E no fim das contas, eram realmente alguns rostos familiares. Ouviu o grito de longe de uma das garotas, Artemísia, e mesmo de longe, retribuiu com um aceno. Deu alguns passos à frente, mas foi interrompido pelo grunhido do alto de Balerdroch. Jubiloso, o réptil alaranjado lançou a bola com a sua mão após capturá-la, todavia, era um tremendo de um tijolo.
Ali onde estava, jazeu, com o braço erguido e a palma da mão amostra; em outras palavras, um sinal de “pera aí” para dominar a geladeira lançada por Charizard. E, habilmente, deu dois passos para trás, cruzando o pé destro, perpendicular com a perna esquerda na altura do tornozelo; e de letra, matou a pedrada lançada pelo monstrinho. A bola ainda foi um pouco para o alto e já estava controlada. Bastou ao loiro só dominar com a perna direita, colocando a bola no chão.
De longe, ainda caminhando em passos morosos, viu Artemísia e Flora indo para alguma direção. Luch veio de encontro. Logo de longe, semicerrou as pálpebras, e pôde perceber claramente que o unoviano nem estava em si; calcorreava mais lendo que o normal, guardando mais algumas coisas dentro do bolso.
Pararam, um na frente do outro. Nicholas arqueou uma sobrancelha, afinal, Luch parecia estar olhando para o nada como se fosse falar alguma coisa. E em falas lentas, por fim, deu a sugestão de ir até um quiosque para pegar umas cadeiras e guarda-sol. Com um aceno de cabeça, taciturno, concordou.
— Só espera um minuto. Preciso pegar umas coisas minhas que tão ali atrás — disse o louro, volvendo o corpo para trás. Deu meia volta e fez o movimento com a mão para que seu Charizard se aproximasse e o acompanhasse. Chegando próximo às suas coisas, abriu seu cooler, bebeu um pouco de um isotônico que lá tinha – ora, estava surfando um bom tempo, então era necessário se hidratar após engolir água caldo após caldo –, colocou-o de volta, pegou uma garrafa de água e o cerrou.
— Leva o cooler e a bola, por favor. Prontamente, o réptil alado assentiu. Nicholas tomou uma de suas esferas bicolores e liberou seu gastrópode aquático, Nalu, para que brincasse ao ar livre também; o monstrinho nem pensou duas vezes antes de acompanhar Critias no mar. Embaixo de seu braço direito, levava a prancha e com a destra, o loiro levava a garrafa de água. Junto de seu fiel escudeiro com algumas tranqueiras que estavam juntos, achegou-se de Luch.
Seguiram andando agora os três.
— Aí, cê já surfou alguma vez? — pergunta despretensiosa, mas que fazia sentido dado o apetrecho que carregava consigo.
— Dá pra jogar uma altinha também. Um futevôlei, não sei. Bem melhor do que ficar só sentado olhando pro nada, né não? — olhou para os lados, volvendo a olhar para frente, só correndo os olhos pelos arredores despretensiosamente – vai que com o cabelo mais longo e com pique de surfista, ele passa a pinta de galã.
— E pega aí pra você, bebe um pouco. Ergueu o braço na direção de Luch com a garrafa de água. Ele deve estar com sede, esse olho vermelho engana ninguém...
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"take me to the magic of the moment on a glory night."