Pokémon Mythology RPG
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Ground Zero

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Kath podia ser atrapalhada e tímida o quanto fosse ou achasse ser, mas havia algo de positivo em ser ingênuo e inocente que produziam certos efeitos inesperados em situações adversas. Se estivéssemos em outro tipo de RPG, diria que seus talento de Aparência Inofensiva e pontos de Carisma foram muito bem empregados. Com efeito, só a especialista foi capaz de alcançar a sanidade e razão de Ren, trazendo-o de volta para a realidade.

Claro que nem tudo foi assim um floreio instantâneo e, em seus resquícios de desespero, o rapaz possa ter machucado sua Pokémon ao tirar a seringa que perfurava o lombo de Sylveon, mas mesmo isso não trouxe uma consequência grave o suficiente para se preocupar, por enquanto. Contudo, o que realmente importa aqui, para os dois treinadores, é que as coisas começavam a voltar aos eixos agora que se acalmavam e traçavam um novo objetivo comum: sair dali.

– Então era pra lá que achavam que iam?! – retrucou um dos homens, ainda encapuzado, que tinha ficado para trás para observar a dupla e acabou captando parte do diálogo deles – Me admira que...

A frase foi abruptamente interrompida pela intensa movimentação dos companheiros, na tenda ao lado. Todos se dirigiriam para a área frontal, aberta e oposta à grande duna que se erguia como um escudo atrás deles. Os olhos e as atenções se voltavam para um pequeno grupo que vinha lá na frente. Em meio aos tons similares da areia e das vestimentas daqueles "soldados", as roupas simples e mais coloridas de Albiere e Edna se destacariam. A mulher vinha literalmente carregada por uma dupla, cada um segundo um par de braços ou pernas. Já Albiere caminhava aos tropeços; as mãos para trás num indício de estar algemado também. Quando estivesse próximo o suficiente, iria revelar um "adorno" estranho na testa, feito com sangue que secou e agregou várias partículas de areia.

– Finalmente! – mesmo com máscara e voz distorcida, dava para sentir a nota de satisfação e triunfo naquela expressão, algo que se repetia em sorrisos, murmúrios e vários punhos cerrados da parte dos outros "soldados" que agora aguardavam a nova dupla de idosos, finalmente capturados.

Ren & Sleepy – Manhã | 46ºC – Shimmer Desert

Progresso de rota - Renzinho :

Progresso de rota - Sleepy :

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Hiro ♡

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Route 111
Ground Zero
- Eu só fiz o que tinha que ser feito. Não podia te largar aqui depois de ter te arrastado pra cá. Não vou entrar muito em detalhes, mas eu já perdi pessoas no mesmo dia em que as conheci. Não quero isso acontecendo de novo. - Eu dizia pra Ren com um sorriso no rosto, era um tanto forçado, mas eu de fato queria sorrir. Só que o peso de tudo o que acontecia não deixava com que eu fizesse. Até tentaria dar um aperto de mão em Ren, mas o mesmo ainda estava com as mãos amarradas.

- Ok, agora vocês podem desamarrá-lo? - Eu dizia para quem estava ali. Ren parecia estar mais calmo e o acordo era que fossemos embora, mas antes mesmo que eu terminasse de falar, os homens ali tinham sua atenção desviada para a tenda do lado e no fim eu terminava falando com o ar. Tch, que droga. Até tentaria desamarrar Ren, mas me sinto tão fraca. Quando foi a última vez que tomei água? Meus braços pesam, minhas pernas também, mas agora foi todo mundo embora, era na verdade a melhor hora para fazer isso.

Por mais fraca que eu estivesse, eu procuraria pela sala, agora não vigiada, por qualquer tipo de objeto que conseguisse cortar uma corda, era uma corda grossa que precisaria de muita força nesses meus bracinhos fininhos. Quando eu achasse algo, que de fato deve ter algo por aqui, eu tentaria, voltaria para perto dele, me ajoelharia, daria um longo suspiro e começaria a tal tentativa.

