Conhecer o modus operandi dos rockets dava alguma vantagem à dupla. Tendo ciência disso, o pássaro utilizara seus poderes paranormais para levá-los ao outro lado da cerca. Chegaram a uma zona asfaltada, com mais alguns nuances de que, provavelmente, pessoas moravam — presente ou passado — naquela região. Nos fundos de um edifício abandonado, mais precisamente. O louro olhou de um lado para o outro, rapidamente buscando em todo o seu redor qualquer vestígio dos criminosos que tentaram cercá-los pouco tempo atrás.
Por sorte, não havia ninguém — ao menos do lado de fora. Volveu-se rapidamente para a parede de concreto do edifício, de onde um chiado constante e um timbre vocal saíam. Com os ouvidos atentos, o louro constatou de que eram — quiçá — aqueles dois de outrora conversando com um dos líderes via rádio. Aquele sorriso maquiavélico, mesmo que raso, iniciava a tingir os lábios finos do kantoniano.
Doce vingança.
Nem mesmo quando as terras outrora arrasadas pelas tempestades infindáveis pareciam se reerguer, os criminosos aproveitavam aquela ínfima brecha para manter suas atividades contrabandistas. Mas, por Arceus, esses vermes não dão um único descanso para Kanto? Os olhares frios de Nicholas expressavam uma parcela daquele ódio tão crescente em seu âmago: castigavam o seu terno continente, bem como atentaram à vida de alguém que lhe fizera tão bem mesmo em pouco tempo. Como poderia perdoá-los, ou simplesmente esquecer desses acontecimentos tão frescos em sua memória? Ademais, sua perna estava daquele jeito justamente por conta de um dos membros dessa facção.
Contudo, como poderia fazê-lo tendo a especialista ao seu lado e a mesma se negando a partir sem ele? Qual seria a impressão dela ao conhecer o verdadeiro garoto que, aprazivelmente, Karinna chamava por irmãozinho? Um paradoxo eterno dentro da alma do kantoniano.
Balançou a cabeça, buscando — mesmo que em vão — afastar aquelas sombras que já lhe eram ternas e familiares, que o abraçavam quando os desejos mais lúgubres de sua alma estavam para transbordar. Era necessário o autocontrole naquela situação, e sabia disso; porém, apenas ter a ciência não significa que seria, de fato, uma tarefa fácil.
Uma janela quebrada próxima aos dois era o ínfimo obstáculo que separavam os dois das espécies galarianas — ainda não visíveis devido à distância. No teto, um projetor iluminava uma dupla de criminosos brandindo esferas bicolores em suas cinturas, bem como alguns utensílios para transportá-los. Os monstrinhos estrangeiros jaziam sorumbáticos dentro de uma jaula feita para comportá-los de modo justo. Não obstante, era audível a corrente elétrica percorrendo entre a barra de ferro para que, no momento em que os pokémons ousassem golpeá-las, levassem um choque — e dos grandes.
Cerrou os punhos em fúria, recordando-se da simpática figura de Rockruff. Por mais que em zoológicos os monstrinhos não têm um tratamento digno, aquelas feridas tão gritantes poderiam apenas ser fruto de seres com moral alguma, carregados único e simplesmente pela ganância, doa a quem doer. Quiçá, o lupino conseguira escapar das mãos dos rockets junto a Crabrawler, justificando o porquê de serem tão vulneráveis — iniciaram interagindo com a especialista e o treinador através de uma singela brincadeira, e posteriormente, uma aproximação amical ao ouvirem as lamúrias que os dois carregavam consigo.
Até gostaria de resgatar os dois monstrinhos sem uma batalha ser necessária. Ora, se a gaiola fosse alimentada pelo sistema elétrico do edifício, bastava causar um curto circuito ou interromper a circulação de corrente elétrica; o segundo passo seria romper as rígidas barras de ferro que separavam as espécies da liberdade. Mas, sejamos sinceros: pra que dar toda essa volta se enfrentar a gangue parecia tão mais simples? E, provavelmente, os dois portavam as chaves que destravariam a gaiola dos pokémons. Dois contra dois.
Ademais, se Karinna havia de fato vencido Regirock, aqueles dois caras não deveriam ser um obstáculo, não é?
Nicholas aproximava-se da loura com pinceladas de seu intrínseco furor, ostentando seu convencido sorriso. Moroso, aproximava os lábios dos ouvidos da especialista, controlando o volume de sua voz para que, de modo algum, os rockets desconfiavam que estava ali.
— Eles estão em dois, nós somos dois. Já sabe, né? — inquiria em murmúrios, abrindo ainda mais aquele sorriso maquiavélico. Quem sabe, Nicholas também não descobriria um pouco mais sobre o tal Mestre H., a quem tanto aquela dupla reverencia, correto?
Xatu os cobria pelas costas, e não é preciso discorrer muito de que o psíquico estaria pronto para auxiliar em qualquer momento — e em caso de combate, não engajaria, afinal, ele era a válvula de escape da dupla. Seja com seu teleporte ou seus poderes paranormais, a ave não abaixaria sua guarda de modo algum.
Por sorte, não havia ninguém — ao menos do lado de fora. Volveu-se rapidamente para a parede de concreto do edifício, de onde um chiado constante e um timbre vocal saíam. Com os ouvidos atentos, o louro constatou de que eram — quiçá — aqueles dois de outrora conversando com um dos líderes via rádio. Aquele sorriso maquiavélico, mesmo que raso, iniciava a tingir os lábios finos do kantoniano.
Doce vingança.
Nem mesmo quando as terras outrora arrasadas pelas tempestades infindáveis pareciam se reerguer, os criminosos aproveitavam aquela ínfima brecha para manter suas atividades contrabandistas. Mas, por Arceus, esses vermes não dão um único descanso para Kanto? Os olhares frios de Nicholas expressavam uma parcela daquele ódio tão crescente em seu âmago: castigavam o seu terno continente, bem como atentaram à vida de alguém que lhe fizera tão bem mesmo em pouco tempo. Como poderia perdoá-los, ou simplesmente esquecer desses acontecimentos tão frescos em sua memória? Ademais, sua perna estava daquele jeito justamente por conta de um dos membros dessa facção.
Contudo, como poderia fazê-lo tendo a especialista ao seu lado e a mesma se negando a partir sem ele? Qual seria a impressão dela ao conhecer o verdadeiro garoto que, aprazivelmente, Karinna chamava por irmãozinho? Um paradoxo eterno dentro da alma do kantoniano.
Balançou a cabeça, buscando — mesmo que em vão — afastar aquelas sombras que já lhe eram ternas e familiares, que o abraçavam quando os desejos mais lúgubres de sua alma estavam para transbordar. Era necessário o autocontrole naquela situação, e sabia disso; porém, apenas ter a ciência não significa que seria, de fato, uma tarefa fácil.
Uma janela quebrada próxima aos dois era o ínfimo obstáculo que separavam os dois das espécies galarianas — ainda não visíveis devido à distância. No teto, um projetor iluminava uma dupla de criminosos brandindo esferas bicolores em suas cinturas, bem como alguns utensílios para transportá-los. Os monstrinhos estrangeiros jaziam sorumbáticos dentro de uma jaula feita para comportá-los de modo justo. Não obstante, era audível a corrente elétrica percorrendo entre a barra de ferro para que, no momento em que os pokémons ousassem golpeá-las, levassem um choque — e dos grandes.
Cerrou os punhos em fúria, recordando-se da simpática figura de Rockruff. Por mais que em zoológicos os monstrinhos não têm um tratamento digno, aquelas feridas tão gritantes poderiam apenas ser fruto de seres com moral alguma, carregados único e simplesmente pela ganância, doa a quem doer. Quiçá, o lupino conseguira escapar das mãos dos rockets junto a Crabrawler, justificando o porquê de serem tão vulneráveis — iniciaram interagindo com a especialista e o treinador através de uma singela brincadeira, e posteriormente, uma aproximação amical ao ouvirem as lamúrias que os dois carregavam consigo.
Até gostaria de resgatar os dois monstrinhos sem uma batalha ser necessária. Ora, se a gaiola fosse alimentada pelo sistema elétrico do edifício, bastava causar um curto circuito ou interromper a circulação de corrente elétrica; o segundo passo seria romper as rígidas barras de ferro que separavam as espécies da liberdade. Mas, sejamos sinceros: pra que dar toda essa volta se enfrentar a gangue parecia tão mais simples? E, provavelmente, os dois portavam as chaves que destravariam a gaiola dos pokémons. Dois contra dois.
Ademais, se Karinna havia de fato vencido Regirock, aqueles dois caras não deveriam ser um obstáculo, não é?
Nicholas aproximava-se da loura com pinceladas de seu intrínseco furor, ostentando seu convencido sorriso. Moroso, aproximava os lábios dos ouvidos da especialista, controlando o volume de sua voz para que, de modo algum, os rockets desconfiavam que estava ali.
— Eles estão em dois, nós somos dois. Já sabe, né? — inquiria em murmúrios, abrindo ainda mais aquele sorriso maquiavélico. Quem sabe, Nicholas também não descobriria um pouco mais sobre o tal Mestre H., a quem tanto aquela dupla reverencia, correto?
Xatu os cobria pelas costas, e não é preciso discorrer muito de que o psíquico estaria pronto para auxiliar em qualquer momento — e em caso de combate, não engajaria, afinal, ele era a válvula de escape da dupla. Seja com seu teleporte ou seus poderes paranormais, a ave não abaixaria sua guarda de modo algum.