Ficha [Royal Bright]
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Ficha [Royal Bright]
Nome: Royal Bright.
Sexo: Feminino.
Carreira: Treinadora.
Idade: 18 anos.
Data de Nascimento: 01 de Janeiro de 1995.
Altura: 1,72m.
Peso: 61kg.
Dinheiro: 1000Pk$.
Sonho: Royal tem muitos sonhos, mas os mais importantes são demonstrar ao pai que os Pokemons são companheiros valiosos através de suas conquistas em meio a sua aventura. Ela quer se tornar uma grande treinadora e aparecer na TV, para que assim o pai ao assisti-la consiga captar a sua mensagem e aceitar de uma vez a sua escolha. E o segundo e que está entrelaçado ao primeiro é viver as mesmas aventuras maravilhosas que sua mãe viveu e que lhe foram contadas quando menor.
Descrição física: Cabelos castanhos com mechas mais claras, compridos e sempre mudam de penteado, embora o seu favorito sejam duas chiquinhas mais folgadas. Os olhos tem uma coloração rara, mas ainda sim possível, tem o tom púrpura que combina com sua pele branca e bem cuidada. Tem um corpo esbelto, sem muitos exageros como o busto ou o quadril, fazendo assim um conjunto harmonioso até. Vive de unhas levemente grandes e pintadas, além de ter o braço direito coberto por algumas pulseiras de couro e prata e dois anéis de prata no anelar e no indicador. Usa o relógio no pulso esquerdo. Como roupa Royal utiliza uma jaqueta preta de manga curta com alguns detalhes lilases, e para combinar por dentro ela veste uma camisa branca com bojo. Usa uma saia lilás com detalhes em preto para combinar com a jaqueta, embora o desenho da pokebola tenha um tom branco com rosa. Usa uma coturno feminina preta e de plataforma. Na cabeça usa uma boina preta e para viajar uma bolsa branca com detalhes em roxo.
Biografia: Nascida de uma família formada por uma ex-treinadora Pokémon chamada Sarah Bright e um carpinteiro conhecido por Flynn Bright, Royal desde criança teve uma boa base de criação graças a sua família e uma boa relação com Pokémons graças a sua mãe. Sarah lhe contava diversas histórias de suas aventuras e explicava sobre todos os tipos de Pokémons que já havia encontrado, aumentando assim a vontade da menor em tornar-se uma treinadora quando crescesse. Entretanto ao completar seus sete anos, em uma tarde de uma quinta-feira um incêndio na igreja da cidade lhe roubou a mulher mais importante de sua vida, sua mãe. Sarah usara o seu corpo para empurrar seu companheiro, um Wigglytuff, e uma criança, que se perdera na hora que a confusão começou, para longe de onde os escombros caíam acertando assim o seu corpo. Tal tragédia criou um trauma na vida do marido e ajudou no amadurecimento precoce da filha. Flynn passou a ter raiva dos Pokémons, pois em sua cabeça se Wiggly tivesse consideração pela treinadora, jamais a deixaria para trás em meio aquele caos. Esse ódio o levou a afastar Royal desse mundo a impedindo de ter qualquer contato com Pokémons ou com os seus amigos que compartilhavam do mesmo sonho que ela. Tal postura não fora o suficiente para fazê-la desistir de seu sonho, apenas contribuíra para o fortalecimento dele com o passar dos anos. Por não poder ter as mesmas coisas que as crianças e adolescentes de sua idade tiveram com o passar do tempo, a jovem Bright dedicou parte de seu tempo ao desenho e aos estudos sobre alguns monstrinhos através de pequenos livros que conseguira comprar escondido com sua mesada. Os anos foram passando e a relação com o seu pai só fora piorando até chegar ao ponto de quase fugir de casa duas vezes para tentar se tornar uma treinadora, entretanto seu pedido fora negado por não ter uma permissão de seu responsável. Foi quando completou 18 anos, atingindo a maior idade que finalmente pode sair de casa e começar a sua jornada mesmo com o seu pai ainda sendo contra isso. Foi nesse mesmo dia que ela decidira seguir em frente e mostrar ao mais velho que seus conceitos sobre os Pokémons estava redondamente errado e que ela seria responsável por mudá-los.