- Por favor fique quieto. Não quero acabar te machucando sem querer. Eu vou tentar tirar isso aqui de você. - Eu falava com um sorriso no rosto, um sorriso que disfarçava toda a tensão que eu sentia, eu tentava tremer o menos possível enquanto manuseava o objeto cortante. Tentaria até mesmo conversar com Ren enquanto isso, pra ver se eu consigo me acalmar. - Então, você quer ver o que está acontecendo lá? - Ele provavelmente não iria querer, mas eu estava curiosa. Finalmente, finalmente o que?

- Eu estou preocupada que possam ser Edna e Albiere. Não posso deixá-los para trás. Eles nos salvaram, eu não me sentiria bem em largá-los aqui. - Tch, minha intuição dizia que eles finalmente capturaram Edna e Albiere, já deve ter dado o tempo deles terem chegado até o casal. - Entendo você só querer ir embora daqui. Você está cansado, sua Pokémon foi ferida, eu também estou cansada daqui, mas eu simplesmente não posso, me desculpe. - E no fim eu estava tentando manter o foco na tarefa de desamarrar Ren, agora tinha ainda menos certeza de que seria capaz de fazer no mínimo isso.




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BY MAHIRO

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❁ lost under the surface





Route 111

Numb ♪

Ela parecia... cansada. De fato estava, mas Ren tinha dificuldade em discernir as coisas em seu estado atual. Ele mesmo estava extremamente exaurido, afinal. De qualquer forma, tentaria manter a calma enquanto a loira buscava uma forma de tirá-lo daquelas cordas. Assim que ela conseguisse, murmuraria um "obrigado", e então, tentaria ver se a Poké Ball de Sylveon estava consigo, ou então procurá-la nos arredores. O importante era retirar Laylah dali, ela já havia feito o bastante por eles.

É, Ren também estava cansado. Seu corpo inteiro doía, desde as pernas que passaram o dia inteiro andando, a barriga que ardia depois de ter arrastado-se no chão e até as mãos que estavam doloridas por terem ficado amarradas e presas por tanto tempo. Além disso, sua mente também clamava por repouso, já incapaz de processar completamente tudo o que seus sentidos captavam.

Mas ele concordava com Kathryne. "Não posso deixá-los para trás". Essa única frase foi capaz de motivá-lo a não ficar parado, a não simplesmente desistir, a não abrir mão de tudo e correr mais uma vez.

Ele tinha abandonado muitas coisas e pessoas ao longo de sua vida. Droga, ele tinha deixado seus companheiros na mão ainda não muito tempo atrás. O coordenador não conseguiria suportar olhar-se no espelho se deixasse mais alguém para trás. Ele estava irritado. Bravo consigo mesmo, com sua incapacidade e indisposição. Como poderia ser assim tão inútil? Ele ambicionava ser como os heróis nas histórias que lia quando pequeno, mas cada vez mais parecia ser um coadjuvante sem graça, um anti-herói desmotivado, um antagonista imbecil.

Um suspiro.

Ren não queria chorar de novo. Por isso, cerrou os olhos com força, levando as mãos até as bochechas e batendo com força. Em seguida, estendeu seu braço na direção de Kath. — ... Vamos.

Ground Zero - Página 10 109 71 - Day Care

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Ground Zero - Página 10 RxFjnZq

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Laylah seguia adormecida, apesar de o dardo ter sido retirado do seu lombo, possivelmente um efeito de duração tal qual uma habilidade Pokémon realmente fazia na natureza. Mas, se assim fosse, muito em breve ela acordaria naturalmente daquele sono breve.

Quanto aos treinadores, o mais próximo de um objeto cortante que Kath encontrou por perto foi uma chave, encaixada numa maleta vazia, empilhada ali por perto com outras iguais. Aquele não era o tipo de acampamento equipado com itens de sobrevivência; mais parecia um ponto de parada emergencial e provisória. Talvez houvesse alguma faca ou tesoura em algum lugar na tenda "Refeitório", porém era exatamente onde estavam todos os captores e, suponho, a loira não iria querer levantar suspeitas deles. Em todo caso, a chave fina e seus dentes numerosos serviriam para ajudá-la a desatar o nó que prendia o companheiro de viagem.

