[Entrega de Missão] NAKEISHA LAOUALI

Oiii! Brigado por narrar :3
Sobre o Falkner do Sleepy, já faz tanto tempo que eu nem lembro exatamente como era, então fique livre pra usar sua interpretação xD

– Enrascada?! – repeti em resposta à recepcionista; meu sorriso saindo todo torto e sem jeito por ter que admitir que: – Não, ele não me mandou pra nenhuma... Eu mesma é que andei me metendo em várias. Algumas até sem querer, heh! – e foram longas, diga-se de passagem – 'Brigada!

Cruzei a porta sem fazer muita cerimônia. Woobie, que vinha pendurada no canguru em minhas costas, fungou alto e "cantou" alguma coisa pra cumprimentar a moça quando pode vê-la ao passarmos.

Os sons da batalha me encontraram pelo corredor e, inevitavelmente, senti uma pontada de ansiedade pra chegar lá e assistir. Nunca vi nenhuma performance de Falkner em campo, exceto entre recortes e edições em alguns vídeos.

– Woobie, vamos ficar bem quietas, okay?! Não podemos distraí-los. – recomendei, aos sussurros, antes de finalmente encontrar meu lugar pela arquibancada da arena.

Tenho que admitir que talvez minha ansiedade tenha esmorecido abruptamente, até se dissipar em algum lugar na minha barriga. Isso porque a visão de competidores inexperientes, no campo do Gym, me pegou desprevenida já que minha expectativa era ver dedo no olho e gritaria da parte do desafiante diante do líder.

Não foi presunção nem nada do tipo... É só que, pelos últimos e breves minutos, eu simplesmente tinha abstraído o papel que eu sabia que meu mentor desempenhava naquele Gym: o primeiro obstáculo e as primeiras e valiosas lições pra treinadores iniciantes e verdadeiramente inexperientes. Era isso que eu tava testemunhando ali.

– Eita... É com a gente. – sussurrei uma vez mais pra morcega em minhas costas, assim que Falkner dispensou a plateia e se dirigiu diretamente a mim.

Enquanto eu caminhava pra encontrá-lo em outra área do Gym, um sorriso de animo e orgulho se abria no meu rosto. Aquela curta batalha acabava de me lembrar um dos fatores que me atraía em ter Falkner como meu mentor, sua empatia e as lições que tinha pra ensinar... Pra me ensinar.

Segui o corredor até encontrar Falkner, para então passar a segui-lo até a salinha seguinte. A imagem das pequenas aves empoleiradas no canto do escritório ajudou a sustentar o sorriso em meu resto, enquanto me fez lembrar do Noctowl que vi em posição parecida, numa das últimas vezes que aqui estive.

– Preocu... pado?! – titubeei com o sorriso vacilando no rosto.

Uma pontadinha de culpa crescendo em mim por ter sumido por tanto tempo, mas sobretudo o fato de que se ele soubesse das mais recentes aventuras perigosas pelas quais passei, encontraria fortes fundamentos pra sua preocupação. Por sorte, no momento ele não queria saber delas, mas sim em particular daquela pra qual tinha me enviado.

– Ah, siiim! Ice Path! – suspirei, animada; só engoli em seco com a ideia de "não esconder nada", pois tinham detalhes +18 os quais o líder certamente não precisava saber, mas reconheci depressa a figura de linguagem – Ôooh! Foi uma semana bem, bem longa aquela no frio, pra começar eu... – insira aqui meu relato empolgado das coisas.

É claro que eu precisava, primeiro, fazer um background do meu achado com as Pedras Misteriosas que só consegui ter uma hipótese do que eram lá Museu de Pewter. Depois de lhe contar esta introdução é que poderia construir melhor o relato da minha aventura no Ice Path.

– ... E então veio a feliz coincidência de que o tal Steven Stone também estava por lá! Daí eu não perdi tempo e nem a oportunidade e fui direto tentar encontra-lo, num lugar bem distante do povoado e um bocado místico... – a empolgação da descoberta das minhas duas Mega Stones ficava estampada na minha cara, eu podia sentir; até cheguei a massagear o centro do colar de contas que eu agora usava permanentemente, pois a pedra principal dele era nada menos do que a Key Stone reluzente – Foi isso. No fim eu até fiz um novo amigo e companheiro: um fofíssimo Delibird, que se conectou comigo de tal forma que parecia sentir minhas emoções e até quando eu estive em perigo. Digo, quase em perigo, naquela situação com os Mamoswines que eu contei e tal.

É, a história era longa e eu definitivamente me controlei pra não extrapolar e acabar entregando mais do que o coitado do Falkner realmente gostaria de saber. Num balanço geral, creio que as novidades que ele gostaria de saber eram, sem dúvidas: minhas Mega Stones, meu encontro como Delibird especial e, claro, o desafio que foi enfrentarmos o frio intenso, eu e meus Voadores.