Sexo: Feminino.
Carreira: Treinadora.
Idade: 18 anos.
Data de Nascimento: 01 de Janeiro de 1995.
Altura: 1,72m.
Peso: 61kg.
Dinheiro: 1000Pk$.
Sonho: Royal tem muitos sonhos, mas os mais importantes são demonstrar ao pai que os Pokemons são companheiros valiosos através de suas conquistas em meio a sua aventura. Ela quer se tornar uma grande treinadora e aparecer na TV, para que assim o pai ao assisti-la consiga captar a sua mensagem e aceitar de uma vez a sua escolha. E o segundo e que está entrelaçado ao primeiro é viver as mesmas aventuras maravilhosas que sua mãe viveu e que lhe foram contadas quando menor.
Descrição física: Cabelos castanhos com mechas mais claras, compridos e sempre mudam de penteado, embora o seu favorito sejam duas chiquinhas mais folgadas. Os olhos tem uma coloração rara, mas ainda sim possível, tem o tom púrpura que combina com sua pele branca e bem cuidada. Tem um corpo esbelto, sem muitos exageros como o busto ou o quadril, fazendo assim um conjunto harmonioso até. Vive de unhas levemente grandes e pintadas, além de ter o braço direito coberto por algumas pulseiras de couro e prata e dois anéis de prata no anelar e no indicador. Usa o relógio no pulso esquerdo. Como roupa Royal utiliza uma jaqueta preta de manga curta com alguns detalhes lilases, e para combinar por dentro ela veste uma camisa branca com bojo. Usa uma saia lilás com detalhes em preto para combinar com a jaqueta, embora o desenho da pokebola tenha um tom branco com rosa. Usa uma coturno feminina preta e de plataforma. Na cabeça usa uma boina preta e para viajar uma bolsa branca com detalhes em roxo.
- Royal:
Biografia: Nascida de uma família formada por uma ex-treinadora Pokémon chamada Sarah Bright e um carpinteiro conhecido por Flynn Bright, Royal desde criança teve uma boa base de criação graças a sua família e uma boa relação com Pokémons graças a sua mãe. Sarah lhe contava diversas histórias de suas aventuras e explicava sobre todos os tipos de Pokémons que já havia encontrado, aumentando assim a vontade da menor em tornar-se uma treinadora quando crescesse. Entretanto ao completar seus sete anos, em uma tarde de uma quinta-feira um incêndio na igreja da cidade lhe roubou a mulher mais importante de sua vida, sua mãe. Sarah usara o seu corpo para empurrar seu companheiro, um Wigglytuff, e uma criança, que se perdera na hora que a confusão começou, para longe de onde os escombros caíam acertando assim o seu corpo. Tal tragédia criou um trauma na vida do marido e ajudou no amadurecimento precoce da filha. Flynn passou a ter raiva dos Pokémons, pois em sua cabeça se Wiggly tivesse consideração pela treinadora, jamais a deixaria para trás em meio aquele caos. Esse ódio o levou a afastar Royal desse mundo a impedindo de ter qualquer contato com Pokémons ou com os seus amigos que compartilhavam do mesmo sonho que ela. Tal postura não fora o suficiente para fazê-la desistir de seu sonho, apenas contribuíra para o fortalecimento dele com o passar dos anos. Por não poder ter as mesmas coisas que as crianças e adolescentes de sua idade tiveram com o passar do tempo, a jovem Bright dedicou parte de seu tempo ao desenho e aos estudos sobre alguns monstrinhos através de pequenos livros que conseguira comprar escondido com sua mesada. Os anos foram passando e a relação com o seu pai só fora piorando até chegar ao ponto de quase fugir de casa duas vezes para tentar se tornar uma treinadora, entretanto seu pedido fora negado por não ter uma permissão de seu responsável. Foi quando completou 18 anos, atingindo a maior idade que finalmente pode sair de casa e começar a sua jornada mesmo com o seu pai ainda sendo contra isso. Foi nesse mesmo dia que ela decidira seguir em frente e mostrar ao mais velho que seus conceitos sobre os Pokémons estava redondamente errado e que ela seria responsável por mudá-los.
