Capítulo 6 - Dentes de Leão Flutuam sobre o Lago

_ Obrigado senhor! _ Gritou, já um pouco distante da situação e correndo em torno do lago, escapando um pouco da estrada principal e achar a entrada alternativa da cidade.
Mahiro corria em sintonia com o time, acompanhando claro, inclusive o coitado Bulbasaur, que precisava de incentivo para conseguir alcançar sua meta. Porém caminhar em torno do lago o deixava meio... frustrado. Percebendo já estar em uma distância segura e percebendo não ter ninguém ali presente, simplesmente pediu para que todos parassem. Ele se abaixou, olhou profundamente para a água e mergulhou apenas sua cabeça nela.
“Esse lago parece fundo, imagino as criaturas que moram no seu interior. Não sou bom de nado, mas será que mora algum Dratini aqui? Minha vó me contava para sempre averiguar os lagos pois nunca se sabe onde podemos encontrar esse tão raro dragão. Não espera, estou delirando. Esse lago é pequeno demais, nunca teria um pokemon destes nele.”

O garoto levantou sua cabeça com tudo, voltando a respirar enquanto tinha todo seu cabelo cobrindo os olhos por estar encharcado, assim como o seu rosto. Seus olhos estavam vermelhos por ter ficado com o olho aberto procurando algo e seus pokemons apenas o observavam confusos.
_ Na... esqueçam isso galerinha, sou meio bobo mesmo. _ Riu de si mesmo _ Sabe, que criaturas será que moram aqui? Minha vó me contava que ela fazia o mesmo, só que ela era mais corajosa, ela pulava em qualquer lago e nadava até o seu fundo, procurando encontrar fortes criaturas que ousassem a desafiar. Quem sabe um dia... a gente, fortes... tipo... quando crescermos, aumentarmos nossas experiências. Estaríamos nós desbravando montanhas e rios a procura dessas enormes criaturas, apenas para provar a nós mesmo que somos mais.
Mahiro simplesmente olhava para o céu, se sentava a admirar o local novamente, se perdia nos seus pensamentos e começava a pensar no futuro.
_ O que vocês acham? O que vocês querem para o futuro galera? Já pararam para imaginar em como seriam quando alcançarem o limite?

_ Sabe galerinha... Bulbasaur é o único aqui que ainda se lembra de nossa última pescaria... a alguns dias atrás, no laguinho de Pallet enfrentamos dois peixes... inocentes eu diria. Faz um bom tempo que não arrisco. Bem... não vou pular na água, mas quem sabe o que pode pular fora dela? _ Disse o jovem pegando em sua mochila uma vara que com uma pressão a frente conseguia se dobrar para um tamanho maior, tendo na ponta dela restos da isca especial que usou na última vez _ Vamos ver o que essa isca nos trará!
Mahiro ainda sentando lançou a isca ao lago, aproximadamente ao meio dele, fazendo dali seu momento de paciência para descobrir o que sairia.
“Pescar... pescar... quanto tempo não faço isso. Em minha vida toda sempre pesquei Magikarps e dona Kiko ria de mim. Era humilhante ver minha vó pescando peixes melhores que os meus, mas ela pode... fazer o que? Aliás eu não a culpo, eu sei que ainda posso superá-la um dia. E se mais um Magikarp sair desta isca novamente, continuarei tentando, até conseguir o mais cobiçado dentre os pescados.
Não pera... exagerei. Mas quem sabe meu nível de pesca evolua um dia?”

O garoto foi se relaxando para trás, deitando em sua própria mochila, apenas esperando uma fisgada para lhe assustar.

“Eu estava tranquilo, tão tranquilo que logo vi meus olhos se fecharem. Aposto que todos já estavam desvaliados, mas um puxão me surpreendeu.”

Mahiro se levantou num susto e puxou sua vara pensando ter encontrado algum pokemon. Porém era apenas uma galocha velha cheia de lodo.
_ Sério? Pensei que isso só acontecia em desenhos animados. _ Disse, percebendo que seus pokemons riam de sua falha e não evitando de rir de si mesmo _ Ok ok, vamos tentar novamente.
Antes que pudesse lançar a linha novamente, o jovem de olhos dourados avistou uma bola azulada boiando em meio ao lago. Curiosidade era grande e não conseguiria fazer outras ações até conseguir ver o que era aquilo.
_ Bulbasaur, use o Vine Whip para agarrar aquela bola ali, fazendo favor.
“Que lago poluído, primeiro uma bota e agora uma bola? As pessoas não tem mais senso de “não polua o meio ambiente” mais? O que mais teria nessas águas? Capaz de achar até um corpo logo logo. Qualé? Uma botina é pior que um Magikarp. Essa vara que o professor me deu... tenho que trocá-la por uma Good. Vermilion é um porto, e onde tem porto tem pescadores, talvez consiga comprar uma por lá.
Mudando de assunto... vamos ver o que de especial tem nessa bola.”

A tal “bola” foi arrastada até a margem. De começo ninguém percebeu ao certo, mas quando o corpo por inteiro saiu da água fora um choque. Era um pequenino azulado que desnorteado se plantou em choro.
_ Hey hey, calma ai amiguinho. Desculpa... desculpa... _ Disse Mahiro, pegando o pequeno no colo e o confortando, em tentativa de tentar fazê-lo parar de chorar
“Minha nossa. Um pokemon? Mas... eu o conheço, já li sobre esse tipo antes e se não me engano é um bebê. Se ele é um bebê sua mãe deve estar por perto. Seria seguro deixa-lo ou procurar por algum parentesco? Mas... e se ele estiver... selvagem?”

O garoto pegou sua pokedex e com o pokemon ainda no colo tentou escaneá-lo.
_ Sabia... Então o seu nome é Azurill? Você está perdido, está sozinho? Bulbasaur, pode se comunicar com ele por mim? _ Perguntou ao pokemon de grama, já que sua conexão com ele era maior poderia entender o que falava através de sinais.
“Olhei para todos os lados procurando algo, não sabia o que fazer naquela situação. Ele era muito bonitinho, mas tem muito a aprender ainda. Será que eu terei que cuidar deste pequenino?”

_ Calma... calma... _ Falava o garoto, se levantando com o pequenino no colo e caminhando em círculos tentando acalmar a criaturinha _ Não chore, eu vou te proteger, eu vou... Murkrow, nos faça um favor, voe pelas redondezas e vê se acha algum pokemon semelhante a esse aqui ou maior, é da mesma cor e você irá reconhecer pelo rabo, sua evolução ganha orelhas e se chama Marill ou então Azurill. Se você não encontrar nada, parece que teremos que cuidar do pequenino aqui.
O jovem voltava a andar em círculos tentando acalmar a criatura. Nesse momento se lembrou que Growlithe ainda tinha uma fruta consigo.
_ Amigão, por acaso ainda está com a Oran que eu te dei? poderíamos dar ela para o Azurill aqui?
“Ai, por que essas coisas acontecem comigo. Cuidar de crianças não é meu forte. Será que é meu destino criar você?”