

lv25 Slowpoke


12/80
Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 Slowpoke
Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 ShellosAto 05 — Nostalgia. - Página 3 Seedot
lv28 Shellos


81/81
lv13 Seedot


23/34
Trait 1:
Storm Drain
Trait 2:
Chlorophyll
Hold Item 1:
~x~
Hold Item 2:
~x~
Shellos:
~x~
Seedot:
~x~

Campo:  Noite iluminada pelas estrelas e o brilho do luar. Uma cerca alta logo atrás de nossos heróis. Chão coberto de lama próximo a cerca e uma floresta fechada com um caminho sinuoso logo a frente.

Voltando a cena mais importante do momento.

Quem diria que era justamente a entrega total de Karinna em abrir sobre sua história sofrida e difícil junto de sua grande demonstração de amor próprio ao cortar o véu sobre sua história batalhada e árdua que tiveram efeito sobre o Austero e Racional Nicholas Halstenberg. Às vezes não me sinto confortável de expor partes de minha vida para algumas pessoas enquanto parece que aquela memória pesada e estranha pode ser facilmente compartilhada com outras. Doído não acha? Ficamos mais confortáveis em revelar algo oculto para um conhecido de uma noite do que aqueles que amamos ou acompanharam nossa história desde sempre. A vida tem desses encontros singulares e parecia que assim como um cometa que visita o mundo pokémon de anos em anos sem aparente motivo lógico, Karinna e Nico tinham um motivo ou algo que não seria explicado racionalmente para terem se encontrado. Quem sabe algo fosse revelado naquela noite iluminada nos recantos mais secretos da floresta?

Diante do momento calmo de Karinna e Nico, onde apenas o vento ousava intervir naquele encontro destinado, a dupla de cavaleiro caranguejo e montaria canina apareciam novamente. Ambos estavam perto de Karinna e pasmem, o caranguejo fez uma reverência para a monopsiquica enquanto rockruff lambeu a mão da treinadora. Não havia intenção hostil presente como antes. Talvez os dois também tivessem um passado intenso e sofrido, vai saber? O caranguejo fez o melhor que pode com suas luvas para oferecer uma leve massagem nas costas da jovem dando soquinhos ritmados que se mostravam bem agradáveis. O gesto simbólico mostrava que ele se importava com a moça. Dupla personalidade? Talvez não... os pokémons costumavam seguir alguma lógica por trás de suas ações. A cachorrinha coberta com rochas ao redor de seu pescoço seguiu com a cabeça baixa até Nico e quando se aproximou dele esboçou um sorriso. O perceptivo treinador viu. Uma grande cicatriz horizontal ia de fora a fora a barriguinha da pequena e seu pescoço era marcado como se tivessem posto uma coleira de espinhos que rasgou a carne da coitadinha. Por fim, em uma das patas o pelo estava disforme. Outrora um aro de ferro prendia sua para esquerda frontal, aro esse que cortou parte de sua carne e deixava o local estéril. Diante de todo o seu passado, ela sorria para ele. Os dois pokémons ficaram ao lado dos treinadores aguardando o fim do combate de Nico contra o Slowpoke.

Progresso :

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nostalgia

Estava tão cabisbaixa que tudo que consegui fazer foi escorar as costas no caule do majestoso vegetal e observar. Vezes com o olhar alto, vezes baixo, mas a vista era a mesma: a imensidão incontável de clorofila que pintava todo aquele panorama esverdeado. A essa altura sequer me importava com Nicholas ou sua batalha; se fosse embora, que seja. Engatilhar pensamentos que há muito não me assombravam já estava de bom tamanho. Com as pontas dos dedos esquerdos busquei diferentes mechas de cabelo e, perdida em meu próprio consciente, enrolei-os dentre os dedos, desatenta.

Era engraçado como, após aquele dia no National Park, prometi a mim mesma que não deixaria o passado me abalar. E não poderia estar mais enganada. Madame Tshilaba leu meu tarô tão minuciosamente que eu tinha certeza absoluta que seria uma mulher confiante dali para frente: sem amarras, quebrando de uma vez por todas o vidro invisível que me impede de seguir em frente de verdade. E por um momento até que fui resoluta, mas somente na presença de... Daisuke. O mesmo aconteceu com Natalie. Será que meu estado emocional feliz depende da presença de pessoas que amo para que meu íntimo se ocupe desse sentimento e não deixe a pior parte de mim tomar conta do próprio?

