[EVENTO] COBAIA DE ARCEUS II: O INIMIGO AGORA É OUTRO

Ok, ok, deixe-me voltar a cronologia comum neste texto. Primeiro de tudo, o bendito do peixe, ok?! Ele foi, deu uma chorada, recebeu uma atenção de Karemachena e as coisas começaram a acontecer. Claro que "Cif" não era um nome atoa, se você bem viu o vídeo que viralizou no twitter semana (retrasada?) passada, este troço é auto-limpante. Você só precisa despejar ele em algum lugar que ele resolve o problema em um passe de mágica.

Ok, pode demorar alguns minutos, mas você não precisa fazer muito mais que ordená-lo. Baseada nisso (ou não), foi o que Karemachena fez. Repentinamente, o monstro-da-limpeza emergiu, apagando todos as suas palavras sujas e seu vocabulário chulo e começando a desintoxicação. O engraçado foi perceber que ele usou o Wonder Room para aumentar 5 de defesa no Wishiwashi, que logo em seguida se sentiu um tanto mais forte e "expurgou" o arpão, que saiu rasgando seu couro e jorrando sangue.

Foi bem feia a cena, na verdade. O pobre do peixe, assim que fez força para tirá-lo (junto de mãos-ajudantes de Cif), imediatamente se tornou um pequenino Wishiwashi, boiando sobre a água com um bocadinho de dificuldade de respirar. Cif, nosso queridíssimo mímico, pegou um balde aleatório que tinha no barco, encheu-o de água e jogou o peixinho lá, deixando-o ali. Gastou um bom tempo limpando bem a ferida, adesivou-a com um pouco de Light Screen e o deu um abraço bem carinhoso, depois um beijinho na testa. Logo em seguida, começou a limpar o sangue que se espalhou por todo o barco e pelas pessoas que viram a cena macabra.

Enquanto limpava, tropeçava vez ou outra e caia no mar. Recuperava um pouco o fôlego e voltava. Repetia este ciclo estrebuchado de quando em quando, sem deixar que sua mania de limpeza fosse embora. Só depois de Karemachena não ter mais uma gota de sangue em seu cotovelo, o pokémon sentou no barco de forma ordinária e se pôs a relaxar.

De forma curiosa, até mesmo sentado ele deslizava e caia.

Mas é claro, apesar de eu ter dito que eu narraria tudo isso de forma linear, não acredito que os três humanos ficaram parados vendo isso tudo acontecer para só depois continuar. Karen, a mais experiente dos três, cutucava sua caixinha e falava frases ao léu, esperando achar alguma resposta. Estranhamente, ao "digitar" Gilatina, o cadeado da um click enérgico e se abre, revelando o conteúdo da caixinha: Três Joke Lollipop e um Easter Egg. Podemos dizer que a páscoa veio atrasada para o rolê, mas também podemos lembrar que este é um evento de primeiro de abriu, então não estamos tão atrasados assim.

No mais, o NPC misterioso ao lado ouviu o "gilatina" falhado que saiu da boca de Karen e logo comentou:
- Você já sabe?? - Estava estupefato, e Ali, sem saber do que diabos se tratava a conversa, apenas observou. E fora aqui, meus queridos, que Karemachena questiona quem diabos é aquele garoto - Nossa, Will? Não, credo! Eu sou Lian. Eu estaria na mesma que vocês, mas fui mais esperto - Deu uma piscadela que ficou meio solta no contexto geral - Já faz um tempo que tem rolado um boato sobre uma seita-pirata na costa de Goldenrod. Não sou besta, né? Fui perguntando. Juntei todas as informações e cheguei num cara que teve um motor de carro roubado. Ele recebeu um desses mapas que vocês devem ter vindo também e eu cobrei dele dinheiro suficiente pra ir lá no lugar dele resolver esse problema.

Depois disso, uma mão foi ao queixo e ele começou a pensar com seus miolos: "quem será que me denunciou pro capitão". Havia falado com tantas pessoas, que não seria estranho que uma ou outra avisasse de seus planos de invasão. Enquanto falava, pensava e repensava, Lian botava o remo para funcionar, além de pedir encarecidamente para Ali que abrisse o mapa e lhe mostrasse.

Olhou para seu próprio relógio, viu a bússola dentro dele, olhou um pouco para o céu e começou a traçar planos. "Já está escurecendo, quando escurecer, vai ser mais fácil saber pra onde ir", pensou ele mais uma vez, desta vez murmurando em voz baixa.

