[EVENTO] COBAIA DE ARCEUS II: O INIMIGO AGORA É OUTRO

Você achou que as referências de "clássicos" iam acabar?! Pois na-na-ni-na-não, sente um pouco e leia mais um pouquinho porque JÁ JÁ TEM MAIS. O engraçado é notar que, antes que "isso" acontecesse, Ali estava um bocado perplexo com a resposta de Karemachena, ficando um bocadinho confuso com a resposta da moçoila.

Se ela estava comprometida, porque diabos desmaiara na frente de um homem?! Sabe, vulnerabilidade assim... certamente este outro relacionamento dela deve estar sendo corno agora. Enfim, enfim, a mente de Ali não processava uma mulher se "entregar" assim na presença de outro homem se não estava aberta para ter algo com ele, mas aparentemente ele estava errado; ou ela não respondera bem ao fato dele ser comprometido, não é?!

Hmmm, acho que a segunda opção é mais viável na cabeça de Ali, visto que ela ainda lhe dera um sermão. Tanto era que ele respondeu o sermão com um risinho cômico, junto de um tom corado de vermelho. Dali pra frente, decidiu que não ia discutir mais: "Ela está caidinha por mim mas não quer admitir", cogitava dentro dos seus últimos dois neurônios.

Agora, isso importa?! Eu devo dizer que não. O que importa de fato foi a frase tosca e solta que o rapaz falou instantes antes de tuuuudo acontecer:
- Acho que a baleia sabe o que ta fazendo - Isso é uma pressuposição válida, mas em geral é idiota inferir que baleias saibam o que estão fazendo.

.. e ai, um KABUM. Quer dizer, onomatopeia errada, ta mais pra um ZUUUUM e seguido de um FINK. Se você não entendeu isso, o primeiro foi uma espécie de zumbido, muito semelhante ao assobio que algo faz ao ser lançado rapidamente pelos ares. O segundo é um barulho mais metálico e agudo, muito semelhante a dor que este movimento causa: uma dor aguda, quando algo como uma agulha entra em ti.

Um "WAP" completou o movimento, indicando a abertura do objeto pontiagudo e os barulhos seguidos não foram nada diferentes de gritos de dor comum. Isso e, é claro, um solavanco do Wishiwashi.

Boquiaberto, Ali apontou "pra ali" no céu da boca da baleia e tentou indicar um objeto metálico que se instalou ali. Era novo; posso prometer que não estava lá antes:
- Um arpão... - Disse, boquiaberto.

Logo em seguida, o peixe começou a se contorcer e se mexer loucamente, tentando se livrar da arma que lhe atingira.

Vamos dar graças a Deus que Karemachena nem sequer alcançava aquele arpão no topo da boca de Wishiwashi, felizmente ela é uma mulher não-tão-alta assim. Dito isso, nas poucas vezes que o bicho se remexia, ela até conseguiria tocar, mas se tentasse se segurar no apetrecho, uma dor enorme causaria um espasmo ainda pior e ela não conseguiria se manter lá.

A situação estava tão descontrolada por parte de Karen e Ali, que mal conseguiam ficar de fato em pé. Em um momento, Ali teve certeza que seria engolido mas, felizmente, não o foi; se segurando nas "cerdas" que formavam a dentição da baleia.

No mais, tudo ficou muito confuso até que o enorme buraco na bochecha do Wishiwashi revelasse um casco. Sim, um casco de um navio, feito de madeira. Enfurecido, nosso Moby Dick se choca contra esse casco uma, duas e três vezes, causando ao fim um enorme rombo. Quando este rombo foi feito, o monstrengo abriu a boca aos poucos - até onde conseguiria sem se vulnerabilizar demais - e estendeu a língua para dentro do que parecia ser uma das câmaras do navio. Usando o ar, fez pressão para que os dois humanos pulassem lá pra dentro, tornando esta uma das várias opções mortais que eles tinham: morrer dentro de um navio pirata; morrer dentro de uma baleia; morrer afogado.

