[Ficha] - Alitzah Wright

Possui uma aparência bastante masculina, algo que pode ser notado à distância. Gosta de usar roupas despojadas e simples, nada de enfeites ou babados. Seus cabelos são curtos e de uma coloração negro-acinzentado cujo corte apresenta-se de forma repicada deixando assim seu visual bastante descontraído e jovial. Tem a pele clara e a íris de seus olhos em um tom arroxeado porém escuro. Carrega algumas cicatriz de cortes e suturas cirúrgicas pela região do tórax que faz questão de esconder por se envergonhar muito das mesmas, além de usar na maioria das vezes uma boina vermelha que foi feita por sua mãe e dada a ela de presente no seu aniversário de 15 anos. Apesar de parecer andrógena, Alitzah também deixa transparecer involuntariamente uma certa fragilidade, principalmente como cansaço anormal após algum exercício físico devido a sua saúde instável.

É uma garota simples, otimista e cheia de curiosidade e interesse em explorar o mundo, não tendo o menor apego ao luxo e coisas materiais. Não aparenta ter um passado problemático e nem gosta de tocar no assunto. Apesar de ser bem relaxada, é tão cabeça dura quanto um Tauros, o que é seu maior defeito pois quando coloca uma ideia na cabeça não consegue ser impedida por ninguém e tem uma grande força de vontade que usa para alcançar seus objetivos.

Seu coração é bondoso e chega a ser ingênuo, pois a jovem não sabe interpretar bem as intenções alheias, sendo um pouco cabeça de vento, acaba por não perceber muitas coisas que dizem, deixando passar várias vezes. Por ser tão inocente, Alitzah não consegue perceber quando alguém flerta com ela, e a mesma não se acha atraente e por isso não espera receber elogios. Também nunca se apaixonou, mas diferente das outras garotas de sua idade, não pensa muito no assunto. Ama tocar violino, ouvir música clássica e jogos de tabuleiro, como xadrez e damas. Também gosta de ler revistas e não resiste a coisas fofas. Tem um jeito amigável porém tímido com quem acaba de conhecer, apesar de tudo, sempre desejou ter amigos, tanto que é uma das razões pela qual decidiu partir em uma jornada. Seu sabor favorito é morango, odeia comida apimentada e tem alergia a qualquer coisa que contenha leite, evitando tais coisas.

Era uma noite tranquila na grande cidade de Jubilife quando nasceu Alitzah como filha caçula de Matheus e Sarah Wright. A jovem sempre foi a única menina em meio a três irmãos homens, sendo dois deles gêmeos. Antony, o mais velho, logo após Josh e Kennedy. O nascimento de Alitzah foi prematuro, sua mãe estava sofrendo de complicações durante a gravidez, o parto deveria ser obrigatoriamente cesária e era de risco tanto para a criança quanto para sua mãe. Matheus acompanhou de perto todo o procedimento, estava tirando folga de suas obrigações como Ranger e deixara em casa Antony que na época tinha 9 anos, cuidando de seus irmãos, ambos de 5 anos de idade. Sarah já havia deixado claro que o médico a realizar a cirurgia  deveria dar prioridade para a vida da criança. A cirurgia ocorreu e a vida de Sarah foi salva mas a pequena havia nascido com problemas de saúde e na mesma hora precisou ser internada. Mal sabiam seus pais que essa internação seria a primeira de muitas outras.

Não foi possível detectar a doença de Alitzah, pois era um desafio para todos os médicos. A jovem apresentava dificuldades respiratórias desde o nascimento, ao passar alguns anos, os especialistas puderam notar uma dificuldade maior da garota para aprender a andar e falar, além de que eram comuns as crises de epilepsia. Como resultado, a vida da menina passou a ser protagonizada em hospitais. Tinha constantes exames de fisioterapia, não conseguia falar até os seus 7 anos de idade, que foi quando começou a mostrar pequenas melhoras. Devido a seu fraco sistema imunológico, passou por um episódio de falência total de um de seus pulmões, ficando entubada por quase um ano até conseguir um transplante.

Apesar da dor e sofrimento, Alitzah sempre soube sorrir, antes mesmo de aprender qualquer outra forma de comunicação. Aos 10 anos, suas habilidades motoras começaram a ter uma melhora impressionante. Sua mãe estava sempre presente e seu irmão Antony que havia se tornado um Ranger como seu pai, agia como um verdadeiro irmão amoroso, apesar de seu jeito exageradamente sério, já os gêmeos eram seus parceiros de brincadeiras. A coordenação motora da menina só fazia melhorar cada vez mais e quando menos esperaram, ela finalmente deu seus primeiros passos sem ajuda, foi o dia mais feliz daquela família, junto com o dia em que ela disse suas primeiras palavras.

No hospital não tinha muito o que se fazer, mas a jovem dedicava-se a tocar violino, algo que lhe fora ensinado por uma das enfermeiras e servia para melhorar sua coordenação motora cada vez mais, além disso, raramente estava sozinha pois todos os médicos e enfermeiros a conheciam, além de sua família que embora não tivessem condições de deixá-la em casa devido a seus repentinos ataques epiléticos, faziam de tudo para estar com ela até mesmo durante as festas, mas até aí ela nunca havia interagido com um Pokémon, mas anos depois, aos seus 13 anos, estava passando por complicações médicas. Encontrava-se sozinha na cama com a janela aberta quando de repente viu entrar uma criaturinha muito amigável de longas orelhas e cor marrom claro, que de alguma forma conseguiu subir na árvore saltar pela janela e ir até sua cama onde deitou-se sobre as suas pernas para dormir. A menina ficou encantada com o Pokémon tão perto, pois não eram permitidos - ao menos na ala hospitalar em que se encontrava - e assistiu o mesmo repousar tranquilamente, até chegar uma enfermeira e gritar de susto pegando o bichinho e levando-o embora depois de se desculpar e fechar a janela apressadamente.

Essa cena nunca saiu da cabeça da jovem que depois descobriu se tratar de um Eevee, e sua família surpreendeu-se ouvir ela dar a notícia de que assim que recebesse alta, iria iniciar sua jornada como treinadora e chegar a se destacar sendo a melhor de Sinnoh. Tal afirmação assustou - e muito - toda a família, pois não era segredo que Alitzah não tinha condições para isso. Após ouvir um não de seus pais, a pequena prometeu que iria melhorar de saúde algum dia e eles teriam que aceitar sua escolha pois havia um mundo lá fora que lhe fora privado desde o nascimento, cheio de criaturas incríveis e pessoas para conhecer e ela não poderia mais ignorar isso.

A partir daquele dia, uma chama acendeu em seu coração e nada poderia apagá-la, nem mesmo as diversas cirurgias, medicamentos ingeridos e injetados ou todo o tempo reclusa no hospital poderia tirar esse desejo do seu coração. Ela decidiu sair pelo mundo descobrindo novas coisas, tudo bem que para ela tudo seria novo, mas nada a amedrontava, pelo contrário, apenas lhe dava mais desejo de prosseguir com esse sonho, e seis anos depois, com sua saúde muito melhor, Alitzah agora apenas carregava consigo apenas as marcas de cirurgias incontáveis e alguns medicamentos para manter seu sistema imunológico estável. Seus pais não podiam proibi-la de sair em sua jornada, já que a jovem demonstrara uma grande melhora, comparado ao seu estado anterior, e seus ataques epiléticos agora eram raros, então apenas pediram para ela sempre manter contato e não esquecer dos seus remédios. Agora sim, depois de tanto tempo em espera, finalmente faltava muito pouco para começar a maior aventura de sua vida e ela mal podia esperar mais um segundo por isso.