- Putz, como você não sabe quem é Gilatina? - Questionou Ali, com os olhos meio abertos - Saiu em todos os jornais. Depois deve missão por todo o mundo pra consertar a bagunça deles. Força tarefa, coisa Ranger. Ficou um séeeculo de teoria das conspirações! - Eu juro, Ali realmente parecia surpreso, mas não só por Karemachena não saber, mas por uma fucking seita de piratas estar acontecendo. Viu? Não foi só Karen que achou isso estranho.

O garoto, tão abismado, caminhou até o lado de Cif e sentou no seu banco invisível. Estranhamente, ele conseguiu se encaixar bem. Lian, por outro lado, continuava muito desconfortável remando o barco, indo pra direção que lhe desse na telha:
- Eu? Eu não. Pirata é muito demodê - O tom era cômico, mas havia seriedade naquilo que ele disse - Eu sou só um malandro. Tem gente que me chama de vagabundo, mas acho que demanda muito esforço ser malandro, então acho que eles tão errados...

Por um instante, botou uma das mãos no queixo e largou o remo. O objeto acabou escorrengando em direção a água, facilmente teria caído se não fosse por Cif, que incomodado por roubarem um espaço no seu banco, levantou e ficou por ali, de olho. O engraçado é que ele pegou o remo, trouxe de volta e, quando foi dar ao Lian, o remo escorregou da sua mão de novo e foi parar no mar. Felizmente ele boiava e Ali podia pegar quando bem quisesse. Sem se importar muito, o emo continuou:
- Mas cara, Gilatina foi um monstro que apareceu do nada em Goldenrod, Lilycove e Celadon. Ele era muito parecido com o Giratina, só que tinha uma carinha de Ditto. Foi junto com uma infestação de robôs e uma galera acredita que é isso que invocou ele. Pelo que eu entendi, eles estão roubando elementos pra refazer esses robôs... - Agora, já com os dois pedaços de pau em mão, voltou a remar. O sol já tinha se posto quase que totalmente e as primeiras estrelas inauguravam o céu límpido - Agora, sobre a seita pirata... não faço ideia. Ouvi um boato de que lá em Lilycove esses monstros invocaram Tsunamis e tem uma galera que acha que o Gilatina protege algum tesouro ou alguma riqueza. Se for pra dar um palpite, acho que eles juntaram essas duas informações e pagaram de doidos.

Depois de um tempo, Lian parou de remar. Deixou o barco "ao léu" por alguns bons minutos e parecia relaxado o suficiente para fazer tal coisa.

OFF: Foodzito, essa opção ta no enredo: você tem direito de givar o evento ou continuar. Se for continuar, aconselho curar seus mons no próximo-do-próximo-do-próximo post, porque já já vamos pra batalha.

É, todo mundo sentiu que Karemachena precisava de uns abraços, principalmente quando ela parou de falar e ficou ali, acariciando a pokébola que ninguém sabia muito bem de quem era. A princípio, nenhum tiver o ímpeto de fazer, principalmente pelo Lian ser muito esquisito para tal e por Ali já achar ter traído sua namorada demais. Depois de alguns segundos, Ali mexeu seu traseiro para o lado, sentou bem ao lado da garota e deu um abraço meio distante, daqueles que se dá em alguém 'sujo', sabe? Aquele abraço só com o peito bem afastado, q é mais um BRAÇO e não um ABRAÇO, porque só tem braços mesmo.

Enfim, deu dois tapinhas nas costas e esperou Lian intervir. Quando o remador sentiu que era o momento certo, este falou:
- Ok, eu estou indo para o X da questão - Pontuou, num tom meio cômico - ... ou do mapa, se fizer mais sentido pra vocês - Quando reparou que o tom cômico não havia colado, voltou atrás - Mas se quiser, eu posso te deixar na praia, Karen... e ai você volta pra casa como se nada tivesse acontecido.

Já bem determinada, Karemachena deu aval para que Lian continuasse a remar, sem muito mais perguntas. Havia no ar os possíveis perigos que Ali podia acabar enfrentando, mas o garoto parecia ainda mais resiliente que todos ali, se mostrando um bocado animado. Se rememorarmos bem, aquele pirralho já ficou preso por dias em uma ilha deserta, sofreu com insolação, ajudou Karen a sair dali e foi engolido por um peixe-gigante. Teria como ficar pior?! Bem, ele achava que não, já eu...

Bleh, daqui pra frente, a viagem ficou um pouquinho mais silenciosa do que de costume. Não era um silêncio constrangedor, era o puro, simples e genuíno cansaço de todos. O pirralho ora ou outra se jogava no barquinho e ficava deitado, fazendo um movimento que dificultava a remada de Lian. O remador, já começando a se cansar, parava ora ou outra e deixava que o vento levasse, ou que a pura inércia fizesse o trabalho. Sempre voltava a remar quando sentia que ficaria a deriva, não permitindo o descontrole total.