Esta, ao menos, parecia ter "chão" por alguns segundos. Claro que a água entrava aos poucos na caravana, mas nada que não pudesse lhes fazer ganhar tempo... né?!

O engraçado é perceber que, lá de cima, um grito altíssimo podia ser ouvido: "ABANDONAR NAVIO!!". Do buraco, três pequenos piratinhas levantavam um pouco desesperados e demoravam processar o que de fato estava acontecendo, travando por completo ao se deparar com o Wishiwashi. Eles PROVAVELMENTE estavam dormindo.

Cara, eu não sei te dizer se são os mesmos piratas, mas havia uma figura que Karemachena poderia reconhecer lá. Uma das pessoas desorientadas estava sentada ao chão, com as costas apoiada numa pilastra de madeira e os braços amarrados ao seu redor. O sangue, que escorria aos poucos do seu rosto, impediam uma visão completa de sua fisionomia, mas suas roupas, seu tamanho, sem tom de pele e seu tom de voz denunciavam: era o mesmíssimo homem que outrora estava com uma arma em sua cabeça, sendo carregado para dentro do convés pelo capitão.
- Você! - Disse ele, entusiasmado.

O engraçado é que sua fala soou muito parecida com aqueles efeitos hipnóticos de filme, sabe?! Quando você fala ~aquela palavra~, a pessoa imediatamente desperta do transe e age. Foi mais ou menos assim com os piratinhas: assim que ouviram a palavra "você", olharam um para o outro e começaram a correr para fora da câmara, catando alguns coletes salva-vidas que haviam por ali.
- Me solta, me solta! A chave ta por ali - Apontou com a cabeça, se é que me entende. Indicou um potinho que estava ao lado de uma das camas. O curioso foi perceber que logo ao lado do potinho havia a mesmíssima mochila que continha os pertences de Karemachena, inclusive a ESTRANHÍSSIMA ESFERA BICOLOR DE ARTHUR. Sim, fizeram a CRUELDADE de lhe por na esfera.

Agora, dando conta do segundo NPC, vamos falar um pouco sobre Ali. O primeiro ponto que fica é que o mocinho não fazia ideia de quem era Arthur e por um instante cogitou ser este homem bem a frente, que reconheceu Karen. Em dúvidas se era este o seu namorado, começou a sair de fininho da cena, alcançando as escadas e procurando alguma forma de sair. Claro que no processo arrancou algum colete salva-vidas da parede e se misturou ao tumulto. A câmera já estava com água suficiente para molhar as canelas da nossa moçoila quando o garoto rechonchudinho botou a cara na porta e gritou:
- ACHEI UM BOTE! ACHEI UM BOTE!

Não Karen, eu estou aqui lhe olhando e ficando EM DÚVIDA se aquela era a esfera de Arthur e pensando com meus miolos: e se não for?! O engraçado era reparar que quando tu a pegou e apertou o botão central, todos ali perceberam de imediato que não era aquele pokémon que você queria chamar. Como?! Bem, tenho quase certeza que um mímico azulado bastante emburrado não ia ajudar em nada.

Sim, Cif. O serzinho cor-estranha já chegou com as sobrancelhas bem marcadas, olhando atentamente para todos na sala e anunciando uma sequência de PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIS indescritíveis. Absolutamente tudo que ele falava era somado a um "Pi" de censura ao fim, ao meio e ao início. Também se somando ao pi (+3,141592), dois (2) dedos eram levantados por completo; os dedos do meio. Com as mãos de costas para os piratas-figurões, Cif ficou ali mostrando o dedo e emitindo xingamentos de forma compulsiva, sem a gente nem saber porque.

Ele tava certo? Sim, mas é isso.