Passos lentos se aproximaram e os devaneios se foram tão rápido quanto chegaram. Ergui a cabeça e ali estava o loiro, a princípio de olhos fechados, mas logo depois abrindo-os para me fazer uma pergunta. Honestamente, eu até saberia responder o que dissera, mas preferi não fazê-lo; dei de ombros, tornando a enrolar pequenas mechas do meu cabelo. Uma brisa gélida passava, não somente para tornar a cena ainda mais melancólica, mas trazendo também de volta os monstrinhos invasores de outrora. O caranguejo se aproximou junto com a canídea e ambos resolveram interagir mais... Tranquilamente. Abri um leve sorriso para a lambida que Rockruff deu em minha mão, aproveitando também a massagem temporária que Crabrawler decidiu me oferecer. Tornei a olhar para Nicholas, agora dando um leve suspiro; levei a palma direita até o solo e bati-a contra o capim rasteiro umas três vezes, como um convite para que o loiro se acomodasse.

— Esse é o seu pedido de desculpas, irmãozinho-mais-novo? — meus lábios moveram-se bem pouco, abrindo um leve sorriso sem mostrar os dentes; tornei a fitar o horizonte, aproveitando para acariciar o crustáceo que se acomodava ao meu lado — Acho que ela gostou de você. — observei pelo canto dos olhos a pequena Rockruff tentar chamar a atenção de Nicholas de qualquer maneira — É... Talvez sejamos as duas pessoas mais desafortunadas da terra. — levei minha mão esquerda até o ombro do loiro, apertando-o de leve uma única vez — E quem diria que elas se encontrariam por conta de um Charmeleon curioso, né?


Egg escreveu:

Eevee — 23/40
Spiritomb — 09/40



SWARM

_________________
Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 WCU65Ru
Awards :

descriptionAto 05 — Nostalgia. - Página 3 EmptyRe: Ato 05 — Nostalgia.

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Apesar dos esforços da dupla lançada pelo louro, o aquático sempre fora conhecido não só por sua lentidão nas ocasiões cotidianas — sempre com sua boca aberta voltada para qualquer pessoa —, como também por sua resistência, provava ao louro e seus monstrinhos o quão forte realmente era. Contudo, o embate estava prestes a se encerrar, seja por um derradeiro golpe da semente ou mesmo da lesma. Respirou fundo, os orbes cerúleos sempre tão inquietos — vez ou outra olhando ao redor — focando-se na silhueta absorta da especialista em psíquicos.

— Acabem logo com isso. Ancient Power e Giga Drain — soprou, fitando o pequeno Slowpoke entregue à condição de sono, prestes a receber os últimos golpes.

Assim que os ataques fossem recebidos e nocauteariam o rosáceo, o louro arremessaria uma de suas esferas bicolores para tentar levar aquele monstrinho consigo. O apetrecho chocar-se-ia contra o corpo inerte de Slowpoke, evocando sua energia vermelho-sangue que envolvia toda a estrutura do monstrinho, desmaterializando naquele feixe enérgico, absorvendo-o para o interior da pokébola. A partir dali, se iniciaria a contagem de captura, sempre tão corriqueira a treinadores e afins.

Caso a captura fosse executada, o louro recolheria o instrumento para si — se não fosse na primeira, arremessaria mais uma para tentar capturá-lo.

Achegou-se da loura, assim que lançou a sua pergunta à mesma. Foi apenas para que aquela dupla de outrora se achegasse aos dois, acompanhado do melancólico sibilo do vento. Em aproximação amical, o lutador afagava Karinna e o canídeo lambia a sua mão, arrancando um sorriso daquela tão lancinada alma que passara por tantas lamúrias ao longo de sua vida. O lupino, de cabeça baixa, foi até Nicholas apenas para um sorriso com um pouco de júbilo ao kantoniano.