- A História:
- Nascimento.
O som dos passos angustiados ecoava no pequeno aposento da casa refletindo a agonia de um pai que não sabe o que se esperar de um parto de risco. Enquanto isso os gritos de esforço e dor da jovem mulher pareciam socar as paredes do quarto com uma força assustadora. Flynn voltou-se para a porta, decido de entrar no local e mandar que parassem de machucar sua mulher, de manda-la de uma vez para o hospital mesmo com a queda de energia em meio a festa de final de ano.
“Flynn, você não pode entrar.”
“John, me deixa! Eu vou entrar e mandar ele...”, o rapaz de cabelos claros não se importou com em responder o cunhado ao escutar o choro de uma criança crescendo a medida que o segundos passava.
Não houve mais nenhuma palavra dita, apenas um olhar cumplice trocado e a corrida até a porta para abri-la com força. Encontrou dentro do quarto o olhar cansado e repleto de felicidade da sua mulher a qual se ajeitava melhor na cama, a enfermeira com a criança chorona nos braços indo em direção a jovem mãe, o Wigglytuff que saltitava ao lado de uma Chansey aliviada e por fim o médico que ajeitava os óculos e andava em sua direção, pronto para lhe dar as felicitações.
“Meus parabéns, sr. É uma menina!”, mas ele não pareceu ligar muito para o que o médico falara, não quando seu olhar parara sobre a face feliz da mulher amada.
“Olha só, Wiggly! Ela não é uma gracinha?”, a voz quase rouca da mulher de cabelos castanhos ainda tinha um tom divertido e alegre.
“Wigglytuff!”
“Hey, Flynn. Venha aqui meu amor, venha dar uma olhada em nossa pequena.”
E ele foi, completamente orgulhoso da família que estava se formando. Aproximou-se das duas, observando o bebê se aninhar no busto da mãe ao procurar pelo alimento. Um sorriso enorme brincou em seus lábios ao contemplar a mulher e a filha, admirando-as em silêncio e imaginando o que seria de sua vida sem suas maiores preciosidades.
A infância.
“Mamãe!”, a garotinha de apenas cinco anos se aproximou da mãe que se ocupava em retirar as roupas do varal.
“Royal, está fazendo frio aqui fora! Deveria voltar para dentro, mocinha!”, a mulher se voltou para a filha, sorrindo carinhosa.
“Mas... Eu escutei falando da senhora na televisão. A senhora era uma treinadora, mamãe?”
“Huh? Escutou sobre mim? Bom...”, terminou de dobrar um lençol, o colocando dentro da cesta enquanto o Wiggly terminava de ajuda-la com as roupas menores. “Está bem, vou lhe contar sobre minha aventura como treinadora.”
“Então é verdade?! É sério, mamãe!? Nossa, que legal!”, Royal teve seus olhos brilhantes focados na mulher mais alta.
“Foi há algum tempo quando completei meus 12 anos e seu avô me deu o Wiggly como presente de aniversário. Na época ele era só um pequeno Jigglypuff, mas era muito travesso sabia?”, e ela ria jovialmente enquanto percebia o olhar enraivecido do companheiro Pokémon. “Viva cantando e me fazendo dormir, aí ele aproveitava e me riscava toda só por raiva.”
“Wiggly...Tuff!”
“Hahahahaha, que demais mamãe! Mas me conta, a senhora realmente ganhou todas as insígnias e ajudou em um incêndio na cidade de Vermillion como a TV falou?”