Libertos e com todas as costas viradas para eles, Ren e Kath - Laylah na esfera, eu suponho - estavam prontos para deixar aquela zona e conseguiriam, se realmente quisessem. Por quanto tempo, ou quão longe conseguiriam ir sem serem notados, pode ser uma dúvida real, ainda que tivessem dito a ambos que não iriam machucá-los nem queriam fazê-los realmente prisioneiros. Com ou sem o benefício da dúvida, havia apenas a certeza de que os novos capturados eram sim o casal de idosos e, ao que o diálogo entreouvido sugeria, deveriam ser os verdadeiros alvos...

– Até que enfim nos reencontramos, Doutor... – a mulher, com alguma posição de liderança, aguardava a aproximação dos presos, pondo ironia na voz ao enunciar o grau do velho homem – Acharam que tínhamos esquecido de vocês, é?! Bem poderíamos, se não tivessem chamado tanto atenção.

Rmm! – Albiere pigarreou, dando uma cusparada na direção da mulher em seguida; saliva misturada com pelotas de sangue, que foi levada pelo vento forte e caiu na areia metros antes de sequer ameaçar alcançar a mulher – Aprecie esse encontro. Ele será breve. – ameaçou em resposta, claramente encarando a mulher com seu olho direito, o único aberto já que o outro se encontrava impedido por inchaço e sangue que escorria da testa.

Albiere e Edna estavam agora sendo conduzidos exatamente para a área dos "prisioneiros", onde Kath e Ren estiveram. Contudo, novamente ressalto: há tempo, espaço e rota de fuga discreta, caso queiram sair disso antes de cruzarem com os velhos conhecidos de viagem.


Ren & Sleepy – Manhã | 46ºC – Shimmer Desert

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Route 111
Ground Zero
OFF: To enferrujado q.

É como eu esperava, tirar aquela corda de Ren seria um esforço tremendo, até porque eu não tinha lá as melhores ferramentas para isso. Nenhuma faca ou tesoura, coisas que eu suponho que estariam no tal refeitório, onde está ocorrendo uma comoção que eu acho que se trata da chegada de Edna e Albiere. Bem, não posso pensar nisso agora, por mais que o fato do casal estar em uma má situação me incomode, precisava me concentrar em libertar Ren, o que por si só já era cansativo pra alguém sem forças como eu. Mas no fim, sem saber como, eu consegui, talvez a maior força seja a força de vontade afinal de tudo.

Quando eu via Ren retornando a sua Sylveon adormecida para a pokébola, eu me lembrava de retornar Zen e Dimentio para as suas também, os dois estavam em pé no calor e nem para eu pensar nisso. Com um leve "desculpe" eu pegava as duas pokébolas e retornava os dois pokémon, esses que na verdade estavam perplexos com o fato de eu não ter pedido a ajuda deles. Talvez eu devesse ter pedido, daí eu não quase desmaiaria tentando desamarrar Ren. Droga, estou fazendo tudo errado.

- Ren, eu não estou muito bem, mas precisamos fazer algo. - Para a minha sorte o menino de cabelos rosados parecia concordar em não deixar Edna e Albiere para trás. Quem sabe ele sentia algo parecido com o que eu sentia? - Mas eu não sei o que fazer, não sei mesmo. - Eu dizia ofegante, com longas pausas entre as palavras. É um fato, queremos salvar o casal que nos salvou, mas sequer sabíamos como fazer tal coisa. E momentos depois, uma voz familiar vinha na direção de onde a comoção se agrupava. Era Albiere conversando com a tal moça que parecia importante aqui. E pelo o que entendi, eles queriam capturar mesmo o doutor.