Num momento oportuno de extremo silêncio, o próprio Ali, enquanto olhava para as estrelas, suspirou e perguntou em voz alta:
- Quem é Arthur? - A pergunta foi repentina e inesperada, mas ele estava com essa dúvida já fazia uns bons posts. Pelo jeito que Karemachena falava, parecia ser algum tipo de alter-ego, ou talvez um ser espiritual - A gente deve se preocupar com ele?

Lian, achando completamente aleatória a pergunta (e repentina) deu uma gargalhada curta e engasgada, se recompondo logo depois. Ele, pela primeira vez, começava a achar divertido trabalhar em grupo. Salvo isso, manteve-se em silêncio até levantar o remo e apontar na direção de uma ilhota que, muito estranhamente, brilhava em tons verdes:
- É aquela ali - Manteve a sinalização com o remo levantado - Agora, porque ela tem luz própria... ai eu já não faço ideia - Deu de ombros. No fim, por ela estar tão extravagantemente iluminada, seria mais fácil não se perder.

A medida que foram se aproximando, foi possível ver que a luz vinha de uma construção que mais parecia um farol. O engraçado é que a luz desse farol não era um raio específico, que rodava de período em período: era uma luz constante e bastante verde, que emanava seus fótons para todos os lados de forma difusa.

Já bem próximo, o próprio Lian perguntou:
- Que horas são?! - Sua pergunta era direcionada da Karen, que era a única com mochila e apetrechos por perto - O combinado era as 20h, mas não sei se já passou ou se estamos no horário...

Bem, ficaria a cargo do Food decidir isto, visto que era de Karemachena a responsabilidade de olhar o relógio.

Quando definido quem era Arthur, o próprio Ali lembrou que Karen falou de um Passimian na ilha, rememorando que isto e aquilo estavam ligados. Ele talvez até já sabia dessa informação, mas ao vê-la cabisbaixa resmungando por Arthur pelos cantos, até mesmo depois de recuperar suas esferas, achou que poderia ser outra coisa. Como não o era, ele deu de ombros e falou algo motivacional, como:
- Vamos recuperar esse coco... - Seu tom não era tão animado, mas fazer o que?!

No mais, Lian ficou quieto; ele já vira Arthur na costa e sabia quem ele era, então não tinha muito o que acrescentar. Era verdade que ele parecia um pouco irritado, mas não o achou triste e cabisbaixo: lembra bem dele jogando o Holocaster com bastante força, além de fazer bagunças com os Dittos, se mostrando um pokémon bem enérgico. Apesar disso, não falou nada, apenas esperou encostar mais próximo da ilha enquanto explicava:

- Ah, era o que tava atrás do meu mapa. Não tava atrás do de vocês?! Algo como "me encontre no X às 20h"...

Pois era. Ali confirmou com a cabeça, falando que fora isso que recebeu, e era bom estarem no horário, soltando mais uma frase motivacional:
- Ser pontual é estar 5 minutos adiantado! - Sinalizou.

E com isso, deu um pulo para fora do barco e botou as canelas na água salgada e gelada. De início, estremeceu, mas logo em seguida começou a marchar. Já estava bem próximo da areia seca quando um voz ressoou, tendo origem no farol:
- YUPI, AGORA ESTAMOS TODOS COMPLETOS! - O som ecoava por meio de um alto-falante, preso em algum lugar - BEM VINDOS, BEM VINDOS! AQUELES IDIOTAS QUASE ME FEZ PERDER VOCÊS NO MEIO DO CAMINHO, MAS QUE BOM QUE CONSEGUIRAM CHEGAR!

Ainda que o som viesse do bendito farol, foi do lado esquerdo do barco que um mísero cientista apareceu de supetão, dando um enorme susto em Ali, que deu um grito fino muito parecido com um AAAAAAAAAAAAAA. Já próximo o suficiente para ser visto, o pequenino cientista ajeitou o microfone em sua mão, botou-o perto da boca e abriu um sorriso de orelha e orelha (e ele era bem orelhudo, ok?), deixando as covinhas e o nariz de batata bem saltados.
- Vamos nos juntar aos outros, crianças?! - Indagou, indicando o caminho com a mão livre.

Cif, que talvez fosse o mais preocupado ali, desceu com um enorme cuidado, carregando consigo o balde d'água no qual colocou o Wishiwashi machucado. O peixinho não estava muito bem, mas ainda respirava e resistia. Para evitar que o oxigênio da água acabasse, ele jogou-a fora e pegou mais um bom bocado no mar, renovando.