“Ah, aquilo. Sim. Eu e o Jimmy, meu Marill na época, nós ajudamos a salvar um dos depósitos do cais que pegou fogo na época. Foi um trabalho difícil, mas gratificante ao ver as pessoas sendo salvas.”
“Nossa! E a senhora capturou muitos pokémons?!”
“Ah, sim! Capturei alguns sim, mas nunca consegui capturar um em especial.”
Royal percebeu o olhar nostálgico da mãe assim que a mesma olhara para cima, observando cheia de saudade as estrelas que começavam a aparecer no céu. A brisa noturna soprou serena, mas ainda assim gelada e fazendo a pobrezinha tremer levemente de frio. Porém não sairia dali, não até escutar mais um pouco sobre a sua amada mãe.
“E qual foi? Vai, me conta!”
“Você conhece o Pokémon chamado de Riolu?”
“Rio... Quem?!”
“Hahahaha, Riolu, querida. Hm, vamos ver.”, puxou um graveto e se sentou numa pedra próxima, chamando a menor com a mão, pedindo para que ela se aproximasse. “É esse Pokémon aqui.”
Ao se aproximar de onde a mais velha se encontrava, Royal não teve outra reação a não ser arregalar os olhos e se assustar com o que encontrara. Certo, sua mãe poderia ter sido uma maravilhosa treinadora, mas era péssima desenhista.
“Err... Mãe. Que bicho feio é esse aí?”
Sim, a sinceridade é algo que às vezes machuca e que as crianças tem bastante.
“É... É... É... O Riolu...”, a pobre Sarah olhou para a filha e logo após para o desenho, absorvendo a pergunta da menor aos poucos. Como uma criança, a mulher voltou-se para o Pokémon que se enroscava nas roupas, na esperança de ser compreendida por ele. “Wiggly!! A Royal disse que meu Riolu é feio!”
Como por curiosidade o Wiggytuff se aproximou com passos desengonçados, arrastando a roupa consigo em meio ao caminho. Sem demora, parou ao lado da companheira, lançando um olhar ao desenho feito na terra, erguendo a cabeça e uma das patas se pondo numa postura mais séria.
“Wiggly, Wiggly, wigglytuff?! (Que ser desconhecido é esse?)”
“Nãããão, até você Wiggly?”, Sarah lançou um olhar tristonho ao Pokémon que ria ao seu bel. prazer. “Ahh, vocês são muito maus!”
“Hahahahahaha, mas é verdade mamãe! Esse bicho parece um E.T!”
“Mas é o Riolu, tá?”, a jovem de cabelos castanhos fez bico.
“Sarah! Royal! O jantar está pronto”, a voz de Flynn chamou a atenção das duas.
“Vamos comer!”, Sarah se ergueu em segundos, batendo as palmas da mão alegre. “Wiggly e Royal, vamos jantar!”, abaixou-se para ajudar o parceiro, colocando as roupas no cesto e o segurando com um braço, enquanto com a outra mão tratava de pegar na mão da filha.
“Sim!”, respondeu sorridente, agarrando a mão da mais alta.
A tragédia.
Naquela tarde algo terrível marcaria a vida de uma família para sempre.
A fumaça que ia de encontro ao céu aumentava em proporções alarmantes, chegando a ser visível para pessoas que vinham de Pallet ou Pewter. A igreja da cidade estava em chamas. As pessoas gritavam, choravam e se viam desesperadas do lado de fora, próximo a uma barricada feita pelos bombeiros. Com a ajuda de Pokémons de água, os rapazes tentavam a todo custo se aproximar do local em busca de sobreviventes, entretanto o calor era intenso.
Em meio a população ali concentrada, um pai e uma filha aguardavam angustiados por noticias da esposa e mãe que havia saído no inicio da tarde e não retornara.
