[Skies (were) blue] – Mt. Silver –

De fato, não só de textão se faz uma rota; Mas eu te digo o que pode fazer uma todinha, sem tirar nem pôr: POTIONS!!!! Então, você deve imaginar a felicidade dessa criatura quando enxergou os frascos dentre as tantas porcarias espalhadas por aquela mochila e, após checar se realmente não tinha nenhum bolso escondido que reservasse algo mais, não fez cerimônia em embolsar os medicamentos feliz da vida, porque ali já era um indicativo que podiam aguentar um pouquinho que fosse.

E mais um pouquinho nunca é demais, né?!

— Entendi. Já tá ótimo, obrigada! — Um sorriso gentil para o gorducho foi tudo o que sobrou, um acenar suave de cabeça enquanto ele já se preparava para ir embora. — Boa sorte pra você, também! Se cuida, tá? — Desejou - e admito que aqui com uma sinceridade maior do que talvez lhe apetecesse, mas... Talvez, e só talvez, o coraçãozinho fosse um pouco molenga demais quando se tratava de gente que não devia estar ali...

...ou será que era projeção?

— É coisa pra caralho, Shu. — Enfim, a atenção se desviou mais uma vez na direção da loir-... — ...CARALHO, eu demorei tanto assim? — Foi a reação instintiva quando, por trás da cabeça amarela, enxergou um dinoSSAURO GIGANTESCO QUE ANTES SIMPLESMENTE NÃO TAVA ALI. Bom, não tão gigantesco quanto Ariel, é verdade - e falando no bonito, agora sem toda a energia da mega e com a reaproximação de Karinna, devo te dizer que a serpente chegou de mansinho, com aquela carranca amedrontadora, e empurrou a testa bem de leve contra o ombro da monotreinadora, esfregando com uma discrição singular aquele ponto da cabec(inha) sobre o corpo da companheira.

...não preciso nem dizer o sorriso bobo que arrancou da própria treinadora, né?

— Seguinte, parece que... — E o raciocínio foi interrompido pela vibração do Pokénav, o qual retirou de prontidão (até porque, né, tinha coisa pra ver ali de qualquer jeito). Optou por ignorar por um instante a mensagem decifrada por Balthazar, até porque tinha que ver a resposta de Nicholas - e um rápido corre de olhos nas palavras foram suficientes para que pudesse ter uma guia melhor do que estava acontecendo. Aliás, não demorou para virar o eletrônico na direção de Bley, dando-lhe tempo o suficiente para que lesse também. — Aí, pra você que tava me julgando de ficar mandando mensagem. — Deu língua, antes de puxar o aparelho para si mais uma vez. Sobre o mapa, não o estendeu para Karinna, porque sabia que ela não ia ter saco de ficar procurando pra ver. — Parece que vai ter uma invasão Rainbow em um acampamento Rocket perto daqui. Eu acho que vai sobrar pra gente ir lá avisar, mas eu também tô um pouco preocupada com a ideia de quantos Rainbow podem ter por essa área, por causa disso tudo... — Resmungou, balançando a cabeça em negativa e deixando um suspiro curto escapar.

AGORA, FINALMENTE, sobre a mensagem (de)codificada...
Não preciso dizer pra você que bastou bater o olho para enxergar e reconhecer o próprio nome em letras maiúsculas, o que foi suficiente para fisgar todo o resto da atenção. Como também já estava falando com o dito cujo, não demorou para entender o de Nicholas e, de sobra, concluiu que Margo também seria um - embora, é claro, não tivesse a mínima ideia de quem seria.

...parecia levemente familiar, porém. Será que já tinha ouvido em algum lugar?
Não lembrava, então era um pensamento que devia deixar pra lá.

Sobre a primeira parte, então, admito que ficou um pouco mais. Primeiro, imaginou que eram simplesmente letras aleatórias para despistar, ou então algum código que simplesmente não teria acesso - para resolver a situação, separou o código em duas fatias e encarou aquele trecho esquisito por alguns segundos...

...e não precisou de muito mais que isso.

— ...Merda. — Foi a reação automática, e quase na mesma hora puxou mais uma vez a conversa de Dietricher para a tela, pois por sorte do destino ou do acaso, sabia exatamente o que aquilo significava. — Shu, a gente tá com um problemão. Ou... Eu tô, no caso. Sei lá. — Resmungou, digitando rapidamente a seguinte mensagem:

Para Nicholas escreveu:

@Ran;
"Beleza, valeu, coisa linda! <3
Nico, se liga. Parece que tem uma versão minha, sua e de uma tal de Margo (não sei se isso é um nome mesmo, mas fica aí caso você já tenha ouvido falar) que são Rainbows e é possível (e provável) que eles tejam por aqui. Os rockets já sabem, isso foi uma mensagem que uns Grunts interceptaram, então cuidado pra não sobrar pra você, principalmente que você tá em uma base."

