❁ lost under the surface |
Shimmer Ruins
— Realmente. Às vezes, parece até mesmo que a morte deixou de ser algo tratado como místico e especial, banalizando-se cada vez mais. — Respondi, entrando na linha de Katheryne, que parecia querer conversar um pouco mais. — Como alguns diriam, ela deixa de ser um medo, e se torna um fato, e para outros, até mesmo esperança. Hoje em dia é difícil enxergar a morte como algo belo, como era antes: enfeitada por joias, ritos, danças, crenças.
... Talvez essa não seja a melhor maneira de se prosseguir um diálogo.
A verdade é que nem mesmo eu sei exatamente como me sentir em relação a morte. Por um lado, meu coração se aperta sempre que penso na partida de minha avó. Por outro, ela parece uma dura e inescapável realidade: se um dia ela de fato vai chegar, por que não recebê-la de portas abertas? Ao menos a ceifadora não tem distinções nenhumas, já é melhor que muitas pessoas.
Não bastando a pontada no peito em relembrar de Diana Hughes, minha cabeça também tornou a pulsar em dor. Maldito deserto. Não aguento mais estar a correr por suas veias arenosas. Esquerda, direita, meio, no fundo, tudo levaria a mais areia.
— Ugh, sei lá. Vai fazer alguma diferença? No final, a gente pode simplesmente voltar aqui e pegar o outro caminho. — Disse por fim, um tanto quanto irritado. Eu estou cansado de usar lógica e raciocínio. Quero apenas uma porta aberta, para deitar em uma cama, tomar um chá quentinho e dormir para nunca mais acordar.
Direita. Peguei o caminho que parecia mais cômodo possível, para ver se isso acabava logo. Já estava daquele maldito lado, então por que não? Puxei Hoku pela mão, e chamei a loira para nos seguir.
84 - Day Care
09 - Day Care
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