O homem de cabelos loiros pegou a pequena pelo colo e a colocou nos braços do cunhado antes de mergulhar na multidão atrás de respostas.
“Tio John! Tio John, o que o papai foi fazer? E onde está a mamãe?! Ela prometeu que iria me levar para ver a exposição de fosseis esse final de semana!”, a inocência na voz da criança tocou o coração do tio que nada fez além de abraça-la forte.
Minutos depois o burburinho chamou a atenção de Royal, algo sobre uma mulher que arriscara a vida para proteger seu Pokémon e uma criança. Bright. Sarah Bright, era a sua mãe. Com muito esforço a menina conseguiu sair dos braços do tio e adentrar o bolo de gente passando por suas pernas até finalmente chegar a barricada. Seus olhos infantis procuravam ansiosos por encontrar a imagem da mãe saindo do local como uma heroína, esbanjando o típico sorriso satisfeito e de missão cumprida que sempre levava. E qual não foi sua surpresa ao perceber que em meio aos bombeiros, sobre uma maca estava a figura materna sendo coberta por um pano branco.
Achando aquilo suspeito, Royal passou por baixo das grades da barricada e correu em direção aos homens gritando pela mãe.
“Mamãe! Mamãe! Para onde a senhora está indo? Mamãe, me espera! Eu vou com você, não se lembra?”
“Royal!”, a voz alerta do pai lhe chamou a atenção a fazendo parar no meio do caminho e lançar um olhar incompreendido ao mesmo.
“Ela não pode ir, papai! Para onde a estão levando? Não, se eles fizerem isso ela não vai poder viajar comigo para vermos os fosseis juntas!”
Não houve palavras, não houve troca de olhares, apenas o gesto de um abraço apertado que os braços fortes de seu pai tomavam ao enlaçar a pobre menina. As lágrimas do mais velho molhavam sua face, misturando as próprias que saiam sem perceber, pouco a pouco aumentando o ritmo até que finalmente a sua ficha caísse. Sua mãe não voltaria mais para si, não lhe lançaria os sorrisos joviais repletos de orgulho, não haveria mais bicos ou risadas contagiantes, não veria mais seus desenhos desengonçados e nem teria mais os carinhos que a confortavam.
Ela havia ido embora. Para sempre.
A negação.
Os anos se passaram e muitas coisas mudaram na vida da família Bright.
Flynn obrigou John a levar Wiggly para longe de sua filha e de si ao ser tomado pela raiva após a morte da mulher, a qual deu sua vida para salvar o Pokémon e uma criança que se perdera em meio a confusão do incêndio. Talvez por precisar culpar alguém o pobre homem jogara a culpa no companheiro de jornada de Sarah e além de expandir seus sentimentos raivosos para todos os outros Pokémons que visse a sua frente. Já não conseguia ser o mesmo homem brincalhão e divertido que era, na verdade, deixara a tristeza e o desespero tomar conta de si e por mais que as pessoas tentassem lhe ajudar o motivando a seguir em frente ele não conseguia. Seu coração já estava abalado demais, completamente congelado após a perda da mulher que tanto amava e não parecia ser fácil fazê-lo voltar ao normal.
Tal comportamento refletia na infância de Royal a qual teve que se afastar de seus amigos que rumavam em direção a aventuras, como treinadores ou coordenadores. Flynn proibira a própria filha de assistir ou comentar qualquer coisa que envolvesse as criaturas daquele mundo, mas mesmo assim, mesmo com as atitudes frias, controladoras e grosseiras do pai a pequena Bright ainda assim tinha o sonho de seguir em aventuras maravilhosas como as que sua mãe lhe contara. De se tornar uma grande treinadora e assim orgulhar sua mãe que tanto a incentivara quando menor.