Enquanto isso, a esfera de Arthur ficava lá, atolada de outras tralhas (tão inúteis quanto o hollocaster) que Karemachena carregava consigo. Talvez por isso que ninguém ajudou Ali quando foi necessário, mas felizmente ele passou bem; tão bem quanto o NPC misterioso, que agradecera muito a soltura e já começou a correr na direção do mocinho rechonchudinho, atrás de um bote.

Assim que saíram, viram Ali bem abraçado a uma corda e a cena fez com que TODOS entendessem porque o moçoilo não estava em risco: ele pegou EXATAMENTE o bote que estava ao lado de Wishiwashi; o que fez todos os piratas fugirem deste. Era um pouquinho cômico, porque eles preferiam se jogar no mar DIRETAMENTE a que sentar num bote que cairá bem na boca de nosso peixão.

O próprio NPC relutou e falou:
- É, eu tava vivo - E revirou os olhos com a ideia biruta de pular naquele bote. Ali, em resposta, retrucou - NÃO FALA DO WISHIWASHI, ELE É DA GALERA!

Entendi nada. Enfim, quem teve coragem entrou no bote, quem não teve, ficou de fora. O NPC esquisito foi um desses que questinou a confiança daquilo, mas mais cedo ou mais tarde ele iria entrar, até porque, ALGUÉM tinha que explicar aquela história toda.

Agora, Karemachena, quando você for cutucar atrás da esfera de Arthur, achará uma caixinha. Atente-se a ela, ok?!

Caixinha, caixinha minha, existe alguém mais bonita do que eu?! Posso lhe dizer que sim, Karemachena, existe sim. Esse alguém é bem grande, tem um rabo peludo, preto e branco, carrega meio coco na cabeça e deveria ter um outro nas mãos, completo e redondinho, mas não anda com ausência de características. Ele, além disso, está na esfera bem no cantinho, ao lado da caixa, meio isoladinho. Ta meio borocoxô, mas sua olhadela na caixinha seria suficiente para vê-lo bem.

Enquanto a caixinha... bem, digamos que ela é de madeira e tem um porta cadeado que sela a abertura, contendo uma trinca que se abre com senha. A senha?! 8 dígitos, todos letras. Logo no topo, pequenos escrito (desbotados) anunciavam o seguinte:

Claro que isso tudo só foi possível quando Karen sentou no bote e posicionou-se ali, bem firme. O NPC esquisito também pulou para dentro com os olhos fechados, sem ver, enquanto Ali tomava a frente e liberava uma pequena alavanca que controlava o desenrolar da corda de apoio. Em instantes, o bote caíra de vez na água, como uma belíssima bosta.

Tal qual algumas bostas, ele afundou um pouco e logo voltou para a superfície. Estava um tantinho cheio de água, mas pôde emergir mesmo assim. Lá de cima, o Ali comemorava muito animado, enquanto o outro rapaz finalmente abria os olhos e via melhor a situação. O Wishiwashi, um pouquinho assustado, se aproximava do barco bem devagar, evitando acidentes. Já perto, dava um choramingo e apontava na direção do arpão, pedindo para que alguém retirasse aquele troço de si.

Só de ver o sangue, a pressão de Ali caiu. O outro NPC não se sentia confortável para tal, então restou a Cif se meter. Como? Isso mesmo, ele ficou encarando Karemachena esperando qualquer ordem ou indicativo do que fazer. Enquanto isso, o choramingo acontecia.

Para não dizer que estava sendo inútil, o menino meio emo que foi resgatado agora a pouco pegou os dois remos laterais e pôs na água, se oferecendo para remar. Ao meio disso, Ali tentou questioná-lo em algum momento; algum momento entre a queda de pressão e a retirada do arpão:
- Ta, ta. Você parece saber de alguma coisa, pode começar a explicar tudo tin tin por tin tin - Foi incisivo, ainda que sua imagem não passasse firmeza - Calma, deixa a gente contornar esse monstro que eu explico. Também não sei tudo...