- Não podemos simplesmente entrar lá e pedir para que libertem Edna e Albiere. - Eu conversava com Ren e por mais que eu disse que não era simplesmente entrar lá, eu caminhava em direção na tenda do refeitório onde tudo acontecia. Eu suspirava: - Você tem alguma ideia, porque honestamente eu não tenho. Me desculpe, mas eu pareço uma idiota que quer dar uma de heroína mas sequer sabe o que fazer. E acho que não os venceríamos na pura força bruta, eles são muitos e também devem ter seus próprios pokémon... heh, talvez seja melhor ir embora daqui. Uma pessoa fraca como eu não vai resolver nada e no fim só criar problemas.

E tal fraqueza se "materializava", com eu caindo no chão em meus joelhos enquanto olhava Ren no rosto, dessa vez tendo que olhar para cima para manter o contato visual com o garoto. Droga, é exatamente como aquele dia, eu não posso fazer nada.


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❁ lost under the surface





Route 111

Numb ♪

Eu cocei a orelha. Aquele zunido parecia não ir embora nunca. Uma parte de meu subconsciente tentava pensar no motivo de estar ouvindo aquilo, mas sem muito sucesso. Era como se meu corpo todo estivesse com as funções lentamente parando de funcionar, os sistemas lentos e travados, e o tempo de resposta, indeterminável. Há quanto tempo eu estava ali, afinal? Apesar de ter a impressão de nem mesmo um dia ter passado, poderia tranquilamente dizer que rumei ao deserto meses atrás.

Não tenho certeza de como as coisas escalaram daquela forma. Começou como uma viagem inocente, para pagar para ver o desconhecido. Quando eu me dei conta, estava perdido ao meio de estranhos, recém-saído de um cativeiro e em literais pedaços.

Ainda assim, eu conseguia senti-las. As expectativas que continuamente eram depositadas sobre mim, acumulando-se em minhas costas. Eu conseguia percebê-las quando as gotas de suor escorriam por minha testa, fazendo com que eu engolisse em seco. Notava quando deslizavam até as minhas pernas, arrancando-me as forças para levantar da cama durante as manhãs. Sentia suas garras lentamente acariciando meu pescoço, as pontas afiadas esporadicamente passeando por entre veias e artérias.

Pouco a pouco, elas cresciam cada vez mais, acrescendo-se umas às outras, aumentando seu volume. E eu nada podia fazer senão assisti-las.

Quando olhei para Kathryne, ajoelhada no chão, pedindo por ajuda em meio às suas próprias crises, não pude deixar de reparar no peso aumentando, no fantasmagórico talho feito em minhas costas. Mais uma tarefa a cumprir. Uma expectativa a suprir. Um passo mais bambo, prestes a cair. Mas como eu poderia recusar algo? Como eu poderia, em sã consciência, discutir contra aqueles desesperados olhos avermelhados, que mais lembravam espelhos?

Minha cabeça ainda estava latejando, meus braços ardiam, sangue misturando-se com areia, e minhas pernas clamavam para separarem-se do tronco. Ainda assim, depois de fitar a loira por mais alguns instantes, eu cedi. — Ah... Sim, tem razão. Tenho a impressão de que treina muito bem os seus Pokémon... mas talvez não seja bom apoiar-se completamente na força deles. — eu disse, sentindo um gosto amargo tomar conta de minha língua enquanto pensava em Laylah. Utilizar da razão era cansativo, e os traumas recentes, ainda frescos na memória, não ajudavam a aliviar os neurônios.

Eu só... não sabia o que fazer. Não era uma situação nem um pouco simples, uma questão que me tomaria horas a responder ainda que estivesse em minha melhor forma. E certamente, ter o corpo coberto por sangue, areia e suor de horas sob o sol não eram um fator positivo. Senti meus pés afundarem, emoldurando-se entre os grãos de sílica, tendo que arcar com o peso do cansaço. Senti uma brisa leve contra meu rosto, trazendo ainda mais areia e sujeira até mim.

...

E se...

