Diamante Negro!

Akise ficava bem feliz com a vitória de Ame, mas se sentia meio envergonhado para explicar sobre a sua batalha. Ele não queria parecer tão forte como diziam as pessoas do torneio e da cidade, mas a sua batalha mostrava o contrário.

- É-é meio que minha batalha já acabou... – Ele tentava não olhar diretamente para Ame com receio do seu julgamento. – O oponente só veio com pokémon de grama e o Dante não se segurou... – Ele tentava dar desculpas, mas era evidente que sua força foi bem superior.

Enquanto aquela cena cômica acontecia as outras duas batalhas acabaram e o locutor anunciava que todos deveriam ir até a máquina de cura, colocar seus parceiros e depois se dirigir ao campo onde iram batalhar agora.

- Eu vou indo para o campo de batalha, não preciso ir na máquina. – Depois que terminou a frase ele percebeu o quanto aquilo era uma demonstração de força, sendo completamente o oposto do que ele queria. Então imediatamente ele ficou constrangido de novo, mas aproveitou da pergunta de Ame sobre seu time para quebrar um pouco esse assunto. – Não vou revelar meu time para você, espertinha. Que tal eu te mostrar na final? – E assim ele saia para sua próxima batalha.

Agora sozinha só restava a treinadora ir curar seus pokémons e depois se dirigir ao campo, onde já se encontrava sua oponente.

Uma garotinha muita nova, de cabelos grande e olhos brilhantes, usando um daqueles quimonos que Ame queria comprar. Ela definitivamente parecia uma boneca, mas naquele momento era uma oponente e já estava com seus pokémons do lado de fora esperando pela batalha.

Ame no Shiryü | Blackthorn City

Parada no campo, esperando pela sua oponente a jovem garotinha brincava alegremente com os seus pokémons, mas quando Ame se aproximou e já chegou falando sobre não pegar leve com ela sua feição mudou. Ela ficou muito mais seria e centrada, transparecendo isso para seus parceiros que agora encaravam os oponentes com um olhar feroz.

Mas diferente do oponente anterior a garota era mais educada e se apresentou também.

- Eu me chamo Nina, sou daqui mesmo. – Além da sua fala ter se tornado muito mais seca, agora ela demorava mais para falar, talvez pensando no que responder ou se deveria responder.  – Também espero o mesmo sobre a nossa lu... – E antes que ela pudesse terminar de falar a treinadora comandava seus ataques. – Tsc... Certo, Graveler, acerte-os com Rock Slide! Arbok, golpeie e envenene cada um com Poison Jab!

Com todos sabendo o que fazer a batalha começou.

A Arbok, embora tivesse recebido o comando por último, era a mais rápida ali. Então revestiu sua cauda num brilho roxo e acertou Hórus, que até sentia o golpe, mas se segurava e contra-atacava com uma forte onda psíquica que machucava todos os músculos da cobra.

Já entre os mais lentos, Ymir se sobressaia e logo preparava um raio gélido que acertava com tudo o pokémon pedregulho, causando enormes estragos. Mas isso não era o suficiente para derrotar o Graveler, que após se recuperar desse forte golpe criava várias e várias rochas sob a cabeça dos inimigos e lançava, machucando bastante os adversários, principalmente Hórus.

Ver seu parceiro muito ferido fez Ymir se tornar alvo único da Arbok, por mais que ela já fosse ataca-lo. A cobra deslizava até o outro lado do campo e acertava o mesmo golpe de antes no leão marinho, machucando-o, mas nada que fosse extremamente forte. E como uma ave forte que é, Hórus não perdeu o foco e continuou a sua caçada contra a cobra, investindo com mais uma onda psíquica.

Enquanto isso Ymir reunia forças novamente e mandava mais um raio de gelo absurdo no Graveler, que não resistiu ao segundo golpe e tombou.

Campo: Campo de batalha com as medidas oficiais, mas decorado para o festival.

- Graveleeeer!! – Gritava a jovem treinadora, incrédula. Mas esse sentimento logo se transformou em uma fúria descontrolada. – Arbok, dilacere todo o corpo desse Sealeo desgraçado com o seu Crunch!! Não deixe sobrar nada!! - Ela berrava o suficiente para que todos ali pudessem ouvir. Era assustador tamanha raiva, ainda mais vindo de alguém tão jovem.

Ame no Shiryü | Blackthorn City

Antes mesmo que Ame desse seus comandos a Arbok avançava mostrando suas presas, o que aconteceria normalmente já que ela era a mais rápida ali. A única diferença era a raiva que transbordava dela e da sua treinadora.