Nicholas agachava-se, afagando suavemente a cabeça de Rockruff. Cerrou as pálpebras, sentindo, mais uma vez, o ar melancólico da rota dez envolver todo o seu corpo e seu âmago. Descerrou-as, mostrando aquele oceano que aprisionava dentro de seus orbes voltados à loura; o anil que outrora nada refletia, agora refletia apenas todo o desalento e uma alma torturada pelo próprio peso que colocava sobre suas costas.

— Sabe de uma coisa, Karinna, há não muito tempo atrás, eu costumava sorrir também — repousava as suas vistas no tapete verde, enquanto o vento insistia em correr por entre as copas verdejantes. — A pergunta de um tempo atrás era pra... você entender um pouco do que eu sinto. Eu só quero te proteger porque você me lembra muito alguém que foi muito importante: eram dois descabeçados iguais e sempre odiavam quando eu pegava no pé — ergueu a sua fronte, com as vistas fixadas na figura de Karinna. — Mas esse cara, eu não pude protegê-lo também... Ele teve de ir pra Saffron com a mãe, e eu não consegui pará-lo. Pouco tempo depois, ocorreu um incidente de confronto entre os rangers e os rockets na zona periférica de Saffron, que era onde eles moravam. Nisso, em uma bala perdida que vieram dos rangers. Parece uma mulher foi vítima e um menino desapareceu. A imprensa abafou o caso pra não mostrar a incompetência dos rangers, e não se falou mais depois disso — a mão destra descia até a grama, cerrando os punhos com o máximo de força que seu corpo lhe permitia. — Antes de Kanto ser completamente afundada também, eu juntei o pouco de dinheiro que tinha e coloquei meus pais em um pequeno barco que ia para Hoenn; ele partiu junto de mais outros dois. Rumores dizem que um desses barcos afundou, mas não sabem qual e nem quiseram investigar. Se aconteceu alguma coisa com eles, eu não faço a mínima ideia. Não pude protegê-los também — projetava seu corpo para cima, aceitando o convite feio pela especialista para sentar-se ao seu lado. Os olhos azuis continuavam a fitar inexpressivamente o horizonte. — Você perdeu alguém importante também, sabe como é. Mas, a dúvida de saber se estão vivos ou não corrói muito mais do que a certeza. Aqueles que perdeu você sabe que estão em um lugar melhor, mas e quem não se sabe o destino? Podem estar sendo torturados, morreram e ninguém sabe; sabe Arceus o que pode ter acontecido. O luto você consegue lidar com o tempo, e ter até boas lembranças daqueles que se foram. Mas... o que fazer diante dessa dúvida? — abaixou a cabeça, utilizando de suas forças para conter todos os agouros que sempre aprisionara também. — Eu... só quero proteger o espírito daquela criança que ainda ria e tinha esperanças com o mundo, e é você quem tem ele. Quando Pallet caiu, aquele Nicholas sempre tão sorridente... morreu.

Trouxe Rockruff para o seu colo, ouvindo atentamente as palavras que saíam da especialista. Quiçá pelos poucos amigos conforme dito por Karinna, aquele ínfimo tempo a fazia ver nuances de um irmão mais novo na silhueta do kantoniano. Com um sútil toque em seu ombro, jubilava o encontro das duas pessoas mais desafortunadas da terra por conta de um pequeno Charmeleon.

Manteve-se taciturno por um ínfimo tempo.

— Karinna, por que e por quem você ainda luta? — indagava, aéreo, buscando algumas brechas por entre as copas das árvores para observar o céu estrelado.

E quem diria que o sempre tão inexpressivo Nicholas revelaria para uma garota até então desconhecida algumas de suas facetas, sempre tão encoberta nos confins de seu âmago: a amargura e a melancolia.

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Seedot e Shellos finalizaram o combate com um ataque duplo seguindo as ordens de Nico. Slowpoke mesmo nocauteado seguiu dormindo de boca aberta aceitando que desde o primeiro momento, seu destino era ser um dos pokémons de Nico. Um momento de tensão. Será que a pokebola tinha a mesma opinião que todos os presentes? Bom, mesmo que não tivesse, o pokémon continuaria sem forças após a surra que havia levado. Uma vez para a esquerda, outra para a direita e uma última para a esquerda de novo. O brilho da captura se concentrou no ponto focal da esfera e a musiquinha mais agradável aos ouvidos de um treinador tocou. Slowpoke agora pertencia à Nico.