Talvez... A gente possa usar o terreno ao nosso favor? Não sei direito, mas apesar de eles terem máscaras e panos, o deserto é um ambiente agressivo para todos que o invadem. Não é um plano, mas acho que levar a área em consideração para uma investida pode ser útil.

Ground Zero - Página 10 109 72 - Day Care

lalalalala não sei o que estou fazendo lalalala

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Route 111
Ground Zero
OFF: Foram 84 anos.

Ren ainda não parecia estar completamente dentro de si. Me pergunto se ele também foi drogado ou algo do tipo, mas eu não tinha tempo para encher minha cabeça de pensamentos. Tinha algo que precisava ser feito, não podia deixar com que aquelas pessoas fizessem o que quiserem com Albiere e Edna, afinal, o casal impediu Ren e eu de apodrecermos no deserto. Eles podem não ter expectativas de serem salvos, talvez eles vissem Ren e eu como apenas treinadores bobos e ingênuos que acabaram se perdendo no deserto. Honestamente, isso é verdade. Me aventurar por ruínas e encontrar um pokémon lendário? Acho que isso está bem alto no ranking de coisas ingênuas.

Mas se eu quisesse algo feito eu não poderia apenas ficar resmungando sobre como sou fraca. Eu precisava pensar, a omissão é pior do que a falha. Mas aí está a parte difícil, pensar. O que fazer? Como fazer? Os meus Pokémon e os de Ren podem até ser fortes, mas são o suficiente? O próprio garoto quando parecia estar melhor em seus sentidos, levantava esse ponto. Não deveríamos deixar tudo nas mãos de nossos pokémon e ele sabia muito bem disso, afinal ele teve a sua Pokémon nocauteada por aquele grupo.

- Sim, sim, você está certo. Mas o que podemos fazer? Eu não consigo pensar em nada, sinceramente, qualquer coisa que nós fizermos será fútil. Mas, ao mesmo tempo, eu não conseguirei ficar sem fazer nada. Albiere e Edna salvaram a nossa vida de certa forma, devemos algo a eles. - Ah e eu estava de volta nos meus resmungos de "não posso fazer nada", quer dizer eu disse "não podemos fazer nada", quando eu claramente queria dizer que apenas eu não posso. Não podia julgar que os outros eram tão fracos quanto eu.

Mas também, Ren não estava nas melhores das condições, na verdade, ele teve o pior lado dessa situação toda comparado comigo. Mas mesmo assim, ele se mostrava bem mais produtivo, ele conseguiu formular uma ideia. Só que havia um problema naquela ideia. Talvez descobrimos o "O que fazer?", mas não sabíamos o "Como fazer?". Tomar vantagem do terreno? Não acho que nenhum de nossos Pokémon sejam exímios exploradores do deserto, e nós treinadores com certeza não somos.

- Ren, me desculpe, mas eu não sei como faremos isso. Eles estão certamente muito mais preparados para o deserto do que nós. Pra ser sincera acho que eles devem ter essa base há semanas... - Eu pausava, até que no fim eu tive uma ideia. Não era nada genial, mas era uma ideia: - Talvez isso possa ser útil, só que antes eu vou tentar ganhar tempo. Eu vou... fingir que estou passando mal. Talvez isso os distraía e enquanto isso, talvez você consiga pensar em uma maneira de se aproveitar dessa brecha. - Eu sinto que eu estava colocando muita pressão em Ren e também é claro, em eu mesma, mas era uma aposta. E na situação que estávamos, precisavamos apostar.

Me dirigi até a tenda do refeitório. Fingir que estou passando mal não vai ser lá algo muito difícil, eu já não estou lá muito bem e uma garotinha frágil que nem eu deve dar uma impressão bem convincente. Eu me dirigi até lá sem Ren, se eu falhasse, queria que ele pelo menos tivesse a chance de fugir. Enfim, tentaria causar a maior comoção possível.