É claro que Falkner iria querer saber com detalhes sobre o desafio que de fato me levou até o Ice Path. Meu desafio seria conseguir narrar isso sem parecer boba, por diversos motivos: como por ter sido um treino atípico, que começou com uma brincadeira; ou por Avery estar lá, comigo e, por isso, eu sentir vontade de sorrir e suspirar a cada vez que lembrava dos nossos momentos juntos naquele lugar.

– Ah, sim, acredito que a experiência toda tenha sido bem sucedida, sim. – já comecei concluindo, pra me antecipar – Acho que posso afirmar que as primeiras e importantes etapas desse exercício de resistência tenha sido quando eu e meus Pokémon enfrentamos aqueles defensores do Ice Path, Jynx e Mamoswine, além da própria horda de Mamoswines que cruzou nosso caminho depois. Foi um cenário completamente imprevisto no qual eu precisei pensar depressa pra tentar compensar a vantagem que eles tinham naquele lugar e as minhas desvantagens...

Admitiria, sem problemas, a dificuldade inicial em pensar numa resposta uma vez que metade do meu time, na ocasião, era altamente frágil ao Tipo Ice [Gliscor, Salamence, Dratini], pois os tinha escolhido pra essa viagem exatamente na intenção de fortalecer seu ponto mais fraco e, bem, não tinha ido lá na intenção de arrumar encrencas e batalhas, pra começar; além é claro dos próprios níveis discrepantes que meu time tinha. Enfim, por isso, minha resposta imediata foi apostar na resistência e poder ofensivo de Charizard e Gyarados, o que deu super certo.

– Aí escolhi, pro treino, uma área aberta que os locais usavam pra patinar no gelo. Foi sensacional o exercício que fizemos lá, pois meus Pokémon ficaram bem expostos ao frio intenso, os impedimentos e dificuldades pra voarem ou planarem e, também, a dificuldade em manterem o equilíbrio e o foco pra se deslocarem sobre o gelo, quando pedi que fizessem. – claro, valia pontuar que os de corpo serpentóide (Gyarados e Dratini) se movimentavam bem no solo – Foi preciso tempo e paciência pra eles começarem a se afastar uns dos outros, já que incentivei a proximidade pra compartilharem calor, no começo. Mas, no fim, deu tudo certo! Gastei mais de uma hora, no fim do dia, pra reconfortar todo mundo com uma boa dose de banho quente e massagens, pra aliviar a musculatura que enrijeceu de tanta tensão de frio... Mas deu certo, eu acho. Ao menos pude sentir com Salamence e Nyra, minha Gliscor, uma maior confiança em encarar aquele lugar durante os dias que se seguiram por lá, ainda que nenhum dos dois tenha aceitado voar comigo por lá... Hehe, sobrou pro Charizard.

O sorriso se foi quando assumi a expressão séria de quem ouve atentamente na intenção de compreender e aprender. Falkner me apontava um fato que eu não tinha concluído até então: de fato, dentre os poucos gélidos que já enfrentei, o mais memorável foi Mamoswine e, definitivamente, sua força física era muito mais notável que qualquer golpe especial.

– Umh! – esbocei, concluindo que, no fim, ambas as defesas deveriam ser cuidadosamente analisadas e consideradas conforme o oponente, não somente sua tipagem.

Apesar da minha mente ter divagado brevemente sobre as experiências que eu poderia ter com Delibird, foi quase instantâneo o efeito que a pergunta final do Líder me causou. Eu tinha sim algo para lhe perguntar e não precisaria pensar muito para elaborar a questão que me inquietava há algumas rotas. Digo, alguns meses.

– Ah sim, tenho algo sim! Inclusive você comentou algo próximo disso agora pouco: o vínculo entre Treinador e Pokémon. – suspirei só de lembrar desta questão – Algo em mim diz que, apesar de ter conquistado a Charizardite, eu e meu Charizard ainda não estamos prontos pra usá-la... – apontei de modo resumido o que pessoas conhecedoras do assunto tinham me explicado sobre o elo com o Pokémon precisar ser muito forte pra que uma Mega Evolução fosse bem sucedida – ... E depois de muito pensar, acho que eu e ele ainda não temos essa conexão tão forte. Eu o adotei quando já era um Charmeleon, depois de ter passado por maus bocados. Ele me respeita e nos damos bem, sim, mas... De algum modo eu não sinto a segurança necessária pra Mega Evoluir Charizard. Então minhas perguntas seriam: existe alguma forma de testar essa relação ou, sei lá, diagnosticar se é alta e suficiente? Se não, como eu posso aumentar mais meu elo com Charizard? – desabafei, na esperança persistente de ter um direcionamento.