Slowpoke:
Dormindo 4/5
Hold Item:
~x~
Trait:
Own tempo

lv25 Slowpoke


0/80
Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 Slowpoke
Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 ShellosAto 05 — Nostalgia. - Página 3 Seedot
lv28 Shellos


81/81
lv13 Seedot


27/34
Trait 1:
Storm Drain
Trait 2:
Chlorophyll
Hold Item 1:
~x~
Hold Item 2:
~x~
Shellos:
~x~
Seedot:
~x~

Campo:  Noite iluminada pelas estrelas e o brilho do luar. Uma cerca alta logo atrás de nossos heróis. Chão coberto de lama próximo a cerca e uma floresta fechada com um caminho sinuoso logo a frente.

A amêndoa saltitante levou a pokébola para seu dono enquanto um brilho intenso e azulado a cercava. Ela olhou para seu mestre com aqueles grandes olhos como se aguardasse por sua permissão para que algo fantástico viesse a acontecer.

Talvez Karinna e Nico não fossem irmãos de sangue, mas ora bolas...Porque não irmãos sofridos pelas amarguras da vida? Cito aqui um antigo provérbio chinês que caiu como uma luva: – “o sangue da aliança é mais grosso do que a água do útero”.

Karinna tinha a benção da noite e a paciência da dupla outrora perigosa em seus colos para responder a pergunta de Nico (E do Narrador também :p), afinal de contas, qual o combustível que mantinha a energia infinita da jovem que jamais se daria por vencida diante das adversidades?



Progresso :

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nostalgia

A grande surpresa daquela noite acontecia enquanto a cortante brisa levava a franja do loiro e revelava ainda mais suas cerúleas janelas: Nicholas estava sendo... Vulnerável. Não conheço o loiro o suficiente para ditar sua personalidade por completo, mas tinha quase certeza absoluta que aquilo ali, talvez, e somente talvez, seja uma das primeiras vezes que o treinador permitira-se expressar a lamúria que tanto o assola. É por isso que ele estava sendo super-protetor, até mesmo com uma estranha como eu. Minhas orbes cerúleas travavam sobre as dele, perdendo-se por completo sobre as tormentosas águas que carregavam; um olhar tão intrínseco e característico a mim mesma, só que projetado em outra pessoa.

Aquela dor.

...

Eu a conheço como ninguém.

— Hoje? Por mim mesma, talvez. O porquê? Não faço ideia. — respondi, deitando a cabeça sobre o tronco do vegetal que nos acolhia — Mas há alguns meses decidi que não lutaria mais. — suspirei, apertando a barra da seda que compunha o leve vestido que trajava — Quando eu estava indo para o deserto, meu único desejo era ceifar minha própria vida. — abaixei a cabeça — Eu estava decidida e cansada. Cansada de não ter um propósito na vida. Cansada de não ser nada para ninguém. De ter lutado minha vida toda por... Nada. Porque todo mundo que eu me importava ou havia sumido ou estava morto. — os olhos encheram d'água, com o dorso da mão rapidamente limpando-os na frustrada tentativa de disfarçar as lágrimas que, teimosas, tornavam a surgir — Mas aí... — um leve sorriso agridoce formou-se em meu rosto, com minha atenção voltando para o loiro — Aí encontrei minha melhor amiga que não via há seis anos. E me apaixonei pelo garoto mais bobo que já conheci, o completo oposto de mim. — balancei a cabeça negativamente uma única vez — Talvez o destino tenha boas coisas reservadas para nós, no final das contas. Não existe ninguém na sua vida que você ama e te ama de volta? — torcia para que a resposta fosse positiva, mas algo me dizia que sim — Sim, são coisas diferentes. Ninguém, nunca, vai substituir o buraco que existe dentro de mim desde que perdi minha família. E não vejo a hora de encontrá-las, seja lá quando for; mas gosto de acreditar que seja possível. — as janelas agora voltavam-se para os céus, observando as estrelas junto com Nicholas — E eu discordo de você. Na agonia da dúvida ao menos existe a chance, mesmo que ínfima, do pior não ter acontecido. — mordi a mandíbula, engolindo seco — No meu caso, não tem volta. — cerrei os olhos — As perdi há tanto tempo que tem dias que me culpo por não lembrar direito de suas vozes. Do gosto da comida, mesmo que simples, da minha avó. Do cheiro das roupas da minha mãe. — mordi o lábio inferior, finalmente deixando as lágrimas escorrerem para fora do cárcere de carne que tentei aprisioná-las — Ainda rio porque me forço a rir. Ainda tenho esperança porque me forço a tê-la. Tudo para não deixar que a vontade de deixar esse plano espiritual mais uma vez me consuma. — respirei fundo, puxando abruptamente Nicholas para um apertado abraço — Só aceita o abraço. — deitei minha cabeça sobre seu ombro, permanecendo assim por bons minutos — Sinto muito por tudo que aconteceu com você. — suspirei — Se antes você não tinha pelo quê lutar, agora tem. Vou te perturbar e te irritar pelo resto da eternidade, irmãozinho. E não adianta tentar fugir de mim. — soltei do abraço, limpando as lágrimas e ajeitando minha madeixas, colocando-as para trás dos ombros — Se acostume com o apelido, peste.