— ...Beleza, é o seguinte. — Suspira, respira. — Eu não lembro se você ficou sabendo, mas já faz algum tempo isso... — Pausa. Esfregou o próprio rosto com a mão, e guardou o Pokénav mais uma vez no bolso. — O Luch foi fazer uma missão e comentou que tinha encontrado uma... Segunda Natalie, algo assim. Parece que a bonita não tava metida em coisa boa, mas... — Suspira. — Acho que agora eu entendi. Não era só alguém parecido ou nada do tipo, era provavelmente uma versão Rainbow. — Explicou rápido, até porque... Não tinha tempo a perder. — ...e isso já virou informação pros Rockets, então você pode ter certeza que vai sobrar pra mim e eu dancei com qualquer informação que eu quisesse pegar. Eu nem sei se a gente for no acampamento pra tentar ajudar vai ser algo positivo, eu não sei se eles vão ser receptivos quando se ligarem quem eu sou. — Foi sincera - não tinha como ou motivo para não ser. — ...mas a gente tem que ir, porque a gente não pode deixar esses palermas interdimensionais saírem por cima disso. Não é questão só de Rockets, é da nossa realidade. — Sim, Shuckle, eu sei que você tava prestes a sugerir pra deixar eles se foderem pra lá. E é exatamente por isso que adicionei isso aqui, além de um OLHAR CENSURADOR na sua direção. — ...Eu não sei se você chegou a conhecer o Nicholas. Talvez tenha, porque parece que ele tava entrando em contato com todo mundo na época, mas... Enfim, caso não, o Nicholas era um cara que tava na sociedade antes da reformulação. Pelo visto, também tem um clone dele por aqui, e ele também tá nos holofotes. — Pausa pra respirar, porque ela merece. — ...e também tem um tal de Margo, mas eu nem sei se isso é nome. — Pronto, tudo explicado!!! AMÉM!

...e aí, finalmente, pôde puxar o mapa mais uma vez.

— A gente tem que subir daqui pra cá. — Apontou, no mapa, onde elas estavam - e seguiu com o dedinho para o ponto 6K. — Parece que o acampamento é aqui, no subterrâneo. Eu não sei como a gente vai se virar, mas a gente vai ter que descobrir. — Um riso nervoso, e a mão espalmou com delicadeza nas escamas de Ariel, fazendo um carinho gentil na besta marinha de despedida momentânea; Infelizmente, não poderia sair andando com um bicho GIGANTE por aí se queriam discrição. — Descansa um pouco, amorzinho. A gente vai precisar. — Despediu-se, suave, antes de retorná-lo para a própria esfera. — Isso vai ser uma merda, tô te falando. E bem maior que o normal. — Um riso nervoso, um balanço de cabeça inquieto...

...e um mau humor sufocado pelos bracinhos gelatinosos de Kaleo, que envolveram sua cabeça e a apertaram de levinho, todo gelocosos e friozinhos.

— ...Ei! — Reclamou, mas o riso foi inevitável - os dedos escaparam para a superfície verde do animal, apertando-a de levinho no processo. — Tá, tá, já parei de reclamar! Já pareeei! — E foi quando o alienígena afrouxou o aperto, deixando escapar um risinho de gente que tá debaixo d'água, trêmulo e divertido. — ...por enquanto. — Debochou ao psíquico, o empurrando de levinho e o espiando enquanto ele cruzava os braços, fazia uma caretinha e ia fazer amizade e carinho na barriguinha do dinossauro gigante também. — ...Tá. — Respira, suspira. — Bora, a gente tem que ir, que o negócio deve ser daqui a pouco se der mole. Que horas são, mesmo? — Espiou o relógio. Sei lá. — Espero que não apareça ninguém problemático de verdade. Pelo visto, vai ser uma jornada beeem longa...

...talvez tão longa quanto um textão.
Mas, vida que segue, né?
VAMBORA!

— ...Ai! — Foi a reclamação instantânea quando, apesar do momento fofinho e bonito de irmãs, o que recebeu da outra foi uma testada que, se não foi pra verificar a calibragem dos chifre, eu não tenho ideia do motivo de ter ocorrido. — ...ah, vaso ruim não quebra, né? — Respondeu, deixando escapar um riso entredentes, quase um pigarro divertido. — Espero que as outras versões não sejam vasos... E que você guarde as cabeçadas pra elas. — Provocou, esfregando a testa de leve com a base da palma e, bem, não hesitou em entrosar o mindinho livre com aquele estendido, balançando a cabeça em afirmação inconsequente - e que não se importava por sê-la. — ...E a gente é profissional em jogar tudo pro ar! — Um sorriso torto, comemorado por um sonzinho alienígena de Kal que, inevitavelmente, a arrancou outro riso relaxado.

— ...E não é por nada não, mas melhor não deixar o grandão pra fora. — Foi a última coisa que disse, apontando pro dinossauro buchudão. — Ele é quase uma melancia dourada no nosso pescoço... Se a gente fosse uma girafa cinza ou... Ah, sei lá, você entendeu! — Não precisava de muitas palavras pra explicar, mas admito que se atrapalhou nas que explicava - e olha que nem estava abalada ainda.