Já era de madrugada, mas a luz do abajur iluminava o quarto da garota com uma luz fraca, cuidadosamente diminuída para não chamar a atenção do pai. A jovem Royal agora com seus 14 anos estava em seu quarto desenhando figuras de alguns Pokémons que conhecia, quando o som de uma pedra batendo na janela lhe chamou a atenção. Levemente assustada, a jovem de cabelos castanhos se levantou da cadeira com cuidado para não fazer barulho, se movimentando em direção a janela para ver o que estava acontecendo.
Ao levantar o vidro não conseguiu perceber a aproximação da pedra que lhe acertou fortemente a testa a fazendo cair para trás, cambaleando sem controle até poder conseguir segurar na beira da cama. Pressionou os olhos sentindo a dor latente e ardente em sua testa, tocando-a para saber se havia se ferido. Por sorte não havia sangue, mas com certeza teria um belo galo ali no dia seguinte.
“Ai meu Deus, eu matei a Royal!”, a voz feminina soou preocupada.
“Droga Saki! Assim o pai dela vai nos descobrir!”, foi a vez da voz masculina repreender a feminina.
“S-Saki? Mamoru?”, Royal apareceu surpresa ao escutar aquelas vozes. “O que vocês estão fazendo aqui?”
“O que parece sua tonta? Viemos te visitar escondido!”
“Mas eu pensei que vocês estivessem irritados comigo.”
“Bem, nós estávamos, na verdade o Mamoru estava. Só que soubemos que seu pai não lhe quer envolvida com os Pokemons ou pessoas que tenham algo com eles... Então...”
“Ah, que seja. Vamos logo Royal. Desce aqui para a gente conversar! Ou vai dizer que está gostando dessa sua vida enclausurada aí?”
“Claro que não, seu idiota! Que tipo de pessoa gostaria disso?”, comentou saindo pela janela e se esgueirando pelo telhado com cuidado. “Só que... Já cansei de brigar com ele sobre me deixar sair daqui e seguir o mesmo caminho que vocês. Nada do que eu fale adianta... Ele não me escuta!”, revelou pulando para o galho de uma árvore próxima, descendo-a em segundos.
“Uma hora você terá que ir de contra isso.”, o rapaz de cabelos escuros e olhos dourados comentou.
“Mamoru! Não atice a Royal! Ela faz o que ela quiser, oras! Não cause mais confusão!”
“Não, Saki. Ele está certo. Uma hora eu vou ter de...”, parou ao escutar um barulho estranho em meio as folhagens.
Royal voltou o rosto em direção ao som sentindo um arrepio lhe percorrer a espinha. Odiava escutar barulhos incomuns e não poder saber o que o estava fazendo. Deu dois passos para trás sem desviar o olhar das folhagens um segundo sequer.
“Calma, Royal. É só o Drew.”, o rapaz se aproximou do Ivysaur que saía das folhas fazendo grunhidos estranhos.
“Nossa...”, Royal comentou surpresa, se aproximando dos dois. “Como ele mudou!”, um sorriso se abriu em seus lábios ao ver como eles estavam crescendo. “E você Saki! Como está a Jennifer?”
“Ah! Espera! Vou tirá-la aqui!”, e depois de alguns segundos a Charmeleon se mostrou sonolenta por ter sido acordada aquela hora da noite. “Ela não está uma gracinha?”
“Puxa vida! Vocês melhoraram mesmo! Já estão com quantas insígnias?”
“6.”, Mamoru respondeu.
“5!”, Saki bateu palmas animada.
“Que bom, fico feliz por vocês!”, comentou sorridente, embora estivesse com um pouco de inveja por eles estarem seguindo algo que ela não podia.
“Vem, Royal! Vamos para lá para perto do centro Pokémon, lá você pode ver os nossos outros Pokémons mais tranquila, não acha?”, Saki perguntou carinhosa.
“Hn, olha. Melhor não. Tenho que voltar para casa e...”
“Por que você não foge de vez?”
“O que disse, Mamoru?”
“Foge, oras. Você já tentou duas vezes, não foi? Por que não faz de forma definitiva agora?”