Abri um leve sorriso, aproveitando para levar os dígitos direitos até os cabelos de Nicholas, bagunçando-os ainda mais. Uma risada baixinha escapou das cordas vocais, com meu olhar agora voltando-se na direção do caranguejo e da cachorrinha. Talvez não fosse lá essencial batalhar com eles, mas queria ver um pouco do potencial do massageador antes de capturá-lo. Abri a bolsa, buscando novamente as esferas de Gyoza e Musubi, lançando-os sobre a curta vegetação.

— E aí, rapaz? — perguntei para o Pokémon que observava tudo com uma certa tristeza; dizem que monstrinhos conseguem entender e sentir perfeitamente tudo que os humanos transmitem, né? — Tá tudo bem. Que tal uma batalha para vermos como você se sai? Depois disso pode vir comigo. — agachei para acariciá-lo uma última vez antes de me afastar um pouco para dar início à batalha — Nada de pegar leve, viu? Gyoza, duplo Psychic! Musubi, Thunder Wave e Thunderbolt!

Se essa batalha fosse tão rápida quanto a anterior, buscaria uma Poké Ball vazia dentro da bolsa e lançaria sobre o lutador. Voltei meu olhar para Nicholas, abrindo um leve sorriso para aquela cara emburrada. Seria difícil me acostumar com essa eterna-cara-de-bunda mas faz parte, não é?

Egg escreveu:

Eevee — 24/40
Spiritomb — 10/40



SWARM

_________________
Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




Ato 05 — Nostalgia. - Página 3 WCU65Ru
Awards :

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off. :


Sentado acomodado sobre o suntuoso tronco que os acomodava, taciturno, ouvia as respostas da pergunta que direcionara posteriormente à especialista. O vento sibilava, melancólico, como se passasse por cada poro do kantoniano e levasse consigo um pouco daquela lamúria que tanto lancinou a alma do louro desde que a pequena embarcação partiu, deixando Pallet ruir junto com as tormentas evocadas pela mística fera de Hoenn.

E tão incerto quanto os próprios ventos do destino, quando Karinna disse que estava disposta a entregar-se às incertezas do pós vida, Nicholas lançara um olhar terno — pela primeira vez durante aquela hora em que passara junto da especialista. Diante de toda a história que lhe fora falada antes de se assentarem abaixo da copa suntuosa daquela árvore, toda a dor acumulou-se nos confins de seu âmago e, como uma bomba relógio, poderia vir à tona. Não julgava aquela decisão agourenta, afinal, a artista de douradas madeixas carregava consigo uma história trágica e fora forte todo esse tempo; entretanto, uma hora esse poder se esgota, não é?

Um sorriso agridoce formava-se no semblante da loura, em contraste com toda aquela melancolia que suas palavras — e lágrimas — transmitiam. Passara o dorso da mão sobre a face, balançando a sua cabeça uma única vez e contando da reviravolta que aquela alma, quase entrega às sombras, enxergava uma partícula de luz em meio a todas aquelas vozes agourentas que sussurravam em seu âmago: o reencontro com a sua melhor amiga que, bravamente, enfrentaram uma das bestas místicas de Hoenn e um garoto o qual se apaixonara — um bobo, conforme dito por ela.