Ainda.

E esse ainda durou pouco, aliás; Seu perigo veio quando o Pokénav começou a vibrar (e, sem hesitações, a ruiva logo o puxou, afinal, tinha consciência de que TALVEZ tivesse mandado uma bomba repentina demais para Nicholas e ele podia querer explicações (que TALVEZ não tivesse) ou TALVEZ ele simplesmente poderia ter alguma coisa que pudesse ajudar.

Nesse mar de TALVEZ, nunca na vida a pobre acumuladora aqui protagonizada sequer sonhou que TALVEZ, e só TALVEZ, a resposta do ruivo não viesse em forma de mensagem.

...e eu te digo que TALVEZ ela tenha parado de repente, TALVEZ encarando a tela por tempo demais, porque TALVEZ sequer se lembrava da última vez (se é que havia existido alguma!) que tinha lidado com uma ligação.

...TALVEZ.
... ...
... ... ...

— ...é o Nicholas. — Disse para a loira, porque TALVEZ ela arremessasse seu aparelho longe se ousasse atender do nada sem nenhuma explicação. — Eu, uh- — E, por fim, TALVEZ tenha atendido, balançando a cabeça para que TALVEZ fosse capaz de dispersar os pensamentos bagunçados que tinha acumulado ao longo daquela caminhada. — ...ei, alô? — TALVEZ tenha sido seu cumprimento, e TALVEZ tenha sido suficiente. — ...Nico? — TALVEZ, TALVEZ, TALVEZ!

No final disso tudo, ao invés de um simples e complexo TALVEZ, esperava ter pelo menos alguma CERTEZA.
TALVEZ.

E você sabe que foi até engraçado se dar conta do desajeito na voz do rapaz que era quase tão explícito quanto o seu?

Bem, eu não digo que não faça sentido - quer dizer, Dietricher também não parecia lá o tipo de pessoa que saía ligando por aí pra dar e saber novidades, então provavelmente aquela chamada foi meio que um tipo de última alternativa (que não era bem última) pra poder resolver logo tudo de uma vez ao invés de ficarem espaçando mensagens e informações importantes daquele jeito. É por conta disso que eu - e com isso, digo eu - não o julgarei (tanto) por ter ligado no meio de uma missão.

E eu prometo que Natalie também não irá.
...talvez.

— ...Sempre tem, né? Mesmo que seja alguém querendo me matar. — Brincou com a pergunta do ruivo, em uma tentativa serena de quebrar aquele gelo esquisito pós-ligação. À questão de Karinna, só assentiu discretamente com a cabeça; Não acreditava que o rapaz fosse sequer ponderar sobre sua localização levando em consideração que cada qual tinha a própria ocupação e preocupações para lidar por ali, mas... Se podia tranquilizar a companheira com uma atitude tão boba, por que não? — Não tem muito que eu possa te dizer. Achei essa mensagem criptografada com uns Rainbow e parece que eles interceptaram de alguma das nossas bases. — Suspiro, tão pesado quanto a própria situação ousava ser. — Provavelmente as cadeias de comando das bases devem saber que "nós"... — Ênfase nas aspas imaginárias. — ...não estamos de um lado só. — Pausa. — E isso no mínimo. Não dá pra dizer se alguém realmente vai confiar na gente ou se a gente vai ter que se virar contra os dois lados. — Um riso nervoso. — Não é ótimo se sentir um civil de novo? — Provocou - contra o mal e o mal, restando somente os Rangers no meio do rolê e... Eles nem eram legais de verdade.

— Isso é tudo que eu tenho. Eu posso te mandar uma mensagem depois se encontrar alguma outra coisa, mas é difícil dizer se realmente vai dar pra encontrar muita coisa de útil. Acho que isso aqui foi mais sorte, mesmo... — ...Oh! — Você acha? Vou ficar atenta, então. — ...e a bonita da Karinna nem prestou atenção na mensagem que tinha mostrado, pelo visto... Apesar de que ela não era exatamente das melhores em ficar comparando descrições vagas e pessoas, então sei lá. — Seg-...

Não se engane, senhora. Tudo bem que estava em uma LIGAÇÃO, mas também não ia se desligar completamente dos arredores, principalmente levando em consideração que estava no meio de uma missão - e, mais importante, uma em que Bley também dependia de si.

Um barulho de motor que aumentava exponencialmente e um carro esquisito vindo todo enjaulado em sua direção não era algo que passaria despercebido, por exemplo.

— ...preciso ir. — Foi como terminou a ligação, sem mais nem menos. — qualquer coisa eu te aviso. — Restou de explicação, a urgência discreta no tom sendo suficiente para que desligasse logo a seguir, estreitando as pálpebras com delicadeza e trocando um simples olhar com Kaleo. Não gostava do jeito que aquele homem estava acelerando e, se fosse preciso, não ia ficar esperando serem atropeladas para que o psíquico tivesse a liberdade de mandar aquele carango pelos ares.