“E do que adiantaria? Não posso ser uma treinadora sem a permissão de um responsável com essa minha idade. Acredite, eu já tentei e fui negada. Se meu pai não me der permissão, apenas com 18 anos eu posso começar com a minha jornada, Mamoru!”, ela respondeu irritada.
“Então vai lá, Royal. Volta para o seu mundinho e fica nessa porcaria de casa com um pai doente como o seu! Se você quer continuar nessa mesmice...”
“Mamoru... Não fale assim com a...”
“Não fale do que você não sabe, seu idiota. Você acha que é fácil? Você teve uma vidinha maravilhosa com seus pais juntos e um irmão mais velho que sempre te apoiou! Você não sabe o que é ser órfão de mãe e muito menos sabe o que é lidar com um pai como o meu! Acha que não reconheço os defeitos dele? Claro que reconheço, eu vivo com ele desde que nasci! Eu sei dos meus limites, ok? Simplesmente não posso ser egoísta e largar tudo para ir de encontro ao que eu quero, deixando-o para trás. Eu não sou mais criança! Um dia eu o farei perceber o quanto está errado”, ela esbravejou magoada, se aproximando do rapaz de olhos dourados. “Quer saber de uma? Vá embora e nunca mais volte aqui até que esteja pronto para se desculpar! Não sou obrigada a engolir seus desaforos! Até mais, Saki.”, deu as costas para entrar em casa, pouco se importando em parar para ouvir o que eles poderiam ter para lhe dizer.
A partida.
Os fogos do lado de fora refletiam o estado de espírito das pessoas na rua em pelo ano novo. Os risos e gritos soavam alegres e soltos, livres de qualquer emoção negativa, entretanto, não havia risos dentro daquela casa naquela noite, mesmo sendo uma data festiva.
A jovem de cabelos castanhos com mechas claras descia as escadas pronta, devidamente vestida e com uma bolsa transpassada repleta de objetos para viagem. Seus olhos purpuras não demonstravam hesitação em momento algum, embora aquele fosse um dos momentos mais difíceis de sua vida após a morte de sua mãe. Seu olhar pousou sobre a figura do pai sentado no sofá de frente a T.V., assistindo a um show qualquer de fim de ano com uma garrafa de bebida ao lado.
E como há alguns anos atrás não houve palavras, não houve troca de olhares e dessa vez nenhum abraço caloroso compartilhado. Apenas o silêncio reinava o local. Royal finalmente completara seus dezoito anos e estava pronta para seguir seu caminho.
Ao chegar ao térreo da casa, pegou suas chaves e tomou um copo d’água, respirando fundo antes de seguir em frente, parando a dois passos da porta.
“Estou indo.”, sua voz já estava mais madura e determinada.
“É a última vez que eu falo, se você sair por essa porta... Nunca mais lhe reconhecerei como filha.”, a voz mesmo rouca do pai ainda causava uma imponência enorme sobre a morena, mas nem assim ela voltaria atrás.
“Tudo bem. Já faz um tempo que não consigo reconhece-lo como o meu pai.”, ela revelou com um tom sem emoção, camuflado para que ele não percebesse o quanto aquelas palavras ditas e as escutadas lhe machucavam.
E sem olhar para trás, Royal abriu a porta e saiu pela mesma, a fechando com força. Olhou para o céu iluminado pelos fogos e seu olhar focou em uma estrela mais brilhante que as demais.
“Agora é a minha vez, mamãe. Pode ter certeza que irei me tornar uma grande treinadora e te fazer ter orgulho de mim!”, ela respondeu segurando a aba da boina, alargando um sorriso em meio à face levemente chorosa. “Ah!! E pode ter certeza que um dia irei encontrar um Riolu para a senhora! Bom...”, baixou o olhar ajeitando o chapéu na cabeça e olhando decidida para frente. “Agora eu estou indo, mamãe! Torça por mim!”, ela gritou começando a correr em direção ao Laboratório para ter o seu primeiro Pokémon.
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