Fora nesse gancho que lançou uma indagação ao kantoniano, volvendo os oceanos aprisionados em sua íris, tão turbulentos, na figura do treinador: será que, mesmo em meio àquelas dores e incertezas, ainda não existia algum amor recíproco? Um sentimento único que era capaz de iluminar até mesmo as trevas inalcançáveis do Distortion World.

— Talvez, eu não sei — murmurou, a cabeça estática, recostada sobre aquela árvore magistral na mata da rota dez. — Essa pessoa... não sabe quem realmente eu sou — inferiu, deixando aquela melancolia tão intrínseca sair de sua garganta, que a aprisionava eximiamente. — E nem mesmo eu sei quem sou...

Karinna entendia a dor de perder alguém importante como ninguém, e quiçá por isso, compadecia-se com a história do louro e entendia o peso que o mesmo carregava em suas costas. Atlas, o titã que levava consigo o firmamento em suas costas era análogo ao kantoniano, que tinha consigo vidas: estas que não pôde fazer o suficiente para que estivessem bem, ao seu lado, onde poderia zelar por elas e volver a ser aquela criança, sorridente e confiante em um futuro melhor. A natural catástrofe fora um ponto chave para levantar todas as amarguras outrora soterradas na alma do louro.

A especialista carregava consigo a certeza de que não conseguiria ver os seus entes mais queridos, que se perderam nas desventuras da vida. Mesmo que isso ainda fazia muito tempo, culpava-se por não se lembrar de como era aqueles traços tão intrínsecos e ternos de sua mãe e de sua avó. Por mais que parecesse que, por aqueles eventos únicos ainda tinha forças, seus dizeres e lágrimas mostravam o contrário.

Pobre Karinna.

De maneira abrupta, o louro sentiu uma pressão inesperada vindo da mão da violinista, que puxava o seu corpo para próximo do seu. Um pedido sincero: apenas aceite o abraço. Lágrimas escorriam pelo alvo e sorumbático rosto da garota, que se repousava nos ombros do treinador após envolvê-lo com seus braços. A força singular com que fazia aquela demonstração de afeto fosse ímpar. Mesmo que nunca haviam se conhecido, aquelas duas almas aproximavam-se e sentiam um sentimento quiçá inexplicável por uma única sensação: dor.

Apenas aquela corrente de ar que agora era tão corriqueira envolvia os dois corpos naquela união fraternal. “Sinto muito por tudo o que aconteceu com você”. Aquela frase ressoou por um bom tempo no âmago do louro. Assim como os ventos mutáveis dessa força maior cujo todos somos sujeitos, que chamamos de destino, levou Emma para derrubar aquela barreira tão fortemente edificada por si próprio, essa mesma entidade levava-lhe alguém que entendia em partes a sua dor. O mais engraçado de tudo é que o que era pra ser apenas um retorno nostálgico à sua terra natal fora ainda mais: o desabafo, mesmo que Karinna ainda seja desconhecida, contudo, entendia-o como poucas pessoas.

Ademais, ninguém que Nicholas se encontrara durante esse tempo sabia de seu real passado e do peso que carregava consigo — nem mesmo seu pokémons. Se ela fosse alguma agente de qualquer entidade ou serviço secreto, agora tinha informações que o deixavam vulnerável. O louro preferiu não pensar nessa possibilidade — mesmo que parecesse absurda.

Foi com discrição que um sorriso pincelava os lábios finos do kantoniano. Como que, em pouco mais de uma hora, aquela garota o chamava de “irmãozinho”? Será que toda aquela cautela que Nicholas sempre teve com pessoas ao seu redor era algo tão intrínseco e fútil? Por que se isolava tanto dentro de seu próprio mundo, apenas correndo com as próprias pernas sendo que as duas pessoas que mais o compreendiam ousaram romper aquela fortaleza em volta de si? Era... engraçado — quiçá, irônico.

— Hmpf, quanta besteira — continuava absorto observando o céu, não movendo um único músculo para impedir que Karinna desgrenhasse ainda mais as inquietas madeixas douradas. — Você tá me chamando assim e me conhece não tem nem um dia direito.

Sabia que, segundo alguns treinadores que passavam por Viridian, a força estava nos mais incertos laços que se constrói no decorrer de sua cruzada pelo mundo. Entretanto, isso nunca lhe fora natural, e o louro buscava conseguir os seus objetivos apenas caminhando com suas próprias pernas — por mais impossível que fosse. Possivelmente, uma única fresta fora aberta, mas ainda tinham alguns muros concretos a se derrubar.

Aquela criança — como gostava de dizer — não volveria tão facilmente, e daria apenas alguns nuances de como era a cada tijolo que fosse removido em volta de seus próprios sentimentos.

Mexia apenas os olhos para observar a semente cintilando trazendo consigo a esfera bicolor que utilizara para capturar o absorto Slowpoke; Shellos observava, ao longe, junto de Rockruff. Nicholas tomou aquela esfera para si, fitando Seedot observá-lo, quase galgando até os céus em jubilo. Aquele sorriso ainda se mantinha estampado na face do louro, que, calmamente, conversava com o seu pequeno monstrinho gramíneo.

— Então quer dizer que você está amadurecendo, e cada vez mais, as responsabilidades vem. Sabe disso, não é? — indagou em um sopro calmo, com Seedot assentindo. — Se tem como objetivo superar aquele que foi seu líder durante tanto tempo, você não precisa apenas de força, precisa ter um pensamento como o dele, e isso não sou eu quem controlo, e sim você. Só você tem o domínio de si próprio, mesmo que eu seja seu treinador — engraçado que, pela primeira vez, a semente ouvia os dizeres enigmáticos de seu mestre. — Se acha que está pronto para agarrar essa responsabilidade, então, cresça.

Fora com essas últimas palavras que a semente deixou aquele lampejo envolver todo o seu exíguo corpo; um foco de luz em meio à escuridão que a noite proporcionava naquela porção da rota dez. O corpo do gramíneo aumentava em demasia, e agora ficava ainda mais evidente a sua forma bípede. Em sua face, uma protuberância crescera na altura do nariz — referência ao Pinóquio? — e seus olhos eram envolvidos por uma cor mais clara, finalmente descerrando-os. A flor no topo de sua cabeça bailava conforme a melodia tocada pelo vento noturno de Lavender. Um novo ar o envolvia: de alguém que compreendera o legado daquele Shiftry que, outrora, lamentava sua partida aos planos etéreos.

Nuzleaf não só evoluíra fisicamente, como mentalmente também.

Sem muitas cerimônias e nenhuma palavra, Nicholas balançou a cabeça afirmativamente para o seu monstrinho, contente com a sua evolução. Recolheu-o, enfim, para a sua esfera bicolor, levantando-se do abrigo momentâneo que aquela árvore oferecera. Dirigiu-se até o lupino que mostrava cicatrizes em volta de seu corpo, juntamente com a lesma marinha. Agachou-se, afagando a cabeça do monstrinho.

— Aqueles Siennas malditos te machucaram, não foi? — indagava calmamente, com o mar agora mais calmo buscando penetrar o mais fundo possível no âmago de Rockruff. — Não se preocupe, eu vou arrumar um lar pra você. Basta... só vir comigo, não é nada demais — deu uma piscadela para a sua lesma, que cutucava o pequeno lobo, como se o convidasse, amigavelmente, para um curto embate. — Por que vocês dois não lutam amigavelmente? Nisso, eu consigo observá-lo melhor e consiga te ajudar a ser ainda mais forte. Tá tudo bem?

Ergueu-se, recuando em alguns passos enquanto sua lesma o acompanhava. Shellos saltou à frente de Nicholas, de prontidão para ouvir os seus comandos — do lado esquerdo, Karinna já havia evocado os seus pequenos para combater Crabrawler.

— Scald em sequência — ordenou, súbito, esperando que Shellos o executasse.

Caso o combate se encerrasse com aqueles únicos movimentos, o kantoniano não titubearia em lançar uma de suas pokébolas guardadas em sua mochila. De relance, volveu o olhar para a loura, que o observava com um sorriso.

— Talvez você seja, de fato, louca — soprou, manso. —, mas é por isso que me sinto mais seguro.

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