O meu coração mole tentava a todo custo se esquivar de derreter de vez. Então eu fugia para a válvula de escape: o ódio. Como aqueles nojentos eram capazes de aprisionar pessoas inocentes, incluindo até mesmo crianças – CRIANÇAS! – o que alcançava o patamar mais alto no nível de filhadaputagem, no topo, diga-se de passagem.
Sorri para a menininha quando ela me devolveu a garrafa, achando fofo o gesto de limpar o bocal. Reparei que a sua dificuldade não envolvia apenas emitir sons e palavras, como também compreender o que estávamos falando com ela. Por conta disso, nas próximas tentativas de comunicação com a pequena, falaria devagar e pausadamente.
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Eu não sei muito da linguagem de sinais. Sei datilologia. – Demonstrei as poucas habilidades fazendo os sinais correspondentes às letras do alfabeto, em sua ordem de A até Z. –
Também podemos tentar mímica. No meio da conversa, ou talvez antes dela, a criança pegou um bloquinho e escreveu algo nele. Então eu percebi mais detalhes do estado deplorável da cela em que ela havia sido mantida em cárcere. Desumano. Precisamos libertar ela o mais rápido possível. Quando ela voltou com o papelzinho o recebi e demorei alguns segundos para entender que se tratava do seu nome.
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Amma. Que nome bonito. – Olhei para a criança, mantendo contato visual enquanto falava pausadamente sentenças curtas. Aproveitei a deixa para tentar usar um dos poucos recursos de linguagem de sinais que eu sabia. –
Somos Reese. – Levei a mão esquerda ao meu peito, enquanto a direita fazia a posição dos sinais das letras “R. E. E. S. E”. –
E essa é a Rose. – Dessa vez apontei para a loira mais velha enquanto fazia os sinais de “R.O.S.E”.
Falando na treinadora. Logo ela me mostrou que a cela de Amma estava frouxa e que poderíamos tentar usar um de nossos Pokémon para conseguir empurrar. Chamei o ursinho polar para dar suporte, caso precisássemos de mais força física. Todavia, a maior parte do trabalho ficaria para o parceiro escolhido por Rosemary, por conta da experiência e dos atributos.
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Vamos te soltar. Cuidado. – Avisei para Amma. Pausadamente e usando a datilologia na última palavra.
Senti algo se debatendo na minha mochila e tive o instinto de abrir o zíper, percebendo que poderia ser o ovo Pokémon. E eu estava certo! O pequeno Vanillite estava lutando a sua primeira batalha para vir ao mundo, a de quebrar a casca. O envolvi em meus braços, dando apenas um suporte para que ele nascesse em um lugar mais confortável que o chão molhado.
off :
E eu realmente sei datilologia asuhasuha. Alguns sinais básicos aqui e ali, mas para por aí. Agora se funcionou ou não já é outros 500
Contagem Vanillite Egg:
40 > nascendo.