- Por favor alguém me ajude! - Eu levantava a minha voz ao máximo que podia ao chegar na tenda. - Eu não estou me sentindo bem... por favor, alguém. - Eu caía de joelhos no chão, tentava fingir que estava trêmula, mas na verdade estava realmente trêmula, só que mais por causa da tensão. Olhava para todos os presentes naquela tenda, incluindo Albiere. - Acho que preciso de comida e água...

E que eles pelo menos tenham dó de uma frágil garota que nem eu.


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Os planos começavam a se inverter, então. Se a chegada de Albiere e Edna tinham dado uma abertura para que Ren e Kath pudessem ganhar tempo de diálogo e planejamento, a decisão final da loira foi, enfim, tentar ganhar outro tempo, desta vez para que o treinador e os velhos pudessem achar uma forma de se livrar daquela situação. Será que funcionou?

Vários olhares se voltaram para Kath, caindo no refeitório ao clamar por atenção. O próprio Albiere a capturava com seu único olho funcional, erguendo as sobrancelhas na surpresa de encontrar a jovem treinadora lá. Havia um semblante de preocupação no olhar do cientista. Contudo, em meio a tanto estresse, era quase impossível extrair mais nuances daquele olhar.

– Vão. – a voz cortante da mulher soou objetiva e clara entre as tendas.

Dois jovens homens, nítidamente menos corpulentos e com acessórios diferentes nas vestes, avançaram em direção à Kath. O primeiro, mais baixo e de óculos, não fez cerimônia em se agachar ao lado dela e lhe tocar a testa, os pulsos e os olhos, buscando sinais vitais que mediria usando o simples relógio de pulso e uma pequena lanterna de bolso. O outro homem erguia uma tampa do chão, depois de afastar a areia que cobria a superfície da caixa térmica que haviam enterrado. De lá, uma pesada garrafa de água e uma barra de sabe-se-lá-o-que embalado em plástico era tirado.

– D-d-deve c-c-ser d-desidratação. – o primeiro, com habilidades de enfermeiro, indicava os alimentos para que Kath os consumisse. Sua gagueira era algo natural e a menina, que às vezes gagueja por nevosismo e timidez, saberia distinguir. Em outras palavras, dava para garantir que o rapaz fazia sua função com tranquilidade e confiança, sem temer a chefia ou os colegas.

– Por que estão com eles? São crianças e não tem nada a ver com isso. – a voz de Albiere cortava as atenções de volta, agora mais perto de Ren.

– Pra cima de mim com esse apelo?! Pois pode ficar tranquilo que, diferente de você, nós não vamos fazer nada com eles. – a líder soava levemente irritada com a interferência do velho cientista. Ela caminhava na direção dele com passos firmes e postura ereta; Ren, que estava mais perto, quase podia ler a aura de irritação que emanava da mulher.

Off: 84 anos depois... Eu já nem lembro do plot, mas vamo que vamo -qqq



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❁ lost under the surface





Route 111

Numb ♪

...

Parece que de fato, nenhum de nós estava em condições de usar muito a cabeça. Tanto eu quanto Kathryne concordávamos em fazer algo pelo casal que nos ajudara, mas não conseguíamos nada além de palpites ou ideias vagas. Eu me sentia preso em um jogo de pingue-pongue, assistindo a bola ir de um lado para o outro, sem chegar a lugar algum.

Como sempre, quando de cara contra uma parede alta, não consegui fazer nada além de encará-la. Sempre paralisado pelo medo, pela confusão sobre o que fazer, quem ouvir, como agir. Quantas pessoas e Pokémon já não tinham sido machucados por conta de minha incapacidade de lidar com as desavenças? A Poké Ball de Laylah ainda pesava em meu bolso, fazendo questão de não me deixar esquecer.

Eu sentia o suor escorrer por meu corpo, ensopando meus cabelos e tremendo por minhas pernas bambas. Eu mal tinha forças para me manter em pé, mas não tinha outra escolha. O cansaço físico não era meu maior problema, de qualquer forma: minha cabeça parecia querer explodir.

Talvez ela esteja certa. Explodir não parece algo tão ruim assim. Eu só quero sair dessa merda de lugar. "Os fins justificam os meios". Apesar de nunca ter sido um fã dessa frase, talvez ela fosse mais precisa do que eu imaginava. Eu passei a vida toda me escondendo, visando o pacifismo; quando o mundo ao meu redor condenava à perdição qualquer um que julgasse desmerecedor.

Eu só me livraria daquela garra que ornava minha garganta se mostrasse que tinha unhas tão afiadas quanto.

O movimento foi involuntário: não acho que meu cérebro iria aguentar se eu passasse muito tempo pensando. Foi umas simples assimilação, uma resposta à raiva que começava a queimar em mim. Se o único caminho livre era o de lutar pela minha sobrevivência, então Dandara era minha melhor amiga. — Oi. Tá afim de socar a cara de uns filhos da puta? — disse, quando enfim vi a roedora azulada em minha frente.

No final, eu acho que eu sempre funcionei melhor através do improviso mesmo.

Ground Zero - Página 10 109 73 - Day Care

cansei, vamo só quebrar o personagem e os npc

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Route 111
Ground Zero
A minha distração parecia ter funcionado. Eu atraía olhares, mas eu sentia que não era o suficiente. Talvez não conseguisse causar uma comoção capaz de salvar Albiere e Edna. Porém, era o máximo que eu podia fazer e esse máximo não era o suficiente. Droga, sou tão inútil, apenas um peso. Aquela mulher parecia tão assustadora e eu não conseguia nem pensar no que ela faria com o casal que estou tentando salvar. Meu olhar parava na líder deles, eu tinha medo, mas ao mesmo tempo tinha raiva, eu queria fazer algo, queria impedi-la, mas não sabia como fazer tais coisas.

No fim, a minha fraqueza física que eu tanto encenei se tornava real, eu continuava de joelhos e apenas esperava para a dupla vir me tratar. O primeiro homem tinha habilidades de enfermeiro, executava o seu trabalho com maestria, coisa que o seu gaguejar não da a impressão. Porém ele não gaguejava de insegurança, ou seja, provavelmente apenas um problema na fala dele. Apesar de assombrosa, os subordinados não temiam a sua chefe. Oh, lá se vão as minhas chances de organizar uma rebelião, ou isso que eu diria se eu fosse ingênua o suficiente ao ponto de sequer pensar em algo desse tipo.

- Obrigada. - Eu agradecia o tratamento, em parte ainda em minha encenação, porém eu realmente estava precisando de água. Mas de novo meu olhar pairava sobre a chefe daquele grupo e cada vez mais eu sentia que o tempo do casal estava acabando. Precisava fazer algo, eu precisava, mas não conseguia. O que eu poderia fazer? Talvez me hidratar ajudaria a colocar a minha cabeça no lugar, mas eu tinha mais problemas que a desidratação. Eu era medrosa, fraca e até mesmo burra. Mas era com essa burrice que então uma decisão absurda viria.

Hesitei entrar em combate, porém ainda carregava as minhas pokébolas. Só que havia um problema, no momento não conseguia lá muito bem discernir as mesmas. Minha cabeça pesava e impulsivamente acabei pegando qualquer uma delas. No caso foi uma completamente vermelha, a Cherish Ball, a Pokébola de Metang. Tch, ele não era um dos meus Pokémon mais fortes, mas eu confiava nele. Ele consegue me proteger e proteger qualquer pessoa melhor do que eu.

- Querido, sinto muito, mas eu preciso muito de sua ajuda. Eu não queria que as coisas fossem desse jeito, mas... - O metálico não demorou para se sentir alarmado com a situação em que eu o coloquei. Minha respiração começava a pesar enquanto eu pensava no que podia acontecer em resposta à essa minha ação, porém eu sentia um pequeno alívio, talvez sem fundamento, mas eu ouvia a voz de Ren. Ele talvez tenha algo em mente, ou talvez apenas me ajudasse a ir para cima desses caras.

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