A cobra conseguia alcançar Ymir e mordia com uma vontade assustadora, mas o leão marinho resistia e Hórus vinha em seu auxílio. Laçando uma onda psíquica que fez o pokémon se afastar o suficiente para que o Earthquake do aquático acertasse com uma força incomum, levando-o ao nocaute.


Campo: Campo de batalha com as medidas oficiais, mas decorado para o festival.

- NÃÃOO!! – A jovem treinadora gritava como se sua vida tivesse acabado. – ISSO NÃO VAI ACABAR ASSIM!! – De uma outra pokébola em suas mãos saia uma enorme Seviper. – ACABE COM A TREINADORA!! – A serpente cruzava o campo numa velocidade absurda, Ymir e Hórus não teriam como reagir a tempo.

Mas quando o pokémon saltou na direção da garota um outro grito, vindo de trás dela, foi ouvido.

- GIGA IMPACT!!!

Um vulto roxo passou em alta velocidade ao lado de Ame e acertou em cheio o Seviper. Enviando-o, completamente nocauteado, para fora do campo.

Depois do choque inicial por tudo aquilo a treinadora conseguiria ver Akise parado de guarda do atrás de um Ursaring e muita gente correndo até a garota, que agora não mais gritava, só olhava assustada para todos.  

- Ame! Ame! Consegue me ouvir?! Você está bem?! - Akise tentava chama-la, mas o som era abafado. Seu coração batia tão rápido que  todo o lugar parecia estar em completo silêncio.

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Akise ficava ali, olhando fixamente para Ame e só começou a relaxar quando ela falou que estava bem e foi indo em direção ao banco para se acalmar.

- Não tem nem porque me agradecer, Ame. Era o mínimo que eu poderia fazer, eu que te convidei para vim aqui e para participar do torneio.  – Ele respondia segurando forte as duas mãos da treinadora, como se não fosse mais soltar. – Na verdade eu é que tenho que pedir desculpas, fui tão rápido para a minha batalha que não vi que você iria enfrentar a Ashe. Ela tem um transtorno bipolar muito avançado e existem algumas coisas que trazem a personalidade “insana” que você, infelizmente, presenciou a tona. Foi um erro meu.

- E meu também. Mil desculpas, Ame. – Sebastian chegava complementando o que Akise falava, mas estava completamente envergonhado. – Eu sinto muito mesmo, deveríamos ter colocado alguém para cuidar da Ashe, sabemos que ela é assim, mas deixamos participar para incentivar inclusão. Mas, infelizmente, a situação saiu do nosso controle. Peço desculpa, mais uma vez.

Os dois estavam ali com a treinadora, cercando-a como se fossem seguranças, mas mesmo assim era possível ver a garotinha ao fundo. Ela parecia completamente diferente da figura louca que atacou Ame, estava com feições doces e confusas.

- Enfim, leve o tempo que precisar para se acalmar. Se não quiser voltar ao torneio vou entender completamente e irei te dar a premiação. Tenho certeza de que o Akise não vai se importar.

- É claro que não, eu estava participando pela diversão e é mais do que justo que o prêmio vá para ela.

A julgar pela cara que faziam a situação estava, realmente, nas mãos da treinadora. Sendo assim, o que ela escolheria fazer? Receber o prêmio como forma de compensação pelo ocorrido ou batalhar mais uma vez e tentar ganhar o torneio?

Ame no Shiryü | Blackthorn City

Depois de ouvir a resposta de Ame sobre o torneio Sebastian e Akise tiveram reações bem diferentes.

- É disso que eu tô falando! Uma treinadora de pulso firme, que não foge da luta apesar das adversidades. Incrível! – Ele enchia a garota de elogios, a maioria num volume bem alto. Chamando a atenção de muita gente. – Quem é seu próximo adversário? Haha, conta pra ela, Akise. – Ele cutucava o treinador com o cotovelo.

- É... Sou eu. – O garoto falava mais pra dentro do que pra fora, era visível que um misto de sentimentos estava passando na sua cabeça.

- Isso aí! Chegamos na final e estou sentindo que ela vai ser foda!! – Sebastian quase pulava de alegria em saber que seu torneio continuaria. – Vou avisar a todos que vamos continuar, levem o tempo que precisarem para voltar ao campo de batalha.

E depois do furação Sebastian sair finalmente os dois estavam a sós e Akise não perdia tempo.

- Você tem certeza de que vai batalhar, Ame? Depois do que aconteceu achei que não fosse querer batalhas por algum tempo. – Ele sentava ao lado dela no banco e já tentava mudar o tom da conversa. – Mas se quiser mesmo batalhar já te adianto que não vou pegar leve. - Prestando atenção no seu tom de voz desafiador era fácil entender que ele queria brincar e provocar Ame para tentar tirar aqueles últimos acontecimentos da sua mente, nem que fosse por